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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

** Darcy Ribeiro e as perguntas que nunca fiz

 
Darcy Ribeiro e as perguntas que nunca fiz
O texto a seguir emocionou as 200 pessoas que participaram do lançamento da coleção Darcy de Bolso. Foi lido por seu autor, Eric Nepomuceno, jornalista, escritor e grande amigo de Darcy

Fonte: UnB Agência. -  Eric Nepomuceno -

Nunca perguntei a Darcy Ribeiro se ele costumava cochilar, mas posso assegurar que não. Mesmo breves, seus sonhos seriam profundos. Porque profundos e infinitos em sua ousadia foram seus sonhos. E não se sonha grande com cochilos leves.
Darcy não sonhou pequeno, nunca. E também não se limitou a sonhar um mundo melhor, mais justo e possível. Não ficou nos sonhos, jamais.
Foi à vida, foi ao mundo, para torná-los realidade. Conseguiu, algumas vezes. Fracassou em outras. Disse, muitas e muitas vezes, que sentia orgulho de ter sido derrotado lutando pelo que lutou, do que jamais conseguiria sentir se estivesse ao lado dos vencedores.
Nunca perguntei a Darcy se ele gostava de contas redondas. Volta e meia penso nisso, quando recordo que por poucos meses ele não chegou aos 75 anos de idade. Nasceu em outubro, morreu em fevereiro.
Nove meses separaram Darcy dos 75 anos completos. Curioso isso: nove meses. Uma gestação.
Às vezes o que mais me impressionava é a quantidade de coisas que Darcy Ribeiro fez e foi, e aí me parece curto demais o tempo que lhe foi dado para viver.
E seus quase 75 anos de vida ele foi ministro da Educação, ministro-chefe da Casa Civil, vice-governador do Rio de Janeiro, secretário da Cultura do Rio de Janeiro, secretário de Desenvolvimento Social de Minas Gerais. Foi, até o fim, senador da República. E ele, que se dizia e se sabia eterno, conseguiu ainda a proeza de morrer imortal – porque também teve tempo de sacudir o chão da Academia
Brasileira de Letras.
Escreveu romances, ensaios antropológicos, ensaios sobre educação, análises críticas da história do Brasil e da América Latina.
Só de artigos, conferências, palestras e ensaios que nunca foram reunidos em livro, há mais de uma centena.
Seus livros de antropologia, principalmente O Processo Civilizatório, As Américas e a Civilização, e acima de todos O Dilema da América Latina fizeram de Darcy Ribeiro, ao lado de Celso Furtado, o intelectual brasileiro mais respeitado e influente na América Latina da segunda metade do século XX.
Formaram gerações de intelectuais e acadêmicos do continente.
Escreveu histórias infantis e poemas eróticos. Foi indigenista, antropólogo, agitador, romancista, conspirador, mas gostava mesmo é de ser chamado de educador – coisa, aliás, que também foi.
Morreu senador. Darcy Ribeiro adorava ser senador da República.
Nunca perguntei a Darcy Ribeiro qual o fascínio que provocava nele o linho branco. Aquele mesmo linho que meu avô José Augusto usava e dizia ter mandado trazer do Panamá, linho 120.
Lembro que no dia em que foi eleito senador, Darcy Ribeiro vestiu um terno branco, de linho formidável, e ficou andando pela sala de seu apartamento em Copacabana, vendo o mar e falando sem parar.
Estava descalço.
Não consigo tirar da memória essa imagem: Darcy, em casa, em qualquer uma das muitas casas que teve pela vida e pelo mundo, sempre descalço.
Dizia que era por causa de seu sangue índio. Até hoje desconfio que na verdade ele andava descalço para sentir os pés no chão.
Naquele tempo, Chico Buarque ainda não havia escrito o verso que diz "é preciso pôr o chão nos pés".
Para mim, aquele andar descalço de Darcy de um lado a outro era mais ou menos a antecipação da imagem que Chico criaria anos depois, sem saber disso.
Nunca perguntei a Darcy Ribeiro se ele se considerava um intelectual peculiar. Não perguntei nem precisei perguntar: evidentemente Darcy era peculiar em tudo que fez, e sabia disso.
Jamais se recolheu aos claustros acadêmicos ou da burocracia oficial para de lá ficar olhando a vida ao longe, a realidade transformada em números e estatísticas, a vida como objeto de análise fria, calculada, distante, indolor.
Não: Darcy Ribeiro mergulhou fundo, participou de todas as maneiras que pôde da vida política deste país. E quando foi impedido de continuar participando aqui, engajou-se nos países por onde passou o exílio. No Uruguai, no Chile de Allende, no Peru, ao lado do general Velasco Alvarado, nas suas andanças pela Costa Rica, pelo México, pela Venezuela, Darcy Ribeiro não sossegou um só instante.
Não, não era homem de cochilos e sonos leves: sonhava grande.
Jamais foi homem de ficar na superfície. Acreditava no poder transformador da realidade. Acreditava na indignação.
Seu compromisso básico, o mais perene, chamava-se Brasil. Quis mudar a educação, criando escolas de qualidade para todos; quis salvar os índios, preservando suas culturas e protegendo suas terras; quis mudar a estrutura social que beneficia alguns às custas de todos os outros.
Perdeu.
Num de seus textos mais contundentes, lido quando ele recebeu o título de doutor honoris causa na Sorbonne, em 1978 – foi, aliás o primeiro brasileiro a receber essa honraria, e na época não gozava das glórias de nenhum cargo público ou as benesses das embaixadas: estava exilado – Darcy Ribeiro falou dessas perdas, dessas derrotas. Dizia ele:
Fracassei como antropólogo no propósito mais generoso que me propus: salvar os índios do Brasil. Sim, simplesmente salvá-los.
Fracassei também na realização da minha principal meta como ministro da Educação: a de pôr em marcha um programa educacional que permitisse escolarizar todas as crianças brasileiras.
Fracassei, por igual, nos dois objetivos maiores que me propus como político e como homem de governo: realizar a reforma agrária e pôr sob controle do Estado o capital estrangeiro de caráter mais aventureiro e amoral.
Terminou dizendo que "esses fracassos da minha vida inteira" eram também "os únicos orgulhos que tenho".
Anos mais tarde, um dos intelectuais latinoamericanos que ele mais influenciou, o escritor uruguaio Eduardo Galeano, escreveu:
"Estes são os seus fracassos. Estas são as suas dignidades".
No mundo destes tempos de culto ao individualismo, em que a ânsia de ter supera o sonho de ser, em que a generosidade é restrita às coisas e não se refere às pessoas, mais que nunca as dignidades de Darcy Ribeiro são necessárias. Tão desesperadamente necessárias.
Nunca perguntei a Darcy quais eram suas urgências, suas emergências além de viver até a última gota, é claro.
Porque Darcy era um homem de urgências permanentes, de emergências que se alongavam no tempo. Tinham raízes profundas. Eram perenes. Uma espécie de emergência contínua, num renovar incessante.
Havia, em sua maneira de olhar e pensar o Brasil, a América Latina e o mundo, um eixo nítido: o fato de não estarmos condenados a ser o que somos, a certeza de que não somos vítimas de um destino malvado, e sim de um sistema perverso.
O trabalho de Darcy Ribeiro – os sonhos que ele quis transformar em realidade – estava e está destinado a soprar o fogo dessa brasa adormecida, a incendiar a mansidão dos derrotados, a provar que somos sempre e acima de tudo um povo viável, digno de uma outra – e nova – realidade.
Para ele, o Brasil era um problema que só teria e só terá solução a partir de nós mesmos, de nossa capacidade de impulsionar e consolidar mudanças.
Nunca perguntei a Darcy Ribeiro se ele tinha idéia, por menor que fosse, do impacto que algumas das imagens que guardaria dele para sempre provocaram em mim. Convivemos lado a lado, não importando as distâncias, ao longo de 22 anos. E desse tempo todo, lembro agora de duas imagens, e de pelo menos uma certeza.
A certeza:
Foi o único amigo que nasceu no mesmo ano de meu pai e conseguiu ser, até o fim, mais jovem que meu filho.
Dele, ouvi certa vez uma frase que mudou minha vida e assim ficou. Dizia Darcy: "Na América Latina, só temos duas saídas: ser resignados, ou ser indignados. E eu não vou me resignar nunca."
A primeira imagem que guardo para sempre:
Alta noite do dia 31 de dezembro de 1995, e Darcy Ribeiro estava sentado na varanda do seu apartamento na Avenida Atlântica. Olhava a multidão espalhada pela praia e pelo asfalto e pelas calçadas da avenida. Das alturas daquele quinto andar, ele contemplava tudo com olhos de piloto atento, percorrendo as pessoas, as ondas do mar oceano, as embarcações iluminadas.
Quando faltava pouco para a virada do ano – a penúltima que ele iria ver – duas amigas chegaram na varanda, aproximaram-se da cadeira em que ele estava sentado e colocaram no chão um grande balde prateado, um desses baldes que são usados para esfriar garrafas de vinho.
No balde havia água do mar e areia da praia.
Quando viu o foguetório da meia-noite e do ano que se iniciava, ele mergulhou os pés no balde.
Darcy, naquela noite, adoentado – e muito – não podia ir até o mar. Pois deu um jeito de trazer o mar até ele. Até seus pés descalços. De pôr enfim o mar, a areia, o chão nos pés.
Assim quero me lembrar dele para sempre. Também assim.
A segunda imagem:
Certo fim de tarde de um sábado, poucos meses antes de nos deixar para sempre, ele saiu do escritório de Oscar Niemeyer, naquela mesma Avenida Atlântica.
Vestia um terno branco, e foi caminhando devagar pela calçada até o automóvel que esperava por ele.
Do mar, vinha uma brisa cálida. Visto lá do alto, o paletó branco esvoaçando, caminhando devagar, Darcy Ribeiro parecia um veleiro desafiando os ventos, rumo a um futuro – um porto – que só ele poderia adivinhar.
Guardo essa imagem e a certeza de que o porto, aquele porto, é preciso agora, mais do que nunca, merecê-lo.
Porque desta vez Darcy não perdeu, não foi derrotado.
Mudou de rumo.
E aonde quer que esteja, continua como sempre: indignado. E descalço.   


Todos os textos e fotos podem ser utilizados e reproduzidos desde que a fonte seja citada. Textos: UnB Agência. Fotos: nome do fotógrafo/UnB Agência.


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** Memorialística em tom de crônica

 

Memorialística em tom de crônica

Em seu recente livro, Boris Fausto recorda o próprio passado sem perder de vista o contexto histórico maior

29 de janeiro de 2011 |

Fonte: ELIAS THOMÉ SALIBA. - O Estado de S.Paulo

Historiadores nunca foram bons biógrafos de si mesmos. Foi esta a opinião do medievalista Georges Duby, ao final dos Ensaios de Ego-História - livro que reuniu histórias de vidas de sete importantes historiadores franceses, em 1987. Opinião polêmica, não compartilhada por muitos dos seus próprios colegas que acabariam se arriscando no pantanoso terreno memorialístico.
Se o livro anterior, Negócios e Ócios, já fora uma experiência bem-sucedida, no seu mais recente Memórias de Um Historiador de Domingo, Boris Fausto vem apenas reafirmar aquele raro talento de alguns historiadores para o gênero memorialístico. Gênero para o qual é bom que se diga não há regras nem receitas - e talvez a única certeza é que tais regras sejam completamente dispensáveis. Começando pelos primeiros anos da década de 1950 e chegando até a atualidade, Fausto consegue unir a força da recordação a uma narrativa estimulante e despretensiosa. Talvez porque sua narrativa não obedeça a uma estrita sequência cronológica - cada capítulo se parece mais com uma crônica, no qual relembra tópicos importantes de sua trajetória: a rotina de estudante da Faculdade de Direito, a curta experiência na advocacia comercial, a intermitente militância trotskista, a tardia graduação em História e a publicação de seus livros - muitos deles, hoje, considerados clássicos da historiografia brasileira. Num capítulo especial, o historiador reconstrói ainda a biografia de sua mulher, a educadora Cynira Stocco Fausto, fornecendo aos leitores detalhes pouco conhecidos da rigorosa formação católica feminina na década de 1950.
Uma vantagem que um historiador leva ao recordar o próprio passado é que, talvez por força de um tique profissional, ele nunca perde de vista o cenário histórico maior. A narrativa da atração de Fausto, ainda jovem advogado, pelo trotskismo pontilha algumas características gerais, que podem ser estendidas às trajetórias de vida de muitos dos seus contemporâneos: tratava-se menos de uma opção pela militância do que uma oportunidade rara para se discutir ideias - já que isto pouco existia nas escolas ou mesmo nas universidades. Também suas experiências partidárias - como membro do nanico Partido Operário Revolucionário, que se reunia numa salinha nos desvãos do edifício Martinelli - não podem ser vistas apenas do ângulo político, pois tornaram-se parte do processo de socialização e construção de identidades daquela geração. Ainda assim, há traços bastante singulares da biografia de Fausto, e até mesmo seu engajamento no trotskismo não se traduziu apenas por opções puramente intelectuais. "Minha história de vida me impeliu para a margem da margem, para começar, pela condição de judeu, apesar da não religiosidade e dos esforços bem-sucedidos de integração.(...) e o fator decisivo do sentimento de marginalidade foi a morte prematura de minha mãe e a forma como esse desastre foi tratado no âmbito familiar" - escreve o historiador, sem aquela autocomplacência tão comum aos memorialistas. Longe da aridez dos manuais, lá também aparecem, sutilmente delineados, os contextos políticos e culturais daquelas décadas decisivas para a história brasileira.
São recordações não destituídas de certa crueza - esta última atenuada com finas doses de autoironia, que pelo menos deixam o historiador bem longe do pecado da idealização do passado. O jovem historiador frustrou-se por não aprender a dançar e nem passar pelas famosas aulas de Madame Poças Leitão - mas compensou isto com duas paixões que o acompanharam desde a juventude: o futebol e o cinema. Julga, contudo, que a paixão pelo futebol - ainda mais acentuada por ser torcedor do Corinthians - abriu uma brecha de salutar irracionalidade na vida de um intelectual no qual o racionalismo sempre figurou em doses excessivas. Pertencente àquela geração imediatamente posterior aos grandes clássicos da ciência social brasileira, Boris Fausto começou a publicar suas principais obras num momento de questionamento das grandes interpretações do Brasil, no qual as "visões gerais" começavam a ceder seu espaço àquelas investigações mais pontuais e, ao mesmo tempo, mais especializadas e mais inovadoras.
De qualquer forma, escrevendo memórias, Fausto mostra-se mais a vontade e é mais bem-humorado do que quando escreve como historiador. Esboça rápidos e pitorescos retratos dos seus contemporâneos dos tempos da faculdade, dos colegas advogados, dos rituais forenses ou mesmo, de alguns mestres da Faculdade de Direito. Como Canuto Mendes de Almeida, de Direito Penal - que havia ensaiado ser cineasta na juventude - e que trocava citações eruditas por versos de Herivelto Martins, como: "Primeiro é preciso julgar/ pra depois condenar". Ou o professor Waldemar Ferreira, com sua indefectível gravata-borboleta, indicando aos alunos apostilas dos seus próprios textos escritos, permeada de frases empoladas, como "o comércio que por mar se faz, de marítimo o nome se lhe dá". Em cima desta última referência, aventa-se a hipótese - anedótica, é claro - de Jânio Quadros ter sido um dos alunos mais aplicados do referido mestre. Anedota que lembra uma daquelas espirituosas definições de "dívida flutuante" que o Barão de Itararé dava, na mesma época, nas suas impagáveis lições de economia política: "navio hipotecado". Mesmo ao narrar amargos episódios de sua prisão, por poucos dias, em 1964 e em 1971, e seus sombrios contatos com órgãos e personagens da repressão - incluindo a violência de uma coronhada no estômago -, Fausto consegue manter a bonomia e tom discreto do cronista. Como no seu depoimento num IPM em 1969, quando ao ser inquirido sobre o conteúdo das suas aulas de história discorreu longamente sobre o Tenentismo e a Revolução de 1930, dando uma verdadeira aula ao major que o interrogava - este último demonstrando inusitado interesse pela história do País.
Longe de um ensaio de ego-história, Memórias de Um Historiador de Domingo completa o volume anterior - e chega para ocupar um lugar promissor no memorialismo brasileiro, já que exercita, como uma chave mestra para destravar o passado, aquela virtude de todo grande memorialista, que é envolver a si mesmo no seu próprio universo da ironia.

ELIAS THOMÉ SALIBA É PROFESSOR DE TEORIA DA HISTÓRIA NA USP E AUTOR, ENTRE OUTROS, DE RAÍZES DO RISO (COMPANHIA DAS LETRAS)


 
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** Introdução à História Pública

 
Introdução à História Pública
Estão abertas, até o dia 05 de fevereiro, as inscrições para o Curso de Introdução à História Pública . O curso será realizado pelo Núcleo de Estudos em História da Cultura Intelectual, ligado à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, entre os dias 14 a 17 de fevereiro. As inscrições podem ser realizadas neste site.
O Curso pretende, em uma semana de oficinas, minicursos e palestras coordenadas por profissionais renomados de dentro e de fora da academia, oferecer pistas de como difundir o conhecimento histórico para amplas audiências de maneira responsável e integrada.
A programação é destinada a estudantes, historiadores, professores, pesquisadores, profissionais liberais e demais interessados de todas as áreas do conhecimento.
O curso custa R$200,00 para inscrições realizadas até 20 de janeiro; R$215,00, de 21 a 30 de janeiro; R$230,00, de 31 de janeiro a 05 de fevereiro. A realização da inscrição inclui direito a participação em todas as atividades; participação em brunch de confraternização; material de apoio; certificado emitido pela USP com registro, carga horária e descrição do conjunto das palestras e oficinas assistidas.
O curso será ministrado no prédio de Geografia e História da FFLCH, localizado na Avenida Lineu Prestes, nº 338, Cidade Universitária, São Paulo.
Mais informações: (11) 6623-1051, email historiaintelectualusp@gmail.com, site www.usp.br/historiaintelectual
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** Acervos do Museu Paulista

 
Acervos do Museu Paulista
Do USP Online


O Museu Paulista (MP) da USP, mais conhecido como Museu do Ipiranga, promove o curso Museu Paulista: histórico da formação dos acervos, ministrado pela professora Miyoko Makino.
O objetivo é apresentar os acervos do MP, introduzindo os participantes no conhecimento do histórico da Instituição e do edifício-monumento, como pontos importantes para conhecimento não somente da sociedade brasileira, mas principalmente da paulista, dos séculos 18 e 19. Ainda, mostrar a importância da preservação de bens culturais, para a pesquisa, produção e difusão de conhecimentos novos, e visitar as áreas expositivas como forma de identificação dos bens culturais que fazem parte do patrimônio da Instituição.
O curso é gratuito e terá 35 vagas, tendo com pré-requisito o ensino médio ou equivalente. As aulas ocorrerão de 16 de março a 11 de maio, às quarta-feiras, das 14 horas às 16h30. Os interessados devem entrar em contato através do telefone (11) 2065-8075 para mais informações sobre as inscrições, que vão de 14 de fevereiro a 15 de março.
O endereço do Museu é Parque da Independência, s/n, Ipiranga, São Paulo.
(Com informações da Assessoria de Imprensa do Museu Paulista)
Mais informações: (11) 2065-8075, email acadmp@usp.br
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** [Carta O BERRO] PARA NÃO ESQUECER JAMAIS! História de IARA IAVELBERG -XX-

Carta O Berro..........................................................repassem

IARA IAVELBERG
Militante do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8)

Nasceu em 07 de maio de 1944, na cidade de São Paulo, filha de David Iavelberg e Eva Iavelberg. Psicóloga e professora universitária.

Foi morta no dia 20 de agosto de 1971, aos 27 anos, em circunstâncias ainda não esclarecidas.
Da militância ao amor clandestino

Iara Iavelberg, psicóloga e professora da USP, participou de quatro organizações clandestinas de combate à ditadura militar: Polop, VAR-Palmares, VPR e MR-8. Panfletava em porta de fábrica e pichava muros. Nas reuniões clandestinas, ajudava na cozinha.

Iara e o ex-capitão do Exército Carlos Lamarca, que desertara em 24 de janeiro de 1969 levando armas do quartel em que servia, se conheceram na VPR e se transferiram juntos para o MR-8. Além das dificuldades óbvias de dois clandestinos se encontrarem, o namoro foi tumultuado pelo ciúme dele dos ex-namorados dela e pelo sentimento de culpa de estar traindo a mulher, Maria Pavan, que mandara com os filhos pequenos para Cuba.

Escondida num apartamento na Praia de Pituba, em Salvador, Iara foi vista com dois revólveres por um menino, que avisou à mãe, trazendo de volta a polícia, que já terminara a batida no prédio, em 23 de agosto de 1971. Aos 27 anos, Iara suicidou-se, segundo a versão do Exército, ou foi assassinada, a tiros de metralhadora, pelo sargento do Corpo de Fuzileiros Navais Rubem Otero, já falecido. O laudo do Instituto Médico-Legal da Bahia desapareceu e a família foi proibida pelo Exército de abrir o caixão.

Iara se casara aos 16 anos com Samuel Haberkorn, de 25 anos. Cinco anos depois, continuava virgem. A decepção de descobrir que Samuel tinha outra mulher a fez livrar-se da rígida educação moralista. Entre seus ex-namorados estão o hoje presidente do PT, deputado José Dirceu (SP), e o economista Luciano Coutinho.

Sua vida está contada no livro "Iara", de Judith Patarra, lançado em 1992, e, em parte, no filme "Lamarca", de Sérgio Rezende, que estreou em 1993.

Corpo de guerrilheira segue para exames após exumação Família de companheira de Lamarca quer provar que Iara não cometeu suicídio

Jornal do Brasil 23/09/03

Há duas versões sobre a morte de Iara. Uma delas diz que teria sido morta após rápido tiroteio com policiais do DOI/CODI-RJ, deslocados a Salvador para prendê-la. Consta que Iara teria se refugiado no banheiro de uma casa vizinha à sua, na tentativa de escapar à perseguição dos policiais, ocasião em que teria sido localizada, tendo se matado com um tiro na cabeça. Esta é a versão oficial, conforme nota divulgada na época pelos órgãos de segurança.

A outra versão é colocada por alguns de seus companheiros, baseados nos testemunhos de populares que assistiram à prisão e/ou morte de Iara. Segundo o apurado, Iara teria sido presa, e levada para a sede do DOPS local. Vários presos que se encontravam naquele estabelecimento no mesmo período, ouviram os gritos de uma mulher sendo torturada, identificando tais gritos como sendo de Iara.

O Relatório do Ministério da Marinha diz que ela foi "morta em Salvador/BA, em ação de segurança", o relatório do Ministério da Aeronáutica "suicidou-se em Salvador/BA, em 06 de agosto de 1971, no interior de uma residência, quando esta foi cercada pela polícia".

A certidão de óbito dá sua morte, em 20 de agosto de 1971, tendo sido firmada pelo Dr. Charles Pittex e informando que Iara foi sepultada por sua família no Cemitério Israelense de São Paulo.

Jornal "O Golbo " 05/05/02

Corpo de mulher de Lamarca vai ser exumado

Evandro Éboli

BRASÍLIA. A família de Iara Iavelberg, última companheira do guerrilheiro Carlos Lamarca, obteve uma histórica vitória. Desde 1998, briga na Justiça para que o corpo de Iara seja exumado, e que um exame pericial determine as reais causas de sua morte. Na semana passada, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a exumação.

O motivo da ação é religioso. Iara está enterrada na ala dos suicidas no Cemitério Israelita de São Paulo, perto de um muro, de costas para a área central e longe do túmulo do pai, Davi Iavelberg. Ela morreu em Salvador, durante uma ação do Exército, em 20 de agosto de 1971. O relatório oficial da Operação Pajussara diz que Iara suicidou-se após o cerco dos policiais.

A família contesta a versão. O suicídio é considerado um dos mais graves crimes pela lei judaica. O judaísmo prega que ninguém tem o direito de se matar. Por isso, a cova de Iara fica isolada das demais, numa ala destinada aos suicidas. Se provarem que ela foi assassinada, os Iavelberg conseguirão levá-la para perto do túmulo do pai.

— O suicídio é considerado uma desonra pelas leis judaicas — diz Henry Sobel, presidente do rabinato da Congregação Israelita Paulista.

Exumação já havia sido tentada em 1996

Pela primeira vez em processos movidos por parentes de vítimas da repressão, o motivo da ação não é pedido de indenização nem de pensão. A família Iavelberg já tentou na Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, do Ministério da Justiça, a indenização a que dizia fazer jus. Mas o pedido foi negado por falta de provas da participação dos militares em sua morte.

Em setembro de 1996, antes de entrarem com a ação, Samuel, Raul e Rosa Iavelberg, irmãos de Iara, pediram à Sociedade Chevra Kadisha, que controla o cemitério, a exumação do corpo, com base na publicação de versões de que Iara poderia ter sido assassinada pela ditadura militar. O pedido foi negado. Os judeus só permitem a exumação em casos de transferência dos restos mortais para Israel, para enterro próximo a parentes ou se a sepultura for profanada.

Iara integrou a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e, depois, o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). O relatório oficial da operação do Exército afirma que "a fim de evitar sua prisão e sofrendo ação de gases lacrimogêneos, Iara suicidou-se".

O corpo de Iara foi entregue embalsamado pelos militares aos parentes um mês depois de sua morte, num caixão lacrado. Os militares proibiram que ele fosse aberto.


SÃO PAULO - Foi exumado, em São Paulo, o corpo da companheira do guerrilheiro Carlos Lamarca, Iara Iavelberg, e levado para a Faculdade de Medicina da USP, onde será periciado. Ela morreu em 20 de agosto de 1971, durante a invasão de seu apartamento, em Salvador, cercado por forças da repressão.

A versão do regime militar é a de que ela teria cometido suicídio. Irmão da guerrilheira, Samuel Iavelberg afirma que a família pediu a exumação para tentar provar, numa perícia, que ela teria sido assassinada pela polícia. Disse que a família não pretende pedir indenização ao Estado caso essa versão seja comprovada.

Além disso, diz Samuel, a família quer mudar a forma como o corpo foi enterrado, caso seja confirmado o crime.

Seguindo a tradição judaica, por ter supostamente cometido o suicídio, a guerrilheira foi sepultada ''com desonras'', em solo não-consagrado e ''de costas'' para o restante do Cemitério Israelita do Butantã, ou seja, com os pés - em vez da cabeça - próximos à lápide.

A exumação foi determinada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, dia 4 de novembro do ano passado, a partir de recurso impetrado pela família, após a Sociedade Cemitério Israelita de São Paulo conseguir, em primeira instância, impedir que o corpo fosse desenterrado para exames.

Segundo Abrão Bernardo, assessor da instituição judaica, exumá-la é contra aquela religião por representar ''uma violação do corpo, que é sagrado''.

Semana passada, porém, o juiz Alexandre Alves Lazzarini, da 16ª Vara Cível de São Paulo, determinou a imediata exumação. Como informara o deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), advogado da família, o Instituto Médico Legal marcara para ontem a data da exumação.

Ao meio-dia, entretanto, o mesmo juiz determinou a suspensão do procedimento, ao aceitar a argumentação dos advogados do cemitério.

- Não fomos notificados e não tivemos condição de nos preparar - disse Bernardo.

Greenhalgh recorreu ao juiz e conseguiu fechar um acordo com a necrópole para a exumação prosseguir.

Abrão Bernardo afirma que a entidade aceitou a versão oficial de suicídio porque ''o óbito veio dessa forma''.

Samuel garante que a Sociedade Cemitério Israelita é uma ''entidade ultraconservadora e com tendências direitistas''.

- No fundo, é uma questão política. Eles não querem que se afronte a versão militar - afirmou.

Bernardo, no entanto, afirma que não teriam ''como agir de forma diferente naquela época''.

Um mistério de 32 anos

A psicóloga Iara Iavelberg, mulher de Carlos Lamarca (do MR-8), morreu em 20 de agosto de 1971, aos 27 anos, num apartamento em Salvador (BA). A versão oficial é que, quando a polícia invadiu o apartamento, ela estaria armada e que, para não ser presa, teria se suicidado com um tiro. Lamarca foi morto pouco depois, em 17 de setembro, na Bahia.

Segundo o jornalista Elio Gaspari relata no livro A Ditadura Escancarada, o corpo de Iara ficou numa gaveta do necrotério de Salvador por mais de um mês, para atrair Lamarca. Depois, foi levado para São Paulo, num caixão lacrado. A família não pôde abri-lo.

Em 9 de julho de 1996, irmãos de Iara pediram a exumação do corpo à Federação Israelita de São Paulo. O pedido foi negado. No mês seguinte, o médico Lamartine Lima disse ter ouvido do militar Rubem Otero a confissão de que ele teria matado Iara. Suspeita-se que Iara tenha resistido à prisão e foi atingida por uma rajada de metralhadora. Três tiros teriam atingido a cabeça e o tórax.

Iara Iavelberg é exumada, 32 anos depois

O Globo 23/09/03

Soraya Aggege

SÃO PAULO. 32 anos depois de sua morte, e após uma longa batalha judicial de sua família contra a sociedade Chevra Kadisha, responsável pelo Cemitério Israelita de Butantã, em São Paulo. Peritos da Universidade de São Paulo (USP) vão tentar apurar se Iara se matou ou se foi assassinada por órgãos de repressão do regime militar.

A exumação ficou suspensa por sete horas ontem porque a sociedade judaica recorreu à Justiça para suspender a medida, sem sucesso. A família de Iara só recorreu à Justiça para garantir a exumação depois que a sociedade se recusou a desenterrar o corpo dizendo que isso é proibido pela religião judaica.

Segundo as tradições judaicas ortodoxas, o corpo estava sepultado na ala dos suicidas (junto ao muro, de costas para os outros túmulos) e Iara foi enterrada sem que seu corpo fosse lavado e envolto em lençol.

Família de militante não quer indenização do Estado

A família de Iara não quer indenização do Estado e diz que a Chevra Kadisha tem uma orientação de direita.

— Eles sempre acharam que não era bom lutar contra a ditadura. E alegam preceitos religiosos para barrar a apuração da história. Há 13 anos tentamos exumar o corpo e eles nos impedem. Há uma divisão de opiniões na comunidade judaica, mas esse grupo é afinado com a direita — disse o jornalista Samuel Iavelberg, irmão de Iara.

O advogado da sociedade, Márcio Pollet, afirmou que a entidade não fora informada com antecedência sobre a decisão da Justiça. Além disso, ele alegou que esta semana é sagrada para os judeus e que, por isso, seria difícil encontrar um rabino para acompanhar a exumação:

— Não temos nada contra a produção de provas. Só queremos o cumprimento mínimo da tradição judaica. Os jornalistas não podem fazer festa em solo sagrado.

Segundo o advogado da família de Iara, deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), a sociedade judaica queria que a exumação só fosse concluída em 8 de outubro, após o ano novo judaico:

— Se chove, acaba a possibilidade de fazer a análise. E eles também não queriam que a família de Iara acompanhasse a exumação.

Uma morte misteriosa

Última companheira do guerrilheiro Carlos Lamarca, a psicóloga Iara Iavelberg tinha 28 anos e estava grávida quando morreu, em agosto de 1971, em Salvador. O laudo do IML sumiu e a família foi proibida pelo Exército de abrir o caixão. Há duas versões sobre sua morte. Oficialmente, ela teria se matado com uma bala no peito após tiroteio com policiais do DOI/Codi. No entanto, há depoimentos dizendo que Iara foi morta, a tiros de metralhadora, pelo sargento do Corpo de Fuzileiros Navais Rubem Otero, já falecido.

Folha de São Paulo 23/09/03

Corpo da mulher de Lamarca é exumado

Família pretende provar que Iara Iavelberg não se suicidou, contrariando versão dada pelo governo

DA REPORTAGEM LOCAL

Foi exumado ontem em São Paulo o corpo da mulher do guerrilheiro Carlos Lamarca, Iara Iavelberg, que morreu em 20 de agosto de 1971, após a polícia invadir o apartamento em que ela morava, em Salvador (BA).

A versão do regime militar para a morte de Iara é a de que ela teria cometido suicídio. O irmão da guerrilheira, Samuel Iavelberg, afirma que a família pediu a exumação para tentar provar, após perícia, que ela, na verdade, teria sido morta pela polícia. Ele disse que a família não pretende pedir indenização ao Estado caso essa versão seja comprovada.

Além disso, diz Samuel, a família quer, caso seja provado que Iara não cometeu suicídio, mudar a forma como ela está enterrada.

Seguindo a tradição judaica, por ter supostamente se suicidado, a guerrilheira foi sepultada "com desonras", em terreno não-consagrado e "de costas" para o restante do Cemitério Israelita do Butantã -ou seja, com os pés, em vez da cabeça, próximos à lápide.

A exumação foi determinada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo no dia 4 de novembro de 2002, a partir de recurso da família, após a Sociedade Cemitério Israelita de São Paulo conseguir, em primeira instância, impedir que o corpo fosse desenterrado para a perícia.

Segundo Abrão Bernardo, assessor da presidência da entidade, exumá-la vai contra a religião judaica, por ser, ele diz, "uma violação do corpo, que é sagrado".

Paralisação

O juiz Alexandre Alves Lazzarini, da 16ª Vara Cível de São Paulo, cumprindo a decisão do Tribunal de Justiça, determinou que a exumação fosse realizada. Segundo o deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), advogado da família no processo, o IML (Instituto Médico Legal) marcou para ontem a data da exumação.

Ao meio-dia de ontem, porém, o juiz mandou suspender o procedimento, aceitando argumentação dos advogados do cemitério. "Não fomos notificados e não tivemos condição de nos preparar", disse Bernardo.

Segundo Greenhalgh e Samuel, também teria sido argumentado incorretamente que se tratava de um feriado religioso para os judeus, o que impossibilitaria trabalhos no cemitério.

Greenhalgh recorreu ao juiz e conseguiu um acordo com a Sociedade Cemitério Israelita para que a exumação prosseguisse sem a presença da imprensa, o que, ainda segundo Greenhalgh, teria sido exigido porque representaria uma "profanação do túmulo".

O irmão de Iara conta que a família briga na Justiça, em outros processos, há 13 anos para conseguir exumar o seu corpo. Segundo ele, o enterro foi uma "operação militar", em que o caixão chegou lacrado ao cemitério, e que não foi permitido que as cerimônias tradicionais, como a lavagem do corpo, fossem realizadas.

Abrão Bernardo afirma que a entidade aceitou a versão oficial de suicídio porque "o óbito veio dessa forma".

Samuel diz que a Sociedade Cemitério Israelita é uma "entidade ultraconservadora e com tendências direitistas". "É uma questão política, no fundo. Eles não querem que se afronte a versão militar", afirmou.

"Não tínhamos como agir de forma diferente naquela época", disse Bernardo sobre as declarações de Samuel, negando qualquer motivação política.

Após ser exumado, o corpo foi levado para a faculdade de medicina da USP, onde será analisado.

(RAFAEL CARIELLO)

Psicóloga morreu em 1971 cercada pela polícia na BA





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