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terça-feira, 18 de agosto de 2015

Arqueologia de um pedaço do Brasil

sexta-feira, 19 de novembro de 2010


Arqueologia de um pedaço do Brasil

Recôncavo da Baía de Guanabara tem sítios arqueológicos de até 4 mil anos. Escavações encontraram cachimbos que podem ter resíduos de Cannabis


Exagerando um pouco, conhecer o passado da área em torno da Baía de Guanabara é conhecer um pouco de toda a História do Brasil, tamanha a referência a cada período histórico brasileiro. Na Vila Santo Antônio de Sá, hoje Itaboraí, considerada a primeira vila do Recôncavo da Baía de Guanabara, os sítios arqueológicos são tão ricos que é possível encontrar registro de populações até de antes de Cristo.

“Estamos estudando essa área desde o início da ocupação até hoje”, diz a antropóloga Madu Gaspar, que organiza o projeto, e explicou, cuidadosamente, todo o processo. 

“Há registro de populações com 4 mil anos, que construíam sambaquis. Em seguida, essa área foi invadida por tupis, ceramistas, até a chegada dos portugueses. Os tupis, que vieram da Amazônia, expulsaram os sambaqueiros, ou os eliminaram com guerras. Todo o território ficou com os grupos ceramistas. Então, se deu a colonização portuguesa. Nessa área, os primeiros europeus usavam a região como celeiro do Rio, retirando os recursos naturais como lenha e madeira para construção, além fazer plantações de alimentos.”


A antropóloga, de 56 anos, conta que a região foi o seu primeiro trabalho de campo, em 1976. Ela diz que, por conta da construção do pólo petroquímico da região, a região ficou mais segura e ela pôde voltar a estudar a região.

“Esses produtos da época colonial eram transportados pelos rios da região até a Praça XV. Há várias representações de Debret mostrando os escravos desembarcando com lenha, por exemplo.”


Açúcar, mandioca e até maconha

A região, muito por conta das plantações de açúcar e mandioca, era densamente ocupada por africanos e descendentes. Por conta disso, hoje, são encontrados vasilhas, cerâmicas e quase 200 cachimbos com símbolos de tribos da África.



“Já se sabia que era um hábito dos africanos fumar. Os historiadores que estudam o período tinham interesse em saber que tipo de material era carburado. Sabia-se que era um fumo mais forte”, conta a arqueóloga, explicando que, para descobrir o seu conteúdo, foi feito uma pesquisa pioneira. “Em um dos cachimbos há indícios que seria carburado Cannabis [gênero de plantas comumente conhecida como maconha]. Ainda é preciso confirmar, mas é muito provável. Até a dimensão dos cachimbos já sugeria isso.”

Madu Gaspar contou que, para chegar a esses resultados, foram necessários quase dois anos de trabalho de campo. Em um primeiro momento, os arqueólogos investigaram o terreno em uma metodologia de amostragem sistemática, em intervalos de 50 em 50 metros. Foi possível identificar 45 sítios, sobre as diversas ocupações que a região presenciou.

“Os restos africanos tem baixa visibilidade. Só pesquisa sistemática consegue encontrar.”

Mas, afirma ela, o resultado é compensador, como o encontro dos vestígios das primeiras olarias em Itaboraí, região onde até hoje é comum o trabalho.

“Chegamos a encontrar uma porção de barro amassado em que aparece a mão do artesão”, conta empolgada. Ela também cita as fôrmas de pão-de-açúcar, que são vasilhas de cerâmicas onde se purgava o açúcar e que lembram o famoso ponto turístico.


Exposição

Para exibir todos esses achados, a arqueóloga está organizando uma exposição no Museu Nacional, em São Cristóvão, Zona Norte do Rio, chamada “Arqueologia do Recôncavo da Baía de Guanabara”.

“Os arqueólogos trabalham com material brasileiro. Eles têm que dar retorno à sociedade. Faz parte de nossa História.”
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Arquivos, verdade, justiça e reparação

PUBLICAÇÃO DO ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO



                     Periódico do APESP abrechamada para envio de artigos sobre o tema

“Arquivos, verdade, justiça e reparação”.




A nova Revista do Arquivo pretende explorar, como tema central, o papel dos arquivos na luta de organizações civis e governamentais pela restauração da verdade, em sua complexidade, promoção da justiça e reparação dos danos causados pela repressão do Estado durante a ditadura civil-militar inaugurada em 1964.

Em 2014 e 2015, foram produzidos relatórios de várias comissões e subcomissões instaladas em instituições diversas que trouxeram à tona fatos ainda obscuros do período do regime militar. Em que medida os arquivos, públicos e privados, foram acessados por aqueles que buscavam evidências e provas sobre crimes cometidos pelo Estado durante o período de governos militares? Quais as dificuldades encontradas pelos pesquisadores nos ambientes de guarda de documentos? Em que medida a Lei 12.527/2011, chamada de Lei de acesso à informação, ajudou no processo de restituição da verdade? Qual o poder de promoção de acesso à informação pelo Estado diante do quadro de desestruturação crônica dos arquivos públicos no Brasil? Como são processadas as informações extraídas de documentos e depoimentos? Arquivos desaparecidos, autenticidade da informação: que tipo de “verdade” se espera que revelada pelos documentos públicos? O que os relatórios de Comissões da Verdade revelam sobre os arquivos no Brasil?

Essas são apenas algumas questões que levantamos para instigar a escrita de artigos para a seção Dossiê Temático desta edição especial da Revista do Arquivo Público do Estado de São Paulo, que serão ambientadas em temas que abrangem o período do regime militar mais recente do Brasil.

Pedimos que os trabalhos sejam enviados até dia 15/10/2015 para o e-mail historica@arquivoestado.sp.gov.br, observando-se as normas estabelecidas para esta publicação, que podem ser acessadas com um clique aqui. A previsão de lançamento dessa edição especial é no mês de novembro próximo.

Para saber mais sobre o projeto da nova Revista, ver editorial da Revista Histórica, nº 63, de abril de 2015, clicando aqui.

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