Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Chamada de artigos - Revista Perspectiva Histórica

Revista Perspectiva Histórica - Próxima edição, prevista para o segundo semestre de 2017, cujo tema será "Biografias e Trajetórias".

Revista Perspectiva Histórica - http://perspectivahistorica.com.br - é uma revista semestral, cujo objetivo é discutir criticamente temas relevantes para a sociedade brasileira, funcionando como um canal de diálogo entre a produção acadêmica e um público mais amplo. 

Procuramos, também, articular diferentes espaços de produção de conhecimento, contando com a participação de autores renomados e novos pesquisadores que apresentem uma produção de qualidade em seus respectivos campos de estudos.

Nossa periodicidade é semestral, e publicamos artigos, entrevistas e resenhas críticas, inéditos, na área de humanas.

Gostaríamos de convidar você para participar da nossa próxima edição, prevista para o segundo semestre de 2017, cujo tema será "Biografias e Trajetórias".

Segue o link com as normas para publicação:


O prazo para o envio do artigo é 01 de maio de 2017. Os artigos deverão ser enviados para o e-mail perspectivahistorica.biografia@gmail.com

Atenciosamente,

Equipe Perspectiva Histórica

-- 

Fabrício Augusto Souza Gomes

"Onde o homem passou e deixou marca de sua vida e inteligência, aí está a História". (Fustel de Coulanges)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Simpósio Nacional de História 2017 (Brasília-DF)


Simpósio Nacional de História 2017 (Brasília-DF)

O próximo Simpósio Nacional de História Contra os preconceitos: História e Democracia será realizado em Brasília-DF, entre os dias 24 e 28 de julho de 2017. As inscrições para apresentação de trabalhos podem ser feitas até 06/03/2017 no site do evento: www.snh2017.anpuh.org
Abaixo, listamos os Simpósios Temáticos coordenados por professores ou pesquisadores do Estado do Rio de Janeiro:

ST 004 - A História Global: métodos, abordagens e historiografia

Coordenadores:
Marco Aurélio Ferreira da Silva (Universidade Estadual do Ceará), Monique Sochaczewski Goldfeld (Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME))

ST 005 - A História Militar: contra o preconceito, saberes e práticas científicas

Coordenadores:
Francisco Eduardo Alves de Almeida (Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas - Universidade de Lisboa), Ricardo Pereira Cabral (Escola de Guerra Naval)

ST 010 - África: pluralismo histórico e temático (do século XI à primeira metade do século XIX)

Coordenadores:
Monica Lima e Souza (UFRJ), Roquinaldo Ferreira (Brown University)

ST 011 - Anarquismo em questão: conceitos, práticas e trajetórias.

Coordenadores:
Angela Maria Roberti Martins (UERJ / UNIGRANRIO), José Damiro de Moraes (UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO / UNIRIO)

ST 013 - Arquivos como objeto de pesquisa: representações, configurações e usos

Coordenadores:
Letícia Borges Nedel (UFSC), Luciana Quillet Heymann (Fundação Getulio Vargas/CPDOC)

ST 015 - As Américas do século XVI ao XVIII: conexões entre o local e o global

Coordenadores:
Luis Guilherme Assis Kalil (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), Luiz Estevam de Oliveira Fernandes (ICHS-UFOP)

ST 016 - As condições históricas das legislações sobre o Patrimônio Cultural

Coordenadores:
Joana D'arc Fernandes Ferraz (Universidade Federal Fluminense), Yussef Daibert Salomão de Campos (Universidade Federal de Goiás)

ST 017 - As sensibilidades na história: artes, ciências e pensamento

Coordenadores:
Antonio Herculano Lopes (FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA), Nadia Maria Weber Santos (IHGRGS)

ST 018 - Caminhos da política no Império do Brasil

Coordenadores:
Adriana Pereira campos (Ufes), Marcello Otávio Neri de Campos Basile (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)

ST 024 - Dimensões da desordem em colônias: contrabando, descaminhos e heterodoxias religiosas

Coordenadores:
Adriana Romeiro (Universidade Federal de Minas Gerais), Paulo Cavalcante (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro)

ST 025 - Direitas, História e Memória

Coordenadores:
Janaina Martins Cordeiro (Universidade Federal Fluminense), Odilon Caldeira Neto (Universidade Federal do Rio Grande - FURG)

ST 027 - E/Imigrações: histórias, culturas, trajetórias

Coordenadores:
Frederico Alexandre de Moraes Hecker (Unesp), Ismênia Maria de Lima Martins (PPGH-UFF)

ST 028 - Educação democrática e ensino de história: potenciais e perigos das novas propostas de reforma educacional

Coordenadores:
Fernando de Araujo Penna (Universidade Federal Fluminense), Fernando Seffner (UFRGS)

ST 029 - Ensino de História e as lutas entre narrativas: políticas, saberes e práticas

Coordenadores:
Ana Maria Ferreira da Costa Monteiro (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Helenice Aparecida Bastos Rocha (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

ST 033 - Estado, democracia e movimentos sociais no mundo contemporâneo.

Coordenadores:
Eduardo Scheidt (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), Tatyana de Amaral Maia (PUC-RS)

ST 034 - ESTADOS UNIDOS: sociedade, política e cultura (XVIII ao XXI)

Coordenadores:
Flávio Limoncic (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), Mary Anne Junqueira (Departamento de História - USP)

ST 037 - Gramsci na Pesquisa Histórica (séculos XIX, XX E XXI)

Coordenadores:
Antônio Cláudio Barbosa Rabello (Universidade Federal de Rondônia), Sonia Regina de Mendonça (UFF)

ST 038 - GT História da Saúde e das Doenças

Coordenadores:
Dilene Raimundo do Nascimento (Fundação Oswaldo Cruz/Casa de Oswaldo Cruz), Rita de Cássia Marques (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS)

ST 040 - Habitação e direito à cidade: favelas, subúrbios, periferias e assentamentos informais no Brasil

Coordenadores:
Mauro Henrique de Barros Amoroso (UERJ/FEBF), Rafael Soares Gonçalves (PUC-Rio)

ST 043 - História Ambiental: ciência, tecnologia e o mundo natural

Coordenadores:
Diogo de Carvalho Cabral (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Ely Bergo de Carvalho (UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS)

ST 045 - História Ambiental: o Antropoceno, desastres e biodiversidadeHistória Ambiental: o Antropoceno, desastres e biodiversidade

Coordenadores:
Eunice Sueli Nodari (Universidade Federal de Santa Catarina), Lise Fernanda Sedrez (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

ST 047 - História da Educação: culturas, práticas e representações

Coordenadores:
Carlota Boto (Faculdade de Educação da USP), Washington Dener dos Santos Cunha (UERJ)

ST 048 - História da loucura, da psiquiatria e das instituições de assistência.

Coordenadores:
Ana Teresa Acatauassú Venancio (Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz), Yonissa Marmitt Wadi (Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE)

ST 057 - História e Memória do Turismo

Coordenadores:
André Barcelos Damasceno Daibert (Universidade Federal de Juiz de Fora), Valeria Lima Guimarães (Universidade Federal Fluminense)

ST 058 - História Econômico-Social nos séculos XIX, XX e XXI: diálogos interdisciplinares entre História, Economia e Relações Internacionais.

Coordenadores:
Almir Pita Freitas Filho (Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ), Leonardo Leonidas de Brito (Colégio Pedro II)

ST 063 - História Política: conceitos, métodos e suas múltiplas experiências

Coordenadores:
Américo Oscar Guichard Freire (FGV/CPDOC), Carla Brandalise (UFRGS)

ST 064 - História Rural: debates, conceitos e pesquisas

Coordenadores:
Francivaldo Alves Nunes (Universidade Federal do Pará), Marina Monteiro Machado (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

ST 065 - História, cinema e televisão: espaços de construção da memória

Coordenadores:
Eduardo Victorio Morettin (Universidade de São Paulo), Mônica Almeida Kornis (CPDOC/FGV)

ST 071 - Ideias em construção: produção, circulação e recepção de ideias por meio dos impressos e livros no Oitocentos - Um espaço de debates para a Sociedade de Estudos dos Oitocentos

Coordenadores:
Beatriz Pìva Momesso (Universidade Federal Fluminense), Monique de Siqueira Gonçalves (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

ST 072 - Igreja, Sociedade e Poder na Idade Média

Coordenadores:
Paulo Duarte Silva (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Renata Cristina de Sousa Nascimento (UFG (Campus de Jataí)/UEG/PUC-GO)

ST 074 - Imagens da Morte: historicidades e historiografias

Coordenadores:
Cláudia Rodrigues (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO), Mauro Dillmann Tavares (Universidade Federal do Rio Grande - FURG)

ST 076 - Impérios Ibéricos no Antigo Regime: política, sociedade e cultura

Coordenadores:
Carmen Margarida Oliveira Alveal (UFRN), Fabiano Vilaça dos Santos (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

ST 077 - Imprensa e circulação de ideias: o papel dos periódicos nos séculos XIX e XX

Coordenadores:
Isabel Lustosa (Fundação Casa de Rui Barbosa), Tania Regina de Luca (UNESP)

ST 078 - Inquisição, clero e conexões religiosas no mundo ibérico e colonial

Coordenadores:
Angelo Adriano Faria de Assis (Universidade Federal de Viçosa), Yllan de Mattos (Universidade Estadual Paulista -UNESP)

ST 079 - Instituições, experiências e trajetórias militares: diálogos entre práticas políticas e história social (1750-1889) - SEO.

Coordenadores:
Adriana Barreto de Souza (UFRuralRJ), José Iran Ribeiro (UFSM)

ST 081 - Intolerâncias: História do Poder, Ideias e Sentimentos Políticos

Coordenadores:
Gizlene Neder (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE), Marcia Baros Ferreira Rodrigues (Universidade Federal do Espírito Santo)

ST 083 - Marxismo e História 1: capitalismo, imperialismo, democracia e preconceitos

Coordenadores:
Gelsom Rozentino de Almeida (UERJ), Virginia Fontes (Universidade Federal Fluminense e EPSJV/FIOCRUZ)

ST 086 - Movimento estudantil e universidades em contextos autoritários: memórias, resistências e repressão.

Coordenadores:
Angelica Müller (Universidade federal Fluminense), Pedro Ernesto Fagundes (UFES- Universidade Federal do Espírito Santo)

ST 091 - Mundos do Trabalho: política e democracia

Coordenadores:
Paulo Fontes (CPDOC/FUNDAÇAO GETULIO VARGAS), Vinícius de Rezende (Universidade Federal da Bahia)

ST 094 - Nas tramas do Estado: arquivo, memória e cultura nas políticas públicas brasileiras

Coordenadores:
Aline dos Santos Portilho (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Lucina Ferreira Matos (Fundação Oswaldo Cruz)

ST 095 - Novos Percursos e Reconfigurações: abolição, abolicionismos e pós-emancipação

Coordenadores:
Flavio dos Santos Gomes (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Maria Helena Pereira Toledo Machado (FFLCH/USP)

ST 103 - Patrimônio, memória e cidadania.

Coordenadores:
Janice Gonçalves (UDESC), Márcia Regina Romeiro Chuva (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO)

ST 108 - Pós-abolição: racialização, memórias e protagonismos negros

Coordenadores:
Álvaro Pereira do Nascimento (UFRRJ - IM), Ana Flávia Magalhães Pinto (Universidade Estadual de Campinas (Unicamp))

ST 109 - Presença e Participação Indígena na História: diálogos interdisciplinares

Coordenadores:
João Pacheco de Oliveira Filho (Museu Nacional/UFRJ), Maria Regina Celestino de Almeida (UFF)

ST 112 - Rebeliões, Sedições, Conjurações: episódios e narrativas das contestações políticas no Brasil séculos XVII-XIX

Coordenadores:
André Figueiredo Rodrigues (Universidade Estadual Paulista (UNESP)), Luciano Raposo de Almeida Figueiredo (Universidade Federal Fluminense)

ST 113 - Reeducação étnico-racial e ensino de História: diálogos possíveis, relações necessárias

Coordenadores:
Lourival dos Santos (UFMS), Warley da Costa (UFRJ)

ST 115 - Repensar a velha república: novas reflexões e desafios na produção historiográfica sobre a Primeira República

Coordenadores:
Vera Lucia Bogea Borges (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), Vítor Fonseca Figueiredo (Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAEd) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF))

ST 116 - Representações: política, imagens e escritas

Coordenadores:
Gabriel de Carvalho Godoy Castanho (Instituto de História-UFRJ), Maria Cristina Correia Leandro Pereira (USP)








ANPUH-RJ - Associação Nacional de História - Seção Rio de Janeiro

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Nova edição de ArtCultura (32)

                   Prezados(as) colegas,

              Desde o ano passado, está disponível o número 32 de ArtCultura: Revista de História, Cultura e Arte, vinculada ao Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Ele transita, inicialmente, por uma temática pouco comum, explorada num minidossiê que procura captar as relações entre História, Imagem, Ciência & Cultura. A seguir, noutro minidossiê, abre-se espaço para deslocar o eixo sobre o qual se assentam comumente os estudos em torno da música popular brasileira: História & Música Popular no Pará são, então, objeto de análise. Na seção Artigos, como sempre, impera a diversidade de temas: vai-se do humor televisivo de Millôr Fernandes até a encenação de Maikóvski no Brasil, passando pela interface entre erotismo e morte nas artes e pelos corridos mexicanos no período pós-Revolução de 1910. Por último, apresentamos duas resenhas sobre livros recentemente publicados por dois renomados pesquisadores latino-americanos que elegeram a música como seu campo de produção intelectual. Sirvam-se à vontade da revista. Nas próximas semanas virá a público a edição 33, fechando, assim, 2016.
               Para maiores informações, basta acessar www.artcultura.inhis.ufu.br.
               Abraços.
               Adalberto Paranhos e Kátia Rodrigues Paranhos, editores. 
           
 Nova edição de ArtCultura (32)


Minidossiê: História, Imagem, Ciência & Cultura
Organizadoras: Valéria Mara da Silva e Paloma Porto

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

CAIS DO VALONGO, de NIREU CAVALCANTI

Pessoal amigo

Venho há muito tempo tentando trazer para a reflexão na mídia essa farsa do “Cais do Valongo” destinado ao desembarque de escravos. Assim, trago algumas de minhas conclusões sobre a questão resultantes de árduas pesquisas.

O comércio de escravos (os armazéns) no Valonguinho (a primeira parte da imensa praia que se estendia da Pedra do Sal até o morro da Saúde), seguida da parte chamada de Valongo, transferiu-se para a região por iniciativa da Câmara de Vereadores, dos comerciantes de grosso-trato não envolvidos com o comércio negreiro, dos cirurgiões e médicos, dos profissionais de engenharia e arquitetura, a partir de janeiro de 1758.

Naquela época acreditava-se que as epidemias que grassavam na cidade tinham origem nos armazéns situados na área central – região do entorno da atual Praça XV – condição incompatível, segundo os contemporâneos, com cidade do porte e da importância do Rio de Janeiro.

Alguns negociantes negreiros entraram no Tribunal da Relação questionando se procedia, de fato, a relação entre as epidemias e os armazéns de escravos. O processo arrastou-se naquele Tribunal, mas por decisão do vice-rei Marquês do Lavradio, aqueles comerciantes foram obrigados a se deslocar a nova região demarcada pela Câmara de Vereadores.

O comércio negreiro no Valongo teve sua duração de 1760 até 1830, ano em que o tráfico negreiro efetivamente já estava reduzido. Para alcançar 1.000.000 de escravos seria necessário que entrassem mais de 14 mil escravos por ano. Os livros da Alfândega durante o século XVIII registram no máximo 11.000 em alguns anos (cerca de cinco).

Com a chegada da Corte e assinatura de tratado comercial com a Inglaterra, um dos seus itens estabelecia o compromisso da monarquia portuguesa iniciar a redução do tráfico negreiro, até sua total extinção (que só veio a ocorrer em 1850). Os comerciantes negreiros apressaram-se, então, em trazer mais escravos. Registros na Alfândega para os anos de 1810 e 1811 mostram a chegada de 20.000 escravos, em cada ano.

O cais da cidade (da Misericórdia até o Arsenal da Marinha) ficou incompatível com a demanda oriunda da abertura dos portos do Brasil, pelo príncipe regente D. João, ao comércio com as nações amigas. O número de navios mercantes estrangeiros aumentou significativamente, além dos navios originários do crescimento do comércio interno entre as províncias.

Na última década do século XVIII os comerciantes que usavam os portos do interior da Baía de Guanabara, principalmente os negociantes de Minas Gerais, solicitaram permissão para construírem, às suas custas, um cais na região do Valongo, ou Gamboa. Argumentavam sobre o prejuízo que tinham com a pequenez do “Cais dos Mineiros”, vizinho à Alfândega. Foi negado o pedido pelo vice-rei conde de Resende, sob o argumento de que seria perigoso incentivo ao contrabando de mercadorias, principalmente de escravos.


Este perfeito mapa da região (1791) do Valonguinho-Valongo mostra a Pedra do Sal (“Pedra da Prainha”) avançando pelo mar da baía, interrompendo a ligação entre o trecho da Prainha (atual Praça Mauá) e a marinha do Valongo. Assim como não registra nenhum cais público, apenas os atracadouros dos diversos trapiches.


A ausência de cais público ocorre neste mapa de 1808. Mostra a cidade que D. João encontrou quando chegou.

Dom João, em 1809, resolveu fazer um cais do Largo da Prainha até o morro da Saúde. Foi feito o projeto, mas não tinha o Tesouro recursos para arcar com essa despesa, principalmente fazer o corte na Pedra do Sal e indenizar todos os proprietários que tinham trapiches, ou moradias e comércio ao longo desse cais. A obra se arrastou por anos e a partir de 1821 já há citação documental de que foram construídos parte do cais (muralha), algumas rampas e degraus. É importante frisar que esse cais Joanino destinava-se aos navios mercantes, não negreiros. Os escravos continuavam a desembarcar, serem cadastrados e pagos os impostos na Alfândega [atual Casa França-Brasil], como registra Rugendas em 1828.



Esta aquarela de Thomas Ender (c. 1818) mostra a Pedra do Sal ainda em processo de corte e a praia do Valonguinho-Valongo sem cais.


Neste mapa (1829) observamos que o corte da Pedra do Sal foi totalmente realizado e feito para a nova urbanização da orla, registrando ainda o aparecimento de vários atracadouros e novos trapiches ao longo de toda a marinha.


Gravura de Rugendas (1828) mostrando o processo de chegada dos escravos novos na Alfândega.

Uma grande obra de renovação, ampliação e embelezamento do cais do Valongo foi realizada para o desembarque da imperatriz Theresa Cristina(03/09/1843),  esposa de D. Pedro II.


Mapa de 1844, um ano após a construção do cais da Imperatriz (Praça Municipal), mostra a nova zona portuária da cidade do Rio de Janeiro.

Portanto, o cais descoberto na região do Valongo e que poderemos ter a felicidade de visitar é o construído para aquele importante marco político-histórico no Brasil.

O tombamento da região do Valongo como Patrimônio da Humanidade é mais do que recomendável: zona do comércio negreiro, abrigo do campo santo dos escravos novos. O cemitério lá se encontra, sob várias construções da Rua Pedro Ernesto – a antiga rua do Cemitério ─, além de ter sido o cenário vivo da união das nobrezas europeias: os Bourbon e os Bragança, nos trópicos e continente Americano.

Cabe, por fim, destacar que o Brasil é o único país da América que foi reinado e império.


Grandjean de Montigny: Projeto de fonte comemorativa da chegada da imperatriz D. Theresa Cristina. (1843).

Observação: todos os mapas e iconografias pertencem ao Acervo da Biblioteca Nacional e podem ser acessados no seu portal digital.


Escrito por Nireu Cavalcanti. Rio de Janeiro, 20 de dezembro de 2016. Clique no label "História do Rio" abaixo para ler outras matérias neste blog sobre a história da cidade.




Responder através da webatravés de emailAdicionar um novo tópicoMensagens neste tópico (1)
    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

                                                                                                    Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .

Visite o Blog do nosso Grupo:http://www.grupohistoriadobrasil.blogspot.com

Arquivo do blog

Seguidores do Grupo de Estudos da História do Brasil - GEHB.