Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

LIVRO SOBRE A HISTÓRIA PLUGADA E ANTENADA.

  Prezados(as) colegas,
        Em atenção a solicitação do Prof. Dr. Áureo Busetto, organizador do livro História plugada e antenada, divulgo a mensagem abaixo.
        Abraços.       
Adalberto Paranhos
Professor do Instituto de Ciências Sociais
e do Programa de Pós-graduação em História
Universidade Federal de Uberlândia
Pesquisador do CNPq


Editor de ArtCultura: Revista de História, Cultura e Arte.

LIVRO SOBRE A HISTÓRIA PLUGADA E ANTENADA,

     Já está à disposição de todos os interessados o livro História plugada e antenada: estudos históricos sobre mídias eletrônicas no Brasil, organizado pelo historiador Áureo Busetto, da Unesp-Assis, e publicado pela Appris Editora, de Curitiba. Dividido em três partes (Mídias eletrônicas e música, História da televisão: do regional ao internacional e História e televisão: perspectivas de pesquisas), ele reúne colaborações de pesquisadores dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, ligados, entre outras instituições, à UFU, Unesp-Franca, Unesp-Assis, UFMS-Aquidauana, UEL, Universidade do Sagrado Coração, Udesc e UFSJ.
     Seguem, abaixo, a capa e o sumário.


SUMÁRIO
PARTE I
MÍDIAS ELETRÔNICAS E MÚSICA .................................................................................11
1 - O CERCO DO SILÊNCIO E AS VOZES DESTOANTES NO SAMBA NO
TEMPO DO “ESTADO NOVO” ........................................................................................13
Adalberto Paranhos
2 - VANGUARDA E MÚSICA POPULAR: UMA REFLEXÃO SOBRE A
VANGUARDA PAULISTA ...................................................................................................33
José Adriano Fenerick
3 - VIOLÊNCIA SOB E SOBRE O ROCK NA MÍDIA – BRASIL E
PORTUGAL .................................................................................................................... 51
Paulo Gustavo da Encarnação
4 - SAMBA NA COLEÇÃO HISTÓRIA DA MÚSICA POPULAR BRASILEIRA:
DO ESTÁCIO AO SAMBA-CANÇÃO ...............................................................................69
Vanessa Pironato Milani
5 - PROGRAMAS MUSICAIS NA TV BRASILEIRA: BREVE PANORAMA
(1964-1985) ........................................................................................................................93
Rafael Paiva Alves
PARTE II
HISTÓRIA DA TELEVISÃO: DO REGIONAL AO INTERNACIONAL .................115
1 - POR UMA MIRADA INTERNACIONAL NA HISTÓRIA DA TV NO
BRASIL .......................................................................................................................... 117
Áureo Busetto
2 - EMISSORAS TELEVISIVAS DE CAMPO GRANDE (MS) − ALGUNS
APONTAMENTOS SOBRE FONTES E A PRODUÇÃO ACADÊMICA .................137
Edvaldo Correa Sotana3 - HISTÓRIA DAS CONCESSÕES DE TELEVISÃO NO PARANÁ: POUCOS
REGISTROS, MUITA POLÍTICA .....................................................................................155
Osmani Ferreira da Costa
4 - HISTÓRIA POLÍTICA COMPARADA DA TELEVISÃO: A FUNDAÇÃO
CENTRO BRASILEIRO DE TELEVISÃO EDUCATIVA E O CANAL 13
MEXICANO ...........................................................................................................................181
Eduardo Amando de Barros Filho
5 - O PAPEL EDUCATIVO DA TELEVISÃO NO BRASIL E NA FRANÇA:
ITINERÁRIO DE UM CONCEITO ...................................................................................197
Wellington Amarante Oliveira
PARTE III
HISTÓRIA E TELEVISÃO: PERSPECTIVAS DE PESQUISAS ................................211
1 - A COBERTURA TELEVISIVA DA REDE GLOBO − UM CONTRAPONTO
NECESSÁRIO NO VÍDEO “UM DIA NUBLADO: O CINEMA NAS GREVES DO
ABC” .......................................................................................................................................213
Rafael Rosa Hagemeyer
2 - FONTES TELEJORNALÍSTICAS NOS DOMÍNIOS DE CLIO: NOTAS
METODOLÓGICAS .............................................................................................................247
Cássia Louro Palha
3 - DOS PALCOS À TELINHA DA TV: A TRAJETÓRIA DE O BEM-AMADO .........267
Emilla Grizende Garcia
OS AUTORES ................................................................................................................285

Ambigüidades brasileiras sobre o 13 de Maio

Fonte: Filosofia Social e Positivismo



A comemoração do 13 de maio é algo bastante problemático no Brasil atual.

Muitos sociólogos e historiadores afirmam que o Brasil tem uma espécie de amnésia a respeito da escravidão; pode ser, mas com certeza temos uma profunda "má consciência" disso, isto é, é uma lembrança profundamente incômoda, desagradável; é uma chaga que nos persegue.

Essa "má consciência" pode ser entendida de duas formas: (1) ou uma tentativa de simplesmente apagar o passado e fingir que esse passado não ocorreu; (2) ou uma forma de impulsionar mudanças efetivas no presente, para o futuro, a fim de corrigir erros e problemas anteriores.


É claro que essas duas formas da "má consciência" não são necessariamente excludentes entre si, embora elas possam, de fato, separarem-se.

Quando sociólogos e historiadores afirmam a "amnésia" a respeito da escravidão, eles insistem na primeira possibilidade, deixando implícita ou em segundo plano a segunda possibilidade.

Mas, ao mesmo tempo, como é sabido, o 13 de maio acarretou a libertação dos escravos, mas não a integração dos ex-escravos à sociedade em termos sociais e políticos; eles tornaram-se livres, mas não se tornaram cidadãos.

É claro que essa lacuna aumenta dramaticamente o peso que a escravidão tem sobre o Brasil e sobre a memória coletiva sobre ela.

Os positivistas brasileiros, desde 1881 (fundação da Igreja Positivista do Brasil), passando por 1888 (Abolição da Escravidão), mas ainda mais após 1889 (Proclamação da República), envidaram os maiores esforços para, inicialmente, acabar com a escravidão e, em seguida, incorporar os ex-escravos - aliás, de modo geral, todos os "excluídos" - à sociedade, como cidadãos respeitados, valorizados e produtivos. Sinal inequívoco disso foi o estabelecimento, em 1890, do dia 13 de maio como feriado dedicado à confraternização de todos os brasileiros

Enfim, a ambigüidade brasileira a respeito do dia 13 de maio aumenta ainda mais quando se constata que os movimentos negros atuais criticam as limitações do 13 de maio - críticas que, nesse sentido, são corretas e mesmo necessárias - para realizarem de uma única vez inúmeras ações daninhas para o país: (1) negam a importância da abolição da escravidão; (2) afirmam o particularismo negro (por meio da "consciência negra"); (3) estimulam o racismo (seja por meio do "racismo reverso", isto é, dos "negros" contra os "brancos", seja por meio da separação da sociedade brasileira entre "negros" e "brancos") e (4) como suposta solução para esses problemas, afirmam a validade, a legitimidade e a eficácia do "racismo reverso" e dos privilégios baseados na raça (as "ações afirmativas", que institucionalizam o racismo de Estado).

Em suma, a comemoração do 13 de maio no Brasil é problemática porque ela recorda-nos de uma gigantesca nódoa em nossa história. O impulso geral básico no Brasil é por esquecermos essa nódoa, em vez de usarmos a vergonha do passado para melhorarmos o presente e o futuro; por fim, os ativistas sociais contemporâneos pretendem que o melhor curso de ação é aquele que, conscientemente, aumenta o racismo, em vez de diminuí-lo; que cria privilégios, em vez de aumentar a cidadania.

Arquivo do blog

Seguidores do Grupo de Estudos da História do Brasil - GEHB.