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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

** Universidade de Columbia oferece bolsa para pesquisador visitante

 

Universidade de Columbia oferece bolsa para pesquisador visitante

Fonte: A TARDE On Line
A Universidade de Columbia, em Nova Iorque, e a Comissão para o Intercâmbio Educacional entre os Estados Unidos da América e o Brasil (Fulbright) oferecem a bolsa Dra. Ruth Cardoso para professores brasileiros com interesse em exercer atividades de docência e pesquisa na instituição norte-americana.


Até a próxima segunda-feira, 17, podem se candidatar pesquisadores brasileiros com comprovada experiência nas Ciências Humanas e Sociais, com ênfase em História do Brasil, Antropologia, Ciência Política e Sociologia. De acordo com as exigências do edital (acesse aqui), o candidato também deve ter concluído o doutorado antes de 2007, não pode possuir nacionalidade norte-americana, deve ter 10 anos de experiência profissional e acadêmica qualificadas na área, além de estar credenciado como docente e orientador em programa de pós-graduação reconhecido pela Capes.


O pesquisador selecionado terá direito a bolsa mensal de US$ 5.000, por até nove meses, auxílio-instalação de US$ 2.000, seguro-saúde e passagem aérea de ida e volta.

O programa tem o objetivo de destacar no meio universitário e de pesquisa dos EUA a atuação de cientistas brasileiros em instituições do país nas áreas de Ciências Humanas e Sociais.


Mais informações no site da Fulbright (acesse aqui).



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Atividade nos últimos dias:
    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.


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** [Carta O BERRO] PARA NÃO ESQUECER JAMAIS! História de Isis Dias de Oliveira -V-


Carta O Berro..........................................................repassem


Isis Dias de Oliveira (1941-1972)
isis.jpg
Direito à verdade e à memória: Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos
Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. 2007

Dados pessoais

Número do processo 104/96
Filiação Felícia Mardini de Oliveira e Edmundo Dias de Oliveira
Data e Local de nascimento 29/08/1941, São Paulo (SP)
Organização política ou atividade ALN
Datal e local do desaparecimento 30/01/1972, no Rio de Janeiro
Data da publicação no DOU Lei nº 9.140/95 — 04/12/95
Militantes [Ísis Dias de Oliveira e Paulo César Botelho Massa] da ALN que residiam na mesma casa no Rio de Janeiro, Ísis e Paulo César foram presos no dia 30/01/1972, pelo DOI-CODI/RJ.
Seus nomes integram a lista de desaparecidos políticos anexa à Lei nº 9.140/95.
Ísis nasceu e cresceu em São Paulo, iniciando os estudos no Grupo Estadual Pereira Barreto. Fez o ginasial no Colégio Estadual Presidente Roosevelt e o curso clássico no Colégio Santa Marcelina. Estudou piano e fez curso de pintura e escultura na Fundação Álvares Penteado. Falava inglês, que estudou na União Cultural Brasil-Estados Unidos, dominando também o francês e o espanhol. Trabalhou como secretária bilíngüe na Swift. Em 1965, iniciou o curso de Ciências Sociais na USP e passou a morar no CRUSP — o conjunto residencial da Universidade. Trabalhou no Cursinho do Grêmio da Faculdade de Filosofia e se casou, em 1967, com José Luiz Del Royo, também integrante da ALN na fase de sua fundação, e que foi eleito em 2006 senador na Itália. Isis freqüentou o curso de Ciências Sociais até o 3º ano e, segundo informações dos órgãos de segurança, esteve em Cuba participando de treinamento de guerrilha em 1969. Já separada de Del Royo, retornou clandestinamente ao Brasil e se estabeleceu no Rio de Janeiro a partir de meados de 1970.
No dia 4 de fevereiro, Aurora Maria Nascimento Furtado, colega da USP e militante da ALN, que também seria morta sob torturas dez meses depois telefonou a Edmundo, pai de Ísis, avisando da prisão da amiga. "Ela corre perigo, tratem de localizá-la", disse-lhes. E foi o que tentaram com persistência: impetraram cinco habeas-corpus através da advogada Eny Raimundo Moreira, todos negados. Foram a todas as unidades do Exército, Marinha e Aeronáutica do Rio de Janeiro e São Paulo onde imaginassem poder ter notícias de Ísis. Vasculharam os arquivos dos cemitérios do Rio de Janeiro, Caxias, Nilópolis, São João de Meriti, Nova Iguaçu, São Gonçalo. Sem falar das muitas cartas escritas com a letra miúda da mãe ao presidente da República, às autoridades civis e religiosas. Dezenas de pastas guardam os documentos da família na busca por Ísis. Trechos do depoimento de Felícia, que com mais de 90 anos ainda espera alguma notícia sobre o que aconteceu com a filha, retrata a luta dos familiares:
(…) Nós chegamos à triste conclusão que todas essas séries de desinformações serviam a um objetivo específico, que era de confundir-nos e fazer-nos reaver, a cada sinal, uma esperança. Cartas: foram escritas muitas. Eu as escrevia, com sacrifício, para poupar meu marido que havia sofrido um grave enfarte do miocárdio. Com o passar do tempo, fui vendo que os destinatários eram os mesmos, a quem as outras famílias de desaparecidos escreviam: Presidente da República, Ministros das três armas, Comandante do I e do II Exércitos, OAB, OEA, ONU, Anistia Internacional, Arcebispos do Rio de Janeiro e de São Paulo. Foram tantas as cartas e inúteis que não gosto de lembrar. Só não esquecerei uma em especial, pelo trabalho e pela satisfação que me deu.
Nós, familiares dos presos políticos desaparecidos, pedíamos informações ao Governo, sobre o destino dos nossos parentes. Quando o Ministro da Justiça, através do líder José Bonifácio, vem de público enumerar uma série de delitos praticados por eles. Eu não me conformei com aquelas informações. Achei que era o fim de tudo. Nós queríamos saber o paradeiro deles e não o que eles haviam praticado. Escrevi uma carta de contestação. Mas, como publicar minha carta? A censura não respeitava nem o malote dos deputados. Não tive dúvidas. Fui pelo caminho mais longo, mas o que me pareceu seguro. Viajei 20 horas até Brasília para entregar minha carta ao deputado Lisâneas Maciel. O deputado Lysâneas não se encontrava em Brasília, entreguei então a minha carta em mãos do deputado Fernando Lira. Mais 20 horas de volta. No meio do caminho, em uma parada de ônibus, comprei um jornal 'O Estado de São Paulo'. Lá estava a minha carta publicada. Valeu-me uma grande satisfação no momento. Mas foi só. Porque até hoje estou esperando saber o que eles fizeram com minha filha Ísis (…).
Oficiosamente, Felícia e Edmundo souberam que Ísis esteve nos DOI-CODI do Rio de Janeiro e de São Paulo, que em março esteve hospitalizada com uma crise renal, que passou pela base aérea de Cumbica, pelo Cenimar e pelo Campo dos Afonsos. No dia 13/4/1972, a assistente social Maria do Carmo de Oliveira, lotada no Hospital da Marinha, no Rio, informou-lhe que Ísis estava presa na Ilha das Flores. Felícia estava acompanhada de Sônia, sua sobrinha. No dia seguinte, Maria do Carmo, Felícia e Sônia foram intimadas a comparecer ao I Exército, onde um coronel as recebeu com a notícia de que tudo não passava de um lamentável engano.
Em matéria do jornal Folha de S. Paulo, em 28/1/1979, um general de destacada posição dentro dos órgãos de repressão confirmou a morte de Ísis e Paulo César, dentre outros 10 desaparecidos. No Arquivo do DOPS/PR, em uma gaveta com a identificação: "falecidos" foi encontrada a ficha de Ísis. A única prova concreta obtida em todos esses anos de busca foi dada pelo ex-médico Amílcar Lobo, que servia ao DOI-CODI/RJ e que reconheceu a foto de Ísis dentre os presos que lá atendeu, sem precisar a data, numa entrevista publicada pela IstoÉ de 8/4/1987. Os órgãos de segurança do regime militar acusavam a ambos de participação em ações armadas, inclusive do assalto à Casa de Saúde Dr. Eiras, já mencionado na apresentação do caso anterior, que resultou na morte de três vigilantes de segurança.

** Falece historiadora Katia Mattoso

 


É com pesar que noticiamos o falecimento de Kátia Mattoso.
Anpuh-PR
11/01/2011 às 14:52
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Autoridades lamentam morte de Kátia Mattoso

A TARDE On Line
Autoridades lamentaram a morte da historiadora e cientista política Kátia Mattoso, 78 anos, que aconteceu na manhã desta terça-feira, 11, em Paris, França. Em nota, o governador do Estado da Bahia, Jaques Wagner, declarou: ?Foi com pesar que tomamos conhecimento da morte de Kátia Mattoso. Dona de uma percepção privilegiada do processo histórico, vinculando habilmente o regional e o conjuntural, a historiadora soube, como poucos, investigar e compreender as origens da Bahia que somos hoje. Seu legado será duradouro?.
Já o diretor da Fundação Pedro Calmon, Ubiratan Castro de Araújo, amigo e orientando da professora Kátia Mattoso, lamentou o falecimento da intelectual, que para ele foi a grande formadora de pesquisadores e de professores de história na Bahia.
Kátia era especialista em história social da escravidão no Brasil, Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal da Bahia e Professora Emérita aposentada da Universidade de Paris V ? Sorbonne. Autora, entre outras obras, de Ser Escravo no Brasil (1982) e Bahia Século XIX ? Uma Província no Império (1992).
Segundo familiares, o corpo de Kátia Mattoso será enterrado na Grécia, país em que ela nasceu. 






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** Revista EM DEBATE - Chamada de artigos

 

EM DEBATE N. 5: PRAZO PARA SUBMISSÕES

Por decisão dos editores, apenas trabalhos submetidos até 1º/02/2011 serão enviados para avaliação e, caso aprovados, serão publicados no número 5. Após esta data os trabalhos com parecer pela publicação aguardarão a edição de n.6 da revista, com publicação prevista para setembro de 2011.



No 4 (2010)

2º semestre 2010


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** [Carta O BERRO] PARA NÃO ESQUECER JAMAIS! História de João Leonardo da Silva Rocha (1939 - 1975) - IV-

Carta O Berro..........................................................repassem

 



João Leonardo da Silva Rocha (1939 – 1975)

João Leonardo da Silva Rocha era filho de Maria Nathália da Silva Rocha e Mário Rocha. Nasceu a 04 de agosto de 1939, na cidade de Salvador, Bahia. Perteceu à organização política denominada Movimento de Libertação Popular (Molipo), da qual foi dirigente, e seu nome integra hoje a lista de desaparecidos políticos brasileiro anexa à lei nº 9.140/95 que reconhece como mortas pessoas desaparecidas em razão de participação, ou acusação de participação, em atividades políticas no período de 02 de setembro de 1961 a 15 de agosto de 1979.



Na foto, 13 dos 15 presos políticos libertados em troca do embaixador americano Charles Elbrick, que foi solto em 07/09/1969. João Leonardo é o primeiro abaixado, de branco, escondendo as algemas com o casaco.

João Leonardo fez o curso primário em Amargosa, Bahia, onde morava com seus pais. Estudou o primeiro ano do curso secundário no Colégio dos Irmãos Maristas, em Salvador, ingressando, a 29/02/1952, no Seminário Católico de Aracaju, onde permaneceu até 1957. Em 1959, aprovado em concurso público, tornou-se funcionário do Banco do Brasil em Alagoinhas (BA), cidade em que seus pais passaram a residir. Naquele mesmo ano começou ensinar Português e Latim no Colégio Santíssimo Sacramento e Escola Normal e Ginásio de Alagoinhas.

No início de 1962, João Leonardo da Silva Rocha muda-se para São Paulo, ainda como funcionário do Banco do Brasil, onde também passou a ensinar Latim e Português em colégios da região do ABC paulista. Era considerado excelente poeta e contista. Ingressou, logo depois, na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da USP, época em que passou participar da militância política. Foi diretor da Casa do Estudante, localizada na Av. São João, que abrigava alunos de sua Faculdade. Vem de uma testemunha inesperada – o filósofo e articulista Olavo de Carvalho – o depoimento de que, nessa época da Casa do Estudante, João Leonardo realizou excelentes duetos musicais com Arno Pires, que foi morto em fevereiro de 1972 e também pertencia ao Molipo.

João Leonardo cursava o último ano de Direito e já integrava a ALN (Agrupamento Comunista de São Paulo) quando foi preso pelo DOPS, no final de janeiro de 1969, no fluxo de prisões de militantes da VPR que mantinham contato com a organização de Marighella. O mesmo Olavo de Carvalho já escreveu mencionando as brutais torturas a que foi submetido o seu amigo daquela época. Os órgãos de segurança acusavam João Leonardo de participar do Grupo Tático Armado dessa organização guerrilheira, tendo participado a 10/08/1968 do rumoroso assalto a um trem pagador na Ferrovia Santos/Jundiaí, bem como de outras operações armadas. Foi, inclusive, indiciado no inquérito policial que apurou a execução do oficial do Exército norte-americano Charles Chandler, a 12/10/1968, embora não seja apontado como participante direto do comando que realizou a ação.

Em setembro de 1969, com o seqüestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, João Leonardo foi um dos 15 presos políticos libertados e enviados ao México, oficialmente banidos do País. Transferiu-se para Cuba e recebeu treinamento militar naquele País, onde se alinhou com o grupo dissidente da ALN que gerou o Molipo. Retornou ao Brasil em 1971, se estabelecendo numa pequena localidade rural de Pernambuco, São Vicente, que era Distrito de Itapetim, sertão do Pajeú, quase divisa com a Paraíba. Raspou totalmente a cabeça e era conhecido como Zé Careca. Tornou-se lavrador, tendo adquirido um pequeno sítio onde trabalhava. Gostava muito de caçar e era exímio atirador. Era muito querido na região e, como tinha habilidades artesanais, fazia brinquedos com que presenteava as crianças.


Chegada dos ex-presos políticos ao México, em 1969. No detalhe, Flávio Tavares (carregando objetos), o grande Gregório Bezerra (cabelos brancos), e  - segurando uma caixa - , João Leonardo da Silva Rocha

Foi um dos poucos sobreviventes entre os militantes que tentaram construir bases rurais do Molipo, entre 1971 e 1972, tanto no Oeste da Bahia quanto no Norte de Goiás, território atual do Tocantins. Quando pressentiu que podia ser identificado na região de São Vicente, mudou-se para o interior da Bahia, onde terminaria sendo localizado e morto em junho de 1975, ano em que o Molipo e ALN já não existiam mais e João Leonardo buscava sobreviver e trabalhar. Num choque com agentes policiais que, ainda hoje, é recoberto por densa camada de mistério e informações desencontradas, foi executado por agentes da Polícia Militar da Bahia em Palmas de Monte Alto, município entre Malhada e Guanambi, no Sertão Baiano, margem direita do Rio São Francisco, divisa entre Bahia e Minas.

Seu caso foi o último episódio a confirmar a existência de uma verdadeira sentença de pena de morte extra-judicial, decretada pelos órgãos de segurança para todos os banidos que retornassem ao Brasil com a intenção de retomar a luta contra a Regime. (Texto do livro "Dossiê dos Mortos e Desaparecidos Políticos a Partir de 1964").


O Molipo

O
Movimento de Libertação Popular (Molipo) foi um dos grupos que deflagraram a guerrilha urbana no Brasil entre 1968 e 1973. Surgiu em 1971 como uma dissidência da Ação Libertadora Nacional (ALN) que, por sua vez, teve origem no Partido Comunista Brasileiro (PCB) e era comandada por Carlos Marighella, antigo dirigente do Partidão. Dissidência armada do PCB, a ALN surgiu em 1967.

O Molipo tinha contingente reduzido e, segundo o livro Brasil Nunca Mais, "foi extinto com a execução sumária ou sob torturas da maioria dos seus membros, entre os quais se destacaram líderes estudantis paulistas como Antônio Benetazzo, José Roberto Arantes de
  Almeida e Jeová Assis Gomes". José Dirceu, ex-chefe da Casa Civil do Governo Lula e ex-presidente do PT foi um dos seus integrantes.

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