Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

** Dos banguês às usinas

 
Dos banguês às usinas
Livro analisa o desenvolvimento da economia açucareira do fim do Império até 1940 e mostra como produtores paulistas conquistaram o mercado brasileiro

Dos banguês às usinas

Por Alex Sander Alcântara
Agência FAPESP – O Estado de São Paulo ocupa o topo da produção de açúcar no Brasil. Segundo dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), o Brasil produziu 31 milhões de toneladas na safra de 2008/9 e o açúcar paulista foi responsável por mais de 19,6 milhões de toneladas, ou cerca de 63% do total.
A história da cultura de cana-de-açúcar no país mostra que essa liderança foi conquistada gradativamente e somente a partir de 1940. Na década de 1910, por exemplo, o açúcar produzido em São Paulo respondia por apenas 8% da produção brasileira.
O livro Banguês, engenhos centrais e usinas: o desenvolvimento da economia açucareira em São Paulo e a sua correlação com as políticas estatais (1875-1941), de Roberta Barros Meira, analisa de que forma os engenhos e usinas paulistas se modernizaram e estruturaram seu negócio.
De acordo com autora, São Paulo, apesar de ter sido uma área secundária da produção açucareira, passou no período por uma grande mudança no setor. A compra de maquinário importado, como centrífugas de açúcar, moendas mais potentes e a construção de ferrovias – que ligavam os engenhos aos canaviais –, deram impulso na disputa pelo mercado do produto.
"Essa modernização ocorreu também no Nordeste. Mas, diferentemente de São Paulo, cujos engenhos foram montados principalmente por empreendimentos nacionais, lá houve maior participação de empresas estrangeiras, que trouxeram maquinário já defasado, visando apenas a lucros imediatos", disse Roberta, doutoranda em História Econômica pela Universidade de São Paulo, à Agência FAPESP.
O livro teve apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Publicações. Roberta desenvolve atualmente a pesquisa de doutorado "Do terceiro distrito dos engenhos centrais às usinas", também com apoio da Fundação.
De acordo com Carlos de Almeida Prado Bacellar, do Departamento de História da Universidade de São Paulo e orientador do estudo, o livro ressalta o papel que o açúcar teve dentro da economia paulista em um período que é mais lembrado pela produção do café.
O livro é dividido em três blocos temáticos. O primeiro analisa o processo de substituição dos engenhos tradicionais (banguês) pelos engenhos centrais. O segundo aborda o nascimento das usinas na Primeira República e o terceiro foca nas políticas estatais que ajudaram a consolidar o negócio açucareiro durante o primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945).
De acordo com a autora, umas das primeiras medidas para modernizar o setor se deu com a criação dos engenhos centrais no fim do Império. "Eles surgiram como forma de promover a racionalização da produção, a partir da separação da parte agrícola da parte fabril. O objetivo era separar a tarefa do fazendeiro, que seria exclusivamente agricultor, da atividade do usineiro", disse Roberta.
Mas a ideia dessas estruturas fracassou por vários problemas dentre eles a falta de mão obra especializada,  de matéria-prima e necessidade de mais ferrovias ligadas aos canaviais para escoar a produção. "São Paulo saiu na frente na questão do transporte e por empregar a mesma mão de obra utilizada e que dava certo no café: o colono imigrante", disse.
Devido à forte concorrência de grandes produtores, de Cuba e da Europa (com o açúcar de beterraba), o Nordeste perdeu espaço nas exportações no fim do século 19. As exportações para os Estados Unidos – maior mercado no período – declinaram drasticamente entre 1884 e 1886, despencando de 140 mil toneladas por ano para 80 mil.
São Paulo se firmou com o crescimento do mercado interno e a produção paulista passou a interessar aos investidores estrangeiros, em especial aos franceses, que adquiriram vários engenhos centrais no período.
Sob atuação do IAA
Algumas políticas implementadas no primeiro governo Vargas foram decisivas para tentar consolidar a indústria açucareira no país, segundo a autora. Em 1933, foi criado o Instituto do Açúcar e Álcool (IAA), cuja atuação garantiu por mais tempo a hegemonia dos produtores nordestinos e conteve o avanço paulista até 1940.
"O IAA tentou regular o preço, estabelecendo cotas de produção para cada usina e para cada estado. Sob a atuação do IAA, o açúcar nordestino voltou a ser exportado. São Paulo também se beneficiou nessa época porque conseguiu vender o produto internamente a preços vantajosos, enquanto o Nordeste exportava com margem de lucro muito pequena", contou Roberta.
Entre outras medidas adotadas no governo Vargas se destacou a obrigatoriedade da mistura de 5% de álcool anidro à gasolina importada, mas o pequeno mercado automobilístico e o preço inviabilizaram os investimentos dos usineiros em destilarias.
O governo Vargas, segundo Roberta, assumiu uma postura definitiva para que o açúcar de usina fosse aceito pela população. "O açúcar produzido nas refinarias, o cristal, era consumido pela elite, enquanto a população consumia o mascavo. Mas, com o aumento na produção industrial e nos subsídios à produção, o preço do açúcar cristalizado se tornou mais acessível à população", disse.
    Título: Banguês, engenhos centrais e usinas, o desenvolvimento da economia açucareira em São Paulo e a sua correlação com as políticas estatais (1875-1941) Autor: Roberta Barros Meira Páginas: 338 Preço: R$ 62 Mais informações: www.alamedaeditorial.com.br
__._,_.___
Atividade nos últimos dias:
    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.


                                                                                                    Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
 
Visite o Blog do nosso Grupo:http://www.grupohistoriadobrasil.blogspot.com

** Livro mostra processo de urbanização em região no centro da cidade de São Paulo entre os séculos 19 e 20

 
Os Cortiços de Santa Ifigênia

Livro mostra processo de urbanização em região no centro da cidade de São Paulo entre os séculos 19 e 20


Os Cortiços de Santa Ifigênia

3/1/2011
Agência FAPESP – O Arquivo Público do Estado de São Paulo lançou, em coedição com a Imprensa Oficial, o livro Os Cortiços de Santa Ifigênia: sanitarismo e urbanização, organizado por Simone Lucena Cordeiro, diretora do Centro de Acervo Permanente do Arquivo.
O livro foi elaborado a partir do Relatório da comissão de exame e inspecção das habitações operárias e cortiços no districto de Sta Ephigenia, documento de 1893 que faz parte do acervo permanente do Arquivo.
O relatório foi escrito em uma época de grande crescimento de São Paulo. De uma população de 69.934 habitantes em 1890, a cidade saltou para 239.820 em 1900.
Novas construções, iluminação elétrica e linha de bondes sinalizavam o projeto de igualar a cidade às grandes capitais europeias. Mas essas iniciativas não resolviam problemas como a falta de saneamento básico ou as péssimas condições de higiene nas habitações populares – que podiam causar epidemias como as de tifo e febre amarela.
O texto permite estudar as condições e as técnicas urbano-sanitárias, bem como a escala espacial das ações do poder público, o projeto de cidade que se queria construir/remodelar e os habitantes das moradias dessa parte da população paulistana, em sua maioria imigrantes.
A reprodução fac-símile do documento ocupa as últimas 128 páginas do livro, juntamente com o Código Sanitário de 1894. Historiadores de diversas áreas contribuíram com textos de análise no novo livro, como Maria Stella Bresciani (Unicamp), Maria Alice Rosa Ribeiro (Unesp) e Jaime Rodrigues (Unifesp). 
    Título: Os Cortiços de Santa Ifigência: Sanitarismo e Urbanização (1893) Organizadora:Páginas: 224 Preço: R$ 31,50 Mais informações:http://livraria.imprensaoficial.com.br Simone Lucena Cordeiro
__._,_.___
Atividade nos últimos dias:
    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.


                                                                                                    Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
 
Visite o Blog do nosso Grupo:http://www.grupohistoriadobrasil.blogspot.com

** Introdução à história pública

 
Introdução à história pública

O Núcleo de Estudos em História da Cultura Intelectual, ligado à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, realiza, entre os dias 14 a 17 de fevereiro, o Curso de Introdução à História Pública. As inscrições já estão abertas e podem ser realizadas neste site até 05 de fevereiro.
O Curso pretende, em uma semana de oficinas, minicursos e palestras coordenadas por profissionais renomados de dentro e de fora da academia, oferecer pistas de como difundir o conhecimento histórico para amplas audiências de maneira responsável e integrada.
A programação é destinada a estudantes, historiadores, professores, pesquisadores, profissionais liberais e demais interessados de todas as áreas do conhecimento.
O curso custa R$200,00 para inscrições realizadas até 20 de janeiro; R$215,00, de 21 a 30 de janeiro; R$230,00, de 31 de janeiro a 05 de fevereiro. A realização da inscrição inclui direito a participação em todas as atividades; participação em brunch de confraternização; material de apoio; certificado emitido pela USP com registro, carga horária e descrição do conjunto das palestras e oficinas assistidas.
O curso será ministrado no prédio de Geografia e História da FFLCH, localizado na Avenida Lineu Prestes, nº 338, Cidade Universitária, São Paulo.
Mais informações: (11) 6623-1051, email historiaintelectualusp@gmail.com, site www.usp.br/historiaintelectual



HTML clipboard
Clique aqui para cadastrar-se no Grupo de Estudos da História do Brasil
Conheça nosso perfil no Faceboock
Follow grupohistoriabr on Twitter Inscrever RSS do Grupo de Estudos da História do Brasil Visite o Blog do GEHB


__._,_.___
Atividade nos últimos dias:
    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.


                                                                                                    Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
 
Visite o Blog do nosso Grupo:http://www.grupohistoriadobrasil.blogspot.com

Arquivo do blog

Seguidores do Grupo de Estudos da História do Brasil - GEHB.