Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

** MAJOR ARCHER

 
digitação utilizada para inclusão no site:
22/07/2009
Texto básico de palestra no IHP em sessão de
12/07/2004
Tribuna de Petrópolis, Edição Especial, 159 Anos de Petrópolis:
16/03/2002
A PRESENÇA, EM PETRÓPOLIS, DO MAJOR ARCHER , O PRECURSOR DA SILVICULTURA NO BRASIL

Manoel de Souza Lordeiro

A concentração populacional e o caráter predatório da exploração dos recursos naturais vem preocupando governos e instituições desde o início do século XIX, momento em que eclodiu a Revolução Industrial. Toma corpo a partir de então, em defesa do meio ambiente, uma mentalidade conservacionista que adotaria o lema "usar sem destruir".

O Rio de Janeiro da segunda metade do século XIX enfrentava sérios problemas de urbanização com reflexos visíveis na qualidade de vida. Quase meio século havia decorrido desde a chegada da família real portuguesa e seu séquito, com a população acrescida, repentinamente, de cerca de 20.000 pessoas. Mas os efeitos dessa transformação ainda se faziam sentir, principalmente no que se referia ao abastecimento de água potável, que atingia níveis críticos. Os mananciais de então, situados nas encostas de Santa Teresa e do Corcovado, tinham seus cursos canalizados até alcançar os chafarizes e torneiras localizados em diversos pontos da cidade. Dali, através dos "Aguadeiros" - escravos - a água era conduzida às residências e estabelecimentos públicos e comerciais. As atenções dos administradores voltavam-se, assim, para os mananciais das encostas da Tijuca, em especial o rio Maracanã. O problema é que a partir do século XVIII essas encostas vinham sendo paulatinamente divididas em sítios e fazendas, dadas as suas condições propícias para a agricultura: fácil acesso e água em abundância. Tal procedimento resultou na devastação das matas, fato agravado pela extração de lenha e fabrico de carvão - os combustíveis da época - além do corte de madeiras-de-lei para construção. Tudo isso formava um cenário desolador.

Diante da escassez que cada vez mais se acentuava, a única preocupação naquela época era aumentar o volume das águas dos mananciais através de práticas intensivas de reflorestamento das nascentes. É nesse contexto que são tomadas as primeiras medidas efetivas para implantação da Floresta da Tijuca, iniciativa de Almeida Torres, então na Pasta do Império, em 1848. Entre outras providências era sugerida a destinação de uma verba para desapropriação dos terrenos necessários ao reflorestamento daquela área.

A propósito, foi nas encostas da Tijuca que tiveram. origem os primeiros cafezais do Brasil. Mais tarde essas culturas iriam expandir-se para a Província do Rio de Janeiro, principalmente para o Vale do Paraíba, até alcançar as terras roxas dos planaltos de São Paulo, onde iriam encontrar o seu habitat ideal. A implantação das lavouras de café no território fluminense foi simplesmente desastrosa: as queimadas que visavam a expansão das áreas de cultura, consumiram impiedosamente uma flora exuberante, rica, inclusive, em madeiras-de-lei. Foi este um dos maiores fatores de devastação da Mata Atlântica no Estado do Rio, hoje reduzida a um percentual insignificante da mata original. Diga-se, a bem da verdade, que não faltaram medidas preventivas e punitivas. Um exemplo é a carta régia expedida em maio de 1797 pelo príncipe-regente D. João, depois coroado rei D. João VI, que visava a "conservação das florestas da colônia".

Leis, realmente, nunca faltaram; mas também nunca foram cumpridas ...

Em 11 de dezembro de 1861 D. Pedro II baixava instruções provisórias cujo art. 1º versava sobre plantio e conservação das florestas da Tijuca e Paineiras. Treze anos eram decorridos desde a iniciativa do ministro Almeida Torres. Em 18 de dezembro de 1861 o imperador designava o major Manoel Gomes Archer para administrar a Floresta da Tijuca. Nascido no Rio de Janeiro em 21 de outubro de 1821, dele não há muitas referências bibliográficas. Em alguns documentos aparece vagamente como engenheiro e, ao que se sabe, não era militar. O uniforme que ostenta em sua foto mais divulgada seria de "moço do paço", e a patente teria algo a ver com a Guarda Nacional, a quem devemos muitos "coronéis" por esse Brasil afora. O que importa, mesmo, é que Archer era um verdadeiro amante da Natureza, com grande prática de silvicultura adquirida no trato direto e permanente com a terra, em sua fazenda Independência, na localidade de Guaratiba.

Major Manoel Gomes Archer

Archer instala-se no locai então denominado Sítio do Midosi, tendo à sua disposição os escravos Constantino, Eleutério, Leopoldo, Manuel, Maria e Mateus. Um ano após ter assumido, Archer já havia plantado cerca de 10.000 mudas com grande diversidade de espécies, um tipo de reflorestamento bem mais complexo, o que valoriza ainda mais o seu trabalho.

Em 1874, enfrentando problemas administrativos, e não podendo contar com recursos suficientes para dar continuidade ao trabalho que se propunha executar, Archer pede exoneração do cargo de administrador da Floresta da Tijuca. Até então havia plantado 80.000 mudas, das quais teriam vingado cerca de 50.000.

Em 12 de novembro de 1877 o imperador nomeia Manoel Gomes Archer para o lugar de Superintendente da Imperial Fazenda de Petrópolis, cargo que assumiria no dia 21 do mesmo mês. Logo de início enfrentou algumas dificuldades, como já era de se esperar, para exercer uma ação corretiva que resultasse na recomposição. da cobertura vegetal, a essa altura bastante comprometida pelo incessante desmatamento. Os motivos eram quase os mesmos que afetaram tão duramente a Floresta da Tijuca, não tanto pelo cultivo agrícola, que as terras de Petrópolis não se prestavam a esse mister, mas a exploração de madeira para construção e, principalmente, um ativo comércio de lenha e carvão, já acarretavam sérios problemas ao município.

O Plano Koeler, tão cuidadosamente elaborado, previa a manutenção das matas ciliares e das coroas dos morros, visando a proteção dos mananciais. Como salienta Eppinghaus, "Koeler teve profunda preocupação com a devastação das matas, erosão nas encostas e suas conseqüências danosas com o escoamento das grandes precipitações pluviométricas que na época se faziam sentir com as chuvas de verão ( ... ). Atentando para as dimensões dos lotes, principalmente sobre sua profundidade, preservação das matas e restrição ao uso do alto das montanhas, quis Koeler evitar a corrida da capa arborizada".

As instruções complementares, baixadas por Koeler, determinavam em seu § 7 do art. 15º o seguinte: não é permitida alienação parcial do prazo senão em proporção de 5 braças (11m) de frente, com o fundo total respectivo, precedido de licença, portanto, de aprovação do Superintendente.

Infelizmente, um trágico acidente tiraria a vida de Koeler em 21 de novembro de 1847 e muitos dispositivos de suas instruções complementares viraram letra morta. O resultado está aí, hoje, à vista de todos ...

Quanto às coroas dos morros, Archer entendia que deveriam ser abertos caminhos para que a administração a elas tivesse acesso e, assim, pudesse fiscalizá-las. Sem os caminhos, a proteção das coroas ficava ao sabor da iniciativa dos foreiros, nem sempre engajados nessa tarefa. Apesar de tudo, Archer, valendo-se de sua condição de Superintendente, negava sistematicamente o aforamento de terrenos ainda cobertos de matas virgens. Áreas devolutas, algumas delas nas cabeceiras do rio Quitandinha, não foram mais aforadas. Dificuldades surgiram, também, quanto à disponibilidade de terras para ensaios de reflorestamento e como já se tomou rotina de recursos financeiros para as despesas decorrentes.

Em 30 de abril de 1881 Archer redige um Memorial onde faz diversas recomendações com o objetivo de impedir as ações que poderiam, segundo ele, "transformar, em futuro próximo, as condições climáticas e econômicas do lugar". Aconselhava o plantio de espécies mais úteis e de rápido crescimento, sobretudo nas coroas dos morros mais próximos da cidade. Era citado o morro do Cruzeiro (que muitos conhecem, hoje, como "morro dos milionários") como um local adequado para intervenção imediata. Esse morro contava com um acesso pela rua Bourbon. (hoje rua Dr. Nelson de Sá Earp). Archer previa que o morro, reflorestado, atenderia o requisito de utilidade e constituiria, ao mesmo tempo, "um magnífico passeio para a população". A reconstituição das matas, partindo do centro da cidade para os arrabaldes, seria executada preferencialmente nos lugares em que beneficiasse os mananciais, ou seja, nas coroas dos morros e nas margens das cabeceiras dos rios (matas ciliares).

Archer entendia que tais empreendimentos deveriam caber exclusivamente à Casa Imperial, já que a iniciativa privada dificilmente se interessaria por um investimento sem retomo em curto prazo. A acrescentar, o fato de que o replantio de florestas era então praticamente desconhecido no Brasil. Archer tinha sido o pioneiro do reflorestamento misto, que aplicou na Floresta da Tijuca, quando a tendência geral seria para o plantio homogêneo, isto é, com árvores da mesma espécie, como hoje se pratica em larga escala no país.

Em 29 de agosto de 1887 Archer é nomeado interinamente para a Superintendência da Imperial Fazenda de Santa Cruz, função que exerceu cumulativamente com a de Petrópolis até 27 de outubro de 1888, quando é efetivado, deixando a Cidade Imperial.

Batalhador constante em favor de uma consistente legislação florestal, Archer viria a ser, também, o precursor da criação de escolas agronômicas. Outra de suas preocupações era a exploração racional dos produtos florestais como fonte de riqueza nacional.

A obra de Manoel Gomes Archer não encontra paralelo em toda nossa História, principalmente se levarmos em conta a época e as condições em que foi realizada. Lutando contra tudo e contra todos, contra a incompreensão oficial que a cada ano reduzia os recursos financeiros, contra as dificuldades de pessoal e a burocracia emperrada - um problema crônico, diga-se de passagem - Archer conseguiu, não obstante, realizar um trabalho notável e de admirável visão ecológica. Não sendo botânico nem especialista, mas um autêntico amante da Natureza, é hoje reconhecido, com inteira justiça, como o precursor da silvicultura no Brasil.

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Atividade nos últimos dias:
    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

                                                                                                    Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
 
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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

** Chamada para artigos - Revista Passagens

 


CHAMADA PARA PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS
22/02/2011
            PASSAGENS. Revista Internacional de História Política e Cultura Jurídica convoca pesquisadores para seleção de artigos para publicação.
            O principal objetivo de Passagens é ampliar o espaço de sociabilidade acadêmica dos campos intelectuais das ciências humanas e sociais aplicadas, com ênfase em estudos de história política e cultura jurídica. Passagens incentiva a divulgação de trabalhos em andamento que contribuam para o aprofundamento de pesquisas com abordagem transdisciplinar, dando visibilidade à discussão pertinente no Brasil e no exterior. Para tanto, publica artigos inéditos, que são submetidos a um processo de avaliação, através de pareceres. Passagens aceita artigos em quatro línguas: português, espanhol, francês e inglês, e é publicada eletronicamente três vezes ao ano: janeiro, maio e setembro. Os prazos de recebimento do material a ser submetido aos Conselhos Consultivo e Editorial da Revista são: 30 de novembro, para publicação em janeiro; 31 de março, para publicação em maio e 31 de julho, para publicação em setembro. Normas para publicação no site de Passagens.
               Situada no âmbito do Programa de Pós-Graduação em História do Instituto de Ciências Humanas e Filosofia da Universidade Federal Fluminense, Passagens é um periódico multidisciplinar que procura garantir a qualidade e excelência da produção acadêmica comprometida com as inovações epistemológicas e temáticas.
ISSN (on-line):  1984-2503
Passagens
Revista Internacional de História Política e Cultura Jurídica
International Review on Political History and Legal Culture
Revista Internacional de Historia Politica y Cultura Juridica
Revue Internationale d´Histoire Politique e Culture Juridique
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** Divulgada a seleção de GTs e Sociólogos

 

Prezado colega,

Informamos que já estão disponíveis no site do evento a programação completa, com trabalhos aprovados, dos Grupos de Trabalho e Sociólogos do Futuro do XV Congresso Brasileiro de Sociologia, a ser realizado na Universidade Federal do Paraná, em Curitiba-PR, entre os dias 26 e 29 de julho de 2011.
Atenciosamente,
Organização do XV Congresso.

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** 11º Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais

 

11º Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais

21/2/2011
Faltam 165 dias para o início do evento. Duração: 4 dias
Fonte: Agência FAPESP – Pela primeira vez, a capital da Bahia foi selecionada para sediar o Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais. Durante quatro dias especialistas em ciências sociais e humanidades do Brasil e outros países se reunirão para discutir a diversidade e a complexidade das sociedades diferenciadas.
O tema da décima primeira edição do evento será "Diversidade e (Des)Igualdades", sendo o debate divido em 11 eixos temáticos, entre eles: " Religiões e religiosidades", "Direitos e cidadanias", "Corpo, saúde e sexualidades", "Patrimônios culturais", "Territorialidades e identidades", "Linguagens", "Relações internacionais" e "Comunicação".
O evento será realizado no campus de Ondina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador.
Mais informações e inscrições: www.xiconlab.eventos.dype.com.br

 
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** [Carta O BERRO] PARA NÃO ESQUECER JAMAIS! História de THOMAZ ANTÔNIO DA SILVA MEIRELLES NETTO -XXXV-

Carta O Berro..........................................................repassem




Thomaz Antônio da Silva Meirelles Neto

 
Thomaz Meirelles Neto nasceu em 1937, em Parintins, no Amazonas. Aos 21 anos, veio para o Rio onde participou, pela UBES e UNE, da direção e da organização das manifestações culturais e políticas dos estudantes. Simultaneamente à sua atividade de jornalista, participou do Centro Popular de Cultura, o CPC da UNE, ocasião em que travou contato com a pobreza e a miséria do povo brasileiro - dos alagados do Recife às minas de carvão de Santa Catarina.



No comêço da militância, une-se ao PCB. Mais tarde, abraçou a causa da ALN.



Por falta de recursos para estudar, Thomaz solicitou bolsa para completar sua formação universitária na antiga União Soviética e foi para Moscou, em 1962, onde cursou a Faculdade de Filosofia. Em 1969, regressou ao Brasil.



Aos poucos meses da chegada, foi ele obrigado a agir em total clandestinidade. Thomaz nunca pôde ter nos braços seu filho, nascido em 1967. Em 1970, foi preso e torturado. Liberado três anos depois, retorna à luta clandestina.



Durante esse último período, sua família foi perseguida, culminando com a prisão de Miriam Marreiros Meirelles, sua mulher, que também foi torturada para informar o paradeiro do marido.



Thomaz foi novamente preso no dia 7 de maio de 1974, no Leblon, e nunca mais foi visto. Seu nome consta da lista de pessoas desaparecidas, tendo sua morte sido reconhecida em declarações de um agente da repressão. O livro "Brasil Nunca Mais " retrata a primeira prisão de Thomaz, em 1972, e o julgamento que o condenou a três ano e meio como caso ilustrativo do funcionamento tragicômico da Justiça Militar naquele período. Diz a acusação: "Nove anos passados na União Soviética servem de prova da intenção de delinqüir " ...



No dizer de um amigo, Thomaz era fascinante. Combatente dos mais procurados pela ditadura, era a antítese da figura geralmente associada ao guerrilheiro. Thomaz gostava de si mesmo e se tratava bem. E era bonito, sabendo cultivar seu encanto pessoal. De interesse diverso, não era ele um fundamentalista dos que se encaramujam na ação estritamente política. Apreciava a obra dos escritores existencialistas e o chamado teatro do absurdo. Espírito aberto, crítico, inquieto, rara combinação de radicalismo e tolerância.



À Thomaz, senhor de seus dias, a nossa homenagem e admiração.

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+ detalhes

THOMAZ ANTÔNIO DA SILVA MEIRELLES NETTO (1937 – 1974)
Filiação: Togo Meirelles e Maria Garcia Meirelles
Data e local de nascimento: 01/07/1937, em Parintins (AM)
Organização política ou atividade: ALN
Data e local do desaparecimento: 07/05/1974, no Rio de Janeiro
Jornalista e sociólogo, dirigente da ALN, o amazonense Thomaz Meirelles desapareceu em 07/05/1974, no Rio de Janeiro. Natural de
Parintins (AM), chegou ao Rio de Janeiro em 1958, onde teve início seu engajamento político, participando do movimento secundarista
através da UBES e, depois de iniciar a universidade, através da UNE. Em 1961, atuou abertamente na resistência em defesa da legalidade
constitucional, contra a tentativa de golpe militar que se seguiu à renúncia do presidente Jânio Quadros.
Paralelamente à sua atividade profissional como jornalista, contribuiu na organização de inúmeras manifestações culturais e políticas no
final dos anos 50 e início dos anos 60, por meio do Comitê Popular de Cultura da UNE. Sua militância partidária começou no PCB, tendo
depois ingressado na ALN. Casado com a jornalista Miriam Marreiro, teve com ela dois filhos, Larissa e Togo.
Cumprindo todos os trâmites legais em relação a um país com o qual o Brasil mantinha relações diplomáticas normais, Thomaz Meirelles
solicitou uma bolsa de estudos para continuar sua formação universitária e seguiu para a União Soviética, em 1962, onde cursou Filosofia
na Universidade Central de Moscou.
Retornou ao Brasil em 13/11/1969, já na polarizada conjuntura repressiva do início do governo Médici. Poucos meses depois, foi obrigado a
viver na clandestinidade. Preso pela primeira vez em 18/12/1970, quando transitava na Rua da Alfândega (Rio de Janeiro), foi levado para
o DOI-CODI e lá sofreu a violência das torturas. Posteriormente, foi condenado a três anos e seis meses de prisão. Cumpriu condenação por
suas atividades políticas na ALN, existindo em seu processo judicial forte carga contra o fato de ter estudado na União Soviética. Libertado
em 17/11/1972, mais uma vez foi obrigado a refugiar-se na clandestinidade. Thomaz Meirelles foi preso pela última vez em 07/05/1974,
no bairro do Leblon, Rio de Janeiro, e a partir dessa data nunca mais visto. Após o seu desaparecimento, foi julgado à revelia, em São Paulo,
pela 2ª Auditoria Militar, sendo condenado à pena de dois anos de reclusão.
O nome de Thomaz consta da lista de pessoas consideradas desaparecidas e assumidas como mortas por um general responsável pelo
aparelho repressivo, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, em 28/01/1979. Notícia veiculada pelo Correio da Manhã do Rio de Janeiro,
de 03/08/1979, afirma que 14 desaparecidos políticos foram mortos pelos serviços secretos das Forças Armadas e dentre eles está o nome
de Thomaz. A reportagem da Folha de S. Paulo ouviu de dois generais e de um coronel essa informação. Em 15/04/1987, a revista IstoÉ, na
reportagem Longe do Ponto Final, publicou declarações do ex-médico militar Amílcar Lobo de que havia visto Thomaz no DOI-CODI no Rio
de Janeiro, sem precisar a data.
O chamado "livro negro sobre o terrorismo no Brasil", produzido pelo CIE entre 1986 e 1988, num trecho delirante que depõe contra a
credibilidade e seriedade do documento, registra que, em junho de 1966 "o Comitê Central do PCB realizou uma reunião, na qual criou
uma Seção de Trabalhos Especiais que, entre outras atribuições, tinha o encargo principal de preparar o Partido para a luta armada. No mês
seguinte, enviou 10 militantes para realizarem um curso de guerrilha em Moscou", sendo que o nome de Thomaz Meirelles é incluído entre
esses 10. Daí a necessidade de tratar com muita reserva a informação incluída na página 776 desse controvertido documento secreto, de
que Meirelles teria executado, em junho de 1973, um militante da RAN que tinha sido preso e ajudou os órgãos de segurança a montar a
emboscada em que foi morto Merival Araújo, da ALN. Vale a mesma ressalva a respeito da acusação, incluída em documentos dos órgãos
de segurança, de que Thomaz teria participado da execução do delegado Octavio Gonçalves Moreira Junior, do DOI-CODI/SP e do CCC, em
Copacabana, em fevereiro de 1973.
Nos arquivos secretos do DOPS/SP foi descoberto um documento onde consta que Thomaz foi "novamente preso em 07/05/1974, quando
viajava do Rio de Janeiro para São Paulo". O Relatório do Ministério da Marinha, assinado pelo Ministro Ivan Serpa, relata: "DEZ/72, preso
anteriormente e liberado na primeira semana de dez/72, preso novamente no dia 07/mai/74, entre o Rio de Janeiro para São Paulo". O nome
de Thomaz Antônio da Silva Meirelles Netto integra a lista de desaparecidos políticos anexa à Lei nº 9.140/95.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

** PCdoB inaugura biblioteca sobre o Marxismo em Salvador

 

PCdoB inaugura biblioteca sobre o Marxismo em Salvador

Os marxistas e estudantes vinculados à área de política, economia e história terão mais um espaço para consultar os clássicos sobre esse pensamento . A Fundação Maurício de Grabois inaugura nesta quinta-feira (24/2), ás 19h, a Biblioteca do Centro Integrado de Formação Loreta Valadares (CIFLV), que fica na rua Gomes Costa, 44, no bairro dos Barris, em Salvador. No evento será lançada também a primeira edição da revista eletrônica Dialética, seguido de um coquetel.

Com cerca de dois mil títulos, a biblioteca reúne clássicos do marxismo como O Capital de Karl Marx e A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, além de outros títulos a exemplo de coleção da revista Princípios. "A nossa biblioteca é composta por obras teóricas e históricas do marxismo, economia, história mundial e história do Brasil, muito de história do Brasil.. Lá os estudiosos encontrarão uma excelente fonte de pesquisa", ressaltou Ricardo Moreno, da Fundação Maurício de Grabois.

Na oportunidade será lançada também a Revista Dialética, uma publicação eletrônica teórica, de ciência e voltada para as ideias e pensamentos teóricos. A revista vai estar postada no (www.revistadialetica.com.br) com acesso livre a todos que queiram ler os textos. O leitor poderá também comentar, discutir e até enviar textos para a próxima edição da revista, como artigos e informações sobre eventos culturais e artísticos. "A Revista Dialética se prepõe a debater o que chamamos de pensamento social e científico avançado, independentemente de que seja do PCdoB. Ela é voltada para pessoas que estudem e gostem do marxismo, é um livre espaço de debate", disse Moreno.

De Salvador,
Eliane Costa
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** Bolsas na França

 

JC e-mail 4205, de 22 de Fevereiro de 2011.

Bolsas na França
Os beneficiários da bolsa Mistral recebem 6 mil euros no primeiro ano universitário, com a possibilidade de renovação no segundo ano (4,5 mil euros)
A Universidade de Avignon, na França, abriu inscrição para o programa Bolsa Mistral para Master, destinado a estudantes estrangeiros interessados em estudar na instituição fundada há mais de 700 anos. A inscrição pode ser feita até 14 de março.
O candidato à bolsa deve estar inscrito em um estabelecimento de ensino superior estrangeiro, ter excelente histórico universitário com o intuito de satisfazer o nível acadêmico e linguístico exigido pela formação e não ser beneficiário de outra bolsa de estudos. Não são aceitos estudantes que já morem na França.

Os beneficiários da bolsa Mistral recebem 6 mil euros no primeiro ano universitário, havendo a possibilidade de renovação no segundo ano (4,5 mil euros). Além disso, os bolsistas estão isentos da taxa de inscrição da universidade.

Terão prioridade candidatos originários de países emergentes ou em desenvolvimento, além dos estudantes provenientes de instituições parceiras da Universidade de Avignon.
Mais informações: www.univ-avignon.fr
(Agência Fapesp)



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** [Carta O BERRO] PARA NÃO ESQUECER JAMAIS! História de ANA ROSA KUCINSKI SILVA e WILSON SILVA -XXXIV-

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ANA ROSA KUCINSKI SILVA (1942 – 1974)

Militante da AÇÃO LIBERTADORA NACIONAL (ALN).
Nasceu no dia 12 de janeiro de 1942, em São Paulo, filha de Majer Kucinski e de Ester Kucinski.
Esposa de Wilson Silva, ambos desaparecidos desde o dia 22 de abril de 1974. Tinha 32 anos de idade.
Professora universitária no Instituto de Química da Universidade de São Paulo.
A família de Ana Rosa e Wilson impetrou vários habeas-corpus na tentativa de localizá-los, todos eles prejudicados pela resposta de que nenhum dos
dois se encontrava preso.
Nas pesquisas feitas pelos familiares aos arquivos do antigo DOPS/SP apenas uma ficha foi encontrada onde se lê: "presa no dia 22 de abril de 1974 em SP".
O Relatório do Ministério da Marinha faz referências caluniosas a Ana Rosa.
Trechos de depoimento de seu irmão, Bernardo Kucinsky:
"Minha irmã, Ana Rosa Kucinski, e meu cunhado, Wilson Silva, foram presos e desaparecidos em São Paulo, na tarde de 22 de abril de 1974. Nesse
dia, Wilson Silva e seu colega de trabalho Osmar Miranda Dias foram fazer um trabalho de rotina, saindo do escritório da Av. Paulista para o centro
da cidade, um pouco antes da hora do almoço, após o que Wilson se separou de Osmar dizendo que iria se encontrar com sua esposa Ana Rosa, na
Praça da República. A partir desta tarde, nunca mais foram vistos. A família tomou conhecimento, através de colegas, da ausência de Ana Rosa na
Universidade e, de imediato, passou a tomar providências no sentido de localizar o casal.
Impetrou-se Habeas Corpus, através do advogado Aldo Lins e Silva, sem nenhum resultado. No dia 10 de dezembro de 1974, foi enviado pedido de
investigação à Comissão de Direitos Humanos da OEA. Meses depois, a família recebeu resposta da OEA, onde esta afirmava que, consultado, o
Governo Brasileiro declinava qualquer responsabilidade no episódio.
O general Golberi do Couto e Silva chegou a reconhecer, em dezembro de
1974, que Ana Rosa se encontrava presa numa instituição da Aeronáutica.
O governo americano – por meio do Departamento de Estado – encaminhou informações à família de que Ana Rosa ainda estaria viva, presa em local
não sabido e que Wilson Silva, provavelmente estaria morto.
As famílias dos desaparecidos políticos estiveram com o General Golberi do Couto e Silva em Brasília, em audiência solicitada por D. Paulo Evaristo
Arns. Dias depois, o Ministro de Justiça, Armando Falcão, em nota oficial, informou sobre os 'desaparecidos políticos' e incluiu na lista nomes de
pessoas que jamais foram tidas como desaparecidas. Em relação a Ana Rosa e Wilson Silva, a nota do Ministério alegava que eram 'terroristas' e
estavam 'foragidos'.
Amílcar Lobo, o médico psiquiatra envolvido com torturas no Rio de Janeiro, e que resolveu denunciar os assassinatos políticos, em uma entrevista
comigo, quando lhe mostrei fotos de minha irmã e seu marido, este reconheceu as fotos de Wilson Silva como sendo uma pessoa que ele atendera após
uma seção de torturas. Quanto a Ana Rosa, entretanto, o reconhecimento foi positivo, mas não categórico.
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+ detalhes
ANA ROSA KUCINSKI SILVA
Filiação: Ester Kucinski e Majer Kucinski
Data e local de nascimento: 12/01/1942, São Paulo (SP)
Organização política ou atividade: ALN
Data e local do desaparecimento: 22/04/1974, São Paulo (SP)
WILSON SILVA (1942 – 1974)
Filiação: Lygia Villaça da Silva e João Silva
Data e local de nascimento: 21/04/1942, Taubaté (SP)
Organização política ou atividade: ALN
Data e local do desaparecimento: 22/04/1974, São Paulo (SP)

Ana Rosa Kucinski Silva era professora universitária, formada em química, com doutorado em filosofia. Casada com o físico Wilson Silva,
trabalhava no Instituto de Química da USP. Wilson era formado pela Faculdade de Física da USP, tinha especialização em processamento
de dados e trabalhava na empresa Servix. Os dois conciliavam seu trabalho e estudos com a militância política na ALN. Ambos os nomes
estão incluídos na lista de desaparecidos políticos anexa à Lei nº 9.140/95.
Wilson era conhecido na ALN pelo codinome Rodrigues, sendo um dos poucos membros dessa organização clandestina que tinha conseguido
manter sua militância por mais de cinco anos, sem ser preso ou sair do país. Em 1961, aos 19 anos, saiu de Taubaté (SP) para estudar em
São Paulo, já trazendo consigo o interesse pela política, que nasceu em seus tempos de Escola Estadual Monteiro Lobato. Foi militante da
Polop entre 1967 e 1969, ligou-se à ALN a partir desse ano e sempre priorizou a atuação junto ao setor operário.
Ana Rosa estudou Química, na USP, durante a efervescência estudantil que marcou o início da resistência ao regime militar nessa área,
avançando seu engajamento político a partir do namoro e casamento com Wilson, que em 1966 tinha organizado com Bernardo Kucinski,
seu colega na Física da USP e irmão de Ana Rosa, uma exposição sobre os 30 anos da Guerra Civil Espanhola, na rua Maria Antonia.
No dia 22/04/1974, Ana Rosa saiu do trabalho na Cidade Universitária e foi ao centro da cidade para almoçar com Wilson, num dos restaurantes
próximos à Praça da República. Ele saíra do escritório da empresa, na avenida Paulista, junto com seu colega de trabalho Osmar
Miranda Dias, para fazer um serviço de rotina também no centro. Terminado o serviço, Wilson separou-se de seu colega e avisou que almoçaria
com sua esposa e depois voltaria para o escritório. O casal desapareceu nas proximidades da Praça da República.
Os colegas de Ana Rosa na USP estranharam sua ausência e avisaram a família Kucinski, que imediatamente começou a tomar providências
para sua localização. Ao procurarem Wilson, souberam que ele também havia desaparecido. As duas famílias passaram a viver o tormento
da busca por informações. O habeas-corpus impetrado pelo advogado Aldo Lins e Silva foi negado, pois nenhuma unidade militar ou policial
reconhecia a prisão do casal. A família foi a todos os locais de prisão política em busca de notícias e informações. A Comissão de Direitos
Humanos da OEA foi acionada, como recurso extremo, no dia 10/12/1974, data em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, das
Nações Unidas, completava 26 anos. O pedido de investigação daquela instância interamericana foi respondido, meses depois, pelo governo
brasileiro, afirmando não ter responsabilidade alguma sobre o destino do casal e que não tinha informações sobre o caso.
Reinaldo Cabral e Ronaldo Lapa descrevem, em Desaparecidos Políticos, a busca junto ao governo dos Estados Unidos: "O Departamento
de Estado norte-americano, solicitado a dar uma informação, comunicou à American Jewish Communitee, entidade dedicada, entre outras
coisas, a procurar pessoas desaparecidas na guerra, famílias separadas, e também à American Jewish Congress, espécie de federação das
organizações judaicas religiosas culturais, que Ana Rosa estava viva, mas não sabia onde. A última informação do Departamento de Estado
foi transmitida à família Kucinski em 7 de novembro de 1974".
Esse mesmo livro traz um depoimento de Bernardo Kucinski, que se formou em Física mas optou pelo jornalismo, tendo trabalhado na BBC de
Londres e colaborado nos semanários Opinião e Movimento, antes de publicar vários livros e se tornar professor de jornalismo na USP: "Certeza da
morte já é um sofrimento suficiente, por assim dizer. Um sofrimento brutal. Agora, a incerteza de uma morte, que no fundo é certeza, mas formalmente
não é, é muito pior. Passam-se anos até que as pessoas comecem a pensar que houve morte mesmo. E os pais principalmente, já mais idosos,
nunca conseguem enfrentar essa situação com realismo". Bernardo Kucinski também contou, numa entrevista para a revista Veja, que a família foi
extorquida em 25 mil dólares em troca de informações, que ao final se mostraram inteiramente falsas.
O cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, conseguiu, conforme já registrado, uma audiência em Brasília com o general Golbery
do Couto e Silva e obteve como resposta promessas de investigação. Pouco tempo depois, o ministro de Justiça, Armando Falcão publicou a insólita
nota oficial informando sobre o destino dos desaparecidos políticos, onde Ana Rosa e Wilson Silva foram citados como 'terroristas foragidos'.
Anos depois, o tenente-médico Amílcar Lobo, que serviu no DOI-CODI/RJ e na "Casa da Morte", em Petrópolis (RJ), concedeu entrevista
denunciando os assassinatos políticos que presenciara naquelas unidades militares. Procurado por Bernardo Kucinski, o médico reconheceu
Wilson Silva como sendo uma das vítimas de torturas atendidas por ele. Ao ver a foto de Ana Rosa, o militar a identificou como uma das
presas, mas sem demonstrar convicção ou certeza. Também o ex-agente do DOI-CODI/SP, em entrevista à Veja de 18/11/1992, informou:
"Foi o caso também de Ana Rosa Kucinski e seu marido, Wilson Silva. Foram delatados por um cachorro, presos em São Paulo e levados para
a casa de Petrópolis. Acredito que seus corpos também foram despedaçados".
O Relatório do Ministério da Marinha, enviado ao Ministro da Justiça, Maurício Correa, em 1993, confirmou que Wilson Silva "foi preso em
São Paulo a 22/04/1974, e dado como desaparecido desde então". Na ficha de Wilson Silva, no arquivo do DEOPS, consta que ele foi "preso
em 22/04/1974, junto com sua esposa Rosa Kucinski".

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