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terça-feira, 17 de abril de 2012

** Paulo Freire é declarado patrono da educação brasileira

Paulo Freire é declarado patrono da educação brasileira

Lei publicada no Diário Oficial reconhece importância do pedagogo e filósofo para o País.

O Diário Oficial da União publicou nesta segunda-feira (16) a lei que declara o educador Paulo Freire patrono da educação brasileira. O projeto de lei foi aprovado no início de março pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, em decisão terminativa, por unanimidade.
Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997) foi educador e filósofo. Considerado um dos principais pensadores da história da pedagogia mundial, influenciou o movimento chamado pedagogia crítica. Sua prática didática fundamentava-se na crença de que o estudante assimilaria o objeto de análise fazendo ele próprio o caminho, e não seguindo um já previamente construído.
Pernambucano, oriundo de uma família de classe média, Freire conviveu com a pobreza e a fome na infância, durante a depressão de 1929. A experiência o ajudou a pensar nos pobres e o levou, mais tarde, a elaborar seu revolucionário método de ensino. Em 1943, chegou à Faculdade de Direito da Universidade de Recife, hoje Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Durante o curso, teve contato com conteúdos de filosofia da educação. Ao optar por lecionar língua portuguesa, deixou de lado a profissão de advogado. Em 1946, assumiu a direção do Departamento de Educação e Cultura do Serviço Social de Pernambuco, onde passou a trabalhar com pobres analfabetos.
Em 1961, como diretor do Departamento de Extensões Culturais da Universidade de Recife, montou uma equipe para alfabetizar 300 cortadores de cana em 45 dias. As experiências bem-sucedidas com alfabetização foram reconhecidas em 1964 pelo governo de João Goulart, que aprovou a multiplicação das experiências no Plano Nacional de Alfabetização. No entanto, poucos meses após a implantação, o plano foi vetado pelos militares, que assumiram o governo. Freire foi preso e expulso do País. Em 16 anos de exílio, passou por Chile, Suíça, Estados Unidos e Inglaterra e difundiu sua metodologia de ensino em países africanos de colonização portuguesa, como Guiné-Bissau e Cabo Verde.
Em sua obra mais conhecida, A Pedagogia do Oprimido, o educador propõe um novo modelo de ensino, com uma dinâmica menos vertical entre professores e alunos e a sociedade na qual se inserem. O livro foi traduzido em mais de 40 idiomas.
Visão - Para a diretora de currículos e educação integral do Ministério da Educação, Jaqueline Moll, o Brasil presta uma homenagem a Paulo Freire por sua obra pela educação brasileira. "Paulo Freire é a figura de maior destaque na educação brasileira contemporânea, pelo olhar novo que ele constrói sobre o processo educativo", afirma. "Ele tem ajudado muitos países no mundo a repensar a visão vertical que temos nas salas de aula, de um professor que sabe tudo e do estudante que é uma tábula rasa e nada sabe."
"Uma homenagem mais que justa", comemora Leocádia Inês Schoeffen, secretária municipal de Educação de São Leopoldo (RS), cidade a 50 km de Porto Alegre. Todas as 35 escolas públicas do município já aderiram ao Programa Mais Educação, que amplia a jornada diária para o mínimo de sete horas. "O Mais Educação, do ponto de vista da educação popular, não é restrito ao ambiente escolar, mas articula-se com a comunidade. Assim, há afinidade grande desse programa com o que o Paulo Freire defendia, que é fazer a leitura do mundo e a inserção do educando no seu meio, capacitando-o para que seja agente do seu momento histórico", diz.
Reconhecido internacionalmente, Paulo Freire recebeu inúmeros títulos e importantes premiações e 41 títulos de doutor honoris causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford. No portal Domínio Público, http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me4713.pdf, pode-se baixar gratuitamente o livro Paulo Freire, de Celso de Rui Beisiegel, uma coletânea de análises de seus textos mais importantes.
(Informações do MEC)
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** Livro narra trajetória da Revista do Brasil

Em momentos decisivos da história, expoentes da intelectualidade brasileira, como Monteiro Lobato, Mário de Andrade e Oliveira Viana, debateram questões nacionais nas páginas do periódico
 

Livro narra trajetória da Revista do Brasil

17/04/2012
Por Karina Toledo
Fonte: Agência FAPESPEntre 1916 e 1944, a Revista do Brasil reuniu em suas páginas os expoentes da intelectualidade brasileira. Nomes como Olavo Bilac, Mário de Andrade, Monteiro Lobato, Manuel Bandeira e Graciliano Ramos valeram-se do periódico para tratar de arte e debater questões nacionais em momentos decisivos da história.
A longevidade da publicação chama a atenção em uma época em que as revistas literárias sofriam, por falta de leitores, o que Bilac definiu como o "mal de sete números". Aparentemente imune, a Revista do Brasil teve 113 edições somente em sua primeira fase, de 1916 a 1925.
"Os periódicos que fizeram sucesso no início do século 20 eram cheios de fotografias e ilustrações, traziam mulheres bonitas na capa e textos leves. A Revista do Brasil foi o oposto. Tinha mais de 100 páginas repletas de textos analíticos e quase nenhuma imagem", disse Tania Regina de Luca, professora do Departamento de História da Faculdade de Ciências e Letras de Assis da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
As razões por trás do improvável sucesso da publicação e o papel ocupado por ela na história da imprensa foram investigados pela historiadora durante seu doutorado e livre-docência. Os resultados da pesquisa deram origem ao livro , que teve apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Publicações.
"A Revista do Brasil surgiu na redação do jornal O Estado de S. Paulo, por iniciativa do diretor deste último, Júlio de Mesquita, e com o objetivo de discutir o futuro do país em um período crucial: a Primeira Guerra Mundial", contou.
Estava claro que as relações entre as nações não seriam as mesmas após o conflito. Era preciso entender o lugar que o Brasil ocuparia nesse novo contexto. "Na primeira fase, a revista apresentou uma visão de país que tinha São Paulo como modelo a ser seguido. E a força dessa ideologia vinha do fato de que ela não era difundida apenas por paulistas, mas por parcela significativa dos intelectuais do período", disse Luca.
Embora desfrutasse de grande prestígio no meio letrado, a revista acumulava prejuízos financeiros e, em 1918, Mesquisa decide vendê-la para Lobato. Ele transforma a publicação em ponta de lança para sua recém-criada editora.
"Lobato desenvolveu um sistema nacional de distribuição de livros em consignação, que era absolutamente inovador e sustentava a revista. E ele usava o periódico para divulgar sua própria imagem e para familiarizar os leitores com os autores que depois seriam vendidos pela editora", contou Luca.
Em 1923, com a intenção de aumentar os negócios, Lobato aceitou o apoio financeiro de Paulo Prado, um dos organizadores da Semana de Arte Moderna. Em troca, Prado passou a dirigir a Revista do Brasil, abrindo espaço para nomes como Mário e Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida e Sérgio Milliet.
"Costuma-se classificar a Revista do Brasil como conservadora, mas isso não é verdade. Durante a subfase em que foi comandada por Paulo Prado, é possível incluí-la no rol das revistas modernistas. Esse período preencheu o intervalo entre o fim da revista Klaxon e o lançamento da Estética", explicou Luca.
Em 1925, após a falência de sua editora, Lobato vendeu a Revista do Brasil para Assis Chateaubriand. No ano seguinte, o periódico entrou em sua segunda fase, ainda marcada pelo conflito de poder entre conservadores e modernistas.
"A vertente tradicional era representada por Pandiá Calógeras, um dos escolhido por Chatô para dirigir a revista. Mas foi Prudente de Moraes Neto quem ficou encarregado de pensar e executar as edições, e ele estava muito próximo dos modernistas", disse Luca.
A defesa dos Aliados
Em 1927, a revista encerrou suas atividades e somente em 1938 Chateaubriand decidiu relaçar a publicação com um novo papel: fazer oposição ao Estado Novo e defender os ideais da democracia.
A importância da Revista do Brasil nesse período é, na opinião de Luca, subestimada pela historiografia. "Costuma-se dizer que o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) e os outros órgãos criados por Getúlio Vargas para controlar a informação conseguiram silenciar a imprensa. Mas seria preciso matizar essa interpretação", afirmou Luca.
Dentro dos limites impostos por uma ditadura, a Revista do Brasil conseguiu articular um projeto antivarguista dirigido pelo historiador Otávio Tarquínio de Sousa. Entre os colaboradores estavam Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freire, Raquel de Queiroz e, mais uma vez, Mário de Andrade.
"Eles não podiam questionar Vargas, mas podiam criticar os regimes nazifascistas europeus e defender a Inglaterra e os Estados Unidos. O fato de a revista ignorar solenemente a existência do presidente durante esse período já era uma posição política. Em suas páginas, não havia espaço para integralistas ou para os ideólogos do regime", contou a professora da Unesp.
A publicação tampouco abordava os problemas sociais do país, ressaltou. "Faziam a defesa da democracia, mas de um ponto de vista elitista e liberal. Isso não impediu que abrissem espaço para pensadores comunistas, como Astrogildo Pereira."
Em 1943, o Brasil havia decidido entrar na Segunda Guerra ao lado dos Aliados. O Estado Novo agonizava e a terceira fase da Revista do Brasil chegava ao fim. "O objetivo pelo qual a publicação vinha lutando desde 1938 havia se cumprido", analisou a historiadora.
No ano seguinte, Chateaubriand relançou mais uma vez a marca, desta vez totalmente descaracterizada. "Ele tentou transformá-la em uma concorrente da revista Seleções, mas foi um fracasso que durou poucos meses", disse Luca.
Há ainda uma quinta e última fase, entre 1984 e 1990, em que a revista esteve sob o comando do então vice-governador do Rio de Janeiro, Darcy Ribeiro. Esse período, no entanto, não foi abordado na pesquisa de Luca.
"É outro momento da história do país, em que o universo acadêmico está mais desenvolvido, já existia pós-graduação e revistas científicas. Além disso, nessa quinta fase, a revista é mais um projeto político do que um projeto da intelectualidade", explicou a historiadora.
A pesquisa durou sete anos e teve como fonte, além das edições da revista, as cartas e memórias dos colaboradores que por ela passaram. Atualmente, Luca se dedica ao Projeto Temático "A circulação transatlântica dos impressos: a globalização da cultura no século XIX", financiado pela FAPESP e coordenado pela professora Marcia Azevedo de Abreu, do Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
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