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quarta-feira, 10 de julho de 2013

História para 'curtir' e 'compartilhar'

História para 'curtir' e 'compartilhar'
Reportagem do Portal Porvir mostra professores usando Facebook e Twitter para retratar fatos históricos e estimular interesse dos alunos pela disciplina


Hoje, feriado no estado de São Paulo, é celebrado o dia da Revolução Constitucionalista de 1932, data que representa o inconformismo da população paulista que exigia uma constituição mais democrática em relação à ditadura imposta pelo então presidente Getúlio Vargas. Nesse período, muitas décadas antes da criação da internet, a história foi sendo registrada pelos livros e meios de comunicação. Ao contrário de hoje, em que as redes sociais têm promovido maior discussão e participação da população, dando-lhes voz mais ativa nos protestos que acontecem em todo o mundo - como a Primavera Árabe, os protestos dos milhares de estudantes no Chile e as manifestações que ainda acontecem no Brasil. Aproveitando a onda do engajamento do Twitter e do Facebook - atualmente 73 milhões de brasileiros são usuários da rede de Zuckerberg, segundo levantamento da GlobalWebIndex - professores estão usando esses espaços para ensinar e estimular seus alunos a aprender a disciplina de história.

Paulo Alexandre Filho, que é mestre em história pela Universidade Federal de Pernambuco, decidiu usar o Facebook para ensinar especificamente sobre a Segunda Guerra Mundial. Porém não da forma mais comum, geralmente por meio da criação de fóruns de grupos de discussão.

"Pensei como poderia usar aspectos modernos para aproximar os estudantes da matéria, mas que fossem divertidos e informativos ao mesmo tempo"

O historiador usou a rede social para montar um perfil para cada país envolvido na guerra, permitindo assim a interação entre essas nações. "Pensei como poderia usar aspectos modernos para aproximar os estudantes da matéria, mas que fossem divertidos e informativos ao mesmo tempo", afirma. A Segunda Guerra no Facebook virou um post no blog de Alexandre, chegando a mais de 10 mil compartilhamentos na rede social.

Como se o Facebook existisse em 1939, a história da Segunda Guerra Mundial inicia quando a Alemanha envia o post:

- Tamo junto na parada. É nóis III Reich comanda!!! Hehehehehehe", aos aliados: Sarre ( região extinta entre a França e a Alemanha), Renância (fronteira que era situada entre a França e a Espanha), Áustria e Tchecoslováquia.

Em outro post, o país alemão envia uma mensagem à URSS:

- "Que tal dividirmos a Polônia?"

A União Soviética então curte o post, comentando, em seguida:

- "Combinado. Se os ingleses acharem ruim, entramos em guerra contra eles. Tô a fim de uma briga."

O Japão prossegue na discussão:

- Aí é f**, Alemanha! Combinamos botar pra f* nos soviéticos. Não curti". O país alemão chama o Japão para uma conversa no chat "para explicar melhor a parada".

Seguindo os acontecimentos da guerra, o Japão adiciona a Indochina ao grupo Domínios Japoneses, enquanto a Alemanha convida a Itália e o Japão a participar do grupo Eixo.

Além dos perfis dos países, há também o de figuras importantes na Guerra, como Adolf Hitler, Churchill e Stalin (este último apelidado de Stalin666). Em seu perfil fictício, o ditador alemão marca numa foto os amigos Albert Speer (ministro de Armamentos e da Produção de Guerra do Terceiro Reich) e Arno Breker (arquiteto e artista plástica alemão, famoso pelos seus trabalhos nessa época). Na imagem, o trio está em frente à Torre Eiffel ao lados dos colegas sob a legenda "Curtindo Paris com os manos".

De acordo com Alexandre, que se inspirou em versões estrangeiras para criar o projeto, a ideia é usar o mesmo formato para contar a História do Brasil. Em Amsterdã, na Holanda, no ano passado, a escola 4e Gymnasium criou o projeto para instigar seus alunos no ensino de história, um professor criou as páginas: As Invenções do século 20, As Viagens de Fernão de Magalhães, Ascensão e a Moda dos anos 1950 - todas em inglês. Nelas, os acontecimentos históricos são apresentados pelo professor em formato de textos, imagens, vídeos e áudios e os alunos podem postar suas perguntas, curiosidades e comentários.

Tuitando a Segunda Guerra
Já nos Estados Unidos, um estudante de história de Oxford aderiu ao Facebook para retratar, também, a Segunda Guerra Mundial. A partir do @RealTimeWWII, o universitário vem tuitando, em tempo real, os acontecimentos equivalente ao período que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial.

No dia 4/7, por exemplo, o Twitter destaca a invasão de tropas alemãs no território da União Soviética: "Tanques Alemães cruzam agora o Rio Dnieper, a apenas 482 quilômetros de Moscou... / Os exércitos Soviéticos são encurralados e destruídos". A iniciativa ganhou versões no mundo inteiro e já foi traduzido para mais de uma dezena de línguas, como russo, tcheco, mandarim, italiano, hebraico e português @2aGM_TempoReal."As redes sociais hoje em dia as redes sociais estão servindo também como diários, que servirão também para registrar os acontecimentos, como as manifestações pelo mundo, como se tivéssemos um 'Diário de Anne Frank'", afirma Alexandre.

(Vagner de Alencar, Portal Porvir)

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Atividade nos últimos dias:
        **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

                                                                                                         Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
      
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    Sociedade Brasileira de História da Educação divulga manifesto contra projeto de lei que regulamenta a profissão de historiador

    Sociedade Brasileira de História da Educação divulga manifesto contra projeto de lei que regulamenta a profissão de historiador
    Para a entidade, o exercício profissional dos historiadores de educação encontra-se cerceado na forma atual do texto



    A Sociedade Brasileira de História da Educação divulgou manifesto contra o Projeto de Lei 4699/2012 - que regulamenta a profissão do historiador. A entidade considera a proposta arbitrária. De acordo com o manifesto, ao fixar a titulação em história como condição sine qua non para o exercício do ofício de historiador (inclusive da educação), a proposta nega aos educadores por titulação a possibilidade da narrativa da sua própria história, a partir de temas e questões que afetam a área e também as suas vidas.

    Veja o documento na íntegra:

    Manifesto da Sociedade Brasileira de História da Educação contra o Projeto de Lei 4699/2012, que regulamenta a profissão do historiador

    A Sociedade Brasileira de História da Educação (www.sbhe.org.br) entende que o Projeto de Lei 4699/2012 - que regulamenta a profissão do historiador - deva ser analisado não apenas pelo que enuncia como salvaguarda ao exercício profissional de historiadores, mas, especialmente, pelo que exclui quando propõe impedir-se a atuação de pesquisadores não diplomados em História que se dedicam à investigação histórica, exercendo a imprescindível interface da educação com outras áreas de conhecimento.

    O caso dos historiadores da educação, cujo exercício profissional encontra-se cerceado na forma atual do projeto de lei, torna-se especialmente emblemático da arbitrariedade proposta, na medida em que, no Brasil, a gênese e o desenvolvimento da história da educação remontam aos cursos de formação de professores que, historicamente, têm predominado como lugares de produção do ensino e da pesquisa da/na área de reconhecido mérito. Como expressão da tradição consolidada tanto no ensino como na pesquisa histórica em educação, destacamos a existência de cursos de mestrado e doutorado em diferentes programas de pós-graduação em educação de universidades brasileiras, que servem de base à produção de estudos e pesquisas cujos resultados têm sido veiculados por meio da escrita de dissertações e teses, do Congresso Brasileiro de História da Educação - cujas duas últimas edições (em 2010 e 2013) inscreveram mais de mil participantes cada-, de congressos regionais de história da educação, do Congresso Luso-Brasileiro de História da Educação, de grupos de pesquisa consolidados em redes nacionais e internacionais e de importantes periódicos.

    Trata-se, portanto, de uma expressiva comunidade acadêmica solidamente estabelecida, cuja formação e cujo investimento em pesquisa acham-se profundamente enraizados na área de educação, ainda que em interface com a História. A disciplina História da Educação, para exemplificar, tem o seu nicho principal nos cursos de formação de professores, podendo aparecer como optativa em outros cursos (inclusive de História). Da mesma forma, cursos de mestrado e doutorado da área de educação têm sob a sua responsabilidade aformação específica de historiadores da educação.

    Embora os argumentos da Sociedade Brasileira de História da Educação e de outras sociedades científicas tenham sido reiteradamente apresentados aos representantes da ANPUH por ocasião da formulação do PL, e embora, em princípio, alguns colegas tenham negado qualquer intenção excludente, na prática observa-se que - em nome de uma aparente "reserva de mercado"- o projeto em trâmite acaba por atropelar uma longa tradição de investimentos acadêmico-científicos em torno da constituição do campo da história da educação, bem como de outros campos igualmente relevantes na cena acadêmica brasileira.

    Pelo exposto, a SBHE se junta às entidades congêneres - manifestando-se igualmente contrária à aprovação dos termos da PL 4699/2012 - ao mesmo tempo em que convida os senhores congressistas, assim como os colegas historiadores, a uma profunda reflexão sobre as implicações não apenas de ordem política e profissional, mas também de ordem epistemológica do projeto em pauta. Em outras palavras, fixar a titulação em história como condição sine qua non para o exercício do ofício de historiador (inclusive da educação), significa negar aos educadores por titulação a possibilidade da narrativa da sua própria história, a partir de temas e questões que afetam a área e também as suas vidas. Pensamos que esta exclusão seria um desserviço prestado à história, à educação e especialmente à história da educação que, cada vez mais, necessita transitar pelas interfaces das tramas complexas que a constituem, sem, no entanto, perder de vista o lugar histórico e epistemológico de onde fala e se produz.

    Sociedade Brasileira de História da Educação

    Mais sobre o assunto:

    Sociedade Brasileira de História da Ciência divulga carta aberta sobre regulamentação da profissão de historiador

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      Literatura negra brasileira tem fortes relações com as Ciências Sociais


      Conclusão é de estudo que 
      ganhou o Prêmio CES para 
      Jovens Cientistas Sociais de 
      Língua Portuguesa (reprodução)
       Literatura negra brasileira tem fortes relações com as Ciências Sociais
      10/07/2013
      Por Elton Alisson
      FONTE: Agência FAPESP – O surgimento de escritores e ativistas negros e de autores representantes da chamada literatura periférica no cenário editorial brasileiro contemporâneo coincidiu com ciclos de aproximação e de interesse das Ciências Sociais por movimentos de ativismo político e cultural. Movimentos esses em defesa dos direitos civis da população negra e sobre questões relacionadas à condição racial, direitos sociais e a realidade nas periferias urbanas do país, abordadas tanto por esses autores como por sociólogos e antropólogos em suas obras.
      A conclusão é de um estudo de doutorado, realizado no Departamento de Sociologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFICH) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com Bolsa da FAPESP, que acaba de ganhar a 8ª edição do Prêmio CES para Jovens Cientistas Sociais de Língua Portuguesa.
      Instituído pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, de Portugal, o prêmio é atribuído bienalmente a pesquisadores da área de Ciências Sociais com até 35 anos de idade, originários de países de língua portuguesa. Um dos objetivos principais da distinção é "promover o reconhecimento de estudos que contribuam, pelo seu excepcional mérito, para o desenvolvimento das comunidades científicas de língua portuguesa".
      O estudo já havia recebido em 2012 uma menção honrosa no "Concurso Brasileiro Anpocs de Obras Científicas e Teses Universitárias em Ciências Sociais", realizado pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais.
      "Procurei, em meu trabalho, analisar a percepção de escritores negros ou representantes da literatura periférica sobre o Brasil e, ao mesmo tempo, entender as aproximações entre as Ciências Sociais e os movimentos de ativismo político e cultural negros e a literatura negra no país que, ao meu ver, era uma lacuna na discussão da história da sociologia brasileira", disse Mário Augusto Medeiros da Silva, autor do estudo, à Agência FAPESP.
      Ele analisou a produção literária no período de 1960 e 2000 de escritores autoidentificados como negros ou "periféricos", como Carolina Maria de Jesus (1914-1977), Paulo Lins, Reginaldo Ferreira da Silva – o Ferréz – e o coletivo de escritores negros Quilombhoje.
      De acordo com Medeiros da Silva, as obras desses autores refletem sobre a sociedade brasileira do ponto de vista de suas condições étnica e social e de quem vive e vivencia a realidade das periferias urbanas brasileiras. Além disso, despontaram no mercado editorial brasileiro no momento em que os movimentos de ativismo político e social em defesa dos direitos civis dos negros começaram a ganhar força e as questões abordadas nessas obras começaram a ser discutidas mais profundamente em áreas como a Sociologia e a Antropologia.
      Na década de 1950 e início dos anos de 1960, por exemplo, questões como a democracia racial e direitos sociais das camadas mais pobres e desfavorecidas da sociedade foram muito discutidas na sociedade brasileira.
      Nesse período, os sociólogos Roger Bastide (1898-1974) e Florestan Fernandes (1920-1995) publicaram o livro Brancos e negros em São Paulo, resultado de uma pesquisa financiada pela Unesco sobre as relações raciais no país. Na mesma época, Carolina Maria de Jesus –escritora negra e catadora de papel em São Paulo – publicou o livro Quarto de despejo, em 1960.
      Mas esse movimento efervescente de discussão sobre questões raciais foi interrompido com o golpe militar de 1964. "Quando ocorreu o golpe militar, tanto a Sociologia como o ativismo político e cultural negro entraram em rota de colisão com a ditadura: foram perseguidos e o movimento perdeu força", disse Medeiros da Silva.
      O movimento de ativismo negro só retornaria no fim da década de 1970 quando, coincidentemente, também ressurgiram autores de literatura negra como o coletivo cultural Quilombhoje, sediado em São Paulo, que começou a publicar em 1978 a série de antologiasCadernos Negros, que circulam até hoje. "Mas a Sociologia brasileira estava discutindo sobre outras coisas nessa época e o debate sobre o assunto foi alterado sensivelmente", disse Medeiros da Silva.
      Interesse renovado
      As Ciências Sociais voltariam a se interessar por questões relacionadas ao movimento ativista negro, segundo Medeiros da Silva, no início da década de 1980, quando a Antropologia e a Sociologia iniciaram uma discussão sobre cidades, urbanismo e as periferias urbanas no Brasil.
      Nesse período, Alba Zaluar, professora da Unicamp, iniciou uma pesquisa sobre o cotidiano na periferia carioca, intitulada Crime e criminalidade nas classes populares, que resultou no livroA máquina e a revolta: as organizações populares e os significados da pobreza.
      Para realizar a pesquisa, Zaluar teve como assistente Paulo Lins, que realizou entrevistas com moradores da comunidade de Cidade de Deus, no Rio de Janeiro.
      Incentivado por Zaluar e pelo crítico literário e também professor aposentado da Unicamp Roberto Schwarz, Lins escreveu o livro Cidade de Deus, publicado em 1997, que deu origem ao filme homônimo.
      "Podemos dizer que Paulo Lins, enquanto um autor negro que nunca negou essa condição, foi incentivado por cientistas sociais a escrever um romance que discute o Brasil do ponto de vista da periferia", avaliou Silva. "O caso dele é emblemático da relação entre as Ciências Sociais, Literatura e ativismo cultural, que é algo que procurei discutir e demonstrar na minha tese", afirmou.
      Ainda no fim da década de 1990, o escritor Ferréz também surge no cenário literário brasileiro com o lançamento de Capão Pecado. Na avaliação de Medeiros Silva, esse livro deu uma contribuição importante ao colocar em discussão a ideia de uma literatura periférica brasileira, feita por escritores que vivem nas periferias urbanas. No entanto, o conceito foi lançado aparentemente desvinculado de ações que ocorreram no passado, realizadas por escritores que tinham propostas semelhantes, como Carolina Maria de Jesus.
      As Ciências Sociais voltariam a discutir novamente esse assunto nos anos 2000, com o estudo de mestrado Literatura Marginal: os escritores da periferia entram em cena, realizado entre 2004 a 2006 pela antropóloga Érica Peçanha do Nascimento na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP), também com Bolsa da FAPESP.
      "As ideias de literatura negra e literatura periférica têm um parentesco muito próximo e a forma como os autores desses dois movimentos pensaram a sociedade brasileira são muito semelhantes", afirmou Silva.
      "A história recente da sociologia brasileira, no que diz respeito à questão racial, não poderia ter sido feita se não tivesse havido um encontro entre sociólogos, como Bastide e Fernandes, com ativistas políticos, culturais e esses escritores negros", avaliou.

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