Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

 

Centenário do compositor Custódio Mesquita - Rádio Nacional

No próximo sábado, 24/04, às 9h05 da manhã, o compositor Custódio Mesquita vai ser o homenageado do quadro "Alguém muito especial", no programa "Onde canta o sabiá", apresentado por Gerdal dos Santos, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro 1130 AM.
Custódio Mesquita completaria 100 anos este ano. É autor de clássicos da MPB como "Nada Além", "Mulher", "Saia do caminho", entre outras.
Quem não mora no Rio de Janeiro pode ouvir a rádio pela Internet no endereço:
É só clicar em "Ao vivo".





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Atividade nos últimos dias:
    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

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Abertas as inscrições gratuitas para seminário sobre história do açúcar
Estão abertas as inscrições gratuitas para a terceira edição do Seminário de História do Açúcar, que acontece entre os dias 26 a 30 na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.

O seminário discute o tema "Produção, Trabalho e Estrutura Fundiária" e procura contemplar de forma interdisciplinar a perspectiva histórica do açúcar. São convidados pesquisadores do Brasil e do exterior. Destina-se a interessados em geral e pesquisadores e estudantes da áreas de história, arquitetura, antropologia e sociologia.

O seminário é promovido pelas seguintes instituições: Cátedra Jaime Cortesão e Centro de Estudos de Demografia Histórica da América Latina, da FFLCH; pelo Museu Paulista (MP) da USP, conhecido como Museu do Ipiranga; Museu Republicano da "Convenção de Itu"; Centro de Estudos de História do Atlântico, de Portugal e Associação Internacional de História do Açúcar.

Inscrições podem ser feitas gratuitamente no site do seminário. O evento acontece na Casa de Cultura Japonesa, na Cidade Universitária, São Paulo. Participantes receberão certificado de curso de 30 horas.

Mais informações: (11) 3091 1511/ 3091 2101, site www.fflch.usp.br/cjc/2sha/index.html

26 a 30/04/2010
Local: Casa de Cultura Japonesa - Cidade Universitária - USP - São Paulo

Apresentação
O Seminário de História do Açúcar, promovido pela Cátedra Jaime Cortesão (FFLCH-USP), pelo CEDHAL (FFLCH-USP), Museu Paulista da USP, Museu Republicano "Convenção de Itu", Centro de Estudos de História do Atlântico (CEHA) e Associação Internacional de História do Açúcar é um evento bienal, de cunho científico-cultural, criado em 2005 com o objetivo de debater a questão açucareira.
Para discutir o tema Produção, Trabalho e Estrutura Fundiária são convidados os pesquisadores do Brasil e do exterior, com o intuito de estimular o diálogo e a troca de experiências.O seminário contempla, de forma interdisciplinar, a perspectiva histórica do açúcar, procurando-se garantir a intervenção dos diversos ramos do conhecimento.
Temática
Produção, Trabalho e Estrutura Fundiária
Sub-temas:
População e trabalho no mundo do açúcar
Crise e Mudanças na Produção Açucareira Latino-Americana: o impacto dos anos 30
Estrutura Fundiária nas economias açucareiras
Fontes e Métodos para a História do Açúcar I: Inventários do Açúcar
Sabores do Açúcar: receitas e sociabilidades
Sociedade Açucareira e cultura material: costumes, espaços e arquiteturas
Acumulação, produção e circulação de riquezas no mundo do açúcar
Escravismos em áreas açucareiras: contextos e especificidades
Mercados, inovações técnicas e produção açucareira
Vida doméstica, arranjos familiares e formas de trabalho no cotidiano açucareiro
Público alvo
O III Seminário de História do Açúcar: Produção, Trabalho e Estrutura Fundiária, destina-se à comunidade acadêmica atuante em instituições de ensino e pesquisa, bem como a estudantes de graduação, pós-graduação e cursos de especialização das áreas de História, Arquitetura, Antropologia, Sociologia e público interessado em geral.
Comissão Organizadora
Vera Lucia Amaral Ferlini; Eni de Mesquita Samara. Cecília Helena L. S. de Oliveira; Pedro Putoni; Carlos de Almeida Prado Bacellar; Redrigo Monteferrante Ricupero; José Evando Vieira de Melo; Joana de Morais Monteleone, Pablo Oller Mont Serrath, Igor Renato Machado de Lima, Luís Otavio Pagano Tasso, Natalia Tammone e Bruno Vilagra.
Chamada para Comunicações
O III Seminário de História do Açúcar realiza chamada para envio de comunicações por parte de teóricos e estudantes da área, dentro dos eixos acima especificados. Os trabalhos serão selecionados a partir de critérios acadêmicos e pertinência ao tema central: Produção, Trabalho e Estrutura Fundiária. As seções de apresentação serão organizadas de modo a reunir comunicações afins.
As inscrições de comunicações serão realizadas no período de 3 a 23 de fevereiro de 2010 (
PRORROGADAS ATÉ 08 DE MARÇO DE 2010).
Cronograma
De 03/02/10 a 08/03/10: inscrições on-line
Até 12 de março de 2010: sistematização e confirmação das inscrições aprovadas
Até 26 de março de 2010: envio, pelos aprovados, de texto de, no máximo, 10 páginas
Até 10 de abril de 2010: divulgação das mesas (locais e horários)
De 20* a 30 de abril de 2010: inscrições para ouvintes (* a partir das 14h00 do dia 20/04/2010)
Dias 26, 27, 28, 29 e 30 de abril de 2010 realização do III Seminário de História do Açúcar.
Formato das Mesas
Cada expositor disporá de 10 minutos. Após as exposições, a sessão será aberta para debates, por, no máximo, 60 minutos.
Informações
Cátedra Jaime Cortesão
tel. 55 11 3091 1511
fone/fax: 55 11 3091 2101
Horário de Atendimento: Segunda a Sexta-Feira das 10h às 13h e 14h às 19h

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quinta-feira, 22 de abril de 2010

 

Série de TV desvenda mistérios que envolvem a história do Brasil

Fonte: AB :: Audiência da Tv Audiência Brasileira – Audiência da Tv


Os apresentadores da série "Detetives da História" André Guerreiro e Renata Imbriani
O canal de TV por assinatura History Channel anuncia sua primeira série de TV produzida no Brasil: "Detetives da História", que estreia dia 4 de maio. Por seis terças-feiras, a produção mostra dois investigadores em busca de desvendar mistérios de pessoas comuns que se misturam à história do Brasil.
A série sempre exibe dois casos por episódio. Na estreia, os detetives querem saber a verdadeira origem de uma espada utilizada por um jardineiro, que pode ser, na verdade, uma arma da Guerra do Paraguai. O segundo caso investiga a veracidade de um documento que coloca em xeque a origem do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Um registro encontrado pelo programa contesta a informação de que a obra tenha sido um presente dado pelos franceses.
Os investigadores que apresentam a série são Renata Imbriani e André Guerreiro. Renata é especialista em arte e cultura popular brasileira, atriz e produtora de TV. André é diretor de teatro, formato em Rádio e TV e também é ator.
"A série terá casos de pessoas comuns que nos ajudam a recuperar a memória do Brasil", diz Renata, que conta que se emocionou ao gravar os episódios. "Chorei muito", admite ela, que filmou, por exemplo, em uma cela onde escravos eram torturados antes da abolição da escravatura. "É terrível imaginar que naquele lugar pessoas eram trancadas e torturadas por outras iguais a elas."
Apesar de concordar com a carga de emoção que envolve a gravação do programa, André diz que precisou ser mais contido, como na investigação para descobrir a autenticidade de um par de óculos que podem ter sido do cangaceiro Lampião. "Conversei com o neto do inimigo de Lampião. Não pegaria bem começar a chorar", descontrai.
Junto com a série, o canal de TV irá lançar um site para que telespectadores possam sugerir mistérios para serem desvendados em futuras temporadas. "Ainda não sabemos se haverá continuação, mas, se houver, já temos 60 mistérios que vamos estudar se podem entrar para a série", afirma o produtor executivo Belisário Franca.

"Detetives da História"
Onde: History Channel
Quando: terças-feiras, a partir de 4 de maio
Horário: às 21h


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Estudo reconstrói histórias do teatro em Brasília
Historiadora faz um panorama das artes cênicas a partir de relatos de teatrólogos que vivenciaram os palcos brasilienses nas décadas de 70 e 80

Fonte: UnB Agência, Thais Antonio - Da Secretaria de Comunicação da UnB
Formada em História pela UnB, Elizângela Carrijo deu aulas de História para o ensino médio até entrar para o quadro de professores da universidade, em 2009. Atualmente é docente no curso de Museologia da UnB e pesquisadora do Núcleo de Estudos de Memória, Cultura, Oralidade e Imagem do Centro de Estudos Avançados Multidiscplinares (Ceam).

Abrem-se as cortinas. Começa o espetáculo. No palco, Dulcina de Moraes. O enredo era a sua busca por um lugar para instalar a faculdade de artes que levou seu nome. Após inúmeras tentativas, um funcionário do governo prometeu que conseguiria o espaço e apresentou à artista um mapa da cidade. "Dulcina fecha os olhos sobre o mapa e aponta o Conic como local para fazer a faculdade", conta Elizângela Carrijo, mestre pelo departamento de História da Universidade de Brasília que fez de sua dissertação um espetáculo teatral.
A história de como Dulcina encontrou um lugar para instalar a faculdade de artes é apenas uma entre inúmeras do teatro de Brasília contadas por Elizângela na dissertação, narrada como se fosse um espetáculo teatral. Durante dois anos, ela desbravou pilhas de documentos e conversou com representantes do teatro da cidade, traçando um panorama das artes cênicas na cidade durante as décadas de 70 e 80.
A historiadora entrevistou oito dos mais importantes teatrólogos de Brasília. Geraldo Martuchelli, Hugo Rodas, Humberto Pedrancini, Iara Pietricovsky, Jesus Vivas, João Antônio e José Maria B. de Paiva. Dulcina de Moraes entra em cena a partir de uma biografia escrita por Sérgio Viotti, ator falecido no ano passado. "Brasília está fazendo 50 anos. É uma jovem. Quando Brasília tiver 500 anos, será que as pessoas vão saber quem é Hugo Rodas, quem é Dulcina de Moraes?", indaga a pesquisadora. "É no ato de contar histórias que a gente faz a memória ganhar novo significado".
INTERPRETAÇÕES - O diferencial do trabalho de Elizângela em relação aos poucos existentes sobre o tema foi a maneira de contar. A pesquisadora não relata uma história linear. Ela teceu as narrações dos teatrólogos em uma trama aberta a interpretações. "Eu parto do princípio de que cada pessoa é diferente e, portanto, cada uma delas é uma linha de um tecido", explica a pesquisadora. "Juntas, elas formam o tecido da história, que é o que eu chamo de trama na minha dissertação".
Elizângela adota uma corrente chamada História Cultural, que compreende os fatos sob uma perspectiva narrativa, sem necessidade de rigidez em relação à cronologia. O foco da pesquisadora não era a construção de uma linha do tempo a partir das entrevistas, e sim a reunião de histórias que se perderiam se não fossem registradas. "A história por mim concebida é sempre inacabada e, portanto, aberta a outras interpretações", explica.
MEMÓRIAS – Hugo Rodas, ator, diretor de teatro e professor da UnB, lembra a força que as artes cênicas tinham na década de 70. "Eu cheguei quando havia apenas seis ou sete grupos em Brasília. O teatro estava explodindo", lembra. "Eu me sentia um pioneiro", completa.
O diretor B. de Paiva guarda livros, documentos, jornais, fotos e todo material que tenham relação com a história do teatro em Brasília. O acervo que mantém em sua casa soma oito quilômetros de comprimento. B. de Paiva conta que, quando criança, foi atropelado, quebrou a perna e perdeu todos os dentes. "Então eu consegui um presente maravilhoso na minha vida que foi substituir os meus dentes, que não existiam, pela musculatura labial. E a minha voz se tornou perfeita, até que eu cheguei a ser o primeiro galã de teatro banguela", lembra em entrevista à pesquisadora.
Nancy Alessio Magalhães, orientadora de Elizângela, acredita que a pesquisa estimula novas formas de enxergar não só o teatro, mas a própria cidade. "Nesse espaço de comemoração dos 50 anos da cidade, tão antiga e tão atual, nessas memórias e nessas histórias de vida, Elizângela interpreta o potencial de vitalidade que há nas interpretações que esses artistas elaboram a partir de Brasília", diz.
A dissertação vai virar livro, que deve ser lançado ainda esse ano. "Convido as pessoas, depois de terem lido esse espetáculo, a se debruçarem sobre outras histórias, abrindo novas cortinas, subindo em novos palcos", diz Elizângela. "A gente precisa contar histórias. A gente precisa dialogar com as novas gerações. Sejam essas que estão aqui, sejam gerações que ainda estão por vir".

Todos os textos e fotos podem ser utilizados e reproduzidos desde que a fonte seja citada. Textos: UnB Agência. Fotos: nome do fotógrafo/UnB Agência.


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terça-feira, 20 de abril de 2010

 

VARNHAGEN E A HISTÓRIA DO BRASIL

Fonte: Brasiliana USP,  Pedro Puntoni *
Francisco Adolpho de Varnhagen era filho de Ludwig Wilhelm, alemão, fundidor, e de dona Maria Flávia de Sá Magalhães, portuguesa. Nasceu em 17 de fevereiro de 1816, na casa destinada ao diretor da Real Fábrica de S. João de Ipanema. Esta fundição havia sido criada em 1811, pelo príncipe regente D. João VI, nas cercanias da vila de Sorocaba. Varnhagen foi logo cedo, aos oito anos, para Portugal, onde estudou no Colégio dos Nobres e no Colégio Militar da Luz. Seu interesse pela literatura e pela história fizeram-no se aproximar da Academia Real de Ciências de Lisboa. Em 1839, tornou-se sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB). Foi sua fidelidade à casa real – manifesta durante esses anos quando, feito 2ª tenente, tomou parte nas lutas contra D. Miguel, às ordens do Duque de Bragança, imperador abdicatório do Brasil – que o levou a aproximar-se do projeto de construção do Estado a da nação brasileira. Em 1840, viajou ao Brasil, tendo freqüentado reuniões da IHGB. No ano seguinte, por decreto Imperial, seria reconhecido súdito brasileiro. Desempenhou funções na diplomacia brasileira em Lisboa e em Madrid o que lhe permitiu aprofundar as pesquisas arquivísticas e tornar-se o maior conhecedor da documentação sobre a história nacional.
Em Madrid, no ano de 1854, publicou o primeiro volume de sua História Geral do Brasil, na imprensa da Viúva de Rodriguez. Em 1857, quando deu à luz o segundo volume, não hesitou em acrescentar um "Discurso Preliminar". Este texto - que seria publicado também em Portugal, no mesmo ano, na revista O Panorama - era, na verdade, o desenvolvimento de outro, escrito em 1852, com o título "Como se deve entender a nacionalidade na História do Brasil?" e que havia sido lido em duas sessões da Academia de História de Madri. Tratava-se de uma "memória" que Varnhagen enviara ao Imperador em julho de 1852, que agora resolvia tornar pública, fazendo-a a introdução de sua obra para, assim, marcar sua posição anti-indianista e apresentar seus argumentos. No volume segundo de sua História, este discurso preliminar leva o título, sugestivo, de "Os índios perante a nacionalidade brasileira". Apesar de ter comungado com o ideal indianista nos seus primeiros textos, o historiador resolveu assumir uma posição mais reacionária e contraria ao estilo e à temática que dominavam as primeiras letras brasileiras. Pagou um caro preço por isso, uma vez que protegida pelo imperador, a tribo indianista não aceitou a critica que lhe impunha o sorocabano e o relegou a um certo ostracismo. Tanto assim, que por ocasião da segunda edição da História Geral do Brasil (Rio de Janeiro, Laemmert, 2 vols., 1877), Varnhagen amenizou o tom e retirou o "Discurso Preliminar".
Feito visconde de Porto Seguro apenas em 1874, o historiador viu sua nobilitação protelada por um Império, que tanto defendeu, mas que não pretendia assumir sua posição com relação aos indígenas. A publicação, na Brasiliana Digital, da primeira e da segunda edição desta obra maior da nossa História, permite que o leitor possa acompanhar estes debates e o clima conturbado de uma época na qual a formação da literatura e da historiografia cruzavam com os processos de formação da nação.
Ainda em vida, sonhou com uma terceira edição, que começou a preparar e deixou inacabada. Faleceu em Viena em 1878 e, entre os seus papéis (levados ao Chile por sua viúva, Carmen Ovalle) encontrava-se uma copia de trabalho da segunda edição – fartamente anotada pelo autor. Tal exemplar, único e de grande valor, encontra-se na Biblioteca Mindlin.
A terceira edição viria mais tarde, como parte do grande esforço de Capistrano de Abreu e de Rodolfo Garcia. A primeira versão deste trabalho, foi perdida no incêndio da tipografia em 1907. Capistrano havia planejado uma obra em três volumes. Destes apenas o primeiro (já impresso) se salvou. Profundamente desanimado, desistiu da tarefa. Passou, contudo, "seu opulento acervo de notas e comentários" para Rodolfo Garcia que apenas em 1927, daria feito a publicação (em cinco volumes) da terceira edição integral da obra, pela Companhia Melhoramentos de São Paulo. Esta, a partir da sua quarta edição (que foi revista por Rodolfo Garcia em 1949) é, sem dúvida, a definitiva.
A obra de Varnhagen se destaca como a mais importante História do Brasil escrita no século XIX. Como lembrava Capistrano de Abreu, "é preciso descobrir suas qualidades por baixo dos seus defeitos". Sua sombra, contudo, ainda nos alcança. Muitos dos temas, assuntos, episódios revelados pelo historiador ainda marcam a historiografia brasileira e preenchem a memória nacional. Sua História Geral, repositório de valiosas informações, segue sendo leitura obrigatória para os interessados no período colonial.
* Petro Puntoni é professor da USP e diretor da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin.

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A fama de Napoleão

Habitando até hoje o imaginário popular em terras tupiniquins, um Imperador assombrou a Europa no século XIX e conquistou fama muito além das fronteiras francesas. Tema da edição de abril da Revista de História, Napoleão será também o assunto principal do próximo debate do projeto Biblioteca Fazendo História. O encontro acontecerá no dia 20 de abril, às 16 horas, no Auditório Machado de Assis da Biblioteca Nacional (Rua México s/nº, Centro, Rio de Janeiro - acesso pelo jardim). O evento é gratuito e terá transmissão pela internet somente no twitter. As palestrantes são a professora titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Lúcia Maria Bastos Pereira da Neves, e Raquel Stoiani, doutora em História Social pela Universidade de São Paulo (USP). Saiba mais
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Livros de Bolso

A Revista de História da Biblioteca Nacional reservou mais uma ótima oportunidade para você: a coleção completa do História no Bolso com uma caixa exclusiva.
Ao todo, são 6 volumes de uma coleção escrita por autores renomados em linguagem saborosa, oferecendo uma visão atualizada e abrangente dos episódios e personagens mais importantes do país. Confira os títulos:
Guerras e batalhas brasileiras
Imagens de uma nação
Festas e batuques do Brasil
A era da escravidão
A França nos trópicos
Raízes africanas

A promoção oferece os 6 livros mais a caixa para colecionadores por apenas 50 reais. Acesse mostre.me/livrodebolso e garanta já o seu.

Observatório

Pesquisadores no Pará comemoram a possível descoberta do maior do aquífero mundo. Enquanto isto, Câmara abre investigação sobre tráfico de água na Amazônia. [ leia mais ]
Último filme do cineasta do José Padilha faz duras críticas ao trabalho de antropólogos estrangeiros com os ianomâmis venezuelanos. [ leia mais ]
Sem apoio, IUPERJ corre risco de fechar as portas. [ leia mais ]
Confira alguns dos livros que chegaram à redação da Revista no mês passado. [ leia mais ]
Filho de Ogum, o historiador Luiz Antonio Simas é apaixonado por samba e lançou há pouco tempo um livro sobre o assunto. [ leia mais ]

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sábado, 17 de abril de 2010

Matéria muito boa, no caderno Prosa & Verso, no jornal O Globo de hoje... duas entrevistas esclarecedoras, com as historiadoras Ângela de Castro Gomes e Maria Celina D´Araújo.

Contornos do Estado

Forte, indutor, regulador. O Estado é protagonista dos discursos de José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), nos quais sobram superlativos e o adjetivo “mínimo” é evitado. Serra se lançou pré-candidato à Presidência defendendo o “ativismo governamental”.

Dilma ecoa Lula na defesa de um Estado “indutor”, escorada na popularidade de programas como o PAC e o Bolsa Família. Que ideia de Estado surgirá nos debates e sairá das urnas? A intervenção estatal é tradição que formou nossa cultura política, diz a historiadora Ângela de Castro Gomes. Para a cientista política Maria Celina D’Araújo, o debate sobre tamanho e funções do Estado está no centro da campanha, para a qual Marina Silva (PV) acena com outras questões. Interlocutores próximos aos candidatos deixam claro que as diferenças vão além dos bordões.


País onde a intervenção é tradição

Presença estatal na economia e nas relações sociais moldou a cultura política dos brasileiros, diz historiadora

ENTREVISTA - Ângela de Castro Gomes

Uma das mais importantes pesquisadoras de questões ligadas à legislação trabalhista no Brasil, a historiadora Ângela de Castro Gomes diz que a própria concepção de cidadania e de Estado do brasileiro é formada a partir de uma experiência de intervenção estatal na atividade econômica e na vida social. A regulação das relações de trabalho é um dos eixos dessa atuação, afirma. Professora titular da UFF e coordenadora da pós-graduação em História, Política e Bens Culturais do CPDOC/FGV (Centro de Pesquisa e Documentação da Fundação Getulio Vargas), ela conversou com O GLOBO sobre a história da definição das atribuições do Estado no Brasil.

Miguel Conde

O GLOBO: Declarações de Dilma Rousseff e José Serra sugerem que a discussão sobre o tamanho e atribuições do Estado será recorrente na campanha presidencial. Num artigo recente, o historiador Daniel Aarão Reis propôs um enfoque mais amplo para essa questão, constatando o retorno na América Latina de uma tradição nacional-estatista, que parecia abandonada em favor de um ideário mais liberal.

Que tradição é essa?

ÂNGELA DE CASTRO GOMES: Não há exatamente uma tradição política nomeada como nacionalestatismo, mas essa noção pode ser usada para designar uma tradição de intervenção do Estado em certos assuntos, econômicos e sociais, nos quais o Estado de finais do século XIX e início do século XX não atuava. Embora o Estado liberal tampouco fosse um Estado ausente, como às vezes se diz, ele tinha restrições que são revistas a partir da crise de 1929 e da Segunda Guerra.
A partir daí se constroi um outro paradigma de ação do Estado, atuante em assuntos até então não tocados. O exemplo mais clássico é o da regulação do mercado de trabalho, com as leis ditas trabalhistas. Mas nem todos Estados que aumentam seu grau de intervenção aumentam da mesma maneira.

No caso do Brasil, o trabalho é uma área prioritária na construção dessa tradição política.

O nosso Estado intervencionista é um Estado que atua na área do mercado de trabalho. Nos Estados Unidos, por exemplo, não.

Quais são os modelos principais entre os vários diferentes dentro dessa linhagem?

ÂNGELA: Nos Estados Unidos, a quebra da bolsa de valores em 1929 desencadeia um intervencionismo mais econômico, keynesiano, em que o Estado faz grandes empreendimentos e cria empregos. Por outro lado, após a Segunda Guerra surge na Europa o Estado de bem-estar social, onde há patamares mínimos em relação à saúde, educação, previdência. O Brasil caminha nos dois sentidos. A intervenção do Estado na economia e nas políticas sociais marca nossa concepção de cidadania.

Existe alguma relação necessária entre autoritarismo e estatismo?

ÂNGELA: Todo tipo de liderança se apropriou dessa tradição.

Em Getúlio Vargas, que é um marco inicial, essas coisas caminham muito perto uma da outra. Já o governo JK não tem um projeto autoritário, embora trabalhe com essa tradição nacional-estatista, se apropriando dela e adequandoa às questões que estavam sendo eleitas politicamente como decisivas naquele momento.

No regime militar também há um Estado intervencionista, mas em outro modelo, e sem o elemento carismático de Getúlio ou Juscelino.

De que maneira o estatismo se liga à nossa concepção de cidadania, como a senhora disse?

ÂNGELA: Existe uma noção dos deveres do Estado que é informada por essa tradição.

Isso começa já nos períodos de 1930 e 1940, com o estabelecimento dos direitos do trabalho, o que gera por exemplo na década de 1950 mobilizações de trabalhadores rurais que também querem ser contemplados por essa regulação.

Mais recentemente, por exemplo, tivemos problemas com as chuvas. Os cidadãos brasileiros em nenhum momento duvidam que o Estado tem obrigação de atuar nesses casos. Isso que parece para a gente natural não é natural em outras culturas políticas. O exemplo americano quando do furacão Katrina mostrou isso. Se houvesse uma tragédia daquelas proporções no Brasil, seria inconcebível que o nosso governo federal reagisse como o governo americano reagiu.

É comum ouvir que a intervenção do Estado muitas vezes cria relações de dependência, mas a senhora destaca uma outra consequência, que é uma tradição de cobrança.

ÂNGELA: Essa forma de analisar a intervenção estatal é muito capenga e às vezes até maldosa. Não compartilho da ideia de que a população brasileiras e ja não participativa e não solidária . A nossa população é participativa politicamente, aprendeu a ser assim.

Até que ponto, em sua opinião, o governo Fernando Henrique Cardoso pôs em questão essa tradição? Houve uma mudança mais econômica, com as privatizações de empresas, ou também em outros setores?

ÂNGELA: Houve um questionamento amplo desse modelo.

No fim do governo Fernando Henrique havia uma proposta que havia sido votada já, mas não tramitou até o fim, que significaria uma diminuição muito grande de direitos do trabalho, pois valeria mais o contratado do que o legislado. E isso teria impactos muito grandes num certo patamar mínimo de direitos do trabalho.

Mas durante o governo FH também houve criação e ampliação de programas de amparo social. Haveria iniciativas contraditórias do ponto de vista dessa tradição?

ÂNGELA: Claro. O Estado é composto por elites e grupos políticos que muitas vezes defendem políticas conflitantes.

As iniciativas nem sempre combinam umas com as outras.

E hoje há um retorno a um modelo anterior de Estado?

ÂNGELA: A primeira década do século XXI, sobretudo o final da década, pôs em questão postulados de que o Estado não deveria atuar em certas áreas, mas não acho que se tenha voltado a um modelo de décadas atrás. Se na década de 1930 e 1940 se imaginava, sobretudo em países do tipo do Brasil, que o Estado devesse ter uma pauta de ação de X itens, hoje é muito mais discutível o tamanho desse X. E além disso mudou a percepção das formas como o Estado pode intervir. Hoje concorda-se que muita coisa pode ser feita em parceria com a sociedade, tanto com empresas privadas quanto com outro tipo de associação.

Há ONGs péssimas e outras muito boas que fazem coisas ótimas, e o Estado pode ser parceiro delas também. Isso abre as possibilidades para você imaginar a atuação do Estado.

O que um programa como o Bolsa Família cria de expectativas do cidadão na sua relação com o Estado?

ÂNGELA: De modo geral, cada vez mais determinado tipo de ausência do Estado é entendida como intolerável na nossa democracia. No caso do Bolsa Família, há uma crítica de que seria uma política mais paliativa do que transformadora.

Além disso, é certo que os níveis de desvio de dinheiro, para não falar de corrupção explícita, são coisas muito graves.

Mas é bom lembrar que há uma continuidade. O Bolsa Família surge do Bolsa Escola, implantado antes de o PT chegar ao poder. Projetos como esse se tornam tão importantes que os partidos podem até mudá-los, mas não simplesmente acabar com eles. E o que se vê é que em função de iniciativas como essa é que temos hoje um número muito maior de crianças na escola. Ainda temos trabalho infantil, mas certamente com programas como esse é mais fácil você convencer uma família muito pobre de que o filho dela tem que ir para a escola em vez de trabalhar. A família pode se acomodar, é verdade, mas muitas famílias não colocariam seus filhos na escola se não fosse por aquele rendimento.

Essas políticas são muitas vezes ambivalentes.

Entre o 'indutor' e o 'regulador'

Cientista política aponta diferenças e semelhanças entre os modelos de Estado propostos por Dilma e Serra

ENTREVISTA: Maria Celina D’Araújo

Autora de mais de 20 obras sobre governantes brasileiros, de Getúlio Vargas a Lula, a cientista política Maria Celina D’Araújo, professora da PUC-Rio, acredita que esta eleição coloca “de forma definitiva” a questão do tamanho e das funções do Estado. Segundo ela, enquanto Dilma Rousseff segue o modelo de Estado “indutor” adotado por Lula, com um viés desenvolvimentista que remete à Era Vargas, José Serra propõe uma articulação entre Estado, mercado e sociedade que valoriza agências reguladoras criadas por Fernando Henrique Cardoso. Já a candidatura de Marina Silva, avalia Maria Celina, debate o futuro do país não a partir de ideologias de Estado, mas de temas como meio ambiente e sustentabilidade.

Guilherme Freitas

O GLOBO: No atual estágio da campanha, é possível dizer se o papel do Estado será um tema central no debate eleitoral?

MARIA CELINA D‘ARAÚJO: Já está sendo. A campanha já trouxe para a agenda política nacional a questão do tamanho do Estado e das funções do Estado.
Este debate ficou nas entrelinhas nos últimos 15 anos, quando se deu mais na forma de uma troca de acusações entre governo e oposição. Agora volta como uma questão doutrinária, colocada de forma definitiva: qual é o papel do Estado? Qual deve ser o tamanho do estado? Quais são as funções do Estado? Isso fica claro na retomada que a campanha de Dilma faz da questão do Estado desenvolvimentista, um Estado que dirige a economia, planeja e faz investimentos diretos. Esse é o modelo econômico da Era Vargas, que a campanha dela tem trazido para o debate como uma necessidade. Esse modelo da Era Vargas — o modelo econômico, não o político — se esgotou na década de 1980, com a crise fiscal.

Um Estado desenvolvimentista significa um Estado com capacidade de investir, e desde os anos 1980 o Estado brasileiro investe muito pouco.

O aceno de Dilma em direção a um Estado desenvolvimentista seria questão de retórica?

MARIA CELINA: Sim. Mesmo no governo Lula, embora ele tenha feito uma defesa do Estado desenvolvimentista e criado várias estatais, as intervenções na dinâmica da economia foram pouco expressivas. Essa dinâmica está dada desde o governo Fernando Henrique por um modelo que não é estatizante. Desde os anos 1980, o Brasil vem abandonando um modelo estatizante, um modelo de mercado com alguma regulação, e isso não foi mudado no governo Lula.

A taxa de investimento do Estado hoje é muito baixa, porque ele não tem dinheiro para fazer grandes investimentos. Veja o caso da usina de Belo Monte: ela só pode ser feita através de um leilão. Isso é muito diferente de construir uma Itaipu, como o Estado fez nos anos 1970. Mesmo as obras do PAC, que são investimentos muito importantes em moradia e saneamento, por exemplo, não podem ser comparadas, em termos de escala, às obras promovidas pelo Estado nos anos 1950 e 1960.

Lula usa muito o termo “Estado indutor”, que Dilma adotou na campanha. Como esse discurso ecoa na sociedade?

MARIA CELINA: Isso também é Era Vargas: o Estado que induz, que aponta o caminho e vai à frente da sociedade. Ao defender o desenvolvimentismo, Dilma apresenta uma proposta ideológica de Estado grande e forte. Essa proposta tem uma ressonância nacional muito grande. A sociedade brasileira gosta de Estado. O Estado é visto como bom empregador, embora não como bom prestador de serviços. Mas é visto como bom empregador e bom empresário.

A sociedade brasileira sofreu com as privatizações, porque acredita que a empresa estatal é melhor que a empresa privada. Isso é uma característica nossa, há uma “Estadolatria” muito interessante, que perpassa vários setores da sociedade, das camadas populares às mais ricas, e várias ideologias, tanto de direita quanto de esquerda.

Há diferenças significativas entre os modelos de Estado propostos pelos candidatos?

MARIA CELINA: O discurso de defesa do Estado feito por Dilma é mais forte que o de Serra. Embora também tenha apreço pelo Estado e seja um social-democrata, Serra deve bater na tecla da articulação entre Estado, sociedade e mercado. Dilma bate na tecla do Estado mais forte, do Estado que “induz” sociedade e mercado. Isso no nível do discurso.

Na prática, há limites estruturais para uma política mais estatizante. Tanto há limites que o governo Lula não adotou uma política desse tipo. Teve oito anos para rever as privatizações, por exemplo, e não fez isso.

O discurso estatizante mais à esquerda tem esbarrado em soluções pragmáticas.

E quais seriam as características da visão de Estado defendida por Serra?

MARIA CELINA: Seria um Estado mais regulador, que faria a articulação com sociedade e mercado principalmente através de agências reguladoras. Essas agências também apontam uma diferença entre os dois projetos.

Elas foram criadas no governo Fernando Henrique, o PT foi contra, e o governo Lula devolveu aos ministérios boa parte do poder acumulado por elas. O Estado, na visão de Serra, teria mais agências reguladoras e menos inchaço nos ministérios.

Lula e Fernando Henrique colocaram em prática concepções distintas do papel do Estado?

MARIA CELINA: Quem mexeu efetivamente na arrumação econômica do Estado foi Fernando Henrique. Fez uma reforma do Estado, mexeu nas organizações econômicas estatais e pagou um preço por isso. Paga até hoje. As privatizações provocaram uma certa mágoa na sociedade brasileira em relação ao governo Fernando Henrique, que não conseguiu convencer a sociedade sobre a privatização de estatais como Vale e CSN, por exemplo, vistas como emblemas da soberania nacional. Lula não precisou correr um risco político tão grande. Não é que ele não quis fazer grandes mudanças econômicas.

Ele não precisou.

A questão da intervenção do Estado na sociedade através de programas de redistribuição de renda, como o Bolsa Família, também divide os candidatos?

MARIA CELINA: A questão das políticas sociais no Brasil começou a ser discutida há muito tempo. No governo Sarney já existiam programas de distribuição de tíquete para leite e cestas básicas, por exemplo. O Estado brasileiro começou a praticar políticas sociais há 25 anos e isso foi se aprimorando até chegarmos ao Bolsa Escola, de Fernando Henrique, e ao Bolsa Família, de Lula, que não distribuem mais tíquetes de alimentos, e sim recursos para que as pessoas façam suas próprias escolhas, o que é uma política muito mais moderna. Isso está sendo debatido há muito tempo e não se poder dizer que há tantas diferenças assim entre os candidatos ou que os programas podem ser descontinuados em caso de mudança de governo.

Eles podem até mudar de nome, mas vão continuar.

Como a candidatura de Marina Silva contribui para o debate sobre o papel do Estado nestas eleições?

MARIA CELINA: Marina é oxigênio novo na campanha, porque ela não discute o Estado, não traz para o debate esses temas tradicionais da política. A plataforma de Marina propõe que se pense o futuro do país não só em termos de ideologia, de haver mais Estado ou menos Estado, mas sim a partir de outras questões como meio ambiente, consumo, desenvolvimento sustentável. E essa plataforma terá que ser absorvida pelos outros candidatos e pela agenda do próximo presidente, independentemente do desempenho dela nas eleições.

Plano de Dilma sem radicalismos

Palocci e Pimentel são figuras centrais nos programas da ex-ministra

Diana Fernandes
BRASÍLIA

Entrevistas e discursos da ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff evidenciam sua tendência de, se eleita presidente da República, pôr em prática um programa ancorado no conceito do Estado forte, com importante papel regulador e focado em investimentos em infraestrutura.
Ao lado desses investimentos públicos em grandes empreendimentos, sua proposta prevê ações voltadas para as cidades, especialmente as regiões metropolitanas das grandes capitais. À frente do seu programa de governo para a área econômica estarão dois companheiros do PT que já ocuparam cargos de destaque: o paulista Antonio Palocci, exministro da Fazenda; e o mineiro Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte.

Médico, 49 anos, ex-prefeito de Ribeirão Preto (SP) e atualmente deputado federal, Antonio Palocci Filho foi o primeiro ministro da Fazenda do governo Lula. Apesar da inexperiência na área econômica, conquistou a confiança dos meios político e empresarial ao implementar medidas que levaram à queda da inflação, ao crescimento recorde das exportações e ao aumento do consumo. Saiu chamuscado do governo, em março de 2006, sob a denúncia de ter autorizado a quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Ele sofreu ainda outras acusações, mas nenhuma resultou em condenação.

Projeto para tranquilizar sociedade e empresariado

Agora ele faz parte do comando da campanha petista, com a responsabilidade de desenhar uma proposta que mantenha os pilares da atual política do governo Lula, mas afaste o radicalismo proposto pelo próprio PT, em seu Congresso Nacional de fevereiro, para que não paire dúvidas na sociedade e no empresariado, em especial: não há risco de retrocesso no modelo econômico hoje em vigor no Brasil.

Em relação às ações voltadas para as populações das periferias dos grandes centros, a précandidata Dilma contará com a colaboração do companheiro de partido e amigo Fernando Pimentel. Os dois se conheceram no início dos anos 1970, quando lutaram em grupos distintos contra a ditadura militar.

Pimentel, como Dilma, ficou preso três anos entre 1970 e 1973. Hoje, também é do comando da campanha de Dilma e terá grande influência na confecção do plano de governo.

Antes de chegar à prefeitura de Belo Horizonte como viceprefeito, em 2001, Fernando Pimentel, economista, 50 anos, foi secretário municipal da Fazenda entre 1993 e 1996, na gestão do também petista Patrus Ananias. Em abril de 2003, ele assumiu a prefeitura de BH no lugar do prefeito eleito Célio de Castro, que, doente, se aposentou.

Sua gestão foi marcada por grandes investimentos nas áreas urbana e social, com destaque para um programa de urbanização de vilas e favelas, o Vila Viva.

'Confraria' de Serra contra estatais

Grupo próximo ao candidato defende Estado 'ativo', mas não produtor

Sérgio Roxo - SÃO PAULO

Discutir economia é uma atividade constante na vida do précandidato do PSDB à Presidência, José Serra. O tucano conta com um grupo de especialistas que são consultados para debater ideias, novos estudos e medidas para a área.

A “confraria econômica” do exgovernador de São Paulo é dominada por técnicos que trabalharam no Banco Econômico de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e professores da Unicamp, onde Serra deu aula no final dos anos 70 e início dos 80.

As conversas se dão por email ou em almoços. Muita vezes, o tucano pede aos economistas de sua confiança levantamentos sobre determinado tema. Também avalia sugestões apresentadas por eles.

Mas em certas ocasiões “espinafra logo de cara” e encerra discussões de assuntos que considera “bobagens”, conta um integrante da “confraria”.

Contemporâneo de Serra na Unicamp, Luiz Gonzaga Belluzzo, de 67 anos, faz parte do grupo de economistas ouvidos pelo pré-candidato. Classificado como desenvolvimentista clássico, Belluzo foi secretário de política econômica do Ministério da Fazenda no governo Sarney (19851990) e também tem boa relação com o presidente Lula, chegando a ser consultado antes do anúncio de medidas econômicas importantes durante o governo petista.

Dar condições para o crescimento das empresas

Também professor da Unicamp, mas de uma outra geração, Geraldo Biasoto Jr., de 48 anos, é hoje um dos economistas mais próximos do pré-candidato do PSDB. Diretor-executivo da Fundação do Desenvolvimento Administrativo do Estado de São Paulo (Fundap), deve ter papel importante na formulação do programa de governo tanto na área macroeconômica como nas propostas de desenvolvimento social.

Biasoto Jr. defende um Estado “ativo e presente” na gestão da economia, mas não vê necessidade de criação de estatais para promoção do desenvolvimento, por exemplo: mdash; A flexibilidade exigida hoje em dia não permite.

O economista afirma que cabe ao Estado reconhecer as potencialidades de cada setor e viabilizar as condições para que as empresas possam se desenvolver.

Biasoto Jr. conheceu Serra, em 1998, por meio de um outro economista que faz parte da “confraria”: José Roberto Afonso, que trabalhou no BNDES. O tucano era senador na época.

Também oriundo do banco, o deputado federal Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB-ES) é outro economista que costuma ser ouvido pelo ex-governador.

Coordenador do programa de governo de Serra na campanha presidencial de 2002, ele concorda que o governo não precisa de novas estatais: — O debate sobre a participação estatal foi resolvido há 25 anos no país.

Saudações históricas,


Fabrício Augusto Souza Gomes

sexta-feira, 16 de abril de 2010

 
O GEPHOM – Grupo de Estudo e Pesquisa em História Oral e Memória da Universidade de São Paulo convida professores, pesquisadores e estudantes para a submissão de resumos para o 1º Simpósio de História Oral e Memória: Memória da Zona Leste de São Paulo, que acontecerá nos dias 22 e 23 de junho de 2010, na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP.
Serão avaliados os resumos sobre temas afins aos dois eixos temáticos do simpósio, remetidos até o dia:
Eixo temático "História e memória da Zona Leste de São Paulo":
Movimentos sociais, história e política na Zona Leste de São Paulo.
Movimentos migratórios em São Paulo e na Zona Leste.
Patrimônio, memória, história e urbanização de bairros, de cidades e da Zona Leste de São Paulo.
Eixo temático "História oral, memória e fontes de pesquisa":
Fontes orais: métodos de pesquisa e análise.
Memória, identidade e cultura.
História oral e história local.
Instruções para a apresentação de propostas
Os interessados deverão enviar seus resumos, impreterivelmente até 05 de abril de 2010 [prorrogado para 12 de abril de 2010], para o e-mail gephom@gmail.com. Eles deverão conter de 400 a 500 palavras, incluindo, de forma não-esquemática: a) justificativa; b) objetivos; c) marco teórico; d) metodologia; e) resultados. Formatação: arquivo em word (.doc) 2003; Times New Roman; Tamanho: 11; Espaçamento: simples. Pede-se anexar uma nota biográfica resumida (máximo 4 linhas). O resultado da avaliação será divulgado a partir do dia 15 de abril de 2010, por e-mail e pelo website http://each.uspnet.usp.br/gephom/. Professores, pesquisadores e estudantes de pós-graduação com trabalhos aceitos serão alocados em sessões temáticas; estudantes de graduação participarão de sessões de comunicação de pesquisa.
Critérios de avaliação
· Os trabalhos serão avaliados pela Comissão de Avaliação, presidida pela coordenação do evento;
· Somente serão avaliados os trabalhos explicitamente referentes à temática do evento e que estiverem de acordo com as normas de prazo e formatação;
· Não será permitida a substituição de arquivo do resumo nem do texto completo.
Certificados
Serão emitidos pela organização do evento aos participantes que apresentarem trabalho e aos ouvintes que comparecerem a pelo menos 85% da programação.
Taxas de inscrição
- Ouvintes: até 30 de abril de 2010: R$ 10,00
após essa data: R$ 20,00
- Apresentadores de trabalho:
estudantes de graduação: R$ 20,00
estudantes de pós-graduação: R$ 50,00
Professores e pesquisadores: R$ 60,00
A taxa de inscrição dará direito à participação em todas as atividades do evento, aos cadernos de resumos e à emissão de certificado (conforme normas acima).
As inscrições para ouvintes já estão abertas.
Maiores informações:
GEPHOM – Grupo de Estudo e Pesquisa em História Oral e Memória
http://each.uspnet.usp.br/gephom/
gephom@gmail.com

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Atividade nos últimos dias:
        **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

                                                                                                        Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
     
    Visite o Blog do nosso Grupo:http://www.grupohistoriadobrasil.blogspot.com

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    No próximo sábado, 17/04, às 9h05 da manhã, o cantor e compositor
    Dorival Caymmi vai ser o homenageado do quadro "Alguém muito especial",
    no programa "Onde canta o sabiá", apresentado por Gerdal dos Santos, na
    Rádio Nacional do Rio de Janeiro 1130 AM.
    Quem não mora no Rio de Janeiro pode ouvir a rádio pela Internet no
    endereço:
    http://www.ebc.com.br/canais/radios/radio-nacional-am-rio-de-janeiro
    É só clicar em "Ao vivo".
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      terça-feira, 13 de abril de 2010

       
      Convite para apresentação de trabalho no Simpósio Temático
      Coordenação: Cezar Honorato (PPGH-UFF e PPGSS-UERJ)
      Estão abertas as inscrições para apresentação de trabalhos no XIV Encontro Regional de História – ANPUH-Rio "Memória e Patrimônio", a realizar-se entre os dias 19 e 23 de julho de 2010 na UNIRIO.

      Inscrição para apresentação de trabalhos: até o dia 07/05/2010 no site
      http://www.rj.anpuh.org/

      Simpósio História e Urbanização: rediscutindo o espaço urbano


      Resumo O Simpósio Temático História e Urbanização: rediscutindo o espaço urbano pretende ser um local de discussão sobre o espaço urbano. Com o objetivo de refletir sobre questões teóricas e metodológicas referentes à questão urbana, retomando a produção historiográfica do final dos anos 1980, este Simpósio convida pesquisadores a revisitar o tema considerando a cidade como parte da equação na construção do conhecimento.
      Pretende-se abrir espaço para que se discuta a cidade como elemento constituinte da identidade, refletindo sobre seus usos e suas transformações e permanências.  Aqui, a relação cidade e cotidiano é de grande importância. Perceber a cidade como o espaço onde a vida é vivida – onde a repetição, a reprodução de valores as mudanças ocorrem – mostra que a cidade se transforma constantemente. Assim, a cidade está imbuída de permanência e mudança, refletindo a capacidade da sociedade de adotar novas soluções e usos diferentes do espaço, onde a cidade criativa emerge do cotidiano.
      Partindo da constatação de que os diferentes grupos sociais que compõem o Rio de Janeiro no início do século XX formavam espaços onde reproduziam seus territórios de origem – tal como ocorreu na Praça XI – perceber as redes de sociabilidade refletidas no espaço da cidade constitui uma análise importante para a compreensão do processo de constituição do território urbano do Rio de Janeiro ao longo dos últimos cem anos.
       Trata-se de entender o território a partir de sua dimensão humanizada, pois o mesmo está relacionado com a existência humana, sendo esta escrita no tempo e no espaço. Assim, percebe-se a cidade como fruto da relação que os indivíduos constroem entre si num determinado tempo e espaço. Aqui o espaço urbano será constituído de um território, de relações sociais e de um tempo preciso, cuja dinâmica e contradições serão objetos de análise.
      Propõe-se com este Simpósio refletir como as relações entre território, relações sociais e tempo se apresentam na elaboração da infra-estrutura urbana e como se refletem nas contradições sociais oriundas deste processo. Estas reflexões também permitem a discussão sobre os principais desafios sociais vivenciados na atualidade, com ênfase nas questões da favelização, violência, transporte e saúde.







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        Caros colegas,

        Estão abertas até o próximo dia 23 de abril as inscrições de comunicações para apresentação nos Simpósios Temáticos que comporão a programação do 3º Encontro Internacional de História Colonial, a ser realizado entre 4 e 7 de setembro deste ano no campus da Universidade Federal de Pernambuco, em Recife.
        Para maiores informações sobre os STs, normas de formatação dos trabalhos, pagamento de inscrições, programação de conferências e mesas-redondas, acessem o sítio eletrônico do evento na URL http://www.eihc2010.com.br/


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        Att,
        Comissão Organizadora
        3º Encontro Internacional de História Colonial
        "Cultura, Poderes e Sociabilidades no Mundo Atlântico (séculos XV a XVIII)"




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