Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

domingo, 23 de janeiro de 2011

** Pesquisadores que se ocupam de entender o Brasil

 
O Brasil dos brasilianistas

Pesquisadores que se ocupam de entender o Brasil

Albert Fishlow - Divulgação


O economista Albert Fishlow pertence à recente tradição de estudiosos estrangeiros que têm em comum um peculiar objeto de estudo: o Brasil. Por se ocuparem de estudar o "florão da América" acabaram apelidados de brasilianistas. A origem da palavra é um tanto apócrifa e incerta. O historiador Thomas Elliot Skidmore, ele próprio tido como pioneiro, decano "de honra" e o maior entre os brasilianistas, garante que quem inventou o apelido foi o ensaísta e jornalista brasileiro Francisco de Assis Barbosa (1914-1991). Há décadas, ao passar uma temporada com Skidmore na Universidade de Wisconsin, Francisco Assis Barbosa surpreendeu-se com o número de pesquisadores norte-americanos especialistas em estudos brasileiros.
Há mais dez anos, só dava Thomas Skidmore. Suas análises sobre o governo FHC foram bastante requisitadas na campanha que conduziu o tucano ao seu segundo mandato na presidência do país. Hoje, aos 78 anos, Skidmore cedeu o lugar a uma nova geração de estudiosos. Segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo há dois anos, em 2008, eram cerca de dez mil jovens estudantes que aprendiam o português nas universidades americanas, um aumento de 50% em relação a 2004. O mesmo período assistiu um crescimento de 20% no número de acadêmicos que estudavam e lecionavam assuntos brasileiros em instituições universitárias nos EUA. O mesmo acontece na Europa. Podemos citar Timothy Power (na foto abaixo), diretor do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Oxford, Inglaterra, que concedeu recentemente entrevista ao programa Milênio, da Globo News, transcrita e publicada pela Consultor Jurídico.


Timothy Power - camara.gov.br


Alguns desses scholars focam suas pesquisas no sistema jurídico brasileiro. O próprio Thomas Skidmore, autor de clássicos brasilianistas como Brasil: de Getúlio a Castelo (1975) e Uma história do Brasil (1998), estudou a Constituição de 1824 e a influência que a Carta sofreu de doutrinas liberais, que, por exemplo, legaram ao texto a ideia de se estabelecer uma democracia parlamentar no Brasil em pleno século 19.
Albert Fishlow, também sensível à atuação da Justiça, declarou, durante a visita do então presidente do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes à Universidade Columbia, em Nova York, que a Justiça brasileira cumpre um papel central na estabilidade institucional que tomava campo no Brasil, por vezes, ofuscando a classe política.


Thomas Elliot Skidmore - historiador - Reprodução


Muitos destes "brasilianistas" são conhecedores de minúcias sobre a rotina política de pequenos municípios do interior do país, que muitos de nós nem sabemos que existem. É o caso do historiador Zephyr Frank, da Universidade Stanford, que passou dois anos enfurnado em grotões de Mato Grosso, estudando a organização de comunidades agrárias e modelos de produção rural do interior do Brasil. Frank também foi citado como exemplo da nova geração de estudiosos estrangeiros na reportagem publicada pelo O Globo há mais de dois anos.
A maioria desses pesquisadores são fluentes na língua portuguesa, conhecem bem a cultura do país e, não raro, são obcecados por figuras do nosso passado, como o intenso fascínio de Thomas Skidmore (na foto ao lado) por Getúlio Vargas. "Não temos uma biografia dele, ninguém tem coragem", desabafou o historiador durante a entrevista que concedeu ao Programa Roda Viva em 1997.

Rafael Baliardo é correspondente da revista Consultor Jurídico nos Estados Unidos.


 
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** Tese de Doutorado na PUC - Tema: "A indolência dos baianos"

 
     Tese de Doutorado na PUC - Tema: "A indolência dos baianos"
>
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> DOUTORADO NA PUC - Elisete Zanlorenzi
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> 'Preguiça baiana' é faceta do racismo. A famosa 'malemolência' ou preguiça
> baiana, na verdade, não passa de racismo, segundo concluiu uma tese de
> doutorado defendida na PUC. A pesquisa que resultou nessa tese durou quatro
> anos.
>
>
>
> A tese, defendida no início de setembro pela professora de antropologia
> Elisete Zanlorenzi, da PUC-Campinas, sustenta que o baiano é muitas vezes
> mais eficiente que o trabalhador das outras regiões do Brasil e contesta a
> visão de que o morador da Bahia vive em clima de 'festa eterna'.
>
>
>
> Pelo contrário, é justamente no período de festas que o baiano mais
> trabalha. Como 51% da mão-de-obra da população atua no mercado informal, as
> festas são uma oportunidade de trabalho. 'Quem se diverte é o turista', diz
> a antropóloga.
>
>
>
> O objetivo da tese foi descobrir como a imagem da preguiça baiana surgiu e
> se consolidou. Elisete concluiu, após quatro anos de pesquisas históricas,
> que a imagem da preguiça derivou do discurso discriminatórios contra os
> negros e mestiços, que são cerca de 79% da população da Bahia.
>
>
>
> O estudo mostra que a elevada porcentagem de negros e mestiços não é uma
> coincidência. A atribuição da preguiça aos baianos tem um teor racista. A
> imagem de povo preguiçoso se enraizou no próprio Estado, por meio da elite
> portuguesa, que considerava os escravos indolentes e preguiçosos, devido às
> suas expressões faciais de desgosto e a lentidão na execução do serviço
> (como trabalhar bem-humorado em regime de escravidão??? ?).
>
>
>
> Depois, se espalhou de forma acentuada no Sul e Sudeste a partir das
> migrações da década de 40. Todos os que chegavam do Nordeste viraram
> baianos. Chamá-los de preguiçosos foi a forma de defesa encontrada para
> denegrir a imagem dos trabalhadores nordestinos (muito mais paraibanos do
> que propriamente baianos), taxando-os como desqualificados, estabelecendo
> fronteiras simbólicas entre dois mundos como forma de 'proteção' dos seus
> empregos.
>
>
>
> Elisete afirma que os próprios artistas da Bahia, como Dorival Caymmi,
> Caetano Veloso e Gilberto Gil, têm responsabilidade na popularização da
> imagem. 'Eles desenvolveram esse discurso para marcar um diferencial nas
> cidades industrializadas e urbanas. A preguiça, aí, aparece como uma
> especiaria que a Bahia oferece para o Brasil', diz Elisete. Até Caetano se
> contradiz quando vende uma imagem e diz: 'A fama não corresponde à
> realidade. Eu trabalho muito e vejo pessoas trabalhando na Bahia como em
> qualquer lugar do mundo'.
>
>
>
> Segundo a tese, a preguiça foi apropriada por outro segmento: a indústria do
> turismo, que incorporou a imagem para vender uma idéia de lazer permanente
> 'Só que Salvador é uma das principais capitais industriais do país, com um
> ritmo tão urbano quanto o das demais cidades.'
>
>
>
> O maior pólo petroquímico do país está na Bahia, assim como o maior pólo
> industrial do norte e nordeste, crescendo de forma tão acelerada que, em
> cerca de 10 anos será o maior pólo industrial na América latina.
>
>
>
> Para tirar as conclusões acerca da origem do termo 'preguiça baiana', a
> antropóloga pesquisou em jornais de 1949 até 1985 e estudou o comportamento
> dos trabalhadores em empresas. O estudo comprovou que o calendário das
> festas não interfere no comparecimento ao trabalho. O feriado de carnaval na
> Bahia coincide com o do resto do país. Os recessos de final de ano também. A
> única diferença é no São João (dia 24 /06), que é feriado em todo o norte e
> nordeste (e não só na Bahia).
>
>
>
> Em fevereiro (Carnaval) uma empresa, cuja sede encontra-se no Pólo
> Petroquímico da Bahia, teve mais faltas na filial de São Paulo que na matriz
> baiana (sendo que o n° de funcionários na matriz é 50% maior do que na
> filial citada).
>
>
>
> Outro exemplo: a Xerox do Nordeste, que fica na Bahia, ganhou os dois
> prêmios de qualidade no trabalho dados pela Câmara Americana de Comércio (e
> foi a única do Brasil).
>
>
>
> Pesquisas demonstram que é no Rio de Janeiro que existem mais dos chamados
> 'desocupados' (pessoas em faixa etária superior a 21 anos que transitam por
> shoppings, praias, ambientes de lazer e principalmente bares de bairros
> durante os dias da semana entre 9 e 18h), considerando levantamento feito em
> todos os estados brasileiros. A Bahia aparece em 13° lugar.
>
>
>
> Acredita-se hoje (e ainda por mais uns 5 a 7 anos) que a Bahia é o melhor
> lugar para investimento industrial e turístico da América Latina, devido a
> fatores como incentivos fiscais, recursos naturais e campo para o mercado
> ainda não saturado. O investimento industrial e turístico tem atraído muitos
> recursos para o estado e inflando a economia, sobretudo de Salvador, o que
> tem feito inflar também o mercado financeiro (bancos,financeiras e empresas
> prestadoras de serviços como escritórios de
>
> advocacia, empresas de auditoria, administradoras e lojas do terceiro
> setor).
>
>
>
> Faça-me o favor de encaminhar este e-mail ao maior número possível de
> pessoas. Para que, desta forma, possamos acabar com este estereótipo de que
> o baiano é preguiçoso. Muito pelo contrário, somos dinâmicos e criativos. A
> diferença consiste na alegria de viver, e por isso, sempre encontramos
> animação para sair, depois do expediente ou da aula, para nos divertir com
> os amigos.
>
>
>
>
>
> Atenciosamente,
>
>
>
> Bruno Leal
>
> Sinistro/Vistoria
>
> Tel: (71) 3503-6162 Fax: (71) 3503-6158
>
> E-mail: atendimento@autovilas.com.br
>
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** [Carta O BERRO] PARA NÃO ESQUECER JAMAIS! História de Carlos Eduardo Pires Fleury -XV-

Carta O Berro..........................................................repassem



Carlos Eduardo Pires Fleury

 


Militante do MOVIMENTO DE LIBERTAÇÃO POPULAR (MOLIPO).

Nasceu em 5 de janeiro de 1945, em São Paulo, capital, filho de Hermano Pires Fleury Jr. e Maria Helena Dias Fleury.


Foi morto aos 26 anos. Estudante de Filosofia da Universidade de São Paulo e do curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica.


Preso em setembro de 1969 e, banido do Brasil em junho de 1970, juntamente com outros 39 presos políticos, quando do seqüestro do embaixador da Alemanha no Brasil, von Holleben.


Em 1971, retornou ao Brasil clandestinamente e foi morto em condições não esclarecidas, no dia 10 de dezembro do mesmo ano.


Seu corpo foi registrado no IML/RJ com o nome falso de Nelson Meirelles Riedel, professor, de 26 anos, pela Guia n° 235, da 23ª D.P.


A necrópsia afirma que "foi encontrado morto no interior de um veículo", tendo sido baleado. Foi assinada pelo Dr. Elias Freitas; não havendo nome do 2° legista.


Fotos de perícia de local do ICE/RJ, mostram Carlos Eduardo baleado no banco traseiro de um carro Dodje Dart CB4495. O laudo de perícia de local indica morte violenta (homicídio), ocorrida na Praça Avaí, n° 11, no Bairro de Cachambi.


O cadáver de Carlos Eduardo foi retirado do IML por seu irmão, Paulo Pires Fleury, sendo sepultado no Cemitério da Consolação, em São Paulo, por seus familiares.


No arquivo do DOPS/SP foi encontrada a seguinte informação, de n° 850, do Ministério da Aeronáutica-4ª Zona Aérea, datada de 2 de dezembro de 1971, oito dias antes de sua morte:


"traz ao nosso conhecimento, entre outras coisas, que através de reconhecimento fotográfico, foram identificados diversos banidos já em atividades no Brasil, entre os quais Carlos Eduardo Pires Fleury."


A nota oficial divulgada pelos órgãos de segurança dizia que a morte de Fleury, ocorrida em tiroteio no bairro de Caxambi, teria sido por volta de 4 horas da madrugada. Mas, para quem conhecia os hábitos de Fleury, é difícil acreditar nessa possibilidade, principalmente porque estava vivendo em total clandestinidade. A notícia não dava conta da existência de outros militantes no tiroteio, o que não esclarece como estaria Fleury sentado no banco traseiro de um carro (onde ele aparece morto) se não havia ninguém que dirigisse tal carro.


O relatório do Ministério da Aeronáutica mantém a mesma versão dizendo que foi alvejado e faleceu posteriormente no dia 10 de dezembro de 1971.

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CARLOS EDUARDO PIRES FLEURY
Militante do MOVIMENTO DE LIBERTAÇÃO POPULAR (MOLIPO).
Nasceu em 5 de janeiro de 1945, em São Paulo, capital, filho de Hermano Pires
Fleury Jr. e Maria Helena Dias Fleury.
Foi morto aos 26 anos. Estudante de Filosofia da Universidade de São Paulo e do
curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica.
Preso em setembro de 1969 e, banido do Brasil em junho de 1970, juntamente com
outros 39 presos políticos, quando do seqüestro do embaixador da Alemanha no Brasil, von
Holleben.
Em 1971, retornou ao Brasil clandestinamente e foi morto em condições não
esclarecidas, no dia 10 de dezembro do mesmo ano.
Seu corpo foi registrado no IML/RJ com o nome falso de Nelson Meirelles Riedel,
professor, de 26 anos, pela Guia n° 235, da 23ª D.P.
A necrópsia afirma que "foi encontrado morto no interior de um veículo", tendo sido
baleado. Foi assinada pelo Dr. Elias Freitas; não havendo nome do 2° legista.
Fotos de perícia de local do ICE/RJ, mostram Carlos Eduardo baleado no banco
traseiro de um carro Dodje Dart CB4495. O laudo de perícia de local indica morte violenta
(homicídio), ocorrida na Praça Avaí, n° 11, no Bairro de Cachambi.
O cadáver de Carlos Eduardo foi retirado do IML por seu irmão, Paulo Pires Fleury,
sendo sepultado no Cemitério da Consolação, em São Paulo, por seus familiares.
No arquivo do DOPS/SP foi encontrada a seguinte informação, de n° 850, do
Ministério da Aeronáutica-4ª Zona Aérea, datada de 2 de dezembro de 1971, oito dias antes
de sua morte:

"traz ao nosso conhecimento, entre outras coisas, que através de
reconhecimento fotográfico, foram identificados diversos banidos já em atividades
no Brasil, entre os quais Carlos Eduardo Pires Fleury."
A nota oficial divulgada pelos órgãos de segurança dizia que a morte de Fleury,
ocorrida em tiroteio no bairro de Caxambi, teria sido por volta de 4 horas da madrugada.
Mas, para quem conhecia os hábitos de Fleury, é difícil acreditar nessa possibilidade,
principalmente porque estava vivendo em total clandestinidade. A notícia não dava conta
da existência de outros militantes no tiroteio, o que não esclarece como estaria Fleury
sentado no banco traseiro de um carro (onde ele aparece morto) se não havia ninguém que
dirigisse tal carro.
O relatório do Ministério da Aeronáutica mantém a mesma versão dizendo que foi
alvejado e faleceu posteriormente no dia 10 de dezembro de 1971.

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