Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Processos de criação urbana no Brasil Colonial


Estudo analisa a urbanização na 
capitania de São Paulo utilizando 
como base documentos e imagens 
do período colonial
 

Processos de criação urbana no Brasil Colonial

25/07/2013
Fonte: Agência FAPESP – Um documento escrito na capitania de São Paulo no início da década de 1770, época em que a Coroa Portuguesa propunha uma ampla reorganização de todo o território a sudoeste da Colônia, recomendava agir com "método e arte".
A recomendação, título de obra lançada por Maria Fernanda Derntl, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília, remete à tentativa da metrópole de organizar modos de conduzir a expansão urbana, enquanto experiências e circunstâncias locais exigiam constantes arranjos e adaptações.
Em meados do século 18, o processo de demarcação de fronteiras do território brasileiro estava em curso e era preciso mapear, defender e povoar novas áreas. A capitania de São Paulo, objeto de estudo de Derntl durante doutorado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, com Bolsa da FAPESP, também passou por transformações importantes, com uma crescente presença da administração portuguesa na modificação de seus espaços.
O resultado foi um movimento intenso de fundação de vilas e povoações a partir de 1765, processo que desencadeou uma série de problemas analisados pela autora – como a fixação de núcleos urbanos em uma sociedade marcada por deslocamentos constantes e a instalação de vilas estáveis onde antes havia somente aglomerados mais frágeis (pousos ao longo dos caminhos, aldeamentos de índios, sítios rurais e povoados litorâneos).
Com isso, apesar de a metrópole ter renovado as diretrizes geopolíticas de seus territórios, os administradores locais tinham de lidar com práticas sociais, tensões, contradições, negociações, alianças e concessões.
Derntl buscou estabelecer, com base em documentos escritos (cartas régias, atas de fundação e cartas de membros da administração portuguesa) e imagens (mapas, plantas e desenhos), correlações entre determinações e demandas de cada situação, abordando a política urbanizadora como uma "ação desenvolvida num contexto de conflitos mais do que como produto de um projeto predelineado por autoridades metropolitanas ou alheio a realidades do lugar".
O livro tem três abordagens principais. Na primeira delas, a autora trata do movimento de urbanização no reino e em regiões luso-americanas, de modo a situar a capitania de São Paulo dentro de um movimento mais amplo de urbanização.
Na segunda, Derntl salienta os problemas que condicionaram a expansão urbana na capitania, em especial durante a administração de Morgado de Mateus (1765-1775).
Na terceira abordagem, a ênfase está no processo de implantação de núcleos urbanos na capitania de São Paulo, com o recrutamento de povoadores, a busca de sítios e a definição de traçados.

Método e arte – Urbanização e formação territorial na capitania de São Paulo, 1765-1811 
Autor: Maria Fernanda Derntl 
Lançamento: 2013 
Preço: R$ 54 
Páginas: 276 
Mais informações www.alamedaeditorial.com.br/metodo-e-arte/ 


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Atividade nos últimos dias:
         **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.


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    Novo número da Antíteses





    Novo número da revista ANTÍTESES

    v. 6, n. 11 (2013)


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      2º Simpósio Internacional História Ambiental e Desastres


      Simpósio Internacional História Ambiental e Desastres

      Workshop do Grupo de Pesquisas em História Ambiental – UNICENTRO
      Laboratório de História Ambiental e Gênero | Programa de Pós-Graduação em História
      Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Comunitário - UNICENTRO

      28 a 30 de outubro de 2013, Guarapuava, Brasil

      CHAMADA DE TRABALHOS

      A Comissão Organizadora do Simpósio Internacional História Ambiental e Desastres, que será realizado na Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná (UNICENTRO), em Guarapuava, entre 28 e 30 de outubro de 2013, divulga a chamada de trabalhos para o evento.
      Desastres ambientais têm dimensões interpretativas e conceituais diversas. São eventos presentes em registros científicos e não científicos, datados e historicamente contingentes, que constroem narrativas e experiências, e que são abundantes, mas dispersos. Embora saibamos que os instrumentos científicos de mensuração e aferição desses eventos são muito recentes, não passando além da primeira metade do século XX, é imprescindível pensar desastres na relação passado-presente. Essa pluralidade inerente aos desastres demonstra a necessidade de pensá-los numa dimensão histórica das relações entre humanos e mundo natural, por meio da problematização de instituições de manejo de desastres; dos modos pelos quais catástrofes consolidam ou desafiam autoridades científicas, políticas, religiosas e militares; sobre a construção de uma cidadania biológica a partir dos eventos extremos; sobre a possibilidade de aprendizado e soluções criativas aos eventos; sobre a ideia de vulnerabilidade e distribuição social dos desastres; sobre a experiência de desastres no tempo, entre outros aspectos.
      Nesse sentido, este simpósio está desenhado para propor leituras históricas que tratem não só da dimensão objetiva de desastres ambientais, mas também do papel que a subjetividade desempenha neles, partindo da interdisciplinaridade inerente à história ambiental.
      Do ponto de vista de uma História Ambiental, ou seja, de uma leitura das relações entre humanos e não humanos no tempo a partir da categoria ambiente(al) como a síntese das dimensões construída pela mão humana e natural do mundo palpável (Buell, 2003), os desastres remetem historiadores(as) a considerar, por um lado, que, diferente do que se imagina em meio a polêmicas como aquecimento global ou intensificação desses eventos graças à industrialização ou urbanização recentes, os engajamentos sociais com uma história, uma experiência, e uma narrativa de desastres estão marcadas também no passado. Por outro, considera-se que é necessário dar atenção aos campos discursivos nos quais a própria discussão em torno dos desastres, suas propriedades, seu estatuto, sua conceituação, está inserida, tanto agora, quanto no passado. Assim é que as leituras históricas sobre desastre têm questionado paradigmas como os que separaram áreas "salubres" do globo daquelas mais propensas a doenças, epidemias e mortalidades, postulando a necessidade de pensar a emergência de representações científicas e não científicas dessas últimas regiões como "inseguras" na atualidade devido à propensão para desastres. Essa leitura de História Ambiental é interdisciplinar e compreende a análise das relações entre humanos e não-humanos com base nas suas dimensões naturais, socioeconômicas, e das percepções sobre o mundo natural em termos de conjuntos de crenças, mitos, leis, imagens e imaginações ambientais. Isso implica, também, a discussão sobre ideias como desastre, catástrofe, risco e vulnerabilidade nos estudos históricos.
      Quem pode apresentar trabalhos? Há duas categorias de apresentadores de trabalho: os(as) APRESENTADORES(AS) PESQUISADORES(AS), já graduados em qualquer área do conhecimento, desde que tenham a apresentar pesquisas ligadas à História Ambiental e Desastres, e os(as) APRESENTADORES(AS) GRADUANDOS(AS), que estão ainda em formação de graduação. Além disso, há a possibilidade de inscrição no evento, como OUVINTE.
      Formato dos trabalhos: todos os trabalhos serão apresentados oralmente, durante o evento.

      Como submeter trabalho: cada apresentador(a) poderá submeter um trabalho. Para isso, o(a) interessado(a) precisa fazer sua inscrição no site de inscrições do evento http://eventos.unicentro.br/historiaedesastres2013 e, logo após, enviar e-mail com resumo da proposta para historiaedesastres2013@gmail.com. O e-mail deve conter: título do trabalho a ser apresentado, autoria, filiação institucional, três palavras-chaves logo após o conteúdo do resumo. Deve-se indicar, também, para qual simpósio temático o resumo está sendo submetido.
      Simpósios temáticos do evento:
      SIMPÓSIO TEMÁTICO 1 - HISTÓRIA AMBIENTAL, DESASTRES E MUNDOS URBANOS
      Este ST reunirá trabalhos que discutam as diversas visões sobre a relação entre desastres, história ambiental e cidades, levando em conta os estudos de história ambiental urbana, e as inúmeras interações entre humanos e não humanos. Temas como a relação entre cidades e deslizamentos, enchentes, epidemias, eventos climáticos, infestações, zonas de intoxicação, zonas proibidas, são exemplos de trabalhos que podem encaixar-se neste ST. Lembramos que esses exemplos não pretendem limitar a flexibilidade temática e teórico-metodológica dos trabalhos a serem propostos. Nesse sentido, reiteramos a liberdade de escolha de ST para submissão de propostas.
      ENVIE SUA PROPOSTA DE TRABALHO PARA: historiaedesastres2013@gmail.com 
      SIMPÓSIO TEMÁTICO 2 - HISTÓRIA AMBIENTAL, DESASTRES E MUNDOS RURAIS
      Este ST reunirá trabalhos que discutam as diversas visões sobre a relação entre desastres, história ambiental e mundos rurais, levando em conta os estudos de história ambiental e história rural, e as inúmeras relações entre humanos e não humanos nesses locais. Temas como a relação entre agricultura e desastres, toxicidade, biologia em monoculturas, contaminação de rios, enchentes, granizo, secas, correção da paisagem, são exemplos que podem encaixar-se neste ST. Lembramos que esses exemplos não pretendem limitar a flexibilidade temática e teórico-metodológica dos trabalhos a serem propostos. Nesse sentido, reiteramos a liberdade de escolha de ST para submissão de propostas.
      ENVIE SUA PROPOSTA DE TRABALHO PARA: historiaedesastres2013@gmail.com
       SIMPÓSIO TEMÁTICO 3 - HISTÓRIA AMBIENTAL, TECNOLOGIAS DE FORÇA BRUTA E DESASTRES
      Este ST reunirá trabalhos ligados à relação entre história ambiental, história das ciências e história das tecnologias, que discutam escolhas, usos e abusos de tecnologias de força bruta e sua relação com desastres. Entendemos tecnologias de força bruta como aquelas que, engendrando política, economia, cultura e biologia, máquinas e equipamentos, tem alterado significativamente a relação entre humanos e não humanos em determinados espaços, com consequências socioculturais e tensões historicamente construídas. Este ST compreenderá trabalhos que versam sobre as diversas tecnologias de força bruta ligadas a escolhas energéticas na história (hidreléticas, termelétricas, usinas nucleares, combustíveis e complexos para sua fabricação), entre outros.
      ENVIE SUA PROPOSTA DE TRABALHO PARA: historiaedesastres2013@gmail.com
      SIMPÓSIO TEMÁTICO 4 - PERCEPÇÕES SOBRE DESASTRES
      Este ST reunirá trabalhos ligados às percepções sobre desastres, no seu sentido mais amplo, que engloba desde as artes, passando por conjuntos de leis, de mitos, religiosidades, literatura, textos criativos. Enfim, o objetivo é reunir trabalhos que discutam textos ambientais que levam em consideração a presença de desastres e a sua relação com a história.
      ENVIE SUA PROPOSTA DE TRABALHO PARA: historiaedesastres2013@gmail.com

      DATAS IMPORTANTES:
      Inscrição de trabalhos: até 20 de setembro de 2013
      Inscrição de ouvintes: até 28 de outubro de 2013.

      Maiores informações:

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      DR. JO KLANOVICZ

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        terça-feira, 16 de julho de 2013

        RESPOSTA DA ANPUH-BRASIL A SBPC SOBRE PROFISSIONALIZAÇÃO DO HISTORIADOR

        RESPOSTA DA ANPUH-BRASIL A SBPC SOBRE PROFISSIONALIZAÇÃO DO HISTORIADOR

        16/07/2013
        São Paulo, 16 de julho de 2013.

        Prezada Professora Helena Nader
        Presidente da SBPC

        Diante da manifestação da SBPC, entidade presidida por Vossa Senhoria, que enviou Carta aos Deputados Federais solicitando a suspensão da tramitação do PL 4699/2012, que legisla sobre a regulamentação da profissão de historiador, gostaríamos de colocar algumas questões e fazer algumas ponderações:
        1 – O Projeto de Lei ora em tramitação na Câmara dos Deputados foi discutido por longos anos entre os historiadores, inclusive junto aos historiadores da educação, da ciência, da arte, entre outras áreas específicas, muitos deles sócios da Associação Nacional de História (ANPUH-Brasil). Cabe a pergunta: porque as críticas ao documento só vieram a público depois dele ser aprovado no Senado?
        2 – O PL considera Historiador os graduados em História (Bacharéis e Licenciados) e/ou os possuidores de título de Mestre e/ou Doutor em História. Portanto, não é nada restritivo em sua caracterização profissional, ao contrário de outras áreas onde só se confere o título profissional ao Bacharel, fazendo uma nítida separação entre ensino e pesquisa, o que nos parece nefasto ao avanço do conhecimento. Não temos conhecimento de que a SBPC tenha feito qualquer manifestação neste sentido quando essas profissões foram regulamentadas.
        3 – O PL apenas quer regulamentar a atividade de Historiador nos âmbitos do ensino formal e da pesquisa histórica científica. Não veda a ninguém escrever ou ensinar História, apenas não confere o título de Historiador aos que não têm essa formação específica.
        4 – A ANPUH-Brasil é associada da SBPC e vem apoiando suas lutas, como, por exemplo, a que diz respeito à destinação de parte dos royalties do petróleo para a Ciência e Tecnologia. Consideramos então que sempre fomos entidades parceiras. Causou estranheza, portanto, não termos sido consultados sobre a nossa interpretação do referido PL diante das críticas de outras sociedades científicas. Nossa associação foi fundada em 1961 e tem em seus quadros aproximadamente 5.000 associados, incluindo professores de todos os níveis de ensino, pesquisadores, pós-graduandos e profissionais que atuam no campo do patrimônio como arquivos, museus, memoriais, entre outros. Em nossa última Assembleia Geral, ocorrida em São Paulo, no ano de 2011, a ampla maioria dos associados apoiou o teor do projeto em discussão, pois atendia aos interesses dos historiadores brasileiros.
        5.  Assim, diante da manifestação da SBPC, vimos informar que a ANPUH se sente desrespeitada e desprestigiada com tal atitude. Os maiores interessados na tramitação do PL são os historiadores brasileiros, que são representados pela ANPUH-Brasil, exatamente a sociedade que a SBPC deixou de ouvir. Lamentamos.
        Por fim, solicitamos que esta nota seja publicada no item 1 do JC E-mail, como direito de resposta, e como forma de reparar uma parte dos danos cometidos aos historiadores brasileiros.

         Atenciosamente,

         Benito Bisso Schmidt
        (Presidente da Associação Nacional de História ANPUH-Brasil)


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          segunda-feira, 15 de julho de 2013

          Conteúdo político gerou oposição ao teatro-jornal

          Conteúdo político gerou oposição ao teatro-jornal



          Apresentação de teatro vivo no Teatro de Arena
          O teatro-jornal é uma vertente do teatro pouco conhecida e estudada, embora tenha importância histórica e eficácia artística. No Brasil, desenvolveu-se no Teatro de Arena de São Paulo, com incentivo do teatrólogo Augusto Boal, conhecido como criador do Teatro do Oprimido, e desempenhou papel cultural importante como tentativa de lidar com a censura no Regime Militar. Nos Estados Unidos, levou milhares de pessoas ao teatro na década de 1930. Apesar de haver alguns estudos sobre essa forma teatral, o teatro-jornal sempre sofreu muita oposição, principalmente devido a seu conteúdo político. Essas são as principais conclusões obtidas na dissertação de mestrado do jornalista Eduardo Luís Campos Lima. O estudo, realizado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, buscou apresentar e caracterizar os aspectos estéticos e políticos dessa forma de teatro.
          Orientado por Maria Sílvia Betti, o estudo, além de caracterizar, comparou os dois momentos do mesmo fenômeno, no Brasil e nos Estados Unidos. Por meio da análise, o pesquisador pôde notar aspectos comuns nos temas e abordagens em ambos os países. A peça norte-americana estudada foi Injunction Granted (em português, Liminar é Concedida), de 1936, cujo tema era a criminalização do movimento operário. A peça brasileira escolhida foi Teatro Jornal: Primeira Edição, produzida pelo Teatro Arena de São Paulo em 1970.
          Durante os anos que se seguiram à Revolução Russa (1917), o teatro apresentou-se como expressão artística importante para o debate social. "Um gênero totalmente novo que surgiu foi o jornal vivo ou teatro-jornal, forma teatral baseada na encenação de notícias", explica Lima. Teatralizavam-se informes de sindicatos e notícias sobre a guerra civil, por exemplo. Na Rússia, essa forma de teatro foi disseminada por coletivos, tendo o Blusas Azuis como seu representante mais conhecido. Lá, o teatro-jornal foi praticado até 1934. Nessa época, o teatro russo era muito influente e os jornais vivos atravessaram o oceano, chegando aos Estados Unidos.
          Entre as iniciativas para lidar com as consequências da Grande Depressão, o governo do presidente Franklin Delano Roosevelt criou um programa para contratar profissionais de teatro, em 1935, denominado Federal Theatre Project. Alguns artistas convidados para integrar o órgão conheciam as experiências teatrais russas, o que contribuiu para o desenvolvimento da versão norte-americana do jornal vivo. "Foi feito um acordo com o sindicato dos jornalistas, ou seja, artistas e jornalistas trabalhavam juntos. Havia uma redação para fazer as reportagens, levantar dados, pesquisar e fazer entrevistas. A partir desse material a peça era escrita", relata o pesquisador. O Federal Theatre Project foi extinto em 1939, após sofrer fortes perseguições dos opositores de Roosevelt.
          Perspectiva coletivista
          No Brasil, Augusto Boal foi um dos primeiros artistas a pensar em fazer teatro-jornal. Ele havia estudado nos Estados Unidos com veteranos do teatro de esquerda, na década de 1950, e lá descobriu a forma teatral. Boal ingressou no Teatro de Arena em 1956, um período de grandes transformações no Brasil — entre elas, o fortalecimento do movimento operário e das lutas populares. No teatro, Boal preocupou-se com a formação do ator e estimulou uma perspectiva coletivista de trabalho.
          O golpe de 1964 causou profundas transformações nas perspectivas do Teatro de Arena, que procurou responder continuamente às novas necessidades do momento. Com o Ato Institucional número 5 (AI-5), em 1968, que radicalizou a repressão ditatorial e a censura, seu trabalho dificultava-se ainda mais.
          Naquele momento, constituía-se um núcleo novo no Arena, integrado por jovens artistas que haviam se formado em um curso de teatro lá oferecido. Por sugestão de Augusto Boal, o núcleo criou uma encenação baseada em notícias — encenação que, posteriormente, o diretor sistematizou em nove diferentes técnicas de teatro-jornal. Essas técnicas foram reunidas e apresentadas na peça "Teatro Jornal: Primeira Edição", de 1970. A partir dessa peça explicativa, surgiram dezenas de grupos de teatro-jornal — apenas dentro da USP houve 20 coletivos . A disseminação era altamente estimulada pelos jovens artistas desse núcleo experimental do Arena.
          Com o endurecimento contínuo do Regime Militar, os grupos tentaram prosseguir com sua atuação, mas as circunstâncias de repressão e censura não permitiram. A necessidade de parar com o trabalho e não manter provas da sua realização, para evitar as perseguições do período da ditadura, acabou tendo como consequência o desaparecimento de roteiros e outros registros das peças realizadas, dificultando a coleta de dados do trabalho do pesquisador. O estudo reúne material inédito sobre o assunto. Envolveu entrevistas com integrantes dos coletivos e investigação dos trabalhos realizados, tanto aqui no Brasil quanto nos Estados Unidos. A defesa da dissertação aconteceu no Teatro da USP (Tusp), local importante para a geração dos produtores do teatro-jornal brasileiro.
          Imagem cedida por Victor Knoll
          Mais informações: email camposlima@gmail.com, Eduardo Campos Lima

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            domingo, 14 de julho de 2013

            [CHAMADA DE TRABALHOS] Sæculum - Revista de História (ISSN 0104-8929 / e-ISSN 2317-6725) - Qualis B1


            Cabeçalho da página



            SÆCULUM - REVISTA DE HISTÓRIA é publicada pelo Departamento de História da UFPB desde 1995 e, a partir de 2004, passou a ser também
            o periódico do Programa de Pós-Graduação em História da mesma universidade. Desde então sua frequência é semestral, e se trata de uma
            revista voltada à divulgação e debate de pesquisas no campo da História e da Cultura Histórica e suas diversas interfaces, abrindo espaço
            para o diálogo entre pesquisadores do Brasil e do exterior.
            A revista é indexada no DOAJ (Directory of Open Access Journals) e no Latindex e está classificada no estrato B1 da área de HISTÓRIA pelo
            Qualis Periódicos da Capes (B2 - Interdisciplinar; B3 - Geografia).
            A revista Sæculum também aceita propostas, em fluxo contínuo, para publicação de artigos, comunicações, resenhas, entrevistas e memórias (palestras, depoimentos, documentos e fontes) na área de História, que devem ser enviadas apenas eletronicamente, com redação em português, inglês, francês ou espanhol, e cujo(s) autor(es) tenha(m) a titulação mínima de mestre.

            CHAMADA DE TRABALHOS ABERTAS


            N. 29 - jul./dez. 2013


            DOSSIÊ: História e História Econômica
            ORGANIZADORES: Gustavo Acioli Lopes (UFPB) e Maximiliano Mac Menz (UNIFESP)
            PRAZO PARA ENVIO DE ARTIGOS: 08 de setembro de 2013

            N. 30 - jan./jun. 2014


            DOSSIÊ: História e História das Religiões
            ORGANIZADORES: Carlos André Macêdo Cavalcanti (UFPB) e Carmen Lícia Palazzo (UniCEUB)
            PRAZO PARA ENVIO DE ARTIGOS: 06 de abril de 2014

            N. 31 - jul./dez. 2014

            DOSSIÊ: História e Saberes Médicos
            ORGANIZADOR: Iranilson Buriti (UFCG)
            PRAZO PARA ENVIO DE ARTIGOS: 14 de setembro de 2014




            sexta-feira, 12 de julho de 2013

            SBPC e ABC encaminham carta aos deputados pedindo que seja interrompida a tramitação do projeto de lei que regulamenta a profissão de historiador

            SBPC e ABC encaminham carta aos deputados pedindo que seja interrompida a tramitação do projeto de lei que regulamenta a profissão de historiador
            O posicionamento é em apoio a diversas sociedades científicas e associações profissionais, que também se manifestaram contra a proposta

            A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) encaminharam no dia 10 de julho carta aos deputados federais em que se posicionam sobre o Projeto de Lei 4699 de 2012, que regulamenta a profissão de historiador. As entidades solicitam que a tramitação seja imediatamente interrompida, para que debates amplos e audiências públicas possam ser realizados com toda a sociedade brasileira.

            De acordo com o texto, o projeto poderá trazer sérios prejuízos ao Brasil e ao ensino superior de inúmeras disciplinas. O PL 4699/2012 estabelece que apenas portadores de diploma de história poderão ministrar disciplinas ligadas à área, em qualquer nível, bem como elaborar trabalhos sobre temas históricos. Diversas áreas de pesquisa e ensino ligadas ao assunto, no entanto, são atividades que podem ser desenvolvidas por profissionais de outras áreas que não tenham diploma em história. Entre outros exemplos, a carta cita a História da Medicina, a História da Física e a História da Educação.

            "Para aumentar nossa preocupação em relação ao impacto deste projeto, informamos aos senhores deputados que os cursos de graduação em História não incluem qualquer daquelas disciplinas; e raramente os cursos de pós-graduação em História incluem alguma delas. Portanto, senhores deputados, ter um diploma de História não garante o domínio do conhecimento das áreas mencionadas, podendo consequentemente, comprometer a qualidade do ensino e da pesquisa de tais áreas", diz a carta que faz ainda outras considerações sobre o texto legal e suas possíveis conseqüências.


            O posicionamento da SBPC e da ABC é em apoio a diversas sociedades científicas e associações profissionais, que também se manifestaram contra o projeto. A seguir, algumas matérias sobre o assunto publicadas neste mês pelo Jornal da Ciência:

            Comitê Brasileiro de História da Arte encaminha carta aos deputados federais pedindo emendas à lei que regulamenta a profissão de historiador

            Sociedade Brasileira de História da Educação divulga manifesto contra projeto de lei que regulamenta a profissão de historiador

            Sociedade Brasileira de História da Ciência divulga carta aberta sobre regulamentação da profissão de historiador

            (Jornal da Ciência)

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