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terça-feira, 26 de março de 2013

A formação econômica e social do Brasil sob nova ótica

A formação econômica e social do Brasil sob nova ótica

  Fonte: PRAVDA.ru Em Portuguese 26.03.2013
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A historiografia econômica brasileira marcou-se pela elabo­ração, ainda na primeira metade do século XX, de uma interpre­tação acerca do processo de for­mação econômica e social do Brasil assentada na ênfase posta na produção para exportação.
Iraci del Nero da Costa *
José Flávio Motta **
1. O modelo de Caio Prado Júnior

A historiografia econômica brasileira marcou-se pela elabo­ração, ainda na primeira metade do século XX, de uma interpre­tação acerca do processo de for­mação econômica e social do Brasil assentada na ênfase posta na produção para exportação. Assim, em Formação do Brasil Contemporâneo: Colônia, publi­cado em 1942, Caio Prado Júnior explicitava o sentido da colonização, conceito fundamental a embasar a aludida in­terpretação: "No seu conjunto, e vista no plano mundial e internacional, a colonização dos trópicos toma o aspecto de uma vasta em­presa comercial, mais completa que a antiga feitoria, mas sempre com o mesmo caráter que ela, destinada a explorar os recursos naturais de um território virgem em proveito do comércio europeu. É este o verdadeiro sentido da colonização tropical,de que o Brasil é uma das resultantes: e ele explicará os elementos funda­mentais, tanto no econômico como no social, da formação e evolução históricas dos trópicos americanos. {...} Se vamos à essência da nossa formação, veremos que na realidade nos constituímos para fornecer açúcar, tabaco, alguns outros gêneros; mais tarde ouro e diamantes; depois, algodão, e em seguida café, para o comércio europeu. Nada mais que isto. E com tal objetivo, objetivo exterior, voltado para fora do país e sem atenção a considerações que não fossem o interesse  daquele comércio, que se organizarão a sociedade e a economia brasileiras. Tudo se disporá naquele sentido: a estrutura, bem como as atividades do país." (PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil Contemporâneo: Colônia. 17a. ed., São Paulo: Brasiliense, 1981, p. 31-32).
  É sabida, e indiscutível, a im­portância do modelo interpreta­tivo proposto por Caio Prado Júnior para a compreensão de nossa formação histórica. To­davia, ainda que tenha sido inegável a relevância ímpar, nas etapas colonial e imperial da história brasileira, das ativi­dades direcionadas à expor­tação, sedimentava-se na histo­riografia um viés exportador, que passava a nortear os traba­lhos produzidos na área.[i] Em outras palavras, no modelo pradiano ao se "{...} pensar a constituição da economia brasileira como uma mera pro­jeção  imediata  do  capital comercial no plano da pro­dução {...} perde-se de vista, assim, o que hodiernamente chamaríamos 'Brasil real' e se privilegia desmesuradamente o 'Brasil exportacionista', vale dizer, o segmento econômico voltado para os mercados mundiais." (COSTA, Iraci del Nero da. Repensando o modelo interpretativo de Caio Prado Júnior. Cadernos NEHD, n. 3. São Paulo: NEHD-FEA/USP, 1995, p. 3-4).[ii] Paten­teiam-se, dessa forma, as limi­tações características do modelo em questão, pois, neste Brasil real, "{...} as articulações presentes na sociedade brasileira sobrepujavam largamente um mero empreendimento dirigido pelo capi­tal comercial e imediatamente voltado para o mercado mundial e dele totalmente dependente. Neste sentido tratava-se de urna economia com expressivos traços de integração endógena e que comportava uma gama diversifi­cada de atividades produtivas votadas para o atendimento de suas próprias necessidades, dando-se, também, processos in­ternos de acumulação. Disto decorria a geração, na órbita doméstica, de condições que per­mitiam um espaço econômico re­lativamente autônomo vis-à-vis a economia internacional e o capital comercial, espaço econômico este ao qual, ademais, deve-se atribuir expressivo contributo no que tange à formação da renda e do produto." (COSTA, op. cit., 1995, p. 20).

2. Algumas críticas ao modelo pradiano
As críticas ao modelo de Caio Prado Júnior, que marcam o evolver da historiografia a partir de meados dos anos 1960 e, so­bretudo, no decênio de 1970, não obstante as discrepâncias, muitas vezes de fundo, que as diferenciam umas das outras, apresentam a característica comum de defenderem a neces­sidade, para um melhor entendi­mento do processo de formação econômica e social do Brasil, de se voltar a atenção, essencialmente, para o universo colonial, propugnando-se uma efetiva in­flexão "para dentro" da economia brasileira. Compondo as criticas aludidas, destacam-se as inter­pretações de Antônio Barros de Castro, Ciro Flamarion S. Car­doso e Jacob Gorender.
Para Castro, mais além da finalidade de servir aos interesses do comércio europeu, punha-se à estrutura socioeconômica estabelecida na colônia brasileira a tarefa de reproduzir-se a si mesma: "A produção em massa de mercadorias cria raízes no Novo Mundo, objetivando-se sob a forma de um complexo aparato produtivo. O 'objetivo' maior desta realidade - o seu 'sentido' se se quiser - lhe é agora ine­rente: atender as suas múltiplas necessidades, garantir a sua re­produção. Em tais condições o comércio é estruturalmente recolocado e os interesses mercantis - bem como os da Coroa - terão necessariamente de ter em conta as determinações que se estabelecem no nível da produção. Em outras palavras, a forma pela qual os interesses ex­ternos atuam sobre a colônia passa a depender 'primeiramente da sua solidez e da sua estrutura interna'. O 'projeto' co­lonial e/ou mercantilista subsiste, sem dúvida; o seu raio de incidência - especialmente em conjunturas adversas - fica no entanto severamente limitado pelo surgimento na colônia de uma estrutura socioeconômica, com seus elementos de rigidez, suas regularidades, seus interesses e, por último, mas também importante, pelos conflitos que lhe são próprios."  (CASTRO, Antônio Barros de. A economia política, o capitalismo e a escravidão. In: AMARAL LAPA, José Roberto do (org.). Modos de produção e realidade brasileira. Petrópolis: Vozes, 1980, p. 88-89). 3
Proposição semelhante é evocada por Gorender: "Focalizando agora a linha de interpretação que se concentrou no mercado e dele fez a chave explicativa da economia colonial, constatamos um resultado invariável desse procedimento metodológico: a so­breposição da esfera da circu­lação às relações de produção. {...} A desobstrução metodológica impõe a inversão radical do enfo­que: as relações de produção da economia colonial precisam ser estudadas de dentro para fora, ao contrário do que tem sido feito, isto é, de fora para dentro." (GORENDER, Jacob. O escravismo colo­nial. 4a. ed. São Paulo: Ática, 1985, p. 6-7). Como corolário da  "inversão radical" por ele proposta, Goren­der desenvolve o conceito de modo de produção escravista colonial, com o qual pretende dar conta do processo de for­mação econômica da colônia brasileira. Na mesma direção - e com anterioridade - caminha a critica de Ciro Flamarion Cardoso ao circulacionismo e à chamada "teoria do capitalismo comercial": "el carácter de uma formación económica y social debe buscarse básicamente en la esfera de la producción". Para Cardoso, ademais, a re­jeição à ênfase desmedida na esfera da circulação, aliada à crítica igualmente contundente ao  dogmatismo  presente  no esquema stalinista de evolução das sociedades, implica a espe­cificidade do regime colonial: "en mi opinión, la especificidad de las estructuras internas coloniales y de su génesis histórica {...} impone la elaboración de uma teoria de los modos de producción coloniales, partiéndose del principio que dichas estructuras son  específicas y dependientes." (CARDOSO, Ciro Flamarion S. Severo  Martínez Peláez y el caráter del régimen colonial. In: ASSADOURIAN, Carlos Sempat et alii. Modos de producción en América Latina. 3a.ed. Córdoba: Cuadernos de Pasado y Presente, Buenos Aires: Siglo XXI, 1975, p. 86).

3. A produção historiográfica recente
A década de 1970, além dos de­senvolvimentos teóricos referidos no item 2 acima, colocou-se igualmente como marco inicial de produção de um vasto material historiográfico assentado na integração de fontes primárias de variados tipos. Essa produção - na qual se inserem com destaque os trabalhos realizados no campo da demografia histórica 4 - evidenciou, à sacie­dade, a relevância dos processos econômicos que se davam na ór­bita  interna da economia brasileira e, por essa via, corroborou, com farto em­basamento empírico, a insufi­ciência da "visão exportacionista" à la Caio Prado. Mais ainda, essa mesma produção historiográfica, amiúde de caráter monográfico, ao ilustrar, cabal e inequivocamente, a multiplici­dade e a complexidade defini­doras do universo colonial, tor­nou igualmente evidentes as limitações postas no plano teórico em decorrência da utili­zação do conceito de modo de produção colonial.
Assim, por exemplo, como lidar, no âmbito de um modo de pro­dução escravista colonial, com o largo segmento formado pelos indivíduos não-proprietários de cativos? Afinal, tais indivíduos, conforme verificado por Iraci Costa (COSTA, Iraci del Nero da. Arraia-miúda: um estudo sobre os não-pro­prietários de escravos no Brasil. São Paulo: MGSP, 1992), dominavam amplamente a produção de mantimentos (ar­roz, feijão, milho, mandioca), de algodão e a pesca; eram, em suma, "{...} participes ativos do mundo produtivo. Faziam-se pre­sentes em todas as culturas, mesmo nas de exportação, vincu­lavam-se às lidas criatórias, ao fabrico e/ou beneficiamento de bens de origem agrícola e com­pareciam com relevo nas atividades artesanais. Suas apou­cadas posses, é evidente, limitavam e condicionavam sua presença, a qual, não obstante, não pode ser negada nem deve ser subestimada."   (COSTA, op. cit., 1992, p. 111).

4. O "mosaico de formas não-capitalistas de produção"
Tornou-se, portanto, patente, a dificuldade de integrar, às inter­pretações vigentes acerca de nossa formação econômica e so­cial, a complexidade e riqueza características da realidade Colo­nial brasileira. Essa realidade não se via apreendida pelas análises centradas quase exclusivamente nas atividades de ex­portação; de outra parte, dita realidade "vestia", com evidente desconforto, a camisa-de-força representada pelo conceito de modo de produção.
Os anos 1990 trouxeram à luz duas importantes tentativas de superar o impasse vivenciado pela historiografia. Em uma de­las, explicitada no trabalho de Fragoso (FRAGOSO, João Luís Ribeiro. Homens de grossa aventura: acumulação e hierarquia na praça mercantil do Rio de Janeiro (1790-1830). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1992), a crítica aos modelos explicativos tradicionais é acompanhada da ênfase no conceito de formação econômico-social, trazido ao cerne da análise com o intuito de superar as limi­tações postas pela noção de modo de produção. O avanço historiográfico das últimas décadas é incorporado pelo autor enquanto compondo um "mosaico de formas não-capitalistas de produção", manifesto na produção escravista de ali­mentos no Rio de Janeiro, no complexo agropecuário que se estabelece na região das Minas Gerais, com base no trabalho de escravos e camponeses e dire­cionado para o abastecimento interno, nas fazendas de criação e na agricultura de alimentos presentes em São Paulo e, por fim, na região sul, na produção camponesa de alimentos, na charqueada escravista e nas estâncias gaúchas.
Nas palavras de Fragoso: "a existência de um mercado doméstico e de segmentos produtivos para ele voltados introduz um novo elemento na lógica de funciona­mento da formação colonial - referimo-nos à possibilidade de reproduções endógenas. {...} o processo de reprodução desses segmentos se dá em meio ao mercado interno, constituindo-se, assim, em movimentos de acu­mulações introversas na eco­nomia colonial. Disso infere-se uma maior possibilidade de re­tenção do sobretrabalho na própria economia colonial e, por­tanto,  de  autonomia  dessa última, diante de flutuações externas. {...} Em realidade, a possibilidade de se apreender os movimentos de acumulação endógena à economia colonial prende-se à compreensão dessa última   enquanto formação econômico-social. Desse modo, aquela acumulação resultaria, a princípio, da interação mercantil dos processos de reprodução do escravismo colonial com os setores produtivos ligados ao mer­cado doméstico." (FRAGOSO, op. cit., 1992, p. 131-132).
A interpretação proposta por Fragoso apresenta-se passível de crítica em dois aspectos funda­mentais. Em primeiro lugar, o entendimento da economia colonial enquanto formação econômico-so­cial encobre, mas não resolve, a impropriedade presente na utilização do conceito de modo de produção ("problema" que Fragoso, aliás, compartilha com Ciro Cardoso e Jacob Gorender): "A impropriedade está, justamente, em conceber abstra-tamente o conjunto de cate­gorias 'modos  de produção'. Segundo nossa visão, os distintos modos de produção identificados por Marx devem ser entendidos como um continuum do qual o capitalismo ê o ponto culminante, e o é porque, a partir de sua efetivação, a ­história, além de se fazer univer­sal, conhece uma mudança qualitativa, de sorte que se torna impossível dissociar as distintas sociedades ou áreas do planeta - a solidariedade que as une é dada e explicada pelo capital e ­pelo capitalismo. Disto se infere, ­em primeiro, a impossibilidade de emparelharmos os distintos ­modos de produção - ao fazê-lo operamos uma abstração -; em segundo, a impertinência de 'procurarmos' novos modos de ­produção depois de fundada, ­pelo capitalismo, a história universal. Posta esta e, correlatamente, o mercado mundial,  persiste, apenas, o modo de pro­dução capitalista - que a tudo ilu­mina, parafraseando a imagem clássica. Segundo nossa leitura de Marx, a superação 'deste' modo de produção significa a superação da própria categoria, a pré-história devirá história; o homem, até então pressuposto, devirá sujeito." (COSTA, Iraci del Nero da. Nota sobre a não existência de modos de produção coloniais.   São Paulo: IPE/USP, 1985, p. 3). 5
O segundo dos aspectos fundamentais da interpretação de Fragoso que deve ser sopesado diz respeito à radicalização da crítica ao modelo de Caio Prado Júnior mediante a defesa de uma reprodução autônoma da economia brasileira. Há, aqui, que reproduzir o seguinte ques­tionamento, de Ciro Cardoso: "Tendo combatido por muitos anos as posturas que enfatizam unilateralmente as relações metrópole-colônia ou centro-periferia, a extração de excedentes, o capital mercantil (hipostasiado em 'capitalismo comercial') e mais em geral a circulação de mercadorias como locus explicativo privilegiado, só posso me regozijar com esses novos e sólidos argumentos {dos estudos preo­cupados em evitar o viés expor­tador - INC/JFM}.  Desde que, também neste caso, não se ceda à tentação de mais uma ênfase unilateral. {As análises que in­corporam tais argumentos­ INC/JFM} não estarão esquecendo exageradamente, empurrando um tanto para fora do horizonte, a dependência colonial e neocolo­nial - e as determinações e condi­cionamentos que ela sem qualquer dúvida implicava (ainda que tais análises tenham demonstrado que algumas das determinações imputadas a fatores externos eram falsas)? Fique como questão a ser pensada esta minha dúvida." (CARDOSO, Ciro Flamarion S. et alii. Escravidão e abolição no Brasil: novas perspectivas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1988, p. 58).

5. O capital escravista-­mercantil
A segunda das interpretações trazidas à luz nos anos 1990 e que aqui se deseja salientar é aquela centrada no conceito de capital escravista-mercantil, elabo­rada por Costa & Pires. 6 Por um lado, preocupa-se em fugir à radicali­zação da crítica ao modelo pradiano. Dessa forma, ainda que se tenha em mente a complexidade da realidade colonial, cada vez mais esmiuçada pela historiografia no decurso dos últimos lustros, não se nega que a so­ciedade escravista moderna "{...} é a própria encarnação da dependência com respeito ao mundo exterior, seja quanto à colocação de parcela substantiva do produto gerado, seja no respeitante à sua própria manutenção no tempo, pois necessitava, crucialmente, do fornecimento externo de mão de obra cativa." (COSTA, op. cit., 1995, p. 25). 7
Nessa perspectiva, a critica a Caio Prado assume o seguinte teor: a limitação que marca seu modelo "{...} deveu-se ao fato de ele haver transposto para o plano fenomênico, sem as necessárias e devidas mediações, elementos próprios do que considerou a essência de nossa formação e da sociedade aqui constituída. Reduzido, assim, o plano do con­creto, ao que se poderia entender ser seu determinante em última instância, a elementos de sua pretensa 'essência' - que não se exaure em tais elementos, diga-se com ênfase -, resta-nos um caricatura de vida econômica e social, desfigurada, rígida, des­carnada, apartada da experiência do dia a dia, perdem-se a especifícidade e as peculiari­dades do escravismo moderno {...} e se fica ás voltas com um 'sentido' abstrato, imaterial, que faz com que nos sintamos tão in­comodados, tão 'desconfortáveis' quando confrontamos  nossa visão daquela sociedade com a que derivamos da leitura dos escritos de Caio Prado Júnior." (COSTA, op. cit., 1995, p. 26).
De outra parte, a categoria capi­tal escravista-mercantil substi­tui, na interpretação ora enfo­cada, o papel desempenhado pelo modo de produção (em Gorender e Ciro Cardoso) e pela formação econômico-social (em Fragoso): "Assim, no caso da colônia lusa em terras americanas, a criação da mais-valia decorria da ação do capital escravista-mercantil, vale dizer, embora isolado dos mercados externos e, portanto da órbita da circulação {...}, a esfera da produção interna colocava-se inteiramente em sua órbita e era dominada pelo capital escravista-mercantil. Tal dominância, que não deve ser entendida em termos absolutos, estendia-se à produção de mercadorias (exportáveis ou não), de valores de uso e de serviços, abarcando também a alocação de fatores e recursos e espraiando-se pela circulação interna. Afetava, ainda, a geração e distribuição da renda, a escala da produção, o tamanho das plantas instaladas, as técnicas utilizadas e os elementos afetos à qualificação da mão de obra. Enfim, sua pre­sença condicionava toda a economia colonial, bem como as relações estabelecidas no pro­cesso de produção, projetando-­se, ademais, na vida social e política da colônia. Disso deve-se inferir que os segmentos sociais e econômicos não vinculados ime­diatamente ao escravismo tam­bém se viam influenciados e, em larga medida, determinados {...} pelo capital escravista-mercantil {...} o qual só podia se comunicar com o mundo que lhe era externo medi­ante a intermediação do capital comercial." (PIRES, Julio Manuel & COSTA, Iraci del Nero da. O Capital Escravista-Mercantil e a escravidão nas Américas. São Paulo, EDUC/FAPESP, 2010, p. 21-22 e 23)
A caracterização do capital escravista-mercantil - sua "onipresença" - sedimenta, outrossim, a crítica aos modelos interpreta­tivos que o antecederam, pois "{...} é justamente em tamanha dominância que se assenta o en­gano daqueles que pensam encontrar aqui o assim chamado 'escravismo capitalista' ou propugnam pela existência de um pretenso modo de produção colonial." (PIRES & COSTA, op. cit., 2010, p. 22). Adicionalmente, a riqueza e, ao mesmo tempo, "simplicidade" teórica do con­ceito capital escravista-mer­cantil evidencia o profícuo caminho trilhado pela histo­riografia, em termos da dis­cussão, sempre bem-vinda, do processo de formação econômica e social do Brasil, calcada agora em categorias originais e mais adequadas à nossa realidade, superando-se, assim, o vezo próprio dos que têm tentado explicar o aludido processo com base na utilização de um universo conceptual erigido, sobretudo, em termos do desenvolvimento histórico observado na Europa Ocidental.


* Professor Livre-docente aposentado da Universidade de São Paulo.
** Professor Livre-docente da Universidade de São Paulo.
 
 
NOTAS


[i] Caso, por exemplo, de FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. 17a. ed., São Paulo: Na­cional, 1980 e de NOVAIS, Fernando Antônio. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema co­lonial  (1777-1808). São Paulo: Hucitec, 1979.

[ii] Compondo igualmente este viés expor­tador, a própria população brasileira viu-se enfocada mediante a ênfase nos contingentes particularmente presentes na produção para exportação, isto é, a mão de obra escrava e o con­junto dos proprietários de cativos, relegando-se os demais à marginali­dade econômica e social. Dessa forma, assevera Prado Júnior: "Entre estas duas categorias {senhores e escravos - INC/JFM} nitidamente definidas e entrosadas na obra da coloni­zação, comprime-se o número, que vai avultando com o tempo, dos desclassi­ficados, dos inúteis e inadaptados; indivíduos de ocupações mais ou menos incertas e aleatórias ou sem ocupação alguma. {...} O número deste elemento indefinido socialmente, é avantajado {...} compreenderia com certeza a grande, a imensa maioria da população livre da colônia. Compõe-se, so­bretudo, de pretos e mulatos forros ou fugidos da escravidão: índios {...}; mestiços de todos os matizes e cate­gorias {...}; até brancos, brancos puros, e entre eles, {...} até rebentos de tron­cos portugueses ilustres {...}; os nossos poor white, detrito humano segregado pela colonização escravocrata e rígida que os vitimou." (PRADO JÚNIOR, 1981, p. 281-282).

3 Saliente-se que a crítica de Castro é igualmente pertinente quando se toma o enfoque teórico de Fernando Novais acerca do sentido da coloni­zação: "{...} a colonização do Novo Mundo, na Época Moderna, apresenta-­se como peça de um sistema, instrumento da acumulação primitiva da época do capitalismo mercantil. Aquilo que {...} afigurava-se como um simples projeto, apresenta-se agora consoante com o processo histórico concreto de constituição do capitalismo e da sociedade burguesa. Completa-se, entrementes, a conotação do sentido profundo da colonização: comercial e capitalista, isto é, elemento consti­tutivo no processo de formação do capitalismo moderno" (NOVAIS, op. cit., 1979, p. 70). Sobre esta abordagem, escreve Castro: "Observe-se que, para efeitos da interpretação da estrutura econômico-social da colônia, o fato de que em Novais o 'sentido último' é dado pela 'aceleração da acumulação primitiva de capitais' {...}, e não pelos interesses do comércio europeu (como quer Caio Prado), em pouco ou nada os diferencia. A substituição do 'objetivo' pelo 'significado' apenas evita (ou melhor, oculta) a teleologia patente em Caio Prado" (CASTRO, op. cit., 1980, p. 88, nota de rodapé n.  74).

4 Acerca da contribuição da demografia histórica à historiografia brasileira ver  MOTTA, José Flávio. Contribuições da demografia  histórica à historiografia brasileira. In: Anais do IX Encontro Nacional de Estudos Popu­lacionais. Belo Horizonte: ABEP, 1994, vol. 3, p. 273-295.

5 Sobre o entendimento do capitalismo como forma superior e derradeira da existência natural da sociabilidade humana, ver MOTTA, José Flávio & COSTA, Iraci del Nero da. O fim da história, o inicio da história. Informações Fípe. São Paulo: FIPE, n. 172, p. 20-23, ja­neiro/1995 e MOTTA, José Flávio & COSTA, Iraci del Nero da. O fim da história, o inicio da história: um adendo. Infor­mações Fipe. São Paulo: FIPE, n. 174, p. 21-23, março/1995.

6 Para uma visão pormenorizada da categoria "capital escravista-mercantil" veja-se:

7 Este último elemento da dependência da sociedade escravista, cabe frisar, não se vê absolutamente negado quando, como o faz Fragoso, "{...} consideramos o tráfico atlântico, desde meados do século XVIII, como um negócio interno à economia do Sudeste brasileiro. E isso por uma boa razão: ele era controlado por negociantes residentes no Brasil. Esse fenômeno trans­formava tal negócio em uma operação integrada aos movimentos de acumulação interna à economia colonial" (FRAGOSO, op. cit., 1992, p. 131-132).

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segunda-feira, 25 de março de 2013

convite-Simpósio Temático

 


Olá,
Gostaria de divulgar o Seminário Temático abaixo, que será realizado no XVII Simpósio Nacional da História.
Atenciosamente,
Paulo Terra.

119. O governo da cidade: práticas políticas e culturais no Brasil Império e na Primeira República

Coordenadores: JULIANA TEIXEIRA SOUZA (Doutor(a) - UFRN), PAULO CRUZ TERRA (Doutor(a) - Universidade Federal Fluminense)

Resumo: O propósito deste Simpósio Temático é congregar pesquisadores que têm refletido a respeito do poder municipal durante o Império e a Primeira República no Brasil, tendo em comum algumas preocupações fundamentais. Por um lado, discutir a configuração do poder local, considerando não apenas a estruturação interna do legislativo ou executivo municipal, como também as alianças e conflitos com outras instâncias do poder, notadamente o governo central e provincial/estadual. Por outro lado, analisar a atuação do governo municipal na regulação da vida social, controlando e disciplinando a força de trabalho e os usos dos espaços urbanos, sem deixar de perceber a municipalidade como um espaço de demanda e disputa, sujeito a pressões e ao enfrentamento de oposição por parte de diferentes grupos, incluindo os populares. Entre os temas abordados por esses estudos destacam-se as configurações políticas no âmbito municipal, o ordenamento dos espaços urbanos, as relações de trabalho, o exercício da cidadania, assim como a participação e exclusão de diferentes grupos sociais nos processos decisórios, ao longo do século XIX e no início do século XX. A proposta desse Simpósio Temático é propiciar o diálogo e o debate entre os historiadores que trabalham com essas questões, de modo a revisar o debate historiográfico, aprofundar as reflexões teórico-metodológicas e confrontar diferentes perspectivas de análise com relação ao governo da cidade e às práticas políticas e culturais sobre as quais incidiam as ações dos agentes da municipalidade.
Justificativa: Os estudos realizados a partir da década de 1990, no campo da História Social da Cultura e do Trabalho, têm recorrido à documentação produzida no âmbito municipal com o objetivo de reconstituir diferentes aspectos do cotidiano da cidade. Ao abordar os conflitos em torno de questões como moradia, saúde, lazer, cidadania e relações de trabalho, esses estudos têm enfatizado que as práticas políticas e culturais dos trabalhadores pobres da cidade estiveram longe de se resumir às pretensões civilizatórias e modernizadoras das elites locais. Nesse mesmo período, os pesquisadores da História Política que se dedicaram à análise do poder municipal, tanto na esfera legislativa como executiva, têm apontado que o governo municipal não pode ser entendido como um bloco monolítico, por estar permeado por conflitos e debates internos e enfrentar duros embates com outras instâncias de poder. Os estudos tradicionais sobre o Estado consagraram as câmaras municipais como órgãos político-administrativos anulados pela subordinação aos poderes central e regional. Mas nesses trabalhos mais recentes, essas instituições aparecem como dotadas de uma dinâmica e interesses políticos específicos, além de deterem alguma margem de autonomia no governo da cidade, sendo capazes de influir decisivamente nas políticas de saúde pública, ordenamento do espaço urbano e organização da economia local. Nesse sentido, prevalece a percepção das municipalidades como um espaço de disputa e demanda, em que pesam não apenas a força política e econômica, como também a capacidade de pressão e mobilização da população. Trata-se, no entanto, de estudos dispersos, produzidos em diferentes departamentos e cursos de pós-graduação no país, dificultando a sistematização dos resultados desse grande esforço de renovação historiográfica. Em função disso, o objetivo desse Simpósio Temático é justamente propiciar um espaço de diálogo e debate que permita se repensar ou consolidar as perspectivas de análise que têm sido propostas para os estudos sobre as câmaras municipais no Brasil Império e Primeira República.

         
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    sexta-feira, 22 de março de 2013

    Divulgação Chamada de Artigos Revista Espaço Plural

    CHAMADA DE CONTRIBUIÇÕES REVISTA ESPAÇO PLURAL
    A revista ESPAÇO PLURAL  vem a público divulgar o prazo para recebimento de colaborações  para o número 28 (Primeiro Semestre 2013).Tema do Dossiê: Áfricas e Diásporas
    Organizadores: Profª. Drª. Vera Lúcia Vieira (PUC/SP) e Prof. Doutorando Danilo Ferreira Fonseca (UNIOESTE)
    Data limite para recebimento de contribuições: 19 DE AGOSTO DE 2013


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      quinta-feira, 21 de março de 2013

      49 anos do golpe de 1964




      49 anos do golpe de 1964

      Bentley transmitiu o golpe ao vivo para Washington






      31 de março de 2013, 49 anos do golpe de 1964: é possível dizer alguma coisa de novo sobre a derrubada de Jango?



      A historiografia avançou muito: conhecemos, em detalhes, as motivações, episódios e consequências do golpe. Mas, como é natural, o público – sobretudo o mais jovem – praticamente ignora a importância desse evento.



      Não me refiro apenas ao fato óbvio de que o golpe inaugurou uma ditadura que duraria 21 longos anos: penso no significado do golpe em si. Por que a imprensa, a igreja católica e boa parte da sociedade o apoiaram? Isso, algumas vezes, é esquecido porque consolidou-se a imagem do regime militar como a de um confronto entre mocinhos e bandidos, vítimas e repressores, sociedade versusmilitares.



      Quem chamou minha atenção para a importância do golpe foi minha colega Jessie Jane Vieira de Sousa: ele foi o episódio-chave do regime militar. De fato, não podemos esquecer que a "opinião pública", estimulada pela propaganda política, posicionou-se contra os modestos avanços populares que o governo Goulart preconizava, ecoando não apenas o tradicional autoritarismo da sociedade brasileira (de então?), mas também a tremenda hesitação das elites e das classes médias diante da chamada "justiça social" (lembrei-me da música Haiti, de Caetano Veloso, que fala em "pânico mal dissimulado" das elites diante de qualquer "ameaça de democratização"...)



      Um avanço significativo é a compreensão de que devemos falar de golpe "civil-militar" (como recomenda Daniel Aarão Reis Filho), não apenas "militar", já que a ação de políticos civis foi decisiva – mesmo que, depois, tenha se instaurado uma ditadura tipicamente militar, que excluiu, inclusive, os civis que apoiaram o golpe.



      Um outro aspecto importante é a abertura dos arquivos, pela qual lutamos tantos anos. Há, por exemplo, no Arquivo Nacional, esperando por pesquisas detalhadas, a documentação relativa aos primeiros inquéritos abertos ainda em 1964.



      Como eu já estudo esse assunto há muitos anos, dou-me ao luxo, hoje, de pensar nos aspectos mais burlescos, aquilo que os historiadores chamam de "história de bastidores". Há muitos casos curiosos envolvendo o golpe de 64.



      Um deles é a história de Robert Bentley: ele era um jovem diplomata da embaixada dos EUA no Brasil e tinha a incumbência de acompanhar a vida dos parlamentares da UDN (partido que fazia oposição a Goulart). Desde 29 de março de 1964, ele permaneceu dia e noite no Congresso. Na madrugada de 2 de abril, com o golpe consumado, ele foi levado pelo futuro chefe da Casa Civil de Castelo Branco, Luís Vianna Filho, à posse de Ranieri Mazzilli como "presidente". O Palácio do Planalto estava às escuras, foi preciso acender fósforos. Bentley conseguiu um telefone, ligou para a embaixada, que tinha uma linha direta com a Casa Branca, e transmitiu "ao vivo" para Washington a posse do presidente da Câmara – espécie de "presidente tampão", como Mazzilli ficaria conhecido.



      Outro episódio patético, na mesma madrugada, foi a reação de Darcy Ribeiro ao adesismo do comandante da 11a Região Militar e do Comando Militar de Brasília, Nicolau Fico (não é meu parente!). O militar titubeava entre defender o governo constitucional e aderir aos golpistas. Darcy deve ter lembrado a imagem dos militares como "gorilas", cara a Leonel Brizola, e acusou Nicolau: "Macaco traidor! Estou vendo os pelos crescendo em seu corpo!" Não satisfeito, disparou: "Você não honra o saiote de Iracema!" Nunca entendi esta frase, mas ela é ótima!



      Curiosidades à parte, vamos torcer para que novas pesquisas sobre o golpe de 1964 tragam mais luzes sobre esse "episódio-chave". Também é indispensável que a educação básica veicule a boa historiografia acadêmica que já está disponível. O mais importante, creio eu, é que as chaves desse episódio já parecem ter enferrujado: o autoritarismo e o elitismo da sociedade brasileira debilitaram-se. Ou estou sendo otimista demais? Com certeza, não há mais espaço para golpes militares no Brasil. Mas, certamente, ainda há muito o que fazer em direção a uma sociedade mais democrática e justa.



      Fabrício Augusto Souza Gomes
      Enviado via iPhone

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      Atividade nos últimos dias:
            **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

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        quinta-feira, 14 de março de 2013

        Revista da UFMG recebe artigos para sua próxima edição

         


        Revista da UFMG recebe artigos para sua próxima edição
        Fonte: Agência de notícias da UFMG
        A publicação tem caráter multidisciplinar, amplo e aberto a trabalhos produzidos pela comunidade interna e externa
        A Revista da UFMG recebe, até 31 de março, artigos para o seu próximo número (edição 20), que abordará o tema Cidades, em suas múltiplas dimensões. A publicação foi relançada no final do ano passado como veículo de divulgação científica e reflexão histórica.
        Segundo a professora do Instituto de Geociências (IGC) e integrante do Conselho Editorial da Revista Heloisa Moura Costa, a revista possui caráter multidisciplinar, amplo e aberto a trabalhos produzidos pela comunidade interna e externa à Universidade.
        A publicação conta com conselho editorial fixo e comissão editorial variável, cujos membros são convidados a cada edição, de acordo com o tema escolhido para o dossiê central.

        Normas
        As contribuições serão avaliadas pelo conselho editorial e por pareceristas ad hoc [convocados especialmente para essa finalidade], reservando-se o direito da publicação de propor modificações com o objetivo de adequar os artigos e demais trabalhos aos seus padrões editoriais.
        O crédito dos autores deve conter titulação e filiação institucional. Os textos encaminhados à Revista devem ser apresentados em Word, máximo de 25 páginas, fonte Times New Roman, corpo 12, entrelinhas de 1,5, margens de 3 cm e formato A4. O texto deve estar acompanhado de resumo de até 120 palavras e três palavras-chave, em português e inglês. Citações com até três linhas devem constar no corpo do texto, entre aspas. A partir de quatro linhas, devem ser colocadas em destaque, sem aspas, com corpo de fonte 10 e margens recuadas em quatro centímetros à esquerda.
        Quadros e tabelas devem ser inseridos e indicados no texto. Devem ser também enviados em arquivos separados nas extensões doc ou xls. O mesmo procedimento deve ser adotado em relação às figuras (mapas, gráficos, ilustrações e fotos). Além de indicadas e inseridas no texto, devem ser remetidas em arquivos separados, com resolução de 300 dpi, e tamanho mínimo de 10 x 10cm. Preferencialmente, gráficos devem ser enviados em formato que permita a edição (por exemplo, com extensão xls), para que sejam adequados ao projeto gráfico da revista. As imagens, como fotos e ilustrações, dentre outras, devem ser acompanhadas de autorização para publicação de seus respectivos autores.

        Referências bibliográficas devem obedecer aos critérios estabelecidos pela NBR 10520 e pela NBR 6023, da ABNT, de agosto de 2002.

        A Revista
        Produzida com apoio do Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares (Ieat) e do Centro de Comunicação (Cedecom), a Revista da UFMG é uma das mais antigas entre as publicações do gênero produzidas por universidades brasileiras. Criada em 1929, teve sua circulação interrompida em 1969. Foi relançada em 14 de dezembro de 2012 com caráter transdisciplinar - e terá periodicidade semestral, com edições temáticas.
        Os artigos devem ser enviados para o email revistadaufmg@ufmg.br ou para o endereço: UFMG - Faculdade de Ciências Econômicas. Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional. Av. Presidente Antônio Carlos, 6.627 - sala 3011, campus Pampulha. CEP: 31270-90, Belo Horizonte - MG (aos cuidados de Lucília Niffinegger). Outras informações pelo telefone (31) 3409-7231.

        (Agência de notícias da UFMG)

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          Simpósio História & Música

                              Prezados(as) colegas,
                       Já desponta no horizonte a realização do XXVII Simpósio Nacional de História da Anpuh, programado para Natal, entre 22 e 26 de julho. Pela sétima vez consecutiva, nós coordenaremos o Simpósio Temático História & Música (n. 056).
                       Por isso mesmo queremos lembrar a todos(as) os(as) interessados(as) que, como diria Cazuza, "o tempo não para" e as inscrições (mediante a apresentação de texto completo que figurará nos anais do evento) estão prestes a se encerrar. O prazo para tanto expira na data fatídica de 31 de março.
                       A seguir indicamos o caminho das pedras para quem queira proceder à sua inscrição e reproduzimos a proposta aprovada pelo comitê científico da Anpuh (excluída, aqui, a bibliografia).
                       Abraços.
                       Prof. Dr. Adalberto Paranhos (UFU)
                       Profa. Dra. Tânia da Costa Garcia (Unesp-Franca)
          Proposta: Esta proposta representa um desdobramento de outros seis simpósios temáticos que se realizaram, inicialmente, no XXIV Simpósio Nacional de História (2007) e, em seguida, no XIX Encontro Regional de História da Anpuh-SP (2008), bem como no XXV Simpósio Nacional de História (2009), no XX Encontro Regional de História da Anpuh-SP (2010), no XXVI Simpósio Nacional de História (2011) e no XXI Encontro Regional de História da Anpuh-SP (2012). Trata-se, portanto, de consolidar e ampliar as discussões que convergem para o exame das relações entre História & Música, valendo-se, para tanto, do acúmulo de experiências adquiridas ao longo dos últimos anos.
          Já há algum tempo, como que tateando novos caminhos, os historiadores têm procurado incorporar ao arsenal de recursos de pesquisa outras linguagens, para além das habituais. Esse ato, próprio de quem se lança ao desafio de experimentar novos sabores dos saberes, resultou numa bibliografia, de produção mais ou menos recente, que valoriza objetos de estudo normalmente postos à margem pela academia até os anos 1970/1980. Nessas circunstâncias, a música (com especial destaque para a música popular) vem assumindo crescente importância como fonte documental ou como objeto historiográfico, respondendo por uma parcela dos esforços daqueles que se empenham em insuflar novos ares nas pesquisas históricas.
          Independentemente da tendência – bastante evidente no caso de historiadores, cientistas sociais e profissionais da área de literatura – de se concentrar o foco de análise quase exclusivamente, ou pelo menos de forma prioritária, nas letras das canções, a complexidade do trabalho com música conduziu muitos pesquisadores a trilhar caminhos distintos. Sem que se colocasse no primeiro plano o estudo de natureza especificamente musicológica, passou-se, mais e mais, a atentar para os modos de articulação entre melodia e texto, ou para as relações de complementaridade e/ou de oposição que as letras entretêm com outros elementos da obra musical na sua realização histórica ou no seu fazer-se.
          Justificativa: Cada vez mais se difunde a consciência de que as palavras que, aparentemente, injetam sentido numa canção não deixam de se submeter, numas tantas situações, a um processo de dessignificação e/ou de ressignificação, ou, como queira, de reapropriação. Dito de outra maneira, evidenciou-se que o sentido das letras das canções é cambiante, muda, por vezes, com o tempo, na dependência do contexto histórico-musical em que ressurgem. Enfim, quando não permanecemos reféns da mera literalidade das letras, estamos aptos a compreender que nenhum significante se acha irremediavelmente preso a um significado único, esvaziado de historicidade.
          Em meio aos avanços vivenciados na pesquisa histórica com música, outra conclusão, não menos relevante, apontou para a necessidade de atribuir o devido peso analítico à performance. Ganhou força a ideia de que interpretar implica também compor. Por outras palavras, quando alguém canta e/ou apresenta uma música, sob essa ou aquela roupagem instrumental, atua, num determinado sentido, não como simples intérprete, mas igualmente como compositor. O agente, no caso, opera, em maior ou menor medida, na perspectiva de decompor e/ou recompor uma composição, o que ocorre de modo consciente ou inconsciente.
          Este quadro, aqui desenhado em rápidas pinceladas, nos fornece um breve painel das potencialidades e da riqueza do trabalho do historiador preocupado com a tarefa de deslindar as relações que delineiam conexões possíveis entre música e o contexto histórico sociopolítico mais geral. Envolve ainda, por certo, reflexões de caráter fundamentalmente metodológico a respeito dos usos que se podem fazer da canção popular para a análise crítica da realidade histórica e/ou da própria história da música popular.

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            quarta-feira, 13 de março de 2013

            Revista Memórias lança novo site




            Revista Memórias lança novo site
            FONTE: Assessoria de Imprensa do IOC/Fiocruz
            De olho na comunidade científica internacional, site investe na interação com o usuário ao permitir buscas no acervo e a criação de um perfil para receber sugestões de leitura
            Nos últimos cinco anos, a revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) alcançou projeção internacional ao se consagrar como o principal periódico científico brasileiro e o mais importante da área de ciências biológicas e biomédicas da América Latina. Com atuais 2.147 pontos de fator de impacto segundo o Institute for Scientific Information (ISI) Web of Knowledge, órgão internacional responsável por avaliar a relevância das publicações deste gênero, a revista inaugura nova fase com a reformulação do seu site. A modernização foi financiada pelo edital 'Apoio a reformulação de periódicos científicos e tecnológicos institucionais - 2010' da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). O lançamento aconteceu nesta sexta-feira, 8 de março, no tradicional Centro de Estudos do IOC.
            Inéditas, as novas funcionalidades investem na interação com o visitante. O leitor poderá criar, por exemplo, um perfil para cadastrar seus temas preferidos e receber sugestão de artigos. Uma nova ferramenta de busca facilita e estimula pesquisas no acervo. "Tudo reunido em uma interface moderna e amigável, inspirada nos portais das revistas científicas mais importantes do mundo", garante o editor da publicação, o pesquisador Ricardo Lourenço.
            A principal missão do site é divulgar a revista fora do Brasil, atraindo novos leitores e, consequentemente, mais autores internacionais. "Vamos mostrar que a Memórias é um veículo bom, seguro e rápido para a publicação de trabalhos. Queremos atrair mais autores que desenvolvem pesquisa na Ásia e na África, por exemplo, onde doenças parasitárias são ainda muito importantes", realça Lourenço. Outra expectativa é ampliar o leque de temas abordados. "Temos recebido poucas contribuições relativas a estudos internacionais sobre doenças bacterianas como tuberculose e hanseníase", pontua.
            De acordo com a editora executiva, Hikmat Zein, muitos pesquisadores brasileiros e estrangeiros ainda enxergam a Memórias como uma revista restrita aos estudos do IOC. "Essa modernização vai permitir uma mudança na nossa imagem - de institucional para internacional", aposta.

            Novos recursos
            A partir de agora, o site permite uma busca por palavras-chaves dentro do acervo, composto por mais de quatro mil artigos. O visitante tem, ainda, a possibilidade de cadastrar temas de interesse por meio da criação de um perfil de acordo com seu vínculo com a publicação: autor de artigos, revisor ou apenas leitor. Desta forma, o próprio sistema irá sugerir a leitura de estudos relacionados e mais populares.
            Pesquisadores interessados em integrar o time de revisores da revista poderão se candidatar por meio do site. Como a Memórias é uma revista pública, financiada pelo governo e de acesso gratuito, o serviço de revisão não é pago. "Exigimos que cada artigo seja visto por dois pesquisadores referências no assunto e, preferencialmente, estrangeiros. Vez ou outra, temos dificuldades em encontrar os melhores ou mais especializados, e o site vai nos ajudar a formar um banco de voluntários", conclui Hikmat.

            Um século de história
            Criada em 1909 pelo próprio Oswaldo Cruz, a Memórias vem passando por mudanças editoriais e estruturais iniciadas em 2007. Desde então, o recebimento de artigos aumentou em 20% e a revista subiu um ponto no ISI. A trajetória ascendente da publicação, que faz verdadeiro contraste com o cenário de baixo impacto da produção científica nacional, foi destacada no 3º Seminário de Avaliação do Desempenho dos Periódicos Brasileiros do Journal Citation Reports de 2011, realizado no segundo semestre de 2012.
            O periódico ganhou seu primeiro site em 1996 e, em 2007, adotou o sistema de submissão online de artigos Open Journal Systems (OJS). A medida simplificou o processo editorial ao substituir o envio de manuscritos pelo correio, gravados em CD. Em 2008, o site passou a contar com o Sistema Identificador de Objetivo Digital, o DOI (do inglês Digital Object Identifier), que permite a certificação dos textos e das obras publicadas na internet e a proteção dos direitos autorais.
            Já em 2009, todo o acervo digitalizado foi hospedado no portal da Scientific Electronic Library Online (SciELO) e a maior parte também está disponível no PUBMED, permitindo o acesso gratuito a estudos pioneiros realizados por cientistas que marcaram o último século, como Carlos Chagas, Gaspar Vianna, Leônidas Deane, Adolpho Lutz e outros. "A partir de agora, as edições também ficarão armazenadas no próprio site da Memórias, um estímulo a mais para que o visitante navegue pelo site", explica Hikmat.
            No início de 2012, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e da própria SciELO, a Memórias migrou para a plataforma ScholarOne, utilizada pelos mais importantes periódicos do mundo. Além de contar com um sistema de submissão amplamente difundido entre os pesquisadores, o ScholarOne permite que autores enviem seus manuscritos com mais segurança e qualidade, facilitando a realização de cobranças de revisão por meio do envio de e-mails automáticos.

            (Assessoria de Imprensa do IOC/Fiocruz)

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