Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

** Lançamento do Livro "Os cortiços de Sta. Ifigênia"

 






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Atividade nos últimos dias:
    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

                                                                                                    Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
 

** Marco Morel: Mestre-Sala dos Mares

 

Marco Morel: Mestre-Sala dos Mares

Nos idos de 1957, o jornalista Edmar Morel (1912-89) foi até o cais da Praça 15, no Rio de Janeiro, onde lhe garantiram que acharia o ex-marujo João Cândido Felisberto (1880-1969), que, em 1910, ficara conhecido como "Almirante Negro" ao liderar a rebelião contra os castigos corporais na Marinha.

Por Marco Morel*

O encontro modificou a vida de ambos e gerou a escrita de um capítulo então obscuro da história do Brasil: a Revolta da Chibata, título que Morel criou para seu livro (no qual teve a colaboração do personagem principal) e que batizaria, a partir dali, o movimento.


João Cândido carregava cestos de peixe na beira da baía de Guanabara, palco da inédita rebelião na qual ele comandara, entre 22 e 27/11/1910, poderosa esquadra de guerra: vivia em situação de pobreza e dificuldades, nas periferias. Edmar, repórter e escritor, tinha o nome nas manchetes dos principais jornais desde os anos 1940, em matérias combativas e denúncias de grande repercussão. Nacionalista de esquerda e democrata, era "companheiro de viagem" do Partido Comunista do Brasil (PCB).


Surgiu entre o marinheiro e o jornalista cumplicidade, logo transformada em amizade. João Cândido considerou "A Revolta da Chibata" (lançado em 1959, já está na quinta edição, pela Paz e Terra), o livro, como "minha história" e literalmente assinou embaixo, participando de sessões de autógrafos. A convivência de ambos teve episódios sugestivos.


No lançamento da 2ª edição, em 1963, autor e personagem compartilharam estande no Festival do Escritor (antecessor da Bienal do Livro). O velho marujo, calejado de perseguições e da luta contra o açoite, foi cumprimentado por Jorge Amado, Rubem Braga, Clarice Lispector, Vinicius de Moraes, Manuel Bandeira e outros. Ao fim da sessão, não havia mais transporte para a Baixada Fluminense, onde morava o "Almirante Negro", numa rua sem calçamento, esgoto e luz elétrica.


Morel foi hospedá-lo num hotel no centro. Tentarem 12 estabelecimentos; os recepcionistas de plantão, após olharem a figura simples e altaneira de João Cândido, repetiam: "Não há vagas". Racismo aberto e não declarado. Finalmente, conseguiu abrigo no Hotel Globo, na rua do Riachuelo, na Lapa.


Nos dias do golpe civil-militar de 1964, ao saber que Morel tivera os direitos políticos cassados, João Cândido, preocupado, foi até sua casa: "Teria sido por causa do livro?". O jornalista brincou: "Um a mais não faz diferença. Vamos tomar um uísque?". E o marujo retrucou: "Não posso, o fígado não deixa. Tem suco de maracujá?".


Quando João Cândido faleceu, eu tinha 9 anos. Meu avô Edmar contou que me levara duas vezes à casa dele, mas não me lembro. Pelo que li e ouvi de meu avô, pelo que converso com Adalberto Cândido, Candinho, filho caçula, hoje com 72 anos, formei uma imagem do comandante escolhido pelos 2.300 marinheiros rebeldes no episódio ocorrido 22 anos após a Abolição oficial da escravidão.


João Cândido possuía aparência modesta, mas altiva. Alto, esguio, enérgico -vestia-se de maneira aprumada e sóbria. Em casa, ficava de tamancos e roupas confortáveis. Era um herói da plebe e vivia entre os pobres, sem intimidar-se diante dos poderosos ou dos letrados. O hábito de leitura impregnava seu cotidiano. Polido, reservado, recolhia-se quando não conhecia ou confiava no interlocutor. Mas, se o verbo fluía, a memória transbordava em detalhes precisos.


Sisudo, há poucas fotos suas sorrindo, mas era bem-humorado: às vezes, escapava um sorriso discreto do rosto vincado de anos e sofrimentos. Não expressava ódio ou ressentimento, compreensíveis num guerreiro com suas experiências. A face angulosa, nitidamente esculpida, apresentava um toque cândido. Tinha a dignidade de um mestre-sala dos mares.


*Marco Morel é doutor em história pela Universidade de Paris I, jornalista, professor do Departamento de História da Uerj e neto de Edmar Morel.

Fonte: Folha de S. Paulo



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**Homenagem à Insurreição Nacional Libertadora de 1935

 
Veja documentos, artigos, resenhas, entrevista e bibliografia sobre a Insurreição Nacional Libertadora de 1935:



75 ANOS DO LEVANTE DA ALIANÇA NACIONAL LIBERTADORA

Em 1935 nasceu a Aliança Nacional Libertadora (ANL), um dos mais importantes movimentos de caráter antiimperialista e antifascista em nosso continente. Com forte influência do Partido Comunista do Brasil (PCB), seu lema era Pão, Terra e Liberdade. Perseguida e fechada pelo governo Vargas, ela acabou se orientando para insurreição armada. Em novembro eclodiram violentos e heróicos combates nas cidades de Natal, Recife e Rio de Janeiro. A sua derrota levou a uma das mais violentas repressões aos democratas e comunistas brasileiros. Milhares de pessoas foram presas e torturadas.
Apesar de suas limitações e erros, os levantes de 1935 fazem parte das memoráveis lutas travadas pelo povo brasileiro.

Participe e venha comemorar esse acontecimento fundamental na história do Partido Comunista em nosso país.

Palestrante:
Profº Drª Marly Vianna
autora dos livros "Revolucionários de 35" e
"Pão, Terra e Liberdade: Memória do Movimento Comunista de 1935".

Comentarista:
Augusto Buonicore
historiador e secretário-geral da Fundação Maurício Grabois


Dia 25/11 às 19h
Na Rua Rego Freitas, 192
 Centro (Próximo a estação República do Metrô) - São Paulo - SP

Ao final da palestra serão distribuídos certificados de participação 


Realização: Fundação Maurício Grabois 
Centro de Documentação e Memória (CDM) 



Apoio: União da Juventude Socialista (UJS)





Centro de Documentação e Memória
Fundação Maurício Grabois
Rua Rego Freitas, 192 - sobreloja
República - São Paulo
Telefone: 3337-1578


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** [Carta O BERRO] "O TENENTISMO E A COLUNA PRESTES" - palestra com a professora doutora pela UFRJ, ANITA PRESTES

Carta O Berro..........................................................repassem

** Revolta da Chibata e a questão da cidadania no ensino de História

 
Oi pessoal!

Eu criei um blog sobre a Revolta da Chibata para ser usado como material didático para o ensino do tema, com foco também no ensino da cidadania:

Tem material variado, permitindo que o professor escolha sua metodologia, seja com fontes, fotos, charges, crônicas, música, etc.
Espero que gostem e que seja útil nas aulas!

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Eduardo Seabra e Silva

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