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quinta-feira, 28 de junho de 2012

Envio de japoneses para o Brasil fez parte de política expansionista pacífica


Avaliação é do historiador Shozo Motoyama, da USP, em livro sobre a primeira fase da imigração japonesa no Brasil em que aborda o processo de integração cultural (imigracaojaponesa.com.br)

 

Envio de japoneses para o Brasil fez parte de política expansionista pacífica

28/06/2012
Por Elton Alisson
Fonte: Agência FAPESPA imigração de japoneses para o Brasil a partir de 1908 representou uma saída pacífica para o Japão continuar a se desenvolver por outra via que não a militarista, pela qual se tornou na época uma potência mundial.
Por outro lado, a vinda dos japoneses para o Brasil sob os auspícios dos barões do café, para trabalhar em cafezais durante a República Velha (1889-1930), dividiu opiniões e despertou um intenso debate entre grupos favoráveis e outros contrários a essa imigração na sociedade brasileira.
A integração não tão cordial entre as duas culturas, por meio da imigração, é contada no livro Sob o signo do sol levante: Uma história da imigração japonesa no Brasil – volume I (1908-1941), de autoria do historiador Shozo Motoyama, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e presidente do Centro de Estudos Nipo-Brasileiros.
Lançado no final de abril, o livro descreve como a primeira fase da imigração para o Brasil – iniciada em 1908 e encerrada em 1941, quando o Japão ingressa na 2ª Guerra Mundial – fez parte de uma política expansionista pacifista orquestrada pelo governo japonês.
Uma das maiores potências mundiais na época – com grandes conglomerados empresariais como Mitsubishi, Mitsui e Sumitomo –, o Japão vivia ao mesmo tempo graves problemas econômicos, com desemprego elevado e condições de pobreza no campo.
Em função disso, o país enfrentava críticas de segmentos da sociedade que não concordavam com a forma com que vinha se desenvolvendo, conquistando países à força, como fez no período conhecido como imperialista, em que invadiu a Coreia, a Manchúria e parte da China.
Uma das alternativas identificadas para continuar a crescer pacificamente era por meio da imigração, vista como uma forma em que ambos os lados ganhavam – tanto o país que enviava como o que recebia os imigrantes – e diferente da conquista militar, em que só o país invasor se beneficia.
Por essas e outras razões, o governo japonês decidiu encampar políticas de imigração de seus cidadãos para países como o Brasil – que precisava de mão de obra para as lavouras de café em São Paulo –, dando o apoio necessário para que se estabelecessem no exterior.
"Houve no Japão uma política bastante coerente e de consenso de dar guarida para os imigrantes que vinham para o Brasil. E, em grande parte, o sucesso dos imigrantes japoneses no Brasil dependeu da ajuda dada pelo governo japonês por meio de consulados e de outras representações políticas e diplomáticas no país", disse Motoyama à Agência FAPESP.
De acordo com o pesquisador, se por um lado a ida de imigrantes atendia aos interesses do governo japonês e dos barões do café do Brasil, por outro lado o processo de integração dos japoneses na sociedade brasileira não foi tão natural como tende a fazer crer a historiografia escrita e publicada sobre o tema.
Os documentos a que Motoyama teve acesso do Congresso Nacional referentes a 1934, por exemplo, quando estava sendo elaborada a terceira Constituição Brasileira, revelam que houve um intenso debate entre um bloco de congressistas favoráveis e outros contrários à imigração japonesa, em função da ascensão social que os japoneses estavam obtendo no país.
"Até o fim da década de 1920, o grupo mais favorável aos imigrantes japoneses era maioria no Brasil. Mas na década seguinte isso mudou, principalmente devido à Constituição de 1934, que colocou uma série de leis restritivas em relação à vinda de imigrantes japoneses", disse Motoyama.
"Já durante o Estado Novo (1937-1945), Getúlio Vargas (1882-1954) agiu de maneira dúbia: de um lado estimulou as restrições à imigração japonesa e, de outro, tomou medidas para trazer os japoneses para o Brasil", disse.
Para defender suas posições, os grupos contrários à imigração japonesa se apoiavam em teorias raciais vigentes na época, como a do "darwinismo social".
Compactuada por alguns representantes da elite brasileira na época, a teoria, que ficou conhecida como a do "branqueamento", preceituava que o subdesenvolvimento do Brasil se devia ao fato de o país ter sido povoado por "raças inferiores" (negros e índios), e que o país só iria se desenvolver à medida que sua população se tornasse "mais branca".
Como o ciclo de imigração dos negros para o Brasil já havia se encerrado, o alvo passou a ser os amarelos, representados agora pelos japoneses, que começavam a chegar ao país.
Em defesa dos japoneses, os fazendeiros paulistas aceitam uma tese absurda alardeada por um fazendeiro congressista brasileiro, de que eles eram mais brancos, por exemplo, do que os portugueses, que já haviam passado por um intenso processo de miscigenação no país.
"Os fazendeiros paulistas eram bastante pragmáticos. Como precisavam de trabalhadores, eles não queriam saber de que raça eram, contanto que fossem bons trabalhadores", disse Motoyama.
Segunda fase da imigração
Motoyama planeja publicar no início de 2013 um novo volume do livro, que abordará a segunda fase da imigração japonesa no Brasil, de 1941 a 2008.
Diferentemente da primeira fase da imigração, de 1908 a 1941, em que os japoneses puderam contar com ajuda do próprio governo para se estabelecer no Brasil, na nova etapa eles não puderam recorrer aos seus compatriotas devido ao país asiático ter sido arrasado pela Segunda Guerra Mundial.
Além disso, se antes os japoneses e os imigrantes em geral desfrutavam da boa acolhida e de uma certa simpatia na sociedade brasileira, com o início da guerra eles passam a ser vistos como inimigos.
"A guerra aflorou uma série de questões, não só de preconceito, e os japoneses passaram a ser tratados como inimigo, o que, de certa forma, é natural. Nos Estados Unidos, o preconceito contra os japoneses na época foi muito pior", disse Motoyama.
Segundo o pesquisador, a elaboração do livro sobre esta segunda fase da imigração japonesa deverá ser muito mais complexa. Isso porque há uma série de registros sistematizados sobre a primeira fase da imigração japonesa.
Já na segunda fase, como os imigrantes foram perdendo proeminência, começam a surgir mais estudos sobre seus descendentes – mais propriamente sobre os nisseis (a primeira geração de filhos de japoneses nascida em outro país) – e a historiografia do período tem muitas lacunas.
Na segunda fase da imigração japonesa para o Brasil, pós Segunda Guerra, chegam cerca de 50 mil pessoas, com cultura completamente diferente da que havia no país oriental antes da Guerra. Em função disso, há um choque cultural entre os velhos imigrantes com os recém-chegados e com os nisseis.
"Esses acontecimentos não estão bem retratados e acho que nem estão escritos direito. Teremos que entrevistar pessoas e procurar esclarecer uma série de fenômenos que só ocorreram nesta segunda fase da imigração", disse Motoyama.
No segundo volume do livro, o pesquisador também pretende abordar a contribuição dos imigrantes japoneses, principalmente os de seus descendentes, os nikkeis, na ciência, tecnologia e educação brasileiras.
  • Sob o signo do sol levante: Uma história da imigração japonesa no Brasil – Volume I (1098-1941)
    Autor: Shozo Motoyama
    Páginas: 390
    Lançamento: 2012
    Mais informações: secretaria@institutobrasiljapao.org.br ou (11) 3209-3875. 



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sábado, 16 de junho de 2012

Unesp lança portal de materiais didáticos


Como oportunidade de aperfeiçoamento de professores nas áreas de Humanas, Exatas e Biológicas, Unesp Aberta oferece gratuitamente materiais de cursos de graduação, pós-graduação e extensão

 

Unesp lança portal de materiais didáticos

15/06/2012
Agência FAPESP A Universidade Estadual Paulista lançou no dia 14 de junho o Projeto Unesp Aberta, que disponibiliza pela internet disciplinas livres como oportunidade de aperfeiçoamento de professores nas áreas de Humanas, Exatas e Biológicas.
A iniciativa oferece gratuitamente materiais didáticos digitais dos cursos de graduação, pós-graduação e extensão da Unesp elaborados em parceria com o Núcleo de Educação a Distância (NEaD) da universidade.
Entre os materiais disponíveis na Unesp Aberta estão mais de 17 mil itens educacionais, como mapas, imagens, softwares e animações, 300 videoaulas, 300 textos e 138 livros digitais do selo Cultura Acadêmica, além do acervo da Biblioteca Digital – que reúne material pertencente ao sistema de bibliotecas da Unesp e de seus centros de documentação.
O acervo contempla ainda o material dos cursos da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) e da Universidade Aberta do Brasil (UAB) e de cursos presenciais da Unesp que também utilizam as tecnologias digitais.
As disciplinas livres disponibilizadas integram a Rede São Paulo de Formação Docente (RedeFor), convênio da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo com Unesp, Universidade de São Paulo e Universidade Estadual de Campinas para dar cursos de pós-graduação a professores da rede pública do Estado.
O projeto da Unesp prevê as inclusões de versões em inglês e espanhol, bem como a incorporação de recursos de acessibilidade, como Libras e audiodescrição. O acesso ao material não dá direito a qualquer tipo de certificação de conclusão ou apoio educacional.
O lançamento do projeto também marcou a inauguração do auditório do NEaD, que conta com 150 lugares, além de uma sala de reunião e de salas de aulas.



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segunda-feira, 11 de junho de 2012

SIMPÓSIO NACIONAL EM HISTÓRIA TRABALHO, CULTURA E PODER


III SIMPÓSIO NACIONAL EM HISTÓRIA TRABALHO, CULTURA E PODER:
"Memórias, movimentos sociais e hidroelétricas"
De 25 a 28 de Setembro de 2012 - UNIOESTE Campus de Marechal Cândido Rondon

1. Apresentação
2. Inscrição de Comunicações
3. Proposição de Mini-Curso
4. Programação
5. Comissão Organizadora
6. Cronograma, Forma de Pagamento e Contatos
7. Promoção e Apoios

1. Apresentação
O III Simpósio Nacional em História, Trabalho, Cultura e Poder: Memórias, movimentos sociais e hidroelétricas é um evento promovido pelo Colegiado do Curso de História e pelo do Programa de Pós- Graduação em História (Mestrado) da UNIOESTE, Câmpus Marechal Cândido Rondon/PR. Conta com o apoio do Núcleo de Pesquisa e Documentação sobre o Oeste do Paraná – CEPEDAL, do Laboratório de Ensino de História – LEH, do Centro Acadêmico Zumbi dos Palmares e do Centro de Ciências Humanas, Educação e Letras (CCHEL). O objetivo principal é a realização de debates em torno do eixo temático Memórias, movimentos sociais e hidroelétricas, viabilizando o intercâmbio interinstitucional entre pesquisadores, docentes e acadêmicos de IES estaduais do Paraná, de demais estados e federais, de Universidades Comunitárias e Privadas, de Centros e Institutos de Pesquisa e de professores dos demais níveis de ensino. A partir da organização das atividades do evento (Conferências, Mesas-Redondas, Sessões de Comunicações e Oficinas) possibilitar-se-á o debate e a apresentação de pesquisas temáticas (trabalho, cultura e poder) que tratam das memórias e dos movimentos sociais vinculados às experiências passadas e atuais de populações envolvidas com construções de hidroelétricas (projetos governamentais), bem como às questões relacionadas ao ensino de História. No contexto da passagem dos 30 anos de formação do lago da hidroelétrica da Itaipu Binacional (1982-2012), o Curso de Graduação de História e o Programa de Pós-Graduação em História optaram por tematizar as hidrelétricas no intuito de recuperar as experiências vividas na região Oeste do Paraná e atualizar a problemática dos impactos socioeconômicos, culturais, migratórios, deslocamentos de populações e povos atingidos, ambientais e da política energética.  Os resultados da Terceira Edição do evento serão publicados e divulgados nas formas de Cadernos de Resumos impressos e Anais Eletrônicos em DVD-room (contendo os textos completos). Este Simpósio tem caráter nacional e está voltado aos estudantes, pesquisadores e profissionais da área de História e de áreas afins. O evento será realizado nas dependências da UNIOESTE, Câmpus Marechal Cândido Rondon, no período de 25 a 28 de setembro de 2012.

2. Inscrição de Comunicações
As comunicações deverão ser inscritas junto aos Simpósios Temáticos. Assim, a inscrição deverá indicar o Simpósio Temático da comunicação, dentre os cinco listados a seguir:
ST. Cultura. Compreende estudos das práticas culturais entendidas como espaços de vivência de relações sociais, de poder e de construção de sentidos, em suas diferentes formas de expressão. Ocupa-se da reflexão acerca de processos coletivos de construção de identidades – classe, gênero, étnicas, nacionais, regionais, dentre outras, além de problematizar questões com base em diferentes formas e interpretações de linguagens. Propõe-se ainda a investigar a constituição de espaços e territórios, a partir das experiências dos sujeitos sociais.
ST. Trabalho. Abarca processos históricos transcorridos no Brasil e na América Latina na contemporaneidade, no que se refere às diversas práticas dos sujeitos, coletivos e individuais, em suas diversas articulações com o social, na produção e transformação das relações de trabalho e das instituições. Apresentam-se como temas de interesse os movimentos constituídos pelos trabalhadores, as organizações partidárias e sindicais, as práticas cotidianas dos trabalhadores, no campo e na cidade, as construções de sentidos e significados por e sobre estes sujeitos, enquanto uma prática social, na historiografia e nas memórias.
ST. Poder. Reúne estudos das práticas sociais relacionadas ao Poder, abarcando aspectos diversos das relações estabelecidas entre os agentes sociais e no âmbito das mais variadas organizações e corporações da sociedade civil. Visa discutir a construção de hegemonias no âmbito da sociedade civil e da sociedade política e as disputas em torno do poder, abrangendo esferas diversas, como a gestação e a afirmação, a crítica e a contraposição de projetos sociais, as elaborações intelectuais e as políticas partidárias, a organização dos diferentes grupos e classe sociais, a constituição de aparelhos privados de hegemonia, o gerenciamento e a disseminação de ideologias e projetos sociais.
ST. História Intelectual. Fruto de uma realidade sócio-cultural específica, o intelectual, no sentido amplo do termo, encontra-se intimamente ligado a seu contexto histórico. Somente a particularidade desse contexto poderá revelar a singularidade desse intelectual. Este simpósio tem por objetivo também discutir pressupostos teóricos e metodológicos da e para a história intelectual e a história dos intelectuais. Assim, objetiva-se entender a posição assumida por atores e autores, que em diversas épocas da história, de alguma forma, interferiam no contexto que viviam e circulavam.
ST. História Gênero, corporalidade e sexualidade. Analisar historicamente a construção social das identidades feminina e masculina e a forma de relação social que se estabelece entre mulheres, entre homens e entre mulheres e homens, bem como as suas sexualidades e corporalidades. O debate vincula-se a questões que permeiam gênero, corporalidade, sexualidade e sua trajetória histórica – debate historiográfico – acerca da construção da categoria gênero e dos conceitos de sexualidade e corporalidade, bem como a reflexão sobre a desnaturalização das identidades femininas e masculinas, social e historicamente construídos. Promover a análise dos pressupostos teóricos e metodológicos usados para a construção da história das relações de gênero. Também propomos a análise da história da família e das mulheres no Brasil.
ST. História, Fronteiras e migrações. Contempla estudos das identidades e fronteiras culturais na dinâmica sociocultural de fronteira. A pluralidade, a intersubjetividade e a ambiguidade das identidades que caracterizaram as situações de contato são observadas em base a referência histórico-geográfica do espaço da formação social rio-platense, com ênfase na região de tríplice fronteira Brasil – Argentina – Paraguai. Este simpósio temático reúne ainda estudos e pesquisas do conjunto das formas de organização social e de condutas coletivas voltadas para o cultural, o político e o econômico, resultantes da produção social do espaço na região oeste do Paraná. Nesta dimensão os estudos que visam construir um referencial multidisciplinar de elementos teórico-práticos para a compreensão da complexidade regional bem como a difusão das experiências socioeconômicas e culturais historicamente produzidas no espaço social do Oeste do Paraná também são contemplados.
As comunicações deverão especificar os seguintes elementos: Proponente; Instituição a que se vincula; Título, Resumo (a ser publicado, com mínimo de 10 e máximo 15 de linhas, fonte Times New Roman 11, espaço simples, em arquivo do Word, contendo Objeto da Pesquisa; Problematização, Fontes e Metodologia e Conclusões); O resumo pode ser enviado por e-mail (o recebimento será acusado pela Comissão Organizadora).
Cada comunicação pode ter, no máximo, três autores, desde que seja apresentado conjuntamente por ambos. O orientador não deve ser considerado como co-autor. É imprescindível que a apresentação do trabalho seja feita pelo(s) próprio(s) autor(es).
Estudante de graduação poderá apresentar trabalho nas seguintes condições: 1) Trabalho de Conclusão de Curso ou monografia em vias de conclusão, identificando o orientador e com anuência deste; 2) Trabalho de Iniciação Científica em desenvolvimento, ou concluído há, no máximo, um ano, identificando o orientador; 3) Quando vinculado a projeto de pesquisa, como discente colaborador, identificando o projeto a que se vincula a comunicação e com anuência do coordenador do projeto. Não serão aceitas comunicações que não atendam os requisitos acima relacionados.
O texto final deverá ser enviado para o e-mail do evento (iiisimposionacionalhistoria@yahoo.com.br) até 28/09/2010, contendo de 8 a 12 páginas, espaço 1,5, fonte Times New Roman 12, em arquivo do Word, notas e indicações bibliográficas de rodapé, sem bibliografia final. O trabalho será publicado no sítio eletrônico do evento e nos Anais em DVD-ROM.

3. Proposição de Mini-Curso
Os mini-cursos terão carga horária de 4 (quatro) horas/aula, com temática ligada à área do Simpósio, voltando-se, no que se refere à abordagem e constituição do programa, para a formação de estudantes e de profissionais que atuem no Ensino Fundamental e Médio. O (s) proponente(s) deverá(ão) ter, no mínimo Mestrado. Não serão aceitas propostas com mais de dois proponentes. A proposta deve conter: Ementa, Objetivos, Programa, Metodologia e Bibliografia (20 a 30 linhas, Times New Roman 11, espaço simples, arquivo do Word). Os ministrantes dos mini-cursos não serão financiados pela organização do evento.

4. Programação
TERÇA-FEIRA, dia 25/09/2012.
18:00 – 19:30 – Inscrição e Credenciamento
19:30 – Mesa Redonda
QUARTA-FEIRA, dia 26/09/2012.
8:00 – Conferência de abertura
13:30 - Simpósios Temáticos
19h30 – Mesa Redonda
QUINTA-FEIRA, 27/09/2012.
8:00 – Simpósios Temáticos
13:30 – Mesa Redonda
19:30 – Mini-curso
SEXTA-FEIRA, 28/09/2012.
8:00 – Mesa Redonda
13:30 - Simpósios Temáticos
19h30 – Conferência de Encerramento.

5. Comissão Organizadora
Prof. Dr. Nilceu Jacob Deitos (Coordenador); Prof. Dr. Antonio de Pádua Bosi; Profª. Drª. Aparecida Darc de Souza; Profa. Ms. Carla Cristina Nacke Conradi; Profª. Drª. Carla Luciana Souza da Silva; Prof. Ms. Danilo Ferreira da Fonseca; Prof. Dr. Davi Félix Schreiner; Profª. Ms. Édina Rautenberg; Prof. Dr. Fábio Ruela; Profª. Drª. Geni Rosa Duarte; Prof. Dr. Gilberto Grassi Calil; Profª. Drª. Ivonete Pereira; Prof. Ms. Luis Fernando Guimarães Zen; Prof. Dr. Márcio Antônio Both da Silva; Prof. Dr. Marcos Luís Ehrhardt; Prof. Dr. Marcos Nestor Stein; Prof. Ms. Marcos Vinicius Ribeiro; Profª. Ms. Maria José Castelano; Prof.ª Méri Frotscher Kramer; Prof. Ms. Osnir Pereira Barbosa;Prof. Dr. Paulo José Koling; Prof. Dr. Rinaldo José Varussa; Prof. Dr. Robson Laverdi; Profª. Drª. Sarah Iurkiv Gomes Tibes Ribeiro; Profª Selma Martins Duarte; Profª. Drª. Sheille Soares de Freitas; Profª. Drª. Terezinha Corrêa Lindino; Prof. Dr. Vagner José Moreira; Prof. Dr. Valdir Gregory. Acadêmicos: Daniele Brocardo; Kellin Caroline Schöne; Shaieny Philippsen Cardoso; Jeniffer Balen Sanches; Vânia Inocêncio; Marília Lauther; Luana Milani Pradela; Marcos da Silva de Oliveira; Guilherme Dotti Grando; Lúcio Fellini Tazinaffo; Mayara Regina Fagundes.



6. Cronograma, Taxa de Inscrições e Contatos
Cronograma
Proposição de Comunicações e Mini-Cursos: de 02/07/2012 a 02/09/2012.
Prazo limite de pagamento para inscrições de comunicações: 03/09/2012.
Entrega do texto final: 28/09/2012 (por e-mail)
Inscrição de ouvinte: 02/07/2012 a 25/09/2012.
Divulgação dos aceites das comunicações: 14/09/2012.

Taxas de Inscrições
*Graduandos – (  ) ouvintes e mini-curso: R$ 10,00.
                         (  ) com apresentação de trabalho e mini-curso: R$20,00.
*Professores do Ensino Superior, do Ensino Fundamental e Médio (Professores PDE), pós-graduandos e demais participantes; ouvintes ou com apresentação de trabalho e mini-cursos: R$ 20,00.
Banco Itaú – Agência 2967 – C/C Nº 05315-4  Fundecamp
A ficha de inscrição, em anexo, poderá ser preenchida e remetida por e-mail, mas é indispensável informar os dados do pagamento (data, valor e número do protocolo) e apresentar o comprovante original do pagamento no momento do credenciamento.

 Contatos: E-mail: iiisimposionacionalhistoria@yahoo.com.br – Fone: (45) 3284-7863
Informações: http://www.unioeste.br/ [Unioeste Eventos]

7. Promoção e Apoios
Promoção: Colegiado do Curso de História; Programa de Pós-Graduação em História: Poder e Práticas Sociais.
Apoios: CNPq / Fundação Araucária / Caixa Econômica Federal / UNIOESTE – Campus de Marechal Cândido Rondon / Pró Reitoria de Extensão / Pró Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa / Centro de Ciências Humanas, Educação e Letras (CCHEL) / Núcleo de Pesquisa e Documentação sobre o Oeste do Paraná (CEPEDAL) / FUNDECAMP / Laboratório de Ensino de História (LEH) / Centro Acadêmico Zumbi dos Palmares.
AGRADECEMOS SE ESTA CHAMADA FOR DIVULGADA E
ENCAMINHADA A POSSÍVEIS INTERESSADOS.


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Atividade nos últimos dias:
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domingo, 3 de junho de 2012

Pesquisa analisa racismo na literatura de cordel

Pesquisa analisa racismo na literatura de cordel

Pesquisadora da Universidade Federal de Alagoas reflete sobre as questões étnico-raciais presentes na literatura

Fonte: Assessoria / Ufal 01/06/2012
Foto: Divulgação
Crodel
Cordel
A literatura de cordel é muito difundida no Nordeste brasileiro e se consititui em um registro importante das manifestações da cultura popular. Como retrato das relações sociais, principalmente nas cidades menos urbanizadas, no início do século 20, esse tipo de literatura revela os traços do racismo presentes no cotidiano e nas narrativas dos nordestinos.
Esse é o tema da pesquisa "Nordeste Brasileiro: A representação do Racismo à Brasileira dentro da Literatura de Cordel (1900-1950)", realizada pela aluna de especialização em História Social do Poder, Cinthia Roberta Santos. "Quero refletir sobre as questões étnico-raciais que estiveram presentes no processo de construção da identidade cultural de homens e mulheres sertanejos no início do século 20. Para tal análise, traçaremos um diálogo entre história e literatura, em que nos propomos a entender de que maneira o racismo à brasileira foi representado dentro da literatura de cordel", explica Cinthia.
A pesquisadora está na fase de levantamentos do arcabouço teórico e do material de análise. "Partiremos da premissa que o preconceito racial ao modo brasileiro é uma representação da elite oligárquica, mas em muitos aspectos é compartilhado pelas classes populares e reproduzido por meio de suas relações cotidianas. Em um segundo momento, refletiremos sobre as formas de resistência, porque não temos dúvidas de que os textos populares, se por um lado reproduzem o discurso do dominador, por outro representam a resistência cultural de uma comunidade, bem como seu imaginário, expondo sua maneira de pensar, sua reação diante de problemas e acontecimentos sociais", destaca a historiadora.
Cinthia Santos ressalta que o objetivo do projeto é compreender como esse discurso racista, presente na cultura dominante, é absorvido pelo povo e, desta forma, alimenta um imaginário social, no qual o indivíduo negro é visto como inferior. "Estamos analisando como os cordéis, impressos e cantados em feiras populares de várias cidades do Nordeste, definem a imagem do negro. Tambem queremos compreender, por meio da desconstrução dos discursos dos cordelistas do inicio do século 20, como a ideologia racista construída pelas ciências sociais do período circulou nos meios populares, e como foi apropriada por essa camada da população", detalha a pesquisadora.
De acordo com a pesquisadora, o racismo presente nas elites brasileiras é declarado. Em várias circunstâncias, o racismo reproduzido pelas classes populares e até mesmo pelos negros, tem um efeito muito mais nocivo para a autoestima desta população. Por isso, a pesquisadora não quer apenas se deter sobre o problema, mas também avaliar as formas de superação. "Se, por um lado, estaremos atentos à acomodação desse discurso racista às falas populares, ao seu imaginário, por outro, procuraremos pelas resistências, pelas formas imaginativas pelas quais essa população buscou enfrentar os problemas raciais", pontua Cinthia.
Análise do discurso
Na primeira etada da pesquisa, Cinthia analisa o discurso dos autores como Heinrich Handelmann, Domingos José Nogueira Jaguaribe Filho, Pierre Danis, Romero Silvio, João Batista Lacerda, Nina Rodrigues, Arthur Ramos e Euclides da Cunha, Joaquim Nabuco, entre outros historiadores, romancistas e pesquisadores que retrataram esse período inicial do século 20 e foram observadores atentos das relações sociais e dos conflitos de poder, muitas vezes, embasando teoricamente o discurso de inferioridade da raça negra."De posse dessas análises, partiremos para o mapeamento das obras de literatura de cordel desse período, que em seus discursos deixaram vestígios de racismo. Ou seja, aqueles que na sua estrutura e composição estão inseridos o imaginário sobre o homem e a mulher negra, sobre sua cultura e valores", relata Cinthia sobre a pesquisa.
A literatura de cordel é, ainda hoje, muito presente no cotidiano das classes populares do Sertão nordestino. Basta andar pelas feiras do interior do Estado para constatar que os versos ainda são vendidos em formas de pequenos livretos e muitas vezes também declamados para o público que circula na feira. As pessoas param, escutam, e gostam das narrativas. No período analisado pela pesquisadora, então, essa relação era ainda mais forte. Os cordéis eram praticamente a única forma de divulgar informações e acontecimentos que alcançava as camadas populares. "O período de 1900 a 1950 é um campo de pesquisa muito rico para a apreciação dos mecanismos de construção da ideologia racista e do seu processo de inclusão no imaginário popular", ressalta Cinthia Santos.
Segundo a pesquisadora, essa forma de literatura circulou mais de um século apenas na forma oral. "Pela aceitação do cordel nas classes populares, ele é entendido por nós como um jogo de espelho, já que a profunda interação com o meio social registra muito bem os pensamentos, acontecimentos e preconceitos circulantes na época. Nesse sentido, o cordel nos ajudará a desconstruir, dentro das falas e do imaginário popular, o discurso linear e pacificador do mito da democracia racial, da cordialidade e da integração da sociedade brasileira, que escamotea as desigualdades sociais e étnico-raciais", critica a historiadora.
Racismo disfarçado e cotas
A pesquisadora ressalta que esse estudo é importante, principalmente porque no Brasil o racismo é "disfarçado". Numa sociedade mestiça, não se assume publicamente o preconceito racial, mas ele existe. "Trazer a discussão sobre o racismo à brasileira é desconstruir o discurso da cordialidade racial no Brasil. Questionamos como um País que se diz democrático, onde a maioria da população se declarou preta ou parda no último censo, ainda se perpetuam profundas desigualdades, já que essa maioria vive em extrema pobreza, com baixa escolaridade, com muitos desempregados, o maior contingente de presidiários. São as principais vítimas de homicídios e outros crimes violentos, além de terem uma expectativa de vida inferior à dos brancos. Portanto, é pertinente perguntar se o individuo negro tem lugar nessa sociedade contemporânea e por que ainda continuamos com o discurso da democracia racial?", critica a pesquisadora.
Para Cinthia, a retomada da discussão dentro do ensino superior brasileiro sobre o racismo abre inúmeras questões sobre as relações étnico-raciais no Brasil. "Esse é um debate que estava silenciado quase que totalmente ao longo de todo o século 20. Entre tantas questões conflitivas, revela-se agora o quanto nossa classe acadêmica esteve inacessível à proposta de inclusão racial", pondera ela.
A historiadora destaca ainda que a nossa Constituição coloca a discriminação racial como um crime inafiançável, mais um motivo pelo qual o racismo permanece disfarçado. "Nas rodas de amigos, falamos do horror ao racismo e admitimos publicamente que o Brasil é um país racista . Tal contradição indica que nosso racismo é velado e, nem por isso, menos perverso. Um exemplo é o questionamento contra as cotas raciais em universidades públicas para negros, que demonstra o medo das elites em perder a hegemonia dentro da sociedade brasileira", denuncia a pesquisadora
Olhar sobre a própria história
Além das motivações acadêmicas, Cinthia Santos tem uma trajetória pessoal que a estimula nessa pesquisa. Aluna da escola pública de Alagoas, ela passou por um ensino precário, com deficiências principalmente em matérias como Física e Matemática, porque faltavam professores. Quando terminou o ensino médio na escola Laura Dantas, no Cepa, em 2003, tentou fazer o vestibular para o curso de Ciências Sociais, mas foi reprovada. Como tantos jovens das classes populares, Cinthia desistiu de colocar o ensino superior como meta. "Tive que trabalhar, pois eu não tinha condição de pagar um cursinho e ficar me preparando para o vestibular; cheguei a pensar que universidade não era para mim. Passei de 2003 a 2006 trabalhando como camelô no Centro da cidade. Foi, quando surgiu o sistema de cotas, e o meu irmão, que fazia parte do movimento negro, me convenceu a fazer o vestibular novamente, dessa vez pela cotas", conta Cinthia.
O estímulo do irmão, que passou no vestibular da Ufal, em 2005, no início do sistema de cotas, foi decisivo para Cinthia. "Sérgio sempre foi uma pessoa politizada e engajada no movimento. Ele foi minha principal inspiração, porque desde criança trabalhou e nunca desistiu de fazer universidade. Na minha família, ele foi o primeiro a cursar o ensino superior. Lembro que, na época em que ele fez o vestibular, a concorrência pelas cotas estava maior do que pelo sistema normal. Foi uma conquista de todos quando ele foi aprovado", narra a estudante universitária.
No ano seguinte, em 2006, Cinthia fez o vestibular para História e foi aprovada. "Entrei na universidade, deixei de trabalhar no Centro como camelô. Logo no primeiro ano, consegui bolsa permanência e daí não parei, sempre tive bolsas, de Pibic, monitoria, bolsa trabalho. Tive boas notas, tirei 10 no meu TCC e colei grau ano passado. Passei na seleção para a especializaçõa em História Social do Poder, concorrendo com mais de cem inscritos, em que foram selecionadas 16 pessoas, e eu estou entre elas", diz orgulhosa a pesquisadora. "Acredito que o sistema de cotas é fundamental para ampliar o acesso à universidade, dando oportunidade a pessoas que, como eu, tiveram uma formação deficiente na escola pública", defende ela.
Esta defesa das cotas e a participação do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab) pautam a vida acadêmica da pesquisadora. "As cotas são uma retratação do governo federal por séculos de discriminação com essa população negra, que estuda em escolas públicas com ensino precário e que por muito tempo foi excluída da sociedade. Quem conhece a história do Brasil, sabe que é impossivel ser contra essa política de inclusão social. Os discursos que vemos contra as cotas são claramente racistas e partem de uma elite que teme as mudanças que podem ser gestadas por uma classe popular educada e consciente", conclui Cinthia.


Atividade nos últimos dias:
    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

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O humor na obra de Noel Rosa


"Sambista da Vila Isabel" introduziu um tipo de ironia em suas canções que influenciou gerações de compositores da música popular brasileira, avalia pesquisa
 

O humor na obra de Noel Rosa

31/05/2012
Por Elton Alisson
Fonte: Agência FAPESP – As letras de sambas emblemáticos de Noel Rosa (1910-1937), como Com que roupa?, Malandro medroso e Gago apaixonado, são carregadas de um tipo de humor e ironia fina que fizeram escola na música popular brasileira.
Enquanto em outros sambas clássicos e marchinhas de carnaval de compositores contemporâneos e parceiros de Noel Rosa, como Braguinha (1907-2006) e Lamartine Babo (1904-1963), as agruras da vida são tratadas em tom de deboche, nas canções do Noel Rosa, o "poeta de Vila Isabel", a falta de trabalho e dinheiro ou as dores do amor despertam um riso que ao mesmo tempo é a expressão de uma dor. São músicas com uma carga de autoironia que sugere desprezo pelos valores dominantes na sociedade da época, com um resquício de amargura.
As marcas e o legado da obra de um dos maiores e mais importantes compositores da música brasileira são analisadas no livro Noel Rosa – o humor na canção, lançado no início de maio com apoio da FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Publicações.
Resultado de um trabalho de doutorado realizado por Mayra Pinto na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), com Bolsa da FAPESP, o livro aborda como a obra de Noel Rosa é calcada em um tipo de autoironia que até então não havia nas canções populares.
"O eixo da obra de Noel é uma figura ambígua o tempo todo, que diz sem dizer, que brinca de dizer", disse Mayra, autora da pesquisa e do livro à Agência FAPESP.
"Ele se apropriou da ginga do malandro, no sentido filosófico, e criou o personagem de um sambista frágil e vagabundo, sem forças, dinheiro e reconhecimento que, por outro lado, é capaz de criticar, colocar o dedo na ferida e dizer que não está interessado nos valores dominantes do trabalho, da moral e outros, da sociedade", disse.
Em Com que roupa, seu primeiro samba gravado, por exemplo, o compositor se apresenta como um malandro que não tem dinheiro sequer para vestir uma roupa adequada para ir à roda de samba devido à crise financeira mundial de 1929.
Já em Filosofia, ele se queixa da incompreensão do mundo à respeito de sua condição de sambista e relata sua estratégia para lidar com essa dor em versos como: "Mas a filosofia/ Hoje me auxilia/ A viver indiferente assim/ Nesta prontidão sem fim/ Vou fingindo que sou rico/ Para ninguém zombar de mim".
"Noel Rosa trabalha o tempo inteiro com a ambiguidade, que talvez seja a marca mais profunda de sua obra e que permite disfarçar a crítica, dizendo de uma forma humorada aquilo que em um discurso sério não poderia ser dito", disse Mayra Pinto.
De acordo com a pesquisadora, o compositor fez o tipo de discurso crítico de suas músicas justamente pela via do humor e da ironia, diferentemente da década de 1960, quando surgiram as músicas de protesto. Ele se tornou pioneiro na utilização do recurso da ironia por conta de sua competência poética.
"Noel Rosa conseguiu construir estruturas poéticas carregadas de ironia porque dominava muito bem o discurso coloquial, que só a partir da geração dele entrou, de fato, como uma marca linguística de primeira grandeza na canção", disse a autora do livro.
Ao lado dos modernistas
Segundo Mayra, as mesmas categorias discurssivas identificadas na canções principalmente do fim da década de 1920 e início da seguinte – como o discurso coloquial e as várias categorias do humor, entre as quais a ironia – também podem ser encontradas nas obras iniciais dos escritores modernistas brasileiros, como Mário de Andrade (1893-1945), Oswald de Andrade (1890-1954) e Manuel Bandeira (1886-1968).
"Há um preconceito de achar que somente a cultura erudita é que pensa sobre o mundo e a cultura popular não. E a obra do Noel Rosa, que era um compositor culto, está aí para comprovar que a cultura popular, sobretudo a canção, também é um lugar reconhecido de reflexão", comparou.
Em seu pós-doutorado, Mayra pretende comparar as obras Alguma poesia e O Brejo das almas de Carlos Drumond de Andrade (1902-1987) com algumas canções de Noel Rosa. "Eles fundaram um mesmo sujeito lírico na cultura brasileira", disse.

Seminário Patrimônio, Memória e Identidade Negra



Seminário Patrimônio, Memória e Identidade Negra

De 13 a 16 de junho
UFF - Campus do Gragoatá - Faculdade de Educação
O Pontão de Cultura do Jongo e do Caxambu convida para o Seminário
Patrimônio, Memória e Identidade Negra, entre os dias 13 a 16 de junho de
2012, na UFF. No dia 13, teremos uma Roda de Jongo na Praça do Rink, de
16h30min às 17h30min, e a cerimônia de abertura, no Teatro Municipal,
seguida do lançamento do filme X Encontro de Jongueiros, realizado pelo
Observatório Jovem/UFF e pelo Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu. Após a
exibição do filme, haverá a conferência Avanços e Limites da Política de
Patrimônio Imaterial: balanço de uma década, proferida pela Diretora do
Departamento de Patrimônio Imaterial do IPHAN, Sr.ª Célia Corsino.
Entre os dias 14 e 16 de junho, as atividades acontecerão no Campus do
Gragoatá, no Auditório Florestan Fernandes e na Sala Paulo Freire, ambos na
Faculdade de Educação, além de atividades culturais que acontecerão no
pilotis do prédio ao longo do dia. Na noite de sexta-feira, dia 15 de junho,
teremos a III Noite do Jongo, com uma grande roda com 64 lideranças
jongueiras das 16 comunidades da região sudeste que integram o Pontão de
Cultura do Jongo/Caxambu.

Para maiores informações sobre o seminário, por favor, acesse:
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