Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Dia 06.12.2012 das 08h00 às 20h00 - I SEMINÁRIO REGIONAL DIVERSIDADE E SUPERAÇÃO DO RACISMO: AÇÕES, CRÍTICAS E PERSPECTIVAS DA EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NA BAIXADA FLUMINENSE.




 I SEMINÁRIO REGIONAL DIVERSIDADE E SUPERAÇÃO DO RACISMO: AÇÕES, CRÍTICAS E PERSPECTIVAS DA EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NA BAIXADA FLUMINENSE.

O FÓRUM PERMANENTE DE EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE ÉTNICO- RACIAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO em parceria com a UFRRJ-Leafro/ Neab, realizam o I SEMINÁRIO REGIONAL DIVERSIDADE E SUPERAÇÃO DO RACISMO: AÇÕES, CRÍTICAS E PERSPECTIVAS DA EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS NA BAIXADA FLUMINENSE, com objetivo de contribuir na formação continuada de gestores e professores, por meio de um processo de reflexão crítica, com ênfase na análise da evolução da aplicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nos seus artigos 26A e 79B. Considerando os principais avanços e dificuldades para sua consolidação efetiva expressa na formação de professores, nas políticas implementadas pelos governos federal, estadual e municipal e na mudança do Projeto Político Pedagógico das escolas. O evento ocorrerá no dia 6 de dezembro de 2012 das 08h00 as 20h00.

Local UFFRJ-Instituto Multidisciplinar/ Nova Iguaçu
Av. Governador Roberto Silveira
Centro - Nova Iguaçu-RJ (ao lado do antigo Aero Clube)






PROGRAMAÇÃO:

Manhã
08h00. ás 10h00 – Credenciamento
09h00. – Mesa de Abertura Institucional (apresentação hino nacional em percussão)
Fórum RJ, UFRRJ/Leafro, SEMED-NI,  SEEDUC-RJ, SEEDUC-RJ
9h45min - Palestra: Ações Afirmativas, Educação e a Mobilidade Social dos Afro-brasileiros. (o impacto das ações afirmativas e da educação na vida dos jovens negros)
 Profº. Dr. Ahyas Siss (UFRRJ/ Leafro)
Profª Dr. Claudia Miranda (UNIRIO)
10h45min - Debate
11h30min - Palestra: Ações e Perspectivas Governamentais para a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nos seus artigos 26ª e 79B. (panorama das ações, recursos, programas e metas governamentais para a ERER)
Profº Dr. Amauri Mendes Pereira ( Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)/ UEZO).
SEEDUC-RJ


12h10min - Debate
12h30min - Almoço
14h – Palestra: A Lei que Fala e a Escola que Transforma (a amplitude temática da Lei 10639/03 e as possibilidades de transformação crítica dos estudantes numa perspectiva de diversidade social)
Prof.ª Drª Azoilda Loretto da Trindade.
14h30min – Debate
14h45 – Apresentação cultural – Escola Estadual  João do Vale – Grupo Batukaê
14h50min – Palestra: Ações e Perspectivas Municipais para a Lei Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nos seus artigos 26ª e 79B. (panorama das ações, recursos, programas e metas municipais para a ERER)
Secretarias Municipais de Educação da Baixada Fluminense
15h50min - Debate
16h25min - Entrega de "menção honrosa de reconhecimento" do Fórum RJ a escolas e professores da região pela aplicação da Lei Diretrizes e Bases da Educação Nacional nos seus artigos 26A e 79B.
17h25min – Apresentação Cultural – Marcelo Negrett – Voz e violão
17h40min – Palestra: Experiências não governamentais para a Consolidação da Lei Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nos seus artigos 26A e 79B. (Lei 10.639/03 e 11.645/08 relato de projetos desenvolvidos, parcerias e resultados obtidos).
CEAP - Centro de Articulação de Populações Marginalizadas
IPEAFRO - Instituto de Pesquisas e Estudos Afro Brasileiros
Associação ESTIMATIVA

18h25min – Debate
19h00min – Mesa Redonda: O papel das universidades na formação de profissionais da educação para a educação das relações étnico-raciais.
Universidades públicas da Baixada Fluminense – UFRRJ, FEBEF e CEFET-Nilópolis
19h45min – Apresentação cultural e encerramento –


PROGRAMAÇÃO ESPECIAL:
  • Exposição das ações nas escolas da Baixada Fluminense pela implementação da LDB (Leis 10.639/03 e 11.645/08).
  • Exposição e venda de livros e artesanato.
  • Apresentação cultural.
  • Lançamento de livros: Rosana Monteiro, Alexandre Nascimento, Éle Semog e Renato Noguera.

*Os certificados serão entregues durante o evento a partir das 17h30m.

Confirmação de inscrição no email: forumetnicoracialrj@gmail.com   











Atividade nos últimos dias:
        **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

                                                                                                        Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
     
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    Em reedição de livro, historiador revelará nomes de revolucionários


     

    28 de November de 2012 às 13:15

    Em reedição de livro, historiador revelará nomes de revolucionários

    Por Leandro
    Livro referência sobre guerrilha urbana no Brasil, 'A Revolução Impossível' (1994), do historiador Luis Mir, terá edição revista e ampliada para nortear o trabalho da Comissão da Verdade. Mir ampliou a obra de 600 para 835 páginas.
    No trecho 'Os Anos Chineses', Mir reconstitui o planejamento do atentado ao Aeroporto de Guararapes, Recife (1966) e revela o nome de 23 participantes do atentado, segredo que as esquerdas até hoje tentam manter fechado.
    Em 'Revolucionários no Além Mar', ele revela 60 brasileiros integrantes dos movimentos revolucionários e organizações terroristas internacionais, como OLP.


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    Fabrício Augusto Souza Gomes
    "Onde o homem passou e deixou marca de sua vida e inteligência, aí está a História". (Fustel de Coulanges)

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      Política imigratória do Estado Novo escondia projeto de branqueamento


       

      Os indesejáveis


      Política imigratória do Estado Novo escondia projeto de branqueamento

      CARLOS HAAG | Edição 201 - Novembro de 2012

       



      Quando, em 1995, o Arquivo Histórico do Itamaraty foi aberto ao público, parte da documentação revelou que a instituição havia participado da política racista e discriminatória de estrangeiros do Estado Novo, colocando o passado do Ministério das Relações Exteriores na incômoda posição de "porteiro do Brasil". Uma nova pesquisa, Imigrante ideal (Civilização Brasileira), do historiador Fábio Koifman, da Universidade Federal Rural Fluminense (UFRF), isenta o Itamaraty de toda a responsabilidade por essa política restritiva. "É um equívoco historiográfico, já que se ignora que, entre 1941 e 1945, o Serviço de Visto estava alocado no Ministério da Justiça, o real responsável pela palavra final da aceitação ou não de estrangeiros", diz Koifman. Esse foi o único momento na história da República que a atribuição não esteve no âmbito do Itamaraty.
      O pesquisador afirma que é a primeira vez que se analisa o papel central do Ministério da Justiça, de seu titular, o jurista Francisco Campos (1891-1968), e de Ernani Reis (1905-1954), parecerista do ministério, burocrata que, através de sua interpretação, dizia, baseado na legislação, quem entrava ou não no país. Suas sugestões quase sempre eram aceitas pelo ministro e se baseavam na seleção dos imigrantes "desejáveis", que se encaixassem no projeto de "branqueamento" da população brasileira da ditadura Vargas. Negros, japoneses e judeus, assim como idosos e deficientes, não estavam nos padrões estabelecidos e eram recusados como "indesejáveis".
      A pesquisa de Koifman começou quando ele encontrou o decreto-lei 3.175, de 1941, que passava o poder de decisão de concessão dos vistos do Ministério das Relações Exteriores para o Ministério da Justiça. Mas o Serviço de Visto em si não foi criado por decreto, embora existisse com papel timbrado e tudo. Não foi, porém, instituído formalmente e sua verba vinha de outros órgãos. "Ele foi criado para isolar seus técnicos e tomar as decisões de forma puramente técnica e fria. Eles achavam mais fácil negar o visto do que ter de decidir no porto", conta o historiador. "Todo o processo não chegou a conhecimento público e é nele que o Francisco Campos explica para  Vargas por que o Brasil deveria restringir a imigração", fala.
      Funcionários do Itamaraty eram obrigados a informar o ministério com detalhes sobre a pessoa que pedia o visto e aguardar o parecer do ministro para concedê-lo ou não. A desobediência de diplomatas às diretrizes do ministério provocava ação direta de Vargas, que poderia determinar a instauração de inquérito administrativo ou até a demissão sumária do infrator. "Esse controle aumentou quando a situação europeia se agravou com a guerra e a escalada do antissemitismo na Alemanha. Judeus e perseguidos políticos começam a sair da Europa, gerando um aumento da demanda nos consulados. Nesse momento, a política imigratória brasileira se voltou contra eles."
      "No início do Estado Novo cabia ao Itamaraty gerir a política de vistos, mas isso mudou a partir de 1941. Essa troca refletia o debate na elite brasileira sobre qual era o imigrante 'desejável' para o 'aprimoramento' do povo brasileiro", fala Koif-man. Vargas era simpatizante aberto do ideário eugênico. Em 1930, num discurso de campanha à Presidência, avisou: "Durante anos pensamos a imigração apenas em seus aspectos econômicos. É oportuno obedecer agora ao critério étnico". Em 1934, durante a Constituinte, o lobby eugenista, bem organizado, conseguiu a aprovação de artigos baseados nas teorias racistas. O alvo, então, era o japonês. De forma silenciosa foi institucionalizado um sistema de cotas para cada nacionalidade que foi manipulado para restringir a entrada de orientais no país.
      "O Brasil não foi o único a adotar medidas restritivas contra imigrantes e até 'demorou' a implantá-las. Democracias como os EUA e o Canadá já o faziam nos primeiros anos da década de 1920", lembra o autor. Mas, uma vez iniciado o processo, foram rápidos. Não satisfeitos com as leis de 1934, setores da elite e intelectuais exigiram uma maior intervenção do Estado e uma seleção mais rigorosa na política imigratória. O resultado foi o decreto-lei 3.010, de 1938: exigia-se do solicitante de vistos que se apresentasse pessoalmente ao cônsul para que o diplomata visse o candidato e relatasse se era branco, negro, ou se tinha alguma deficiência física. "Segmentos letrados da sociedade brasileira e muitos homens do governo, incluindo Vargas, acreditavam que o problema do desenvolvimento brasileiro estava relacionado à má formação étnica do povo. Achavam que trazendo 'bons' imigrantes, ou seja, brancos que se integrassem à população não branca, o Brasil em 50 anos se transformaria em uma sociedade mais desenvolvida", conta o pesquisador.
      O estrangeiro ideal era branco, católico e apolítico. A preferência pessoal de Vargas era pelos portugueses. "A maioria dos imigrantes vindos de Portugal era de origem modesta e instrução limitada, acostumados à ditadura salazarista", diz Koifman. Europeus, mas sem "ideias dissolventes", ao contrário dos grupos intelectualizados originários da Alemanha, França, Áustria, entre outros países, que produziam reflexões em jornais e livros sobre as mazelas nacionais. O ministro da Justiça detestava particularmente os intelectuais estrangeiros e chegou a propor o fechamento total do Brasil à imigração enquanto durasse a guerra na Europa, medida que o pragmatismo de Vargas rejeitou.
      "O Brasil, que não contribuiu para que se criassem na Europa as perseguições e as dificuldades de vida, não pode se converter numa fácil hospedaria da massa de refugiados. Não nos serve esse white trash, rebotalho branco que todos os países civilizados refugam", argumentava Campos, também conhecido como "Chico Ciência". "Um dos inspiradores intelectuais do Estado Novo foi influenciado pelos fascismos português e italiano, defendendo uma legislação imigratória calcada nas teorias eugênicas americanas." Para Campos, na contramão do entusiasmo pela imigração em voga no país desde o século XIX, estrangeiros só atrasavam o desenvolvimento do país, "parasitas" que nada contribuíam para o progresso nacional. "Os judeus, por exemplo, só se dedicavam a atividades urbanas, ao pequeno comércio. O problema é que Campos e Reis logo perceberam que essas eram as mesmas atividades às quais os portugueses se dedicavam, apontando a Vargas essa contradição, para ira do ditador, que queria imigrantes de Portugal", fala Koifman.
      O que abalou Campos, cuja ideologia não era isenta de interesses pessoais. Chico Ciência disputava as atenções de Vargas com Oswaldo Aranha, então à frente do Itamaraty. Para atacar o rival, martelava a tecla de que, apesar das restrições, estrangeiros continuavam a entrar no Brasil, prova da incompetência do Itamaraty na gestão da questão imigratória. Bem-sucedido, convenceu o ditador da validade de suas ideias e ganhou o poder de seleção de "desejáveis" e "indesejáveis" para o seu Setor de Vistos. Não conseguiu, porém, impor o ideário eugênico que admirava, sendo obrigado a "tropicalizá-lo". "As raças admiradas pelos americanos eram minoria num país composto majoritariamente por grupos considerados 'inferiores'", lembra o historiador. Isso levou Campos a se concentrar no combate aos imigrantes "infusíveis" que, supostamente, tinham um grau de miscigenação baixo e, logo, não serviam ao projeto de "branqueamento" por miscigenação, entre esses, os judeus.





      Passaporte cancelado pelos nazistas, mas aceito pelas autoridades brasileiras




      "Mas as restrições à entrada de judeus, tema recorrente nos estudos sobre a política imigratória do Estado Novo, devem ser vistas num contexto maior, em que vários outros grupos foram igualmente classificados como "indesejáveis". Se a condição de judeu dificultava a emissão de um visto, a comprovação da ausência dessa condição tampouco era garantia de um visto", avisa Koifman. Para o pesquisador, o antissemitismo de um fascista como Campos não era análogo ao racismo dos nazistas. "Após a Intentona Comunista de 1935 o Estado adotou uma visão genérica dos judeus que os associava ao comunismo, um antissemitismo de fundo político compartilhado por Vargas", observa o pesquisador. Nas palavras de Campos: "Os judeus se tem aproveitado do descuido das autoridades brasileiras. Embora o Brasil não seja fascista ou nacional-socialista, o certo é que esses elementos comunizantes, socialistas, esquerdistas ou liberais leem por uma cartilha que está longe de nos convir".
      Sem negar o antissemitismo de membros individuais do governo e da sociedade brasileira, Koifman acredita que o critério adotado mais importante, ao lado da "ameaça vermelha", era a capacidade, ou não, da suposta capacidade de "fusão" dos imigrantes. "A preocupação estava no potencial de união de europeus brancos com descendentes de africanos e indígenas, condição necessária para conseguir o 'aprimoramento' das gerações futuras", fala. "O Estado Novo não queria reproduzir o racismo, então muito em voga nos EUA e na Europa. A segregação deveria ser evitada a qualquer custo, pois dificultaria a miscigenação, força-motriz do 'branqueamento'", diz. Vargas não tolerava racismos contra grupos étnicos dentro do Brasil.
      Esse cuidado também se devia à manutenção de uma boa imagem internacional, para agradar, em especial, os EUA, cuja política racial para os outros não refletia a sua realidade interna. "Ser acusado de racista ativo, nas décadas de 1930 e 1940, colocava qualquer nação, diplomata ou intelectual, em posição constrangedora de alinhamento com a política de exclusão da Alemanha nazista", explica a historiadora Maria Luiza Tucci Carneiro, da Universidade de São Paulo (USP) e autora do estudo referencialAntissemitismo na era Vargas (1987). "Ainda assim o Estado Novo, por meio do Ministério da Justiça e de uma política nacionalista, não admitia fissuras, combatendo grupos migrantes, vistos como elementos de 'erosão'. O ideal do regime era a homogeneidade em detrimento da diversidade", continua.
      Ambiguidades
      Para o brasilianista Jeffrey Lesser, da Emory University e autor de A questão judaica no Brasil (1995), é preciso cuidado ao retratar as políticas de imigração da época apenas com base em documentos oficiais, do Itamaraty ou do Ministério da Justiça. "Os escritos dão conta das ambiguidades que regiam essa política. Como explicar, por exemplo, a entrada expressiva de judeus logo após os decretos restritivos e a absorção expressiva desses grupos ao lado de árabes e japoneses na sociedade brasileira em fins dos anos 1930", questiona. Para ele, houve muita incongruência entre discurso e prática, gerando curiosos paradoxos. "Os imigrantes viraram o discurso eugênico de brancura, que os discriminava, em favor de seus interesses e conseguiram conquistar um espaço na sociedade. Perceberem que ser branco no Brasil era melhor do que ser negro e também adotaram a retórica eugênica."
      "Há uma série de boletins policiais sobre brigas entre estrangeiros e negros. Imigrantes pobres não queriam ser vistos como os novos escravos e afirmavam sua superioridade atacando os negros", conta Lesser. Se os documentos contam uma história, no cotidiana do Estado Novo o movimento xenófobo não funcionou como pretendido. O brasilianista não nega o discurso contra a imigração e o antissemitismo das elites brasileiras, mas, ao estudar casos reais, viu que a ação do governo era mais flexível do que letra "dura" dos papéis timbrados. "Um bom exemplo é que, antes de colocar em vigor, em 1934, as leis que restringiam a entrada de japoneses, o governo brasileiro avisou o ministro das Relações Exteriores do Japão. Um diplomata brasileiro contou ao ministro japonês o que estava para acontecer e o acalmou prometendo que os orientais continuariam a entrar no Brasil, utilizando cotas de países como a Finlândia, que praticamente não eram usadas", conta. Lesser reuniu outros casos do "jeitinho brasileiro" de tratar os entraves da legislação.
      Para o americano, a história mais rocambolesca dessa flexibilidade que não se lê nos arquivos oficiais é a cooptação secreta pelo Itamaraty de funcionários do consulado alemão, para que eles falsificassem a assinatura do cônsul, liberando imigrantes para entrar no Brasil. "Numa palestra chamei o cônsul de nazista e pessoas da plateia ficaram indignadas, mostrando vistos assinados pelo cônsul, a quem chamavam de herói, sem imaginar que eram falsificações", conta.
      Koifman respeita a hipótese de Lesser sobre uma "negociação" das leis, mas afirma que os documentos do Serviço de Visto não sustentam essa visão. "A lei foi, sim, aplicada, e a maleabilidade estava condicionada à origem do imigrante. Basta ver a questão pouco conhecida dos suecos: eles tinham colônia representativa no país e tampouco se interessavam em imigrar para o Brasil, mas o Serviço de Visto estava particularmente interessado na vinda deles" observa.
      Como revela o caso de um sueco que passou mal numa viagem, desembarcou para se tratar e, quando percebeu, já estavam tratando do seu visto. Ele não queria ficar no país. "Ao mesmo tempo, muitas pessoas com todas as condições de emigrar, que tinham os documentos necessários, enfrentavam medidas protelatórias e pareceres que dificultavam sua entrada, se não fosse o 'imigrante ideal'. Isso mostra como os critérios se baseavam na bandeira da eugenia", explica. Para Koifman, isso desmascara o discurso nacionalista e a flexibilidade com as leis, reduzidos à sua real dimensão: a utopia de aprimoramento étnico.
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      Fabrício Augusto Souza Gomes
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        Revista Brasileira de História da Matemática. - numero 23


        Foi recentemente editado mais um número da Revista Brasileira de História da Matemática.

        Trata-se do volume 11, número 23 (Abril 2012).

        Este número contém os seguintes artigos:

        Razão e proporção: A Herança Antiga
        John A. Fossa

        Instabilidade no tratamento de razões no contexto do desenvolvimento da matemática
        Oscar João Abdounur

        Contribuições dos pensamentos medieval e renascentista para o desenvolvimento da Matemática
        Fábio Maria Bertato

        Relações enttre biologia e estatística: Karl Pearson e o princípio da homotipose (1901-1902)
        Lilian Al.Chueyr Pereira Martins & Katia Regina Venturineli

        Contribuições para uma história da noção de modelo: aspectos metodológicos e direções de pesquisa
        Tatiana Roque

        Bicentenário de Evariste Galois: lições sobre historiografia
        Ubiratan D'Ambrosio

        A década prodigiosa da Matemática Portuguesa: Os começos da Sociedade Portuguesa de Matemática (1936-1945)
        Luís M.R.Saraiva

        Aspectos da História da Sociedade Brasileira de Matemática (1969-2011)
        Ronaldo A. Garcia

        A formação e as contribuições das anotações de estudantes na Academia Militar (1810-1838)

        Beppo Levi e os Elementos de Euclides
        Irineu Bicudo

        Esta revista continua a disponibilizar textos acessíveis
        e de qualidade de História da Matemática, incluindo textos relativos à
        História da Matemática no espaço ibero-americano.

        Não posso por isso deixar de recomendar mais uma vez
        este número a qualquer pessoa que queira
        conhecer mais um pouco da História da Matemática.

        Os interessados em obter um exemplar ou em assinar a revista devem
        contactar a Sociedade Brasileira de História da Matemática - SBHMat:
        mailto:sbhmat%40ccet.ufrn.br


        Caixa postal 1631 CEP 59.078-970 Campus Universitário Natal RN




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