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segunda-feira, 18 de julho de 2011

** João Goulart: uma biografia / Obra expõe conceitos políticos e ambiguidades da época (Folha de S.Paulo, 16/07/2011)

 
CRÍTICA BIOGRAFIA

Obra expõe conceitos políticos e ambiguidades da época

DE SÃO PAULO

Houve no Brasil uma geração que defendeu o nacionalismo e a necessidade de mudanças profundas nas estruturas sociais e econômicas.

João Goulart (1919-1976) foi um expoente dela. Achava que poderia fazer as reformas de base a partir de pactos numa coalizão multiclassista.

Não conseguiu. Com esse pano de fundo, Jorge Ferreira constrói com vivacidade a biografia de Jango, que há 50 anos chegava à Presidência no olho de um furacão político, militar e econômico. Trata das ambiguidades do personagem, enfatizando o contexto daqueles tempos polarizados.

Jango entrou na política conversando com Getulio Vargas. Eram vizinhos perto da fronteira oeste do extremo Sul do país, em São Borja. Getúlio estava no ostracismo.

Jango já era um rico estancieiro, exímio negociante de gado. Encampou o "queremismo" e o trabalhismo.

Advogado, levado ao centro do poder por Getulio, aos 34, virou ministro do Trabalho. Segundo Ferreira, sua atuação nesse cargo chocou a elite: incentivou a ação de sindicalistas, aproximou-se da esquerda e pressionou pela duplicação do valor do salário mínimo. A direita, que o enxergava apenas como um playboy, passou a classificá-lo como um agitador.

Getulio deixou com Jango uma cópia da carta-testamento. Com essa herança, ele "revigorou o trabalhismo", agregando um perfil mais ideológico, na avaliação do historiador.

"Getulio foi um nacionalista; Jango, um progressista". Foi vice de Juscelino Kubitschek (com mais votos). Depois, vice do traumático Jânio Quadros.

Com a renúncia, tomou posse na turbulenta implantação do parlamentarismo no país. Foi amparado pela surpreendente campanha da Legalidade de Leonel Brizola, que cindiu as Forças Armadas de forma inédita.

Um dos méritos do livro é expor muitos outros traços de Goulart, que teve sua história sempre encapsulada nos meses cruciais que antecederam a ditadura. Para ele, Jango "não propunha rompimentos, mas patrocinava compromissos". No ápice da crise, não reagiu por temer uma guerra civil.

Trazendo visões divergentes, o autor derrama os detalhes das articulações e pressões daquele momento: as atuações dos militares, das esquerdas, dos sindicalistas, dos empresários e dos EUA.

Trata das radicalizações. Das esquerdas embriagadas com a perspectiva de poder. Das insurreições militares. Das tramas arquitetadas por civis. Da atuação do governo norte-americano na derrubada da democracia.

"O medo do comunismo unificou as elites", escreve Ferreira. E levanta questões.

A acumulação capitalista precisava ali de autoritarismo? A esquerda estava à altura do desafio histórico? O golpe era inevitável? Por que o alardeado "dispositivo militar" não funcionou? Quais foram as diferenças do golpe de 64 em relação às outras rebeliões anteriores?

Para além do debate de fundo, Ferreira relata histórias da vida pessoal de Jango: a família, seus casos amorosos, o sucesso nos negócios, a depressão no exílio, a amargura por não ter um passaporte brasileiro (ganhou um paraguaio). Há passagens curiosas.

Numa delas, a mulher, Maria Thereza, conta como ficou surpresa ao preparar, na sua cozinha no apartamento em Montevidéu, carne mal passada para Jango e seu arqui-inimigo Carlos Lacerda. O político, que incentivara o golpe e se viu abatido por ele, procurou Jango para traçarem uma estratégia conjunta. "Como o mundo dá voltas", era o seu pensamento. (ELEONORA DE LUCENA - FOLHA DE S.PAULO)



JOÃO GOULART, UMA BIOGRAFIA

AUTOR
Jorge Ferreira
EDITORA Civilização Brasileira
QUANTO R$ 69,90 (714 págs.)
AVALIAÇÃO ótimo


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Fabrício Augusto Souza Gomes





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Atividade nos últimos dias:
    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

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** Encontrado submarino nazista afundado em águas brasileira em 1943

 

'É o primeiro naufrágio de submarino encontrado no Brasil', diz pesquisador

Fonte: G1

Embarcação foi localizada nesta quinta-feira (14), no litoral catarinense. Plano de buscas começou há dois anos e foi feito em veleiro.

Glauco Araújo

Do G1, em São Paulo



Equipe de pesquisadores analisam dados em computador de veleiro em SC
(Foto: Divulgação/Família Schurmann)
"Este é o primeiro naufrágio de submarino encontrado em águas brasileiras. Isso tem uma importância histórica e cultural muito grande", disse Rafael Medeiros Sperb, pesquisador da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), que participou da operação de prospecção oceanográfica no Litoral de Santa Catarina. A equipe encontrou, na noite desta quinta-feira (14), o submarino alemão, prefixo U513, afundado na costa catarinense em 19 de julho de 1943, durante a 2ª Guerra Mundial.

Segundo ele, o fato de a expedição ter sido feita em um veleiro também é algo inédito. "Foi a primeira vez também que um levantamento desse porte foi realizado em um veleiro. Não temos registros de que isso tenha sido feito em outras ocasião", afirmou Sperb ao G1. Ainda de acordo com o pesquisador, este submarino é um entre os 11 que afundaram no mar brasileiro no período da guerra.

O trabalho foi realizado por pesquisadores do Instituto Kat Schurmann em parceria com a Univali. Ainda segundo a universidade, o submarino foi procurado por pesquisadores durante dois anos. A operação de prospecção oceanográfica começou no sábado (9) e deveria durar até sábado (16), mas o retorno da equipe foi antecipado em virtude do encontro do submarino.

De acordo com Sperb, a embarcação foi encontrada nas proximidades de São Francisco do Sul (SC), por volta das 22h desta quinta-feira. O submarino está encalhado a 75 metros de profundidade.

Segundo o pesquisador, foram afundados 11 submarinos alemães durante a 2ª Guerra Mundial em águas brasileiras. Vários grupos de arqueologia subaquática desenvolvem pesquisa para encontrar dados e informações sobre os locais dos naufrágios.
Equipes retiram equipamento que registrou imagens do submarino do fundo do mar no litoral de SC (Foto: Divulgação/Família Schurmann)


Pesquisadores colocam equipamento no mar para localizar submarino alemão no litoral de SC (Foto: Divulgação/Família Schurmann)

Pesquisadores colocam equipamento no mar para localizar submarino alemão (Foto: Divulgação/Família Schurmann)


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Fernanda das Graças Corrêa
Universidade Federal Fluminense (UFF)
Departamento de Ciência Política/ Estudos Estratégicos
Sítio eletrônico: www.reebd.org
E-mail (1): fernanda.das.gracas@hotmail.com

E-mail (2): fernanda.das.gracas@bol.com.br


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** Um lugar para Jango / Entrevista com o Prof. Jorge Ferreira (UFF) - Folha de S.Paulo (16/07/11)

 
Um lugar para Jango

João Goulart, que há 50 anos chegava à Presidência, é resgatado do limbo da memória do país em biografia que faz análise distanciada de paixões políticas

Bosco/Acervo UH - 11.nov.63/Folhapress

João Gourlart toma chimarrão em Goiás em 1963

ELEONORA DE LUCENA
DE SÃO PAULO
Fraco, medíocre, demagogo. Fujão, covarde, traidor.

Direita e esquerda carimbaram vários adjetivos na imagem de João Goulart, o presidente deposto pelo golpe militar de 1964.

Esquecido, quase sem lugar nos livros de história, Jango tem em torno de si silêncio. Jorge Ferreira, 54, professor de história do Brasil na Universidade Federal Fluminense, busca desinterditar a memória desse personagem com "João Goulart, uma Biografia".

Nesta entrevista, ele fala do livro e diz que populismo não é um conceito teórico, mas uma desqualificação política. "Populista é sempre o outro, aquele de quem você não gosta", afirma.

Folha - Por que o sr. resolveu fazer esse livro?

Jorge Ferreira -
Estudei Getulio Vargas e o trabalhismo, daí a curiosidade sobre João Goulart. Foram dez anos de trabalho. Creio que chegou o momento de retirar Jango do limbo da memória do país.

Ele foi um personagem importante, mas as análises sobre ele não se distanciam das paixões políticas. Ora é definido como demagogo e incompetente, ora como vítima de um grande conluio de empresários brasileiros com o governo norte-americano. Quis conhecer o personagem para compreendê-lo, e não julgá-lo.

E o que encontrou de novo?

O livro é um relato biográfico, enfocando sua vida política e privada. Evitei enfoques sensacionalistas. Talvez a maior novidade seja lembrar à sociedade brasileira que um dia Jango foi líder político de expressão. Como diz o historiador inglês Eric Hobsbawm, o papel do historiador é lembrar à sociedade o que aconteceu no passado. Foi o que eu fiz.

Quais foram as influências sobre Goulart?

Goulart, assim como Brizola, era jovem quando Vargas instituiu a ditadura. Ele entrou para a política no período democrático. Em 1945 e 1946, a democracia liberal tinha grande prestígio. As esquerdas e o trabalhismo associaram os ideais democráticos com o nacionalismo, o desenvolvimentismo, as leis sociais e o estatismo.

Nos anos 1950, o Estado interventor na economia e nas relações entre patrões e empregados era um sucesso na Europa. Os trabalhistas observavam a experiência inglesa com o programa de estatizações e também o sucesso da industrialização soviética, com o Estado interventor e planejador da economia.

Também culpavam os Estados Unidos pela pobreza da América Latina.

Por que há pouco dados sobre o empresariado em relação a Goulart e aos militares?

O golpe de 1964 não foi dado por empresários que usaram os militares. O golpe foi dado por militares com apoio empresarial. A Fiesp, em inícios de 1963, apoiou Goulart na efetivação do Plano Trienal. Ele teve apoio de setores conservadores, desde que estabilizasse a economia, controlasse a inflação e se distanciasse das esquerdas, sobretudo dos comunistas e dos grupos que apoiavam Brizola na Frente de Mobilização Popular.

Os grandes empresários, os políticos conservadores e a imprensa se afastaram de Goulart e passaram a denunciar o "perigo comunista" no segundo semestre de 1963, quando a economia entrou em descontrole e Jango se aproximou das esquerdas.
Com o comício de 13 de março de 1964, os golpistas crescem e se unificam. A revolta dos marinheiros foi a fagulha que faltava, desencadeando gravíssima crise militar. A crise do governo Goulart tem uma história. É preciso reconstituí-la, com documentos e provas, superando repetidos jargões.

No livro o sr. discute a questão do populismo. Por que populismo continua sendo um termo pejorativo?

Sou crítico em relação ao conceito de populismo. Populistas podem ser considerados Vargas e Lacerda, Juscelino e Hugo Chávez, Goulart e Collor, FHC e Lula.

Personagens tão diferentes, com projetos díspares, com partidos políticos distintos são rotulados sob o mesmo conceito.

Qualquer personagem político pode ser chamado de populista, basta não gostar dele. Populista é sempre o outro, o adversário, aquele de quem você não gosta.

Não se trata de um conceito teórico, mas de uma desqualificação política. Eu prefiro nomear os personagens assim como eram chamados na época: Jango era trabalhista, Lacerda, udenista, e Prestes, comunista.

Qual é o maior legado de João Goulart?

O governo Goulart foi o auge do projeto trabalhista, que começou com as políticas públicas dos anos 1930, em época de autoritarismo. Mas que se democratizou, se modernizou e se esquerdizou a partir da segunda metade dos anos 1950.

Seus elementos fundamentais foram o nacionalismo, o estatismo, o desenvolvimentismo, a intervenção do Estado na economia e nas relações entre patrões e assalariados, a manutenção e a ampliação dos benefícios sociais aos trabalhadores, a reforma agrária e a liderança política partidária de grande expressão. Creio que muitas dessas tradições inventadas pelos trabalhistas ainda estão presentes entre as esquerdas brasileiras.

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Fabrício Augusto Souza Gomes





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domingo, 17 de julho de 2011

** Livro recupera cartas recebidas por JK durante construção de Brasília

 
Livro recupera cartas recebidas por JK durante construção de Brasília


'Brasília em 51 cartas' será lançado por pesquisadora em setembro.
Pessoas pediam lotes e emprego; JK é chamado até de 'magestade'.


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Fabrício Augusto Souza Gomes




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** Evento História & Direito - divulgação

 
Prezados(as),
convido para acessar página do Evento Interncional:
Seminário Internacional de História e Direito
Instituições políticas, poder e justiça
e solicito divulgarem.
Abraço
Edson Alvisi


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    sexta-feira, 15 de julho de 2011

    ** SIMPÓSIO INTERNACIONAL HISTÓRIA AMBIENTAL E DESASTRES

     
    Olá, gente,

    Segue o link do SIMPÓSIO INTERNACIONAL HISTÓRIA AMBIENTAL E DESASTRES, que será realizado entre 26 e 28 de outubro de 2011, na UNICENTRO, Guarapuava, Paraná.
    A inscrição de trabalhos vai até 15 de setembro de 2011. Trabalhos serão publicados em anais eletrônicos.



    Obrigado,
    Dr. Jó Klanovicz
    UNICENTRO.


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    ** Mouros são retratados de forma negativa em Os Lusíadas

     
    Mouros são retratados de forma negativa em Os Lusíadas


    Em Os Lusíadas, obra clássica da literatura portuguesa escrita por Luís Vaz de Camões no século 16, os mouros, islâmicos, são retratados de maneira pejorativa, tendo a covardia e a falsidade como principais vícios. É o que mostra pesquisa feita por Amanda Azis Alexandre, defendida em março como dissertação de mestrado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, sob orientação da professora Adma Fadul Muhana.
    O objetivo do estudo foi comprovar que o mouro como principal inimigo da cristandade era algo recorrente na literatura ibérica do século 16. Para isso, Amanda analisou não apenas o poema épico Os Lusíadas, mas também peças teatrais como O Auto da Barca do Inferno e Exaltação da Guerra, ambas de Gil Vicente, e trechos de textos como Crônica de El-Rei D. Afonso Henriques, de Duarte Galvão, de Ásia, de João de Barros, entre outros.

    Confrontos históricos fizeram cristãos e mouros serem principais inimigos
    "As crônicas foram selecionadas devido ao fato de terem servido de possíveis fontes para o poeta, segundo José Maria Rodrigues, autor do livro Fontes d'Os Lusíadas, que analisa tais textos. Já os outros foram selecionados por serem obras bem conhecidas e citadas", afirma a pesquisadora.
    O trabalho constata que os mouros eram costumeiramente retratados como viciosos. Em um dos textos estudados, Cronica de ElRey Afonso IV, escrita pelo cronista português Rui de Pina, que viveu entre 1440 e 1522, os mouros são seguidores de uma "ceita errada", chamados frequentemente de "ignorantes", "danada porfia", "cegos" e "infiéis". Esse modo de olhar não difere muito do de Camões. "Tais adjetivos injuriosos eram constantemente utilizados nos textos daquele período. Camões apenas os reproduziu", explica Amanda.
    Mover, educar e deleitar
    Os Lusíadas
    seguem os preceitos retórico-poéticos que vigoravam no século 16 e nos séculos anteriores; sobretudo os presentes na Poética de Aristóteles, filósofo da Grécia Antiga, na Retórica a Herênio e nas Instituições Oratórias de Quintiliano, orador latino que viveu no século 1. Entre os preceitos, o mais conhecido é o triplo fim de toda e qualquer prática letrada: mouere (mover), docere (educar, ensinar) et delectare (deleitar). Ou seja, os textos deveriam, além de deleitar, agradar, seus leitores, transmitir ensinamentos e motivar ações e afetos. "Camões seguiu tais preceitos de perto", afirma Amanda. "No entanto de uma maneira catolicamente ressignificada".
    Perguntada sobre se existe semelhança entre o discurso encontrado nas obras estudadas com o atual embate entre oriente e ocidente, a pesquisadora diz ter receio de fazer tais aproximações, mas que é possível encontrar semelhanças. Ela cita o filósofo búlgaro Tzvetan Todorov, no livro A Conquista da América. "Ele afirma que o ocidente, geralmente, encara o outro de duas formas: se é um igual deve ser educado, civilizado; se é um desigual pode ser escravizado ou exterminado. Essa forma ainda é uma prática. Grande parte das pessoas do mundo ocidental acha que o mundo árabe precisa se democratizar, se 'ocidentalizar'. Por que nosso modo de vida é melhor que o deles? Acho isso uma grande hipocrisia", afirma Amanda.
    Ela diz ter a intenção de continuar e ampliar o estudo no doutorado. "Pretendo analisar um maior número de textos, sejam estes poéticos, historiográficos, teológicos, políticos, etc. Quero saber se o vitupério [calúnia, insulto] aos mouros era mesmo uma prática generalizada", conclui.
    Imagem: cedida pela pesquisadora
    Mais informações: amandaaziza@yahoo.com.br
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    ** 50 anos da ANPUH

     
    50 anos da ANPUH

    Do USP Online

    Em comemoração aos 50 anos da Associação Nacional dos Professores Universitários de História (ANPUH), que foi transformada em Associação Nacional de História, acontece do dia 17 ao dia 22 o vigésimo sexto Simpósio Nacional da Associação Nacional de História – ANPUH. O evento acontecerá em faculdades de todo campus Cidade Universitária da USP.
    Mais informações: (11) 3091-3047; anpuh2011@gmail.com; www.snh2011.anpuh.org
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    ** Jornais revelam o Rio de Janeiro no período democrático

     
     

    Jornais revelam o Rio de Janeiro no período democrático

    Fonte: © FAPERJ Elena Mandarim
     Divulgação
           
         Livro mostra panorama de uma
     época em reportagens de 1946 a 1964

    Há muitas formas de retratar a história e de relembrar uma época. O professor Jorge Ferreira, professor do Programa de Pós-Graduação em História, da Universidade Federal Fluminense (UFF), entendeu que por meio da análise de jornais seria possível documentar como a cidade do Rio de Janeiro viveu a experiência democrática (1946-1964) entre a gestão de Getúlio Vargas e a ditadura militar. Cientista do Nosso Estado, da FAPERJ, ele reuniu pesquisas sobre o tema, realizadas pelo grupo de pesquisadores que coordena, e publicou o livro O Rio de Janeiro e a experiência democrática nas páginas dos jornais: ideologias, culturas políticas e conflitos sociais (1946-1964). "Nas páginas do livro, a preocupação é a de recuperar ideias, imagens, representações, acontecimentos; enfim, a história daquela época sob diferentes prismas, seja dos trabalhadores, dos comunistas, dos brizolistas, dos lacerdistas, dos sindicalistas, dos funcionários públicos e dos empresários, entre outros", relata Ferreira.
    O pesquisador conta que, neste período, 13 jornais eram produzidos no Rio de Janeiro, cinco deles da chamada grande imprensa. "Atores de todas as representações sociais apareciam nas páginas dos jornais. Por uma análise minuciosa das fontes jornalísticas, conseguimos delinear o panorama político e socioeconômico da época", afirma.
    No decorrer do livro, que foi oficialmente lançado no dia 16 de junho, são desenvolvidos dez temas importantes para a sociedade carioca no período. No capítulo assinado pela pesquisadora Alessandra Ciambarella, por exemplo, a discussão traz à luz as repercussões da transferência da sede da capital do Rio de Janeiro para Brasília, que ocorreu durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960).
    Em outro artigo, de autoria da doutoranda Ana Maria da Costa Evangelista, mostra-se a importância do Serviço de Alimentação da Previdência Social (Saps) para os trabalhadores da cidade. Na Praça da Bandeira, os restaurantes populares ofereciam comida balanceada aos trabalhadores. E para o lazer, a área continha bibliotecas e discotecas, entre outras facilidades.
    Já a doutoranda Claudia Maria de Farias destaca em seu artigo como os Jogos da Primavera (Olimpíadas exclusivamente femininas, idealizadas por Mario Filho, editor e proprietário do Jornal dos Sports) foram pensados para transpor o enorme preconceito que as mulheres esportistas sofriam.
    O pesquisador Ricardo Antonio Souza Mendes analisa de que maneira a revolução cubana foi interpretada na imprensa conservadora, observando os diferentes sentimentos sobre Fidel Castro. "Ao analisarmos os jornais da época, fica claro que o democrata revolucionário Fidel Castro tinha, no começo, a simpatia da imprensa brasileira. Mas quando se declarou comunista, passou a ser questionado e a sofrer críticas duras", relata Ferreira.
    No artigo de sua autoria, o pesquisador aborda a vida pública de Carlos Lacerda, político de extrema direita que governou o estado da Guanabara. "A análise mostra como a imprensa de esquerda reagiu ao impacto das inúmeras obras realizadas por Lacerda na cidade", diz.
    O último capítulo também analisa a abordagem da imprensa em determinado episódio. Michele Reis de Macedo mostra como a mídia carioca cobriu o ocorrido no dia 25 de fevereiro de 1964, em que a Frente de Mobilização Popular, liderada por Leonel Brizola, foi impedida de realizar um comício, por conservadores da organização anticomunista, conhecida como Movimento de Mobilização Democrática. Nas análises, procura-se entender o panorama de radicalização política que culminou com o golpe militar, em 1º de abril de 1964.
    Segundo Ferreira, sob a perspectiva dos jornais do Rio de Janeiro, outros assuntos foram também abordados, entre eles, a maneira como a imprensa popular descrevia os problemas vividos pela cidade; o impacto social produzido com o lançamento do satélite soviético Sputnik (1º satélite artificial lançado ao espaço); a relação da construção do Maracanã e a construção de uma identidade nacional; e a atuação sindical do Partido Comunista Brasileiro (PCB) para assegurar direitos trabalhistas.
    O pesquisador destaca, ainda, que no âmbito do projeto foi criado um site voltado para os professores das escolas do ensino médio da rede pública e privada. "Nele, disponibilizamos vários artigos sobre o período 1945-1965, além de fotos, vídeos, bibliografias, documentos e dissertações de mestrado e doutorado" conclui. Os interessados no assunto podem conferir no endereço eletrônico www.brasilrepublicano.com.br

    © FAPERJ – Todas as matérias poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.

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    terça-feira, 12 de julho de 2011

    ** Prêmio Skidmore

    Thomas Skidmore é autor de obras como De Getúlio a Castelo; De Castelo a Tancredo e Preto no Branco e está entre os mais importantes estudiosos da história brasileira contemporânea. O brazilianista, bastante conhecido, é homenageado com a promoção do concurso pelo Arquivo Nacional e a Brazilian Studies Association (BRASA), de iniciativa do renomado professor de História e Estudos Brasileiros da Brown University (EUA) James Green. Essa primeira edição do prêmio é dedicada a livros publicados em língua portuguesa sobre a história do país entre os anos 1930 e 1964, cabendo ao primeiro colocado um subsídio de cinco mil dólares destinado exclusivamente aos custos de tradução da obra para o inglês.

    A entrega dos trabalhos é até 30 de setembro de 2011 na sede do Arquivo Nacional. Edital e regulamento disponíveis em: http://www.arquivonacional.gov.br/



    premio_skidmore_2011 cartaz

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