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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

** Livro resgata o papel das revistas ilustradas no Segundo Reinado

 

Livro resgata o papel das revistas ilustradas no Segundo Reinado



Fonte: FAPERJ Débora Motta


                           Reprodução
  
 Obra mostra a importância das
 revistas ilustradas no séc. XIX
  
 
As revistas ilustradas que circulavam no Brasil durante o Segundo Reinado (1840-1889) desempenharam um papel especial na história da imprensa brasileira. Numa época em que o acesso à fotografia era restrito e em que a sociedade se apoiava na leitura das letras, as revistas ilustradas foram responsáveis, em grande medida, pela circulação das primeiras imagens na imprensa brasileira, na forma de ilustrações. Esse tema é discutido no livro Revistas ilustradas – modos de ler e ver no Segundo Reinado (editora Mauad), organizado pelos pesquisadores Paulo Knauss, Marize Malta, Cláudia de Oliveira e Mônica Pimenta Velloso, e publicado com apoio do programa de Auxílio à Editoração – APQ3, da FAPERJ.


“É um livro que trata ao mesmo tempo da história da imprensa e da história da imagem no País, valorizando a cultura letrada e a cultura visual do Segundo Reinado”, resume Paulo Knauss, diretor do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro e professor do Departamento de História da Universidade Federal Fluminense (UFF). Ao longo de três capítulos – “As revistas ilustradas no mundo dos impressos”, “As revistas ilustradas e seus temas” e “No tempo das revistas ilustradas” –, o livro reúne 11 estudos de diferentes autores que abordam, com perspectivas diversas, a imprensa e o mundo social oitocentista. “Os artigos destacam como o imaginário social brasileiro da época tem como referência a relação entre texto escrito e imagem que se estabeleceu na imprensa ilustrada”, diz Knauss.

De acordo com o historiador, a obra veio preencher uma lacuna bibliográfica sobre o tema. “A ideia de fazer um livro sobre o assunto surgiu da necessidade de se criar um material para atender as atividades acadêmicas de pesquisa sobre as revistas ilustradas da segunda metade do século XIX, que era escassa. Normalmente, a bibliografia sobre o século XIX valoriza muito a imprensa panfletária do Primeiro Reinado, que não é nosso objeto de estudo”, conta Knauss. Para ele, as revistas ilustradas contribuíram para formar no público leitor a cultura visual. “Hoje, associamos sempre a ideia de fotografia e notícia, mas antes da fotografia, a gravura já circulava nas revistas ilustradas. A introdução desse tipo de imagem, a maioria em preto e branco, renovou a imprensa escrita”, explica o autor do prefácio da coletânea.

Diversidade de temas      

Com reportagens sobre variedades e atualidades, ilustrações de moda e sátiras políticas, representadas pelas caricaturas, as revistas ilustradas abordavam temas diversos. “Essas revistas eram, muitas vezes, produzidas no Rio de Janeiro, a sede do Império, e distribuídas para outras províncias, onde eram balizadoras da moda, do comportamento e fonte de notícias da época”, explica a organizadora do livro Marize Malta, professora da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Entre as revistas ilustradas que circulavam na época do Segundo Reinado estavam o Museu Universal – Jornal das Familias Brazileiras, Minerva Brasiliense, Ostensor Brasileiro, A Estação e O Jornal das Senhoras. Elas apresentavam a informação visual por meio de estampas encartadas e/ou ilustrações impressas na própria página, junto ao texto, por clichê ou processos litográficos.


 Reprodução                                  
 Página de abertura da revista  A    
 Estação
destaca a moda feminina      

Em um dos artigos do livro, intitulado “Fundo, detalhe e satisfação visual: decoração doméstica em A Estação”, a professora Marize Malta apresenta um estudo de caso de A Estação – Jornal Illustrado para a Família. A revista se propunha a mostrar, especialmente ao público feminino, as últimas tendências europeias da decoração de interiores e atendia aos anseios da “boa sociedade carioca”, interessada na escolha de mobília e decoração como símbolo de status social. Contudo, abordava também temas como moda, comportamento e literatura. “A Estação colocava as senhoras a par das modas parisienses, trazendo inclusive os moldes dos vestidos franceses”, conta.


A revista quinzenal A Estação, assim como outras da época, refletia a forte influência francesa nos costumes da época. Era uma versão brasileira da parisiense La Saison. “Os editores compravam os clichês, ou seja, as ilustrações de moda e decoração, da revista francesa e traduziam os textos para o português, mas a parte literária e de colunismo social da revista era escrita por brasileiros.” De acordo com a professora, um dos escritores brasileiros que se destacaram na publicação foi o imortal Machado de Assis, autor de folhetins – capítulos romanescos publicados periodicamente nas revistas ilustradas, que foram os ancestrais das atuais novelas.

Retratos de uma época, as revistas ilustradas tiveram o mérito de colocar as imagens não apenas como fonte de informação complementar ao texto, mas muitas vezes como a principal fonte de informação, além da palavra. “A imagem era tão importante quanto o texto nas revistas ilustradas. Elas construíam o conhecimento”, destaca Marize Malta. Por esse motivo, as imagens são destaque na edição do livro Revistas ilustradas – modos de ler e ver no Segundo Reinado, ricamente ilustrado com os periódicos em análise. “O apoio da FAPERJ foi importante para poder publicar as imagens dessas revistas, discutidas na obra com uma edição de qualidade, toda em papel couché”, conclui.     
© FAPERJ – Todas as matérias poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.

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    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

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** Tome Ciência: Memórias de um País sem memória

 

Fonte: JC e-mail 4340, de 09 de Setembro de 2011.
  
Tome Ciência: Memórias de um País sem memória
 
         Programa pode ser visto, a partir deste sábado (10) e ao longo da semana, pela TV e pela internet.
 Pesquisadores e historiadores discutem a importância da memória, de documentos e de arquivos, na preservação da história brasileira. São debatidas questões relativas à preservação e ao acesso dos diferentes suportes da informação, como arquivos textuais, sonoros, audiovisuais e digitais. Outros aspectos abordados: as variadas versões dos acontecimentos, os arquivos como elementos de mediação entre memória e história, a política de arquivos no Brasil, o acervo do Cpdoc e a memória política do Brasil republicano.
         Participantes - Alzira Alves de Abreu, doutora em sociologia e pesquisadora do Cpdoc, da Fundação Getúlio Vargas. Isabel Lustosa, diretora de pesquisa da Casa de Rui Barbosa. Nísia Trindade Lima, diretora da Casa de Oswaldo Cruz, um centro da Fiocruz dedicado à memória da ciência e da saúde. Celso Castro, doutor em antropologia e coordenador de pesquisas do Cpdoc da Fundação Getúlio Vargas.  
 
Confira os canais que transmitem o Tome Ciência:
 
 
 
- RTV Unicamp, (canal 10 da Net Campinas), às 15 horas dos sábados, 21 horas dos domingos, às 15 horas das terças e às 24 horas das quintas-feiras, além da internet (www.rtv.unicamp.br).
 
 
 
- TV Alerj, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, às 19 horas dos domingos, com reprises às 20,30 horas das quintas, por satélite (Brasilsat - B4 at 84° W / taxa de símbolos = 3,0 MSps / frequência Banda-C = 3816,0 MHz / FEC = ¾ / frequência banda-L = 1334,0 MHz /  polarização = horizontal), pela internet (www.tvalerj.tv) e pelos  sistemas a cabo das seguintes cidades do estado: Angra dos Reis (14), Barra Mansa (96), Cabo Frio (96), Campos dos Goytacazes (15), Itaperuna (61), Macaé (15), Niterói (12), Nova Friburgo (97), Petrópolis (95), Resende (96), Rio de Janeiro (12), São Gonçalo (12), Teresópolis (39), Três Rios (96) e Volta Redonda (13)
 
 
 
- TV Ales, da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo (canal 12 da Net), às 12,30 horas das quintas-feiras, com reprises durante a programação.
 
 
 
- TV Assembleia, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (em Campo Grande pelo canal 9, em Dourados pelo canal 11, em Naviraí pelo canal 44 e internet - www.al.ms.gov.br/tvassembleia), às 20 horas dos sábados, com reprises durante a programação.
 
 
 
- Na TV Assembleia do Piauí, diariamente, às 13 horas, pelo canal aberto (16) em UHF, em Teresina e nas reprodutoras de 22 municípios do Piauí e um do Maranhão, além do satélite (Free-to-Air FTA em modo aberto - Satélite NSS 10 (Starone C2) ou AMC-12 Banda C - Posição orbital dos 37,5º Oeste [W] - Frequência: 3831 - Polarização: Horizontal SR 2893 e FEC ¾).
 
 
 
- TV Câmara Angra dos Reis, da Câmara Municipal de Angra dos Reis (canal 14 da Net e internet), às 19 horas das quartas-feiras, com reprises durante a programação.
 
 
 
- TV Câmara, da Câmara Municipal de Bagé (canal 16 da Net) durante a programação e no horário fixo das 20 horas das quintas-feiras.
 
 
 
- TV Câmara Caxias do Sul, da Câmara Municipal de Caxias do Sul/RS (canal 16 da Net) e pela internet (www.camaracaxias.rs.gov.br), às 12 horas dos sábados, com reprises às 12 horas dos domingos, 16 horas das segundas, 16 horas das terças, 16 horas das quartas, 16 horas das quintas e 20h15 das sextas-feiras.
 
 
 
- TV Câmara de Pouso Alegre, da Câmara Municipal de Pouso Alegre (MG), transmitida pelo canal 21 da Master Cabo e em sinal aberto de TV Digital, a partir de 8 de agosto, com exibição fixa às 18,30 horas e reprises durante a programação.
 
 
 
- TV Câmara de São Paulo, da Câmara Municipal de São Paulo (canal 13 da NET, 66 e 07 da TVA), às 13 horas dos domingos e 14,30 horas das segundas, com reprises durante a programação.
 
 
 
- TV Feevale, da Universidade Feevale de Novo Hamburgo/RS (canal 15 da Net), às 9 horas das terças e quintas-feiras, com reprises durante a programação.
 
 
 
- TV Ufam, da Universidade Federal do Amazonas (canal 7 e 27 da Net), com estréia semanal às 16 horas dos sábados e reprises durante a programação.
 
 
 
- UNOWEBTV, da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (SC) (canal 15 da Net) e pela internet (www.unochapeco.edu.br/unowebtv), às 21 horas dos sábados e reprises às 21 horas das terças e quintas-feiras.
 
 
 
Além disso, o programa pode ser visto a qualquer hora no site: http://www.tomeciencia.com.br.
 
 
 
O programa, apresentado pelo jornalista André Motta Lima, tem o apoio de pauta das sociedades vinculadas à SBPC, além de um Conselho Editorial de cientistas.
 
(Informações do Tome Ciência)
 
 
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** Domando águas

Livro aborda impacto das transformações socioeconômicas sobre as águas da cidade de São Paulo e como seus habitantes foram afetados pelo processo de urbanização entre 1875 e 1930 (reprodução)

Domando águas

09/09/2011
Por Mônica Pileggi
Fonte: Agência FAPESP – No fim do século 19, a cidade de São Paulo passou a vivenciar um ritmo de vida econômico e sociocultural que permitiu o incremento da urbanização e o seu adensamento populacional. Devido à riqueza gerada pelo complexo econômico cafeeiro, as águas da cidade se tornaram, gradativamente, obstáculos às formas de ocupação –reproduzidas até hoje – do tecido urbano.
A análise está no livro Domando águas: salubridade e ocupação do espaço na cidade de São Paulo, 1875-1930, que aborda as transformações sociais e econômicas durante o processo de urbanização da cidade e como seus habitantes foram afetados por elas.
O livro de Fábio Alexandre dos Santos, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em Osasco, é resultado de sua pesquisa de doutorado feito no curso de História Econômica do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Destinado a pesquisadores, profissionais e interessados no tema, o livro contou com o apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Publicações.
De acordo com o autor, o livro faz uma interface com diferentes áreas do conhecimento, com o objetivo de assimilar as transformações urbanas da capital paulista. “Ele tenta captar a cidade na sua interdisciplinaridade”, disse Santos à Agência FAPESP.
O processo de urbanização de São Paulo foi assinalado pela riqueza gerada pelo café, instauração da República, imigração em massa e a formação dos serviços públicos de saúde.
“Isso fez com que a cidade e seus administradores tentassem imprimir a ela um aspecto de modernização. Nesse sentido, era preciso dar a São Paulo, cuja população também crescia, uma cara de lugar habitável e que representasse todo o capital que afluía a ela”, contou.
Essas transformações passaram a ocorrer principalmente a partir de 1875, com pretensão das elites em modernizar e tornar a cidade civilizada. “São Paulo passou a ter um grande dinamismo urbano”, disse Santos. Nesse cenário, as questões relacionadas aos problemas de limpeza urbana, retificações e canalizações de rios, moradia, carência nos serviços de água e esgoto, valorização e especulação imobiliária passaram a convergir.
“As ações de empresas privadas (de serviços públicos e imobiliários) eram incentivadas ora pela omissão dos poderes públicos, ora por parcerias. Isso transformou a cidade em um espaço de ação e urbanização baseado na exclusão. Ainda hoje, muitas pessoas ocupam áreas de preservação ambiental ou de proteção, como é o caso do Jardim Pantanal, que sofre com as inundações causadas pelas grandes chuvas”, disse.
O marco temporal de Domando águas se encerra em 1930. Período em que se deu a consolidação do mercado imobiliário, resultado da capitalização do solo e da delimitação das áreas de moradia para cada faixa socioeconômica da população.
Segundo Santos, a valorização da terra urbana, de acordo com os serviços públicos ofertados, principalmente aqueles voltados à salubridade da cidade, levou à fixação dos limites.
Nesse momento, conta o autor, as águas da cidade foram “dominadas”, em processo que se deu por meio de afastamentos de cursos d’água, canalizações e retificações de rios, além da poluição das águas.
“O livro procura refletir uma São Paulo que tentou domar águas até onde lhe interessava, mas que não conseguiu resolver problemas seculares como o das enchentes, da falta de destino adequado dos resíduos domésticos – e, mais tarde, dos industriais – e dar conta de moradia para toda a sua população. Ou seja, uma cidade que hoje sofre as consequências da urbanização desigual”, disse Santos.
Domando águas: Salubridade e ocupação do espaço na cidade de São Paulo, 1875-1930
Autor: Fábio Alexandre dos Santos
Lançamento: 2011
Preço: R$ 56
Páginas: 320
Mais informações: www.alamedaeditorial.com.br 


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