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domingo, 4 de setembro de 2011

** Matéria sobre o CAPÃO DO BISPO na Revista de História da BN.

 

CLARINDO
Amigos do Patrimônio Cultural
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Vamos nos queixar ao Bispo

Artigo de historiadora fala sobre a desocupação da centenária casa no subúrbio carioca que é uma das sedes do Instituto de Arqueologia Brasileira

Tífani Albuquerque
22/8/2011
  • Publicamos a participação de uma leitora que nos enviou artigo sobre um patrimônio localizado no subúrbio carioca. Você pode enviar também seu texto via História interativa, nossa área colaborativa. Lá, é possível contribuir com artigos, reportagens e textos em geral, de até 7 mil caracteres, além de imagens, que tenham ligação, direta ou indireta, com a história do Brasil e a historiografia - basta estar logado em nosso site (se você não tiver um login, se cadastre aqui). O texto abaixo teve tratamento editorial, com edição de formato e conteúdo, e o resultado passa pela aprovação do seu autor, que tem a responsabilidade por sua publicação.
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    Capão do Bispo em foto do Instituto de Arqueologia Brasileira - Centro de Estudos Arqueológicos Capão do Bispo - http://bit.ly/capaodobispo
    Capão do Bispo em foto do Instituto de Arqueologia Brasileira - Centro de Estudos Arqueológicos Capão do Bispo - http://bit.ly/capaodobispo
      
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  • A Casa do Capão do Bispo, em Del Castilho, subúrbio do Rio de Janeiro, é uma importante edificação do século XVII onde funcionam laboratórios do Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB), biblioteca e, até recentemente, uma exposição de peças arqueológicas. A construção imponente, entre toda a modernidade que a cerca, mantém a história viva entre objetos e pesquisadores que nela trabalham. 
     
    Ali funciona o Centro de Estudos Arqueológicos, que tem em seu acervo ossadas inteiras localizadas entre as regiões do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Além disso, há urnas funerárias em cerâmica de diversas regiões brasileiras, mas principalmente do estado do Rio, peças esculpidas em pedra (lâminas de machado, batedores, polidores e etc.) por habitantes das terras que hoje são o Brasil, e lasca de pedras recolhidas em sítios arqueológicos. Ainda possuem cerâmicas (de diferentes tradições), materiais líticos (instrumentos feitos em rochas), malacológicos (conchas), ósseos e poucos vegetais (madeiras, frutos, etc.). Do material mais recente, há cerâmica neobrasileira (indígena, com influência europeia, como um cachimbo de tribo indígena de aproximadamente 900 anos) cerâmica colonial, grés (a garrafa e o tinteiro, por exemplo), louça, metal e vidraria. Também possuem milhares de reproduções de painéis de arte rupestre (pinturas feitas nas paredes de cavernas) e inúmeros exemplares de ossos humanos (encontrados em sepultamentos, durante as pesquisas). Para dimensionar o trabalho do IAB, apenas de um sítio que a equipe trabalha no Espírito Santo foram analisados 26 mil cacos de cerâmica. Entre as milhares de peças, há artefatos que vão de 8 mil anos de idade até objetos que datam do final do século XIX.
    Recentemente os profissionais do IAB, depois de 37 anos ocupando o casarão tombado pelo Instituto Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), foram notificados, sem maiores explicações, que deveriam sair da propriedade.
    O Capão do Bispo é uma das mais antigas propriedades rurais do estado do Rio de Janeiro e sua casa, sede da fazenda, é o que sobrou da sesmaria doada por Estácio de Sá aos Jesuítas. A concessão foi confirmada pela Corte de Lisboa em 10 de julho de 1565 e abrangia as freguesias de Inhaúma, Engenho Velho, Engenho Novo e São Cristóvão. Com uma área de duas léguas de testada e duas de fundo (13.200 metros X 13.200 metros). A propriedade começava no Vale do Catumbi, junto ao Rio dos Coqueiros, hoje Rio Comprido, que servia como divisa natural desde a nascente até desaguar no mangue da Cidade Nova, e seguia pelo litoral, atravessando a bica dos Marinheiros, São Cristóvão e Benfica até a Tapera de Inhaúma, rumo noroeste para o sertão, rumo sudoeste nas áreas férteis e saudáveis dos terrenos do Engenho Velho, Andaraí e Engenho Novo entre outros.
    A fazenda ficava na planície suburbana com diversos vales ligeiramente acidentados por baixas colinas, próximos ao Rio Jacaré, Faria e Timbó. Foi confiscada dos jesuítas em 1759, passando à Coroa, e depois leiloada, a partir de 1761. Um dos compradores foi o bispo D. José Joaquim Justiniano Mascarenhas de Castelo Branco, que regeu a diocese fluminense de 1774 a 1805, e ergueu a casa grande da fazenda num capão sobre um outeiro de 20 metros de altura. Dom José Joaquim Justiniano Mascarenhas Castelo Branco foi quem introduziu as mudas de café no estado, além de ser o primeiro bispo nascido no Rio de Janeiro.
    Sua mãe, dona Ana Teodora Ramos de Mascarenhas Castelo Branco, gozou das atribuições de conselheira privada e suprema nos assuntos ligados ou não à diocese. Ela exercia forte influência política no período, e foi graças a ela que seu filho conseguiu tornar-se bispo da cidade. Por isso a expressão "vá queixar-se à mãe do Bispo" tornou-se muito popular como sinônimo de tentar alcançar determinado fim indo pedir ajuda de alguém influente. Na década de 1980, Ana Teodora recebeu uma singela homenagem, do decorador paulista Júlio Senna. Ele nomeou o platô natural, onde morava, situado na Pedra da Urca, de "Largo da Mãe do Bispo". Em 1989, o jornalista e crítico musical Ricardo Cravo Albin adquiriu o imóvel e manteve o nome. No ano de 2001, o "Largo da Mãe do Bispo" foi incorporado ao recém-criado Instituto Cultural Cravo Albin e passou a receber diversos eventos musicais. Outra curiosidade é que a Rua do Bispo, no Rio Comprido, deve-se a este mesmo clérigo que estamos tratando.
    Mas o bispo morreu em 28 de janeiro de 1805 quando a propriedade passou ao seu sobrinho Jacinto Mascarenhas Furtado de Mendonça. De 1862 a 1868 a casa grande foi repassada por escritura a Joaquim José Palhares Malafaia e a Domingos José de Abreu. Em 1914, foi vendida a Francisca Carolina de Mendonça Ziéze e depois a Joaquim Alves Maurício de Oliveira, dono até 1929, passando à Clara Ziéze de Oliveira. A 18 de setembro de 1937 passou para Simão Daim e em 1947 estava em nome de Jacob Armin Frey. Esses levantamentos foram feitos pelo historiador Noronha Santos (1876-1954).
    Em 30 de agosto de 1947, foi tombada pelo Iphan, com Florentino M. Guimarães responsável pelo canteiro de obras e coordenando o levantamento arquitetônico. Desapropriada em 1961 e passando ao governo do estado da Guanabara, sendo a emissão de posse dada em 1969. Nas décadas de 50 e 60 foi invadida por 30 famílias que fizeram do patrimônio histórico uma cabeça-de-porco chegando a estar ameaçada de desabar. Edgard Jacinto da Silva, arquiteto do Iphan, fez um trabalho de restauração na sede que durou dois anos, de 1973 até 1975, e instalado um Museu Rural e Centro de Estudos Arqueológicos, do IAB, que funciona lá até a presente data, agora com risco de ter que sair do local.
    A Casa do Bispo funciona como um arquivo de informações vindas dos laboratórios e, também, como núcleo de dados e assistência às demais fases de trabalho de reconstituição pré-histórica. Fazem parte do acervo livros técnicos sobre arqueologia, história, biologia e outras áreas afins. Constam ainda mapas de diversos períodos e regiões brasileiras. O Instituto de Arqueologia Brasileira possui mais de 2 mil publicações, subdividas da seguinte forma: a) Documentação de Periódicos (arquivo) b) Biblioteca; c) Mapoteca Documentação Fotográfica - Acervo fotográfico de pesquisa de campo e de laboratório (durante e após a recuperação da peça). É formada de slides (em preto e branco e colorido). Todas as fotos são fichadas e catalogadas de acordo com a prospecção, escavação, ano e local.
    O IAB é uma das mais tradicionais instituições de pesquisas arqueológicas no Brasil, pioneiro na luta pela preservação cultural do país. Criado em 1961, o instituto é presidido por Ondemar Dias, um dos mais renomados arqueólogos do país. A instituição presta serviços de arqueologia a instituições públicas e tem estado à frente das mais importantes descobertas registradas nos últimos 20 anos no Rio. Entre elas, a de uma paliçada (espécie de cerca que constituía uma fortificação), achada em 2007, no subsolo da igreja de Nossa Senhora do Carmo, na Praça XV, no Centro do Rio, a primeira prova material da presença europeia no Rio antes mesmo da fundação da cidade, em 1565.
    O IAB tem grande importância, ainda maior nesse caso por estar inserida em uma região tão urbanizada, com comunidades com pouco acesso ao patrimônio histórico. Qual uso poderia ser melhor para uma edificação que é patrimônio histórico, do que uma instituição que lida com ele como seu objeto de trabalho? Quem estaria mais apto a cuidar da edificação com o carinho e respeito que ela merece, do que aqueles que fazem disso sua profissão? Além disso, o IAB, que também funciona como um centro cultural, já que recebe estudantes e visitas guiadas, não pode apenas mudar de sede e deixar uma construção tombada e rica em sua história fechada ao acesso ao público.
    O Capão do Bispo tem sua imagem indelevelmente associada às importantes ações do IAB em prol da arqueologia brasileira, associação esta impressa na memória da história do desenvolvimento da arqueologia no Brasil. Nada mais condizente, portanto, para um lugar de memória, que continuar essa histórica associação com o IAB.
    Tífani Albuquerque é historiadora pela UFRJ. Trabalha com Pesquisa em Acervo e Projetos Culturais no "Jornal do Commercio", e, colaboradora da "Folha do Comércio".
www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos/vamos-nos-queixar-ao-bispo

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    ** 1961: A Grande Oportunidade Perdida - Pravda.Ru

     

    Pravda.ru

    1961: A Grande Oportunidade Perdida

    30.08.2011

    Mário Maestri*

    1961: A Grande Oportunidade Perdida. 15493.jpeg

    Em fins de 1959, o candidato paulista conservador Jânio Quadros venceu as eleições presidenciais, com 48% dos sufrágios, apoiado na imagem demagógica de batalhador contra a corrupção e a ineficiência administrativa. Seu apoliticismo moralizador expressava-se na "vassoura" que varreria a corrupção, como símbolo, e na consigna da campanha "Jânio vem aí", que nada dizia.
    O projeto político de Jânio Quadros era liberal: controle ortodoxo da inflação; abertura ao capital mundial; repressão ao sindicalismo. Para se aproximar do eleitor nacionalista e popular, não defendeu a internacionalização da Petrobrás e propôs política externa independente.
    O marechal Lott, candidato da aliança PDS-PTB, nacionalista e progressista, sem charme e sem experiência política, foi facilmente derrotado. Porém, o eleitorado que consagrou Jânio, designou a trabalhista João Goulart, vice na chapa de Lott, para vice-presidente, como permitia a legislação.
    Jânio Quadros empossou ministério conservadora apoiado na UDN e empreendeu a estabilização ortodoxa exigido pelo FMI - forte desvalorização da moeda; abertura ao capital estrangeiro; redução dos subsídios da gasolina, do pão, do petróleo etc.; congelamento de salários e crédito. O FMI suspendeu o bloqueio em que mantivera o final do governo JK para que pagasse a dívida com o capital internacional.
    Jânio Quadros reduziu as promessas de modernização administrativa e de combate à corrupção a uma infinidade de instruções anódinas, aplicadas através dos "bilhetes" presidenciais, e a inquéritos midiatizados, de poucos resultados, dirigidos contra o PDS e PTB derrotados e João Goulart, seu substituto constitucional. Também para contrabalançar o conservadorismo interno, propôs política externa equilibrada entre os USA, a Europa, o Bloco Soviético. Visitara Cuba revolucionária e o Egito nacionalista e propunha reatar relações com a URSS e a China.
    Ninguém Me Quer!
    Jânio Quadros viu seu apoio esvaziar-se entre os empresários nacionais, sem créditos; entre os trabalhadores e a população, divido ao arrocho salarial e à inflação;  entre os militares, pela política terceiro-mundista; entre o PDS e PDT, pela faxina unilateral; na sua base de apoio, UDN, por seu voluntarismo e independência. Em julho, Carlos Lacerda, da UDN, iniciou campanha anti-janista, apoiada no ataque à condecoração de Che Guevara. Em 24 de agosto, denunciou pela rádio convite do ministro da Justiça de Jânio para que participasse de golpe de Estado, de corte gaullista
     No dia seguinte, 25 de agosto, aniversário do suicídio de Vargas, pela manhã, Jânio Quadros entregou carta de renúncia aos ministros militares, denunciando "forças ocultas" que exigiriam poderes extraordinários. Esperava retornar à presidência, com poderes excepcionais, apoiado nas forças armadas, no bojo de explosão de indignação popular, ao igual à que varrera o país quando da morte Getúlio Vargas.  O grande destinatária da renúncia era o ministro da Guerra, Odílio Denys, anti-trabalhista e pró-estadunidense. Jânio Quadros confiava que vetaria a posse de Jango, em viagem oficial à China comunista.
    Nos oito meses de governo, Jânio Quadro fora personagem imprevisível, inábil, depressivo, dado a bebedeiras. Sua orientação terceiro-mundista e a recente abertura ao desenvolvimentismo, devido às pressões do capital industrial nacional, levaram a que os generais e a UDN desconfiassem das suas intenções e capacidades pessoais, retirando o apoio à sua iniciativa golpista.
    Os militares não chamaram o presidente de volta à Brasília. Entregaram a carta de renúncia ao presidente da Câmara, Ranieri Mazzilli, junto ao veto militar à posse do vice-presidente. Às 15 horas do dia 25 de agosto, a declaração de renúncia foi lida diante de alguns poucos e perplexos congressistas e, a seguir, Mazzilli assumiu a chefia formal da República, e os três ministros militares apossaram-se do poder. Era o golpe em marcha, conduzido pela alta oficialidade das forças armadas, com arremedo de respeito à constitucionalidade.
    Jânio Quadros viajou para São Paulo, seu reduto eleitoral, onde pode dimensionar sua abismal inabilidade e falta de apoio social sólido. Fora rejeitado pelos generais e pela população, que não deu um passo em sua direção e defesa. Retornaria mais tarde à vida política paulista, sem poder justificar sua ação, sem desvelar o projeto golpista. Sintetizaria a renuncia em frase célebre pela impertinência política e gramatical: "- Fi-lo porque qui-lo."
     A Resposta Inesperada
    Com o veto ao vice-presidente João Goulart, os altos chefes militares procuraram abrir caminho para governo conservador, autoritário e mais confiável, sem Jânio Quadros, promovendo a liquidação definitiva do populismo nacional-desenvolvimentismo. A tentativa golpista - apoiada pelo imperialismo e pelas classes proprietárias, sob a direção da grande burguesia industrial - foi vergada devido à mobilização popular e militar do Rio Grande do Sul, que se espraiou para o Brasil, ensejada pela oposição do jovem governador do Rio Grande do Sul.
     Imediatamente após o pronunciamento militar, desde estúdio improvisado nos porões do palácio Piratini, Leonel Brizola organizou rede radiofônica - Cadeia da Legalidade - que cobriu, primeiro o Sul e, a seguir, parte do Brasil, conclamando a população à resistência armada em defesa da Constituição, se preciso fosse. Tropas da Brigada Militar entrincheiraram-se nas cercanias do palácio Piratini e metralhadoras anti-aéreas foram colocadas nos terraços dos edifícios que cercavam a casa do governo, à espera do ataque do Exército e da Aeronáutica.
    No contexto da crescente mobilização popular, a ordem do comando da Aeronáutica de que caças bombardeassem palácio Piratini foi impedida devido ao controle da Base Aérea de Canoas por sargentos e oficiais constitucionalistas, nacionalista e de esquerda. O ataque do palácio Piratini por tanques M-3 da II Companhia Mecanizada da Serraria não prosperou devido à decisão da Brigada Militar de resistir ao ataque e à oposição de boa parte da sub-oficialidade daquela arma.  Quebrando a disciplina golpista, sob a direção sobretudo de sub-oficiais nacionalistas, parte da tropa das forças armadas colocava-se ao lado da Constituição, da população e dos trabalhadores. Os senhores generais começaram a baixar a crista.
     Armas para o Povo
    Nos dias seguintes, em Porto Alegre, mais de trinta mil populares arrolaram-se como voluntários para os combates e revólveres foram distribuídos à população. A adesão ao constitucionalismo dos generais Pery Bevilaqua, comandante da III Divisão de Infantaria, de Santa Maria, e Oromar Osório, da I Divisão de Cavalaria, de Santiago, determinou o pronunciamento do vacilante comandante do III Exército, no dia 28 de agosto, em favor da Constituição. Tropas da Brigada e do Exército organizaram a defesa das fronteiras do Rio Grande, enquanto a agitação constitucionalista de Leonel Brizola espalhava-se pelo Brasil, fazendo o golpismo militar e civil retroceder, cada vez mais frágil e confuso. Coluna militar partiu do Rio Grande, em caminhões e trens, e entrou em Santa Catarina, em direção ao Paraná.
    Em 3 de setembro, o vice-presidente João Goulart desembarcou em Porto Alegre, chegado de Montevidéu, de volta ao Brasil, de onde seguiu para o Rio de Janeiro, para assumir, em 7 de setembro, a cadeira presidencial vacante, com os poderes restringidos devido à instauração do parlamentarismo pelo Congresso Nacional, que se colocara, em forma majoritária, ao lado do golpismo.
    O governador Leonel Brizola opôs-se inutilmente à solução parlamentarista aceita por João Goulart, que significava recuo diante das forças golpistas acurraladas pela crescente mobilização popular e fratura indiscutível das forças armadas. O governador sulino propunha respeito à Constituição e, portanto, novas eleições, após a destituição dos ministros militares e dissolução do Congresso comprometido com o golpismo. Esperava confiante uma vitoria popular maciça nas urnas.
    A aceitação da solução parlamentarista por Goulart interrompeu o confronto político e social, quando o golpismo retrocedia. Em 1961, há cinqüenta anos, a leniência de João Goulart e dos segmentos sociais que representava desmobilizaram a população e abriram caminho à vitória do golpe de 1964. No poder durante vinte anos, em nome sobretudo do grande capital industrial, os militares imporiam à população perda de conquistas históricas e reformatação das instituições do país que mantém suas seqüelas fundamentais até hoje.
    •  Mário Maestri, 63, professor do curso e do Programa de Pós-Graduação em História da UPF. E-mail: maestri@via-rs.net
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