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quarta-feira, 11 de abril de 2012

** SciELO Brasil lança portal de livros eletrônicos

SciELO Brasil lança portal de livros eletrônicos 
Rede de periódicos científicos no país lança o portal "SciELO Livros", que promete democratizar o acesso a produções científicas desenvolvidas por brasileiros 
Por Elton Alisson

Agência FAPESP 
Foi lançado em 30 de março, durante evento na Universidade Estadual Paulista (Unesp), em São Paulo, o portal SciELO Livros.  Integrante do programa Scientific Eletronic Library Online SciELO Brasil – resultado de um projeto financiado pela FAPESP em parceria com o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme) –, o portal visa à publicação on-line de coleções de livros de caráter científico editados, prioritariamente, por instituições acadêmicas
A iniciativa pretende aumentar a visibilidade, o acesso, o uso e o impacto de pesquisas, ensaios e estudos realizados, principalmente, na área de humanas, cuja maior parte da produção acadêmica é publicada na forma de livros. "Uma porcentagem significativa de citações que os periódicos SciELO fazem, principalmente na área de humanas, está em livros. E como um dos objetivos da coleção SciELO é interligar as citações entre periódicos, a ideia é também fazer isso com livros", disse Abel Packer, membro da coordenação do programa SciELO, à Agência FAPESP. 
De acordo com Packer, a ideia do projeto foi sugerida em 2007 pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e foi iniciado em 2009 sob a liderança e financiamento de um grupo formado pelas editoras da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Fiocruz. 
O desenvolvimento da plataforma metodológica e tecnológica contou com a cooperação da Bireme, e a execução do projeto teve apoio institucional e de infraestrutura da Fundação de Apoio à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).  Inicialmente, o portal reunirá cerca de 200 títulos, distribuídos mais ou menos igualmente entre as editoras das três universidades. A partir do lançamento, a expectativa é que a coleção possa contar com a adesão de outras editoras acadêmicas.  Para integrar o portal, as editoras e as obras são selecionadas de acordo com padrões de controle de qualidade aplicados por um comitê científico e os textos são formatados de acordo com padrões internacionais que permitem o controle de acesso e de citações. 
A publicações poderão ser lidas por meio de plataformas de e-books, tablets, smartphones ou na tela de qualquer computador, acessadas diretamente do portal ou de buscadores na internet, como o Google, e também serão publicadas em portais internacionais.  "A ideia é contribuir para desenvolver infraestrutura e capacidade nacional na produção de livros em formato digital e on-line, seguindo sempre o estado da arte internacional", explicou Packer.  Segundo ele, a plataforma metodológica e tecnológica desenvolvida para publicação de livros eletrônicos para a coleção da SciELO Brasil deverá ser utilizada por outros países que formam a rede SciELO para publicar suas coleções nacionais, com gestão autônoma. 
Venda de livros 
Além das obras com acesso aberto e gratuito, o portal SciELO Livros também possui uma área na qual será possível ao usuário comprar obras das editoras integrantes do projeto no formato e-book.  "A venda deverá ser uma das fontes de recursos financeiros previstos na operação auto-sustentável do portal. Isso representa uma novidade para o SciELO, que tem acesso totalmente aberto para os seus periódicos. Entretanto, o número de livros em acesso aberto deverá predominar", disse Packer.  Segundo ele, a meta inicial é publicar entre 300 a 500 títulos por ano no portal. Entretanto, esse número de publicações dependerá da reação das editoras e do público.  "Se o projeto tiver um sucesso semelhante ao do SciELO Periódicos, o desenvolvimento do portal poderá ser mais rápido, e ele deverá contar com muito mais livros", estimou. 
Criada em 2007, o SciELO Brasil é, segundo o Ranking Web of World Repositories, conhecido como Webometrics, o líder mundial entre os maiores portais de informação científica em acesso aberto e gratuito no mundo.  Em 2011, de acordo com Packer, a coleção SciELO Brasil teve uma média diária de 1,2 milhão de downloads de artigos. Seu modelo de publicações de periódicos é adotado hoje por diversos países e forma uma rede de coleções nacionais.  Os países com coleções certificadas estendem-se pela América Latina, como Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, México e Venezuela, e Europa (Espanha e Portugal). A coleção da África do Sul está prevista para ser qualificada e certificada em 2012.  A expectativa é que esses países também venham adotar o modelo SciELO de publicação de livros em formato digital. 
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Fabrício Augusto Souza Gomes
E-mail: fabricio.gomes@gmail.com
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    ** ‘Os golpistas não conheceram o apolitismo’, afirma historiadora francesa

    'Os golpistas não conheceram o apolitismo', afirma historiadora francesa

     
    Sua análise se opõe à historiografia dominante, que se concentra no papel da elite hierárquica na ditadura militar. Por que os oficiais de patente mais baixa não costumam ser tratados como atores políticos?

    MAUD CHIRIO: De um lado, é pelo discurso da própria instituição militar, segundo o qual militares não fazem política. Esse discurso foi integrado na memória coletiva. Até porque há de fato um movimento histórico, no século XX, de despolitização dos escalões subalternos nas Forças Armadas brasileiras. O golpe e a ditadura não foram um tenentismo, mas um movimento de generais que tinham autoridade hierárquica sobre os mais novos. Isso criou uma imagem geral de que o regime militar era o ponto final desse processo de desmobilização. Além disso, as fontes relativas aos oficiais de baixa patente são muito menos acessíveis.
    Em que medida esses oficiais, alguns até mais à direita dos generais, tiveram peso nas decisões políticas da ditadura militar no Brasil? Você poderia dar alguns exemplos? 
    Os oficiais intermediários, que apoiaram o golpe, pensavam que o sucesso era deles e reivindicavam participação no poder. Eles são o que chamo de primeira linha dura, com o discurso de que a revolução era um processo radical e coletivo. Eles pressionaram muito o Castelo Branco, que adotou o AI-2 para reforçar o próprio poder, mas também porque era a medida desejada pelos coronéis de linha dura desde o golpe. Quando Costa e Silva chegou ao poder em 1967, eles pensavam que essa era a vez deles. Mas Costa e Silva tinha um imaginário dos generais, não queria a participação dos coronéis, e eles foram reprimidos, mandados para quartéis na Amazônia e no Sul, perderam tropas e peso político. Instaurou-se de maneira muito conflituosa um regime de generais, que se radicalizou com o AI-5. Durante os anos de chumbo, outros oficiais intermediários foram integrados ao aparelho repressivo. Foi uma segunda linha dura, com outra lógica política. Estes oficiais tentaram impedir a abertura, colocando bombas e escrevendo panfletos. Só que também não tiveram sucesso.
    Mas por certo tempo eles tiveram o apoio da elite militar...
    Com certeza, não eram os generais de um lado e os jovens oficiais do outro, não havia esse maniqueísmo. O Ministro do Exército na época, Silvio Frota, estava totalmente de acordo com o pensamento desses oficiais mais novos, que receberam muito apoio nos anos 1970, quando houve pouca vontade de descobrir quem cometia os atentados. Estes oficiais continuaram na carreira militar no momento da redemocratização, chegaram a postos altos, o que não foi o caso da primeira linha dura. Agora estão na reserva, escrevendo manifestos no Clube Militar.
    Como você vê essa atuação política hoje?
    Não é uma surpresa, fiz entrevistas com alguns oficiais da reserva. Sua oposição à Comissão da Verdade era de se esperar. O problemático é que não se sabe qual é o estado de espírito dos militares da ativa, que não podem falar.
    Foi difícil conseguir entrevistas com os oficiais?
    Entrevistei poucos oficiais da segunda linha dura. Já os oficiais mais ativos no início do regime militar, que em geral não participaram do aparelho repressivo, não têm medo de ser responsabilizados, por isso não têm muita dificuldade em falar. Até porque um subgrupo dessa primeira linha dura se sentiu tão traído que acabou apoiando a candidatura de um general do MDB em 1968, entrando para a oposição nos anos 70. Isso é um pouco louco, porque eles tinham sido os principais líderes da linha dura radical repressiva de 1964, 65.
    Eles reconhecem que entraram para a oposição porque se sentiram traídos?
    É ambíguo. A maioria diz que descobriu que a democracia era melhor, que a revolução era para ser breve mas o poder foi roubado por um grupo de generais. Discursos e memórias têm que ser desconstruídos, e é óbvio que a característica principal desse grupo é não ter conseguido chegar ao poder. Os oficiais da segunda linha dura têm um discurso mais orientado para a luta contra a subversão, sem problema com o fato de só os generais terem chegado ao poder. Seu problema é Geisel e Figueiredo terem tentado limitar os órgãos repressivos. Apesar de estar nítido nos arquivos do Geisel de que o objetivo era a tutela dos militares sobre o poder civil. Mas eles não conseguiram manter isso, porque o processo escapou.
    Você fala da noção negativa da política dentro das Forças Armadas. Por que acha que em certo momento elas decidiram ter um papel tão decisivo na vida política?
    Os golpistas de 1964 eram militantes ativistas desde jovens. Os coronéis, que não viveram o tenentismo, mas entraram na política quando tenentes, participaram de revoltas contra Kubitschek e depois conspiraram muito. Eles não conheceram o apolitismo militar, apesar do discurso geral da despolitização dos escalões subalternos. O movimento de afirmação hierárquica dos generais teve um grande retrocesso nos anos 1950 e início dos 60, quando os sargentos eram muito mobilizados na esquerda, e os oficiais, divididos entre os nacionalistas e os chamados entreguistas. Essa é a primeira explicação para seu ativismo bem forte. Isso sabendo que eles foram muito minoritários, eram algumas centenas. A esmagadora maioria dos oficiais de baixa patente não participava do jogo político. A segunda linha dura entrou na política de forma diferente. Os oficiais não se organizaram em associações políticas, não falavam na imprensa como os primeiros. Eles colocavam bombas, pressionando o poder para afirmar sua força física. Isso também é política, violência política.
    Quais foram as principais dificuldades da pesquisa?
    Não há arquivos militares, um dia espero poder consultá-los. O arquivo do SNI está disponível, mas os nomes dos militares são todos barrados. Usei o Dops, arquivos pessoais de militares, imprensa. Os militares me disseram que nos anos de chumbo não houve mais protestos dos oficiais de patente intermediária, mas sem o arquivo é muito difícil ter certeza se eles de fato pararam. Para uma historiadora não é o ideal, mas descobri que sem arquivos há arquivos. Apesar de todas as tentativas de instituições para barrar o pesquisador, todo objeto histórico deixou algo: nas memórias, na imprensa, nos órgãos civis.
    Em sua pesquisa sobre os exilados você entendeu um pouco das diferenças com outras ditaduras na América do Sul?
    Fiz um trabalho com a pesquisadora argentina Marina Franco, e ficou nítido que a violência e a rapidez da repressão na Argentina, bem maiores do que no Brasil, modificaram muito mais as identidades dos exilados argentinos, que logo se sentiram vítimas e não mais revolucionários. Porque era muito difícil assumir a posição de sobrevivente em relação a todos aqueles que estavam na cadeia ou mortos. Isso é menos visível na experiência dos exilados brasileiros, que voltaram como militantes e entraram na política.
    Por outro lado, na Argentina há uma Comissão da Verdade ativa. 
    Não se pode fazer uma escala da repressão, apesar de no Brasil ter havido menos assassinatos e desaparecimentos. Tendo dito isso, na Argentina cada família tem um desaparecido, mas não no Brasil. E modificar a Lei de Anistia aqui, 30 anos depois, é mais complicado, apesar de achar que isso deva ser feito. Há ainda uma cultura da anistia no Brasil, que tem peso no discurso de esquecimento e reconciliação, e não de verdade e punição. Esse discurso sempre está associado à ideia de uma guerra entre subversivos e militares. Mas não foi uma guerra, um dos lados estava no poder. Foi repressão.
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    Fabrício Augusto Souza Gomes

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      ** Chamada de publicação: Revista eletrônica "Das Américas" - 12º número

      Caríssimos, 
      A Revista eletrônica "Das Américas" – ISSN 2177-4455, convida a todos para a participação de seu 12º número.
      A proposta que se segue, no âmbito do Núcleo de Estudos das Américas (NUCLEAS/UERJ), é a formação de um boletim acadêmico na área de História e Ciências Humanas afins, que se constitui basicamente em periodicidade bimestral, com a quantidade de 4 (quatro) a 6 (seis) artigos acadêmicos, 1 (uma) resenha de obra literária, acadêmica ou cultural. Recomenda-se o envio de trabalhos de Iniciação Científica, Conclusão de Curso ou ainda de disciplinas do Mestrado, Doutorado ou outros cursos latu sensu.
      Visando a publicação neste número, os trabalhos devem ser enviados pararevistadasamericas@gmail.com até o dia 30/04/2012.
      Agradecemos desde já a colaboração!!!


      Os Editores
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