Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

terça-feira, 22 de maio de 2018

ANPUH-Rio - XVIII Encontro de História, Encontro Internacional: História & Parceria.

ANPUH-Rio - XVIII Encontro de História, Encontro Internacional: História & Parceria.

Apresentação


Várias parcerias ficaram consagradas no século XX. Relembrá-las talvez nos ajude a pensar no significado de companhia. A música Garota de Ipanema, composta por Tom Jobim e Vinicius de Morais tornou-se uma das canções mais tocadas no mundo. É difícil encontrar alguém que não saiba cantá-la. O bêbado e a equilibrista, por sua vez, de João Bosco e Aldir Blanc, lavou a nossa alma, reprimida nos anos de chumbo da ditadura. O que dizer da popular novela Guerra dos sexos, onde Fernanda Montenegro e Paulo Autran contracenaram em cenas memoráveis de comédia, realizadas por dois gênios do teatro? No mundo das artes, as parcerias transformam-se muitas vezes em eventos inesquecíveis, nos fazendo acreditar que o ato de criar pode ser ainda mais iluminado com a luz de outrem.
Por razões ainda desconhecidas, as parcerias acadêmicas nas áreas de humanas não são tão bem vistas. Aqui não é o lugar para refletir sobre as tentativas de imposição de um conhecimento sobre o outro, nem mesmo repensar o papel dos órgãos de fomento no desestímulo às ações compartilhadas. Nem mesmo devemos desnudar os constrangimentos provocados por aqueles que transitam entre fronteiras, assumindo o risco de conhecer e reconhecer a produção acadêmica de uma outra área que não a História.
O que dizer então das parcerias entre a História e os movimentos sociais, das questões que envolvem o engajamento do historiador em tempos tão desafiadores? Prepotência, retrocesso, desesperança? Não, talvez seja apenas o medo de sair da zona de conforto e, em parceria, aprender e/ou reaprender com o outro.
Todos nós temos algo a dizer. Compartilhar saberes, estimular parcerias entre a História e suas colegas da grande área de Humanas é o desafio deste encontro da ANPUH-Rio que, ousadamente, produziu também o primeiro Encontro Internacional: História & Parceria. Convidamos a todos a ir em busca de novas parcerias, assumindo o risco de aprender um pouco mais.
Essa reflexão norteará os trabalhos do XVIII Encontro de História, promovido pela Anpuh-Rio, em parceria com a Universidade Federal Fluminense entre os dias 23 e 27 de julho de 2018. O evento será realizado no Instituto de História, no Campus do Gragoatá, na Universidade Federal Fluminense.

MAIORES INFORMAÇÕES CLIQUE NO LINK ABAIXO


Several partnerships got consecrated in the 20th century. Remembering them might help us think about the meaning of company. The song Garota de Ipanema [Girl from Ipanema], by Tom Jobim and Vinicius de Moraes, became one of the most played songs in the world. It is hard to find someone who does not know how to sing it. Another song, O bêbado e o equilibrista, by João Bosco and Aldir Blanc, washed our souls repressed by the iron years of the dictatorship. What can we say about the popular soap opera Guerra dos Sexos in which Fernanda Montenegro and Paulo Autran starred in legendary comedy scenes, brought to life by two theater geniuses? In the art world, partnerships often become unforgettable events leading us to believe that the creation act can be even more illuminated by the light of someone else.
For reasons still unknown, academic partnerships in humanities are frowned upon. Here is not the place to reflect the attempts to impose a knowledge over the other, not even to rethink the role of fostering organizations in the discouragement of shared actions. We also should not unveil the embarrassments provoked by those who wander between borders, taking the risk to know and recognize the academic production of an area different from History.
What to say then about the partnerships between History and social movements, about the questions that enclose the engagement of the historian in such challenging times?  Is it arrogance, regression, hopelessness? No, maybe it is just the fear of leaving the comfort zone and, together, learn and/or relearn with the other.
We all have something to say. To share knowledge, stimulate partnerships between History and its colleagues from the big field of Humanities is the challenge of this ANPUH-Rio meeting which outrageously also produced the first Encontro Internacional: História & Parceria. We invite you all to search for new partnerships, taking the risk of learning a little more.
This reflection will guide the works of XVIII Encontro de História promoted by ANPUH-Rio in partnership with the Universidade Federal Fluminense between July 23rd and July 27th, 2018. The event will be held in the Instituto de História in the Gragoatá Campus of the Universidade Federal Fluminense (Niterói, Rio de Janeiro, Brazil).
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segunda-feira, 14 de maio de 2018

LIVRO SOBRE A HISTÓRIA PLUGADA E ANTENADA.

  Prezados(as) colegas,
        Em atenção a solicitação do Prof. Dr. Áureo Busetto, organizador do livro História plugada e antenada, divulgo a mensagem abaixo.
        Abraços.       
Adalberto Paranhos
Professor do Instituto de Ciências Sociais
e do Programa de Pós-graduação em História
Universidade Federal de Uberlândia
Pesquisador do CNPq


Editor de ArtCultura: Revista de História, Cultura e Arte.

LIVRO SOBRE A HISTÓRIA PLUGADA E ANTENADA,

     Já está à disposição de todos os interessados o livro História plugada e antenada: estudos históricos sobre mídias eletrônicas no Brasil, organizado pelo historiador Áureo Busetto, da Unesp-Assis, e publicado pela Appris Editora, de Curitiba. Dividido em três partes (Mídias eletrônicas e música, História da televisão: do regional ao internacional e História e televisão: perspectivas de pesquisas), ele reúne colaborações de pesquisadores dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, ligados, entre outras instituições, à UFU, Unesp-Franca, Unesp-Assis, UFMS-Aquidauana, UEL, Universidade do Sagrado Coração, Udesc e UFSJ.
     Seguem, abaixo, a capa e o sumário.


SUMÁRIO
PARTE I
MÍDIAS ELETRÔNICAS E MÚSICA .................................................................................11
1 - O CERCO DO SILÊNCIO E AS VOZES DESTOANTES NO SAMBA NO
TEMPO DO “ESTADO NOVO” ........................................................................................13
Adalberto Paranhos
2 - VANGUARDA E MÚSICA POPULAR: UMA REFLEXÃO SOBRE A
VANGUARDA PAULISTA ...................................................................................................33
José Adriano Fenerick
3 - VIOLÊNCIA SOB E SOBRE O ROCK NA MÍDIA – BRASIL E
PORTUGAL .................................................................................................................... 51
Paulo Gustavo da Encarnação
4 - SAMBA NA COLEÇÃO HISTÓRIA DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA:
DO ESTÁCIO AO SAMBA-CANÇÃO ...............................................................................69
Vanessa Pironato Milani
5 - PROGRAMAS MUSICAIS NA TV BRASILEIRA: BREVE PANORAMA
(1964-1985) ........................................................................................................................93
Rafael Paiva Alves
PARTE II
HISTÓRIA DA TELEVISÃO: DO REGIONAL AO INTERNACIONAL .................115
1 - POR UMA MIRADA INTERNACIONAL NA HISTÓRIA DA TV NO
BRASIL .......................................................................................................................... 117
Áureo Busetto
2 - EMISSORAS TELEVISIVAS DE CAMPO GRANDE (MS) − ALGUNS
APONTAMENTOS SOBRE FONTES E A PRODUÇÃO ACADÊMICA .................137
Edvaldo Correa Sotana3 - HISTÓRIA DAS CONCESSÕES DE TELEVISÃO NO PARANÁ: POUCOS
REGISTROS, MUITA POLÍTICA .....................................................................................155
Osmani Ferreira da Costa
4 - HISTÓRIA POLÍTICA COMPARADA DA TELEVISÃO: A FUNDAÇÃO
CENTRO BRASILEIRO DE TELEVISÃO EDUCATIVA E O CANAL 13
MEXICANO ...........................................................................................................................181
Eduardo Amando de Barros Filho
5 - O PAPEL EDUCATIVO DA TELEVISÃO NO BRASIL E NA FRANÇA:
ITINERÁRIO DE UM CONCEITO ...................................................................................197
Wellington Amarante Oliveira
PARTE III
HISTÓRIA E TELEVISÃO: PERSPECTIVAS DE PESQUISAS ................................211
1 - A COBERTURA TELEVISIVA DA REDE GLOBO − UM CONTRAPONTO
NECESSÁRIO NO VÍDEO “UM DIA NUBLADO: O CINEMA NAS GREVES DO
ABC” .......................................................................................................................................213
Rafael Rosa Hagemeyer
2 - FONTES TELEJORNALÍSTICAS NOS DOMÍNIOS DE CLIO: NOTAS
METODOLÓGICAS .............................................................................................................247
Cássia Louro Palha
3 - DOS PALCOS À TELINHA DA TV: A TRAJETÓRIA DE O BEM-AMADO .........267
Emilla Grizende Garcia
OS AUTORES ................................................................................................................285

Ambigüidades brasileiras sobre o 13 de Maio

Fonte: Filosofia Social e Positivismo



A comemoração do 13 de maio é algo bastante problemático no Brasil atual.

Muitos sociólogos e historiadores afirmam que o Brasil tem uma espécie de amnésia a respeito da escravidão; pode ser, mas com certeza temos uma profunda "má consciência" disso, isto é, é uma lembrança profundamente incômoda, desagradável; é uma chaga que nos persegue.

Essa "má consciência" pode ser entendida de duas formas: (1) ou uma tentativa de simplesmente apagar o passado e fingir que esse passado não ocorreu; (2) ou uma forma de impulsionar mudanças efetivas no presente, para o futuro, a fim de corrigir erros e problemas anteriores.


É claro que essas duas formas da "má consciência" não são necessariamente excludentes entre si, embora elas possam, de fato, separarem-se.

Quando sociólogos e historiadores afirmam a "amnésia" a respeito da escravidão, eles insistem na primeira possibilidade, deixando implícita ou em segundo plano a segunda possibilidade.

Mas, ao mesmo tempo, como é sabido, o 13 de maio acarretou a libertação dos escravos, mas não a integração dos ex-escravos à sociedade em termos sociais e políticos; eles tornaram-se livres, mas não se tornaram cidadãos.

É claro que essa lacuna aumenta dramaticamente o peso que a escravidão tem sobre o Brasil e sobre a memória coletiva sobre ela.

Os positivistas brasileiros, desde 1881 (fundação da Igreja Positivista do Brasil), passando por 1888 (Abolição da Escravidão), mas ainda mais após 1889 (Proclamação da República), envidaram os maiores esforços para, inicialmente, acabar com a escravidão e, em seguida, incorporar os ex-escravos - aliás, de modo geral, todos os "excluídos" - à sociedade, como cidadãos respeitados, valorizados e produtivos. Sinal inequívoco disso foi o estabelecimento, em 1890, do dia 13 de maio como feriado dedicado à confraternização de todos os brasileiros

Enfim, a ambigüidade brasileira a respeito do dia 13 de maio aumenta ainda mais quando se constata que os movimentos negros atuais criticam as limitações do 13 de maio - críticas que, nesse sentido, são corretas e mesmo necessárias - para realizarem de uma única vez inúmeras ações daninhas para o país: (1) negam a importância da abolição da escravidão; (2) afirmam o particularismo negro (por meio da "consciência negra"); (3) estimulam o racismo (seja por meio do "racismo reverso", isto é, dos "negros" contra os "brancos", seja por meio da separação da sociedade brasileira entre "negros" e "brancos") e (4) como suposta solução para esses problemas, afirmam a validade, a legitimidade e a eficácia do "racismo reverso" e dos privilégios baseados na raça (as "ações afirmativas", que institucionalizam o racismo de Estado).

Em suma, a comemoração do 13 de maio no Brasil é problemática porque ela recorda-nos de uma gigantesca nódoa em nossa história. O impulso geral básico no Brasil é por esquecermos essa nódoa, em vez de usarmos a vergonha do passado para melhorarmos o presente e o futuro; por fim, os ativistas sociais contemporâneos pretendem que o melhor curso de ação é aquele que, conscientemente, aumenta o racismo, em vez de diminuí-lo; que cria privilégios, em vez de aumentar a cidadania.

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