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terça-feira, 18 de agosto de 2015

Arqueologia de um pedaço do Brasil

sexta-feira, 19 de novembro de 2010


Arqueologia de um pedaço do Brasil

Recôncavo da Baía de Guanabara tem sítios arqueológicos de até 4 mil anos. Escavações encontraram cachimbos que podem ter resíduos de Cannabis


Exagerando um pouco, conhecer o passado da área em torno da Baía de Guanabara é conhecer um pouco de toda a História do Brasil, tamanha a referência a cada período histórico brasileiro. Na Vila Santo Antônio de Sá, hoje Itaboraí, considerada a primeira vila do Recôncavo da Baía de Guanabara, os sítios arqueológicos são tão ricos que é possível encontrar registro de populações até de antes de Cristo.

“Estamos estudando essa área desde o início da ocupação até hoje”, diz a antropóloga Madu Gaspar, que organiza o projeto, e explicou, cuidadosamente, todo o processo. 

“Há registro de populações com 4 mil anos, que construíam sambaquis. Em seguida, essa área foi invadida por tupis, ceramistas, até a chegada dos portugueses. Os tupis, que vieram da Amazônia, expulsaram os sambaqueiros, ou os eliminaram com guerras. Todo o território ficou com os grupos ceramistas. Então, se deu a colonização portuguesa. Nessa área, os primeiros europeus usavam a região como celeiro do Rio, retirando os recursos naturais como lenha e madeira para construção, além fazer plantações de alimentos.”


A antropóloga, de 56 anos, conta que a região foi o seu primeiro trabalho de campo, em 1976. Ela diz que, por conta da construção do pólo petroquímico da região, a região ficou mais segura e ela pôde voltar a estudar a região.

“Esses produtos da época colonial eram transportados pelos rios da região até a Praça XV. Há várias representações de Debret mostrando os escravos desembarcando com lenha, por exemplo.”


Açúcar, mandioca e até maconha

A região, muito por conta das plantações de açúcar e mandioca, era densamente ocupada por africanos e descendentes. Por conta disso, hoje, são encontrados vasilhas, cerâmicas e quase 200 cachimbos com símbolos de tribos da África.



“Já se sabia que era um hábito dos africanos fumar. Os historiadores que estudam o período tinham interesse em saber que tipo de material era carburado. Sabia-se que era um fumo mais forte”, conta a arqueóloga, explicando que, para descobrir o seu conteúdo, foi feito uma pesquisa pioneira. “Em um dos cachimbos há indícios que seria carburado Cannabis [gênero de plantas comumente conhecida como maconha]. Ainda é preciso confirmar, mas é muito provável. Até a dimensão dos cachimbos já sugeria isso.”

Madu Gaspar contou que, para chegar a esses resultados, foram necessários quase dois anos de trabalho de campo. Em um primeiro momento, os arqueólogos investigaram o terreno em uma metodologia de amostragem sistemática, em intervalos de 50 em 50 metros. Foi possível identificar 45 sítios, sobre as diversas ocupações que a região presenciou.

“Os restos africanos tem baixa visibilidade. Só pesquisa sistemática consegue encontrar.”

Mas, afirma ela, o resultado é compensador, como o encontro dos vestígios das primeiras olarias em Itaboraí, região onde até hoje é comum o trabalho.

“Chegamos a encontrar uma porção de barro amassado em que aparece a mão do artesão”, conta empolgada. Ela também cita as fôrmas de pão-de-açúcar, que são vasilhas de cerâmicas onde se purgava o açúcar e que lembram o famoso ponto turístico.


Exposição

Para exibir todos esses achados, a arqueóloga está organizando uma exposição no Museu Nacional, em São Cristóvão, Zona Norte do Rio, chamada “Arqueologia do Recôncavo da Baía de Guanabara”.

“Os arqueólogos trabalham com material brasileiro. Eles têm que dar retorno à sociedade. Faz parte de nossa História.”
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Arquivos, verdade, justiça e reparação

PUBLICAÇÃO DO ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO



                     Periódico do APESP abrechamada para envio de artigos sobre o tema

“Arquivos, verdade, justiça e reparação”.




A nova Revista do Arquivo pretende explorar, como tema central, o papel dos arquivos na luta de organizações civis e governamentais pela restauração da verdade, em sua complexidade, promoção da justiça e reparação dos danos causados pela repressão do Estado durante a ditadura civil-militar inaugurada em 1964.

Em 2014 e 2015, foram produzidos relatórios de várias comissões e subcomissões instaladas em instituições diversas que trouxeram à tona fatos ainda obscuros do período do regime militar. Em que medida os arquivos, públicos e privados, foram acessados por aqueles que buscavam evidências e provas sobre crimes cometidos pelo Estado durante o período de governos militares? Quais as dificuldades encontradas pelos pesquisadores nos ambientes de guarda de documentos? Em que medida a Lei 12.527/2011, chamada de Lei de acesso à informação, ajudou no processo de restituição da verdade? Qual o poder de promoção de acesso à informação pelo Estado diante do quadro de desestruturação crônica dos arquivos públicos no Brasil? Como são processadas as informações extraídas de documentos e depoimentos? Arquivos desaparecidos, autenticidade da informação: que tipo de “verdade” se espera que revelada pelos documentos públicos? O que os relatórios de Comissões da Verdade revelam sobre os arquivos no Brasil?

Essas são apenas algumas questões que levantamos para instigar a escrita de artigos para a seção Dossiê Temático desta edição especial da Revista do Arquivo Público do Estado de São Paulo, que serão ambientadas em temas que abrangem o período do regime militar mais recente do Brasil.

Pedimos que os trabalhos sejam enviados até dia 15/10/2015 para o e-mail historica@arquivoestado.sp.gov.br, observando-se as normas estabelecidas para esta publicação, que podem ser acessadas com um clique aqui. A previsão de lançamento dessa edição especial é no mês de novembro próximo.

Para saber mais sobre o projeto da nova Revista, ver editorial da Revista Histórica, nº 63, de abril de 2015, clicando aqui.

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sábado, 15 de agosto de 2015

Reconstruindo a memória dos Anos de Chumbo

Aline Salgado

Conflitos no campo, políticas públicas contra a violação 
dos direitos humanos e a estrutura repressiva do estado foram
alguns dos temas do seminário
 (Foto: Acervo/Arquivo Nacional)
FONTE: AGÊNCIA FAPERJ Sob o olhar atento de uma plateia de cerca de 70 pessoas, formada por pesquisadores, estudantes, ex-militares, sindicalistas e militantes políticos perseguidos durante o regime militar (1964-1985), foram apresentados, nesta terça (11/8) e quarta-feira, no Arquivo Nacional, os resultados preliminares dos projetos de 15 pesquisadores que subsidiaram os trabalhos da Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro (CEV-Rio). Desses, sete foram contemplados no edital Apoio ao Estudo de Temas Relacionados ao Direito à Memória, à Verdade e à Justiça relativas a violações de Direitos Humanos, lançado pela FAPERJ em outubro de 2013. Em comum, as pesquisas buscam dar voz às memórias esquecidas e apagadas pela repressão durante os “Anos de Chumbo”.
 “Alguns desses grupos que se integram a nós e que foram financiados pela FAPERJ pesquisaram documentos e testemunhos, como, por exemplo, com depoimentos produzidos no âmbito da Comissão de Reparação do Estado do Rio. Logo, não é apenas uma colaboração teórica mais afinada que esses grupos dão à Comissão Estadual da Verdade, mas também uma colaboração mais ampla do ponto de vista empírico”, avaliou a presidente da CEV-Rio, Rosa Cardoso. 
A abertura do seminário trouxe revelações sobre os conflitos por terra e a repressão nas áreas rurais do Rio de Janeiro, com enfoque na Região Metropolitana, nos municípios de Duque de Caxias e Nova Iguaçu; na Costa Verde, em Angra dos Reis e Paraty; e na Região Serrana, especialmente Cachoeiras de Macacu. Estudo coordenado pela professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CPDA/UFRRJ), Leonilde Medeiros, o projeto “Conflitos por terra e repressão no campo no Estado do Rio de Janeiro” utilizou depoimentos coletados ainda nos anos de 1980, pela própria Leonilde, junto à Comissão Camponesa da Verdade.
“O medo por parte dos militares da criação de um foco de resistência por meio da guerrilha rural levou à repressão direta de trabalhadores rurais em zonas de disputa por terra”, contou a pesquisadora.  “O confronto não era só com o tradicional latifundiário e, sim, com os interesses da especulação imobiliária, do turismo, dos usineiros e até de famílias de políticos: todos se beneficiaram, e muito, da omissão do estado. A ditadura trouxe muitas cicatrizes para o pessoal do campo”, acrescentou Leonilde, salientando que a repressão no campo começou logo que o golpe militar foi instituído, já no dia 1º de abril de 1964.“Entram na casa, chutam a porta, reviram armários, perguntam onde estão armas, espetam o colchão com baioneta. Era essa a rotina dos militares junto aos camponeses. E se houvesse a desconfiança de que havia lideranças, esses trabalhadores eram torturados na frente dos filhos. Foi uma brutalidade enorme e que só conseguimos descobrir por meio dos depoimentos”, relembrou a professora, durante sua exposição no seminário. 
Abriram o seminário, Leonilde Medeiros da UFRRJ, a presidente da
CEV-Rio, Rosa Cardoso, Dulce Pandolfi e Ângela Moreira, ambas do
CPDOC, e Jean Sales Rodrigues, do IFCS/UFRJ
 (Foto: Divulgação/AN)      
Especializado na História do Tempo Presente, onde a História Oral tem sua grande força, o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC/FGV) também vem contribuindo para a reconstrução da memória do período militar. Por meio do projeto “Arqueologia da reconciliação: formulação, aplicação e recepção de políticas públicas relativas à violação de direitos humanos durante a ditadura militar”, as pesquisadoras Ângela Moreira e Dulce Pandolfi  estão coletando depoimentos de personagens, cujas histórias de vida e lutas, ligam-se à temática dos direitos humanos, para a constituição de um arquivo oral. “O nosso foco, de um lado, foi entrevistar agentes que estavam vinculados diretamente à elaboração de uma legislação ligada aos direitos humanos, como ex-secretários da pasta, e, de outro, representantes de movimentos e organizações da sociedade civil, vítimas ou familiares de desaparecidos políticos”, explica Dulce.
O roteiro das entrevistas teve como base a discussão de alguns marcos legais criados a partir de 1979, como a Lei de Anistia, a Lei dos Mortos e Desaparecidos, os Planos Nacionais de Direitos Humanos e as Comissões da Verdade. Até o momento, 16 pessoas já foram ouvidas, somando quase 100 horas de gravações. Entre os entrevistados, estão Cecília Coimbra, Victória Grabois, Maria Amélia Telles, Ana Miller, Suzana Lisboa e Milton Leon Duarte. “O debate sobre o que é a reconciliação foi bastante estimulado. Reconciliar o que, como e quando? Suzana Lisboa começa bem o seu depoimento com a afirmação de que ‘reconciliação, só com Justiça’”, relembrou Dulce. Segundo as pesquisadoras, os depoimentos se ligam entre si na percepção da morosidade para a construção dos pilares dos direitos humanos no País.
“O preço alto que se paga para ter justiça é recorrente nos depoimentos. Embora o Estado tenha criado comissões, coube à sociedade civil arrombar a porta para se chegar aonde chegou”, afirmaram as pesquisadoras do CPDOC.
O aparelho de repressão do Estado e o perfil de suas vítimas é o objeto de estudo do grupo integrado pelo pesquisador do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IFCS/UFRJ), Jean Sales Rodrigues. Por meio da pesquisa “O testemunho como janela: o perfil dos atingidos e a estrutura repressiva do estado ditatorial no Rio de Janeiro a partir de testemunhos dados à comissão de reparação do Estado do Rio de Janeiro”, os pesquisadores descobriram que as mulheres foram as mais violentadas pela repressão. “Proporcionalmente, a tortura parece ter sido mais intensa com as mulheres”, contou Rodrigues.
Pesquisadores do IFCS/UFRJ analisaram mais de mil processos
de pedidos de reparação de militantes políticos (Foto: Acervo/AN)

Outra descoberta dos pesquisadores se relaciona à intensidade das ações de resistência ao regime e, consequentemente, ao aumento das prisões de militantes políticos e pessoas contrárias à ditadura nos anos de 1970. “Os dados reforçam, novamente, a tese de que não vivemos a chamada ‘Ditabranda’ e que a década de 70 não é um período de vazio na militância”, observa o pesquisador.


Por meio da análise de 1.129 processos de pedidos de reparação, encaminhados à comissão a partir de 2010, e que contam com pareceres já finalizados, o grupo de pesquisa do IFCS/UFRJ identificou também que a participação dos movimentos sindical, operário e camponês na militância contra o regime foi equivalente à atuação do movimento estudantil, da luta armada institucionalizada e do movimento religioso. “A luta dos trabalhadores contra o regime também foi intensa e os dados compilados revelam isso”, salientou Rodrigues.



Na quarta-feira, segundo dia de seminário, as discussões se concentraram na amplificação do entendimento do que foi a Ditadura Militar e dos temas que se tornaram permanentes ao regime, como os preconceitos com a questão da homossexualidade, do negro e da favela. Algumas das oito pesquisas apresentadas no segundo dia também são apoiadas pela FAPERJ, por meio de editais específicos. “Durante o período militar, os preconceitos se tornaram mais visíveis e foram demostradas de forma mais violenta, tanto que, passada a ditadura, há a permanência dessa tradição”, resume Rosa Cardoso.


Entre os projetos que têm essas temáticas como foco, destacam-se os do doutorando em Relações Internacionais pela Universidade de São Paulo (USP), Renan Quinalha, ­– “Ditadura e Homossexualidade no Estado do Rio de Janeiro”–; da professora e pesquisadora do Núcleo de Estudos Constitucionais do Departamento de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Thula Pires, – “Colorindo memórias e redefinindo olhares: Ditadura Militar e Racismo no Rio de Janeiro” –; e do professor do Instituto Nacional de Educação dos Surdos e doutorando no Programa de Pós-Graduação em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Marco Pestana, com a arquiteta e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em História pela UFF, Juliana Oakim – “A  ditadura nas favelas do Rio de Janeiro”.


Para a presidente da CEV-Rio, Rosa Cardoso, essas pesquisas trazem para o País um novo olhar sobre o que foi a Ditadura Militar. E, especialmente, a visão de que a luta contra o regime de exceção englobou diversas camadas da população. “Sempre se falou da Ditadura como um confronto da população acuada pelo medo e pela censura, e de uma luta armada. Mas os relatórios da Comissão da Verdade mostram que a insurgência contra o regime foi muito mais ampla e acaba com a falsa ideia de que tivemos uma ‘Ditabranda’ no Brasil. A luta contra A Ditadura foi muito mais abrangente e atingiu muito mais cidadãos”, avaliou Rosa.

       Presidente da CEV-Rio, Rosa Cardoso antecipou
que o relatório final da comissão será apresentado 
em dezembro (Foto: Divulgação/AN)         
À luz do que já está sendo pleiteado pela Comissão Nacional da Verdade, a comissão estadual luta para que seja criado um órgão de segmento, depois do encerramento oficial das atividades, previsto para o dia 13 de novembro. A divulgação do relatório final está prevista para dezembro. “A intenção é que essas pesquisas não se encerrem. Há muitas questões ainda a serem reveladas e descobertas. Estamos no meio do processo de ‘Justiça de Transição’, que entre os pilares está o direito à memória”, acrescentou Rosa. 
Para presidente da CEV-Rio, o principal ponto a ainda se avançar é a judicialização das responsabilidades e autorias de crimes contra os direitos humanos, revelados pelas comissões da verdade. “Nosso processo de ‘Justiça de Transição’ não está esgotado. Ele está em pleno curso”, afirmou.
Acerco da CNV já está disponível ao público no Arquivo Nacional
Desde julho, o Arquivo Nacional ganhou a guarda permanente do acervo documental e de multimídia resultante das atividades da Comissão Nacional da Verdade (CNV), que investigou, entre maio de 2012 e dezembro de 2014, as violações de direitos humanos cometidas durante a Ditadura Militar. O acervo reúne documentos, testemunhos de vítimas e familiares, depoimentos de agentes da repressão política, 47 mil fotografias, vídeos de audiências públicas, diligências e depoimentos, laudos periciais, croquis e plantas de instalações militares, livros, entre outros. Também há documentos de comissões da verdade estaduais, municipais e setoriais, arquivos de familiares de vítimas da repressão e documentos oriundos da cooperação com governos de países como Argentina, Alemanha, Chile, Estados Unidos e Uruguai.
Segundo o Arquivo Nacional, a instituição já iniciou as atividades de tratamento técnico do primeiro lote de documentos, recebido em 14 de julho. A partir da semana que vem será, gradualmente, disponibilizado o acesso à consulta dos documentos do acervo da CNV, no Sistema de informações do Arquivo Nacional – SIAN: http://www.an.gov.br/sian. Durante o processamento técnico, em fase de realização pelo Arquivo Nacional, o público poderá acessar parte significa do acervo produzido pela CNV no www.cnv.gov.br.
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quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Correio IMS (Site de Correspondências do Instituto Moreira Salles) torna disponível cem cartas de 85 personalidades.


 Correio IMS (Site de Correspondências do Instituto Moreira Salles) torna disponível cem cartas de 85 personalidades.
   http://www.correioims.com.br/

Não se nega que correspondência postal virou coisa do passado, mas muitas das cartas que uma vez chegaram a mãos trêmulas, descontroladas pelos sentimentos mais diversos, atraem leitores de todo o mundo graças a edições em livros ou, modernamente, em diferentes mídias. Seja pelo vigor de uma emoção expressa em palavras comuns, seja pelo valor literário ou por seu conteúdo histórico, as cartas ajudam a compor a identidade de um povo e podem se revelar notáveis se escritas por um humilde soldado ou por um alto pensador.
No Brasil, ganharam também forma de crônica (Paulo Mendes Campos produziu várias) ou letra de música, como fizeram Noel Rosa e Chico Buarque. De uma maneira ou de outra, conservam o caráter de intimidade que o ato da publicação não destrói nem mesmo na carta aberta, de modo geral portadora de uma voz pessoal eloquente.
Por serem íntimas, costumam surpreender quando vêm a público, e, por exibir traços insuspeitados de seus autores, não podem ser sonegadas à história de um país. Sem divulgá-las, como saberíamos facilmente que o sóbrio jurista Rui Barbosa escreveu cartas tão apaixonadas à sua querida Maria Augusta? Que não bastou a Lucio Costa o talento de arquiteto, e ele também brilhou em extraordinárias descrições epistolares de cidades europeias? Que o pai de Nelson Freire, farmacêutico, se preocupou em registrar para a posteridade o momento em que mudou a vida da família para acompanhar o filho, ainda menino e já pianista? Que Tom Jobim tremeu nas bases diante da vaia de Sabiá e precisou do ombro de Chico Buarque? Que d. Amélia de Leuchtenberg, madrasta de d. Pedro II, foi capaz de expressar genuíno sentimento materno? Que amizade, para Otto Lara Resende, era assunto seriíssimo, tão sério que, com frequência, se converteu em tema de carta, reflexões e até mesmo de ciúmes?
Guardião de milhares de cartas em seu acervo de Literatura, o Instituto Moreira Salles não podia se furtar a percorrer a história cultural do país por meio das correspondências, pinçadas não só de seu acervo como de outros, disponibilizadas neste Correio IMS.
Nossa intenção é tornar a leitura acessível. Para tanto: a) indicamos sempre a fonte de publicação no rodapé; b) atualizamos a ortografia; c) assinalamos com nota do site (N.S.:) as intervenções no documento feitas pela edição do correio IMS e mantivemos as notas da edição-base indicando-as como nota da edição (N.E.:) ou nota do autor (N.A.:); d) adotamos colchetes nos cabeçalhos das cartas para indicar que um local ou data não constam do documento original e, como resultado de pesquisa, foram atribuídos por nós.
http://www.correioims.com.br/ - Elvia Bezerra / Coordenadora de Literatura do Instituto Moreira Salles
          
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sábado, 8 de agosto de 2015

MEC vai investir em projeto de resgate e registro da história do Brasil

FONTE: Por Mariana Tokarnia Edição: Jorge Wamburg Fonte: Agência Brasil

O Ministério da Educação (MEC) vai financiar pelo menos 20 biografias de pessoas e grupos que influenciaram a história do Brasil e pesquisas sobre conflitos sociais. Em conjunto com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a pasta lançou hoje (29) dois editais que destinarão até R$ 300 mil por projeto, que poderão ser usados nas escolas.

Os editais são voltados para pesquisadores e grupos de pesquisa de instituições de educação superior e institutos de pesquisa brasileiros, públicos e particulares, que tenham mestrado ou doutorado recomendados pela Capes. As inscrições poderão ser feitas até o dia 28 de outubro.
"Essa é uma iniciativa que a Capes adota: induzir programas de pós-graduação a fazer pesquisas em áreas de ponta. Essas pesquisas já cobriram muitas áreas, áreas científicas, tecnológicas, de inovação, e continuarão cobrindo. Mas é importante que cubram também áreas que tem a ver com o desenvolvimento do Brasil", disse o ministro da Educação, Renato Janine.
Segundo o ministro, os editais destinarão às pesquisas um total de R$ 5 milhões, que começarão a ser pagos no ano que vem. "Vivemos um momento difícil da economia brasileira, momento que temos que fazer o máximo com recursos que se tornaram menores do que desejávamos. Neste momento estamos dando um sinal, pela Capes e pelo MEC, de que é possível fazer propostas boas", acrescentou.
O edital sobre biografias é voltado para pesquisas sobre pessoas ou grupos que tenham influenciado a história do Brasil republicano, a partir de 1889. Já o edital sobre conflitos históricos vai incentivar a produção de livros que enfoquem revoltas, rebeliões populares, lutas armadas, manifestações populares, entre outros conflitos, também a partir de 1889.
As pesquisas serão publicadas em livros, que poderão ser usados nas escolas.
"Os nossos livros para o ensino fundamental e médio têm que estar sempre alinhados com o que houver de melhor de pesquisa nas áreas. Estão se estamos fazendo história do Brasil, tudo que se descobre de história do Brasil agora tem que entrar no que uma criança um adolescente venha a saber", disse Janine.
Os editais estão disponíveis na página da Capes.

O Rio de Janeiro do João do Rio


Fonte: FAPERJ - Danielle Kiffer
Paulo Barreto, mais conhecido como João do
Rio, 
retratou em seus textos a essência da vida
carioca 
(Fonte: Biblioteca Nacional) 
Desde a virada do século XIX para o XX, o Rio de Janeiro – à época capital do Brasil – passou por diversas mudanças. Com a expectativa de transformar a cidade de um lugar insalubre em um modelo europeu, especialmente o parisiense, o prefeito Pereira Passos promoveu grandes obras entre 1902 e 1906. Ao mesmo tempo em que se erguiam prédios de arquitetura sofisticada, a população menos abastada era colocada à margem, afastada para a periferia da cidade. Em meio a essas mudanças, o escritor e jornalista Paulo Barreto, que se assinava João do Rio, observava e descrevia a cidade em suas crônicas e contos, com uma visão apaixonada, crítica e irônica.
É sob esse olhar que a história do Rio de Janeiro é contada no e-book João do Rio e o Carnaval: Um olhar para a cidade do Rio de Janeiro no século XX, coordenado pela historiadora Jacqueline de Cassia Pinheiro Lima, Jovem Cientista do Nosso Estado, da FAPERJ, e professora de pesquisa e pós-graduação em Humanidades, Culturas e Artes da Universidade do Grande Rio (Unigranrio). “João do Rio brilhou como poucos em seu tempo, muito em virtude de sua atenta observação da sociedade, de um olhar quase etnológico, buscando a essência da vida carioca, representado-a em seus textos. E esta característica foi indubitavelmente um elemento crucial para sua formação como cronista do cotidiano, bem como de seu reconhecido apreço pela alegria, pelo belo, pelo prazer, muito bem representado em suas crônicas sobre o carnaval”, conta Jacqueline. O projeto, que recebeu subsídios do programa de Apoio a Projetos de Pesquisa na Área de Humanidades, da FAPERJ, está disponível on-line, no endereço:http://w2.portais.atrio.scire.net.br/unigranrio-ppglch/index.php/pt/avisos/122-joao-do-rio-e-o-carnaval-um-olhar-para-a-cidade-do-rio-de-janeiro-no-inicio-do-seculo-xx.
Avenida Rio Branco à época de João do Rio, em 1909: À esq., vê-se a 
Praça Floriano Peixoto e o Theatro Municipal do Rio de Janeiro; 
à dir., a Escola Nacional de Belas Artes. (Foto: Marc Ferrez) 
Trabalho de caráter interdisciplinar, o e-book contou com a colaboração de professores de educação, linguistas e historiadores, e reuniu textos que descrevem a realidade social à época de Pereira Passos; o cenário da região da Avenida Central e seu conjunto arquitetônico monumental, que tanto marcou a reforma urbana do início do século XX, com destaque para a construção do Teatro Municipal. O trabalho traz ainda uma biografia de João do Rio e mostra como o autor incorporou o carnaval em seus escritos sobre o cotidiano carioca. "Entendendo o carnaval como a inversão proposital de estilos e papéis sociais, João do Rio se apresentava não como um carnavalesco, mas como uma espécie de personificação do próprio carnaval, com um posicionamento diferente de outros cronistas da ocasião, como por exemplo, Lima Barreto, e por criticar hábitos e costumes, em especial, das classes dominantes cariocas. Além disso, ele sempre chamava a atenção por suas roupas elegantes e um tanto extravagantes", explica Idemburgo Frazão, professor da Unigranrio, que também fez parte do projeto. 
“Esse trabalho foi desenvolvido, principalmente, para que alunos de graduação e do ensino médio possam estudar uma fase da história do Rio de Janeiro que costuma ser pouco explorada nos currículos escolares. E possam ver esse período sob a ótica de um escritor que, em alguns de seus contos, mostrou a cidade sob o viés do carnaval, como é o caso do conto O bebê de tarlatana rosa”, diz Jacqueline, que complementa: “Ficamos muito felizes com os frutos gerados por essa pesquisa. Nosso objetivo era apenas criar um e-book, mas a partir do estudo, professores, alunos de mestrado e doutorado também escreveram artigos, que foram publicados em periódicos e apresentados em congressos. Nosso trabalho foi ainda tema de projetos de iniciação científica.”
Também participaram do projeto Márcio Luiz Corrêa Vilaça, Haydéa Maria Marino de Sant’Anna Reis, Renato da Silva, Robson Lacerda Dutra, Paulo Sérgio de Almeida Seabra, Vitória Thess Lopes da Silva Lima,  Emerson dos Santos Pereira, e Tania Maria da Silva Amaro de Almeida.

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domingo, 2 de agosto de 2015

Fundação lança edição 2015 do edital de Humanidades.

Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro – FAPERJ

Para fortalecer as linhas de pesquisa que contribuam para o desenvolvimento no campo das Ciências Humanas; das Ciências Sociais e Aplicadas, Linguística e Letras fluminenses, a Fundação lança, nesta quinta-feira, 30 de julho, o edital Apoio a Projetos de Pesquisa na Área de Humanidades – 2015. Com recursos da ordem de R$ 3,5 milhões, o programa apoiará projetos coordenados por pesquisadores vinculados a instituições de ensino superior e/ou pesquisa do estado.
Segundo a assessora da Diretoria Científica, Monica Savedra, a ampliação dos recursos já é em si uma boa notícia. "É importante observar que, nesta quarta versão do edital, os recursos foram ampliados a fim de intensificar o estímulo à formação de novos grupos interdisciplinares, cujos objetivos, métodos e inserção são característicos das diversas áreas das ciências humanas, ciências sociais aplicadas, letras, linguística e artes", diz Monica.  
As propostas poderão ser inscritas até 10 de setembro, submetidas por equipes de pesquisadores com vínculo empregatício ou funcional em instituições de ensino superior ou de pesquisa fluminenses. Cada um desses grupos poderá ser integrado por pós-graduandos, estagiários e funcionários técnico-administrativos do quadro das instituições partícipes, devendo ser nomeado um coordenador, a quem caberá o encaminhamento da proposta, desde que com anuência da direção de sua instituição de origem. Os demais participantes são considerados pesquisadores associados.
Tanto o coordenador quanto os pesquisadores associados das equipes inscritas deverão comprovar marcante experiência nas subáreas definidas no edital em que se insira a proposta, particularmente nos últimos cinco anos. O projeto apresentado deverá ter impacto sobre os programas de pós-graduação das áreas envolvidas, e nas instituições a que seus pesquisadores estão vinculados.
De acordo com o montante solicitado, as propostas estarão enquadradas em uma de duas faixas: Faixa A – entre R$ 60.001 e R$ 120 mil – mínimo de quatro pesquisadores doutores; Faixa B – até R$ 60 mil – mínimo de dois pesquisadores doutores. Serão financiadas despesas de capital, como a aquisição de materiais permanentes e equipamentos; e despesas de custeio, como serviços de terceiros (pessoas físicas e jurídicas) de caráter eventual; diárias e passagens (desde que compreendam despesas necessárias para o desenvolvimento do projeto de pesquisa); material de consumo, componentes e/ou peças de reposição de equipamentos; e despesas de importação.
A divulgação de resultados está prevista para ocorrer a partir de 10 de outubro, enquanto o prazo para a execução de cada proposta contratada será de até 36 meses, a partir da liberação dos recursos.

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sexta-feira, 24 de julho de 2015

Mapeando os patrimônios históricos esquecidos do estado

Fonte: AGÊNCIA FAPERJ - Vinicius Zepeda

Fazenda George March: sede ficava onde hoje está o
bairro Alto, em Teresópolis, RJ 
(Foto: Acervo da cidade)
No ano de 1818, o inglês George March arrendou a fazenda de Sant’Anna do Paquequer e as quatro sesmarias em seu entorno, e rebatizou com seu nome a localidade, que ficava na Região Serrana fluminense, onde hoje estão as cidades de Teresópolis e Guapimirim. Com mão de obra escrava, ali se produziam legumes e cereais, e também funcionava uma coudelaria – espécie de haras. Onde era a sede da fazenda, hoje está o bairro do Alto, de Teresópolis. O lugar é também um exemplo do que a historiadora da Universidade Federal Fluminense (UFF) Marcia Motta denomina como patrimônio fantasma: locais que, apesar do enorme valor histórico, não foram tombados pelo patrimônio público e correm o risco de ter sua história esquecida. Para evitar que isso aconteça, ela vem coordenando, ao lado de Marina Machado, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a criação de um mapa histórico de patrimônios fantasmas de cidades fluminenses. A iniciativa, desenvolvida com recursos do editalApoio a Projetos de Extensão e Pesquisa (Extpesq), da FAPERJ, conta com a participação de pesquisadores e estudantes de História e de Produção Cultural, além do apoio da designer Silvia Dantas e do setor de informática da UFF. 
Da esquerda para a direita: o cinema São Jorge, na década de 1950, que deu lugar a supermercado; à dir., a parte superior
da antiga sala, com luzes transversais sobre as gôndolas 
(Fotos: acervo O Fluminense/Google Street View/Stephan Zaubitzer)












O mapa é um dos projetos que integram a Rede Proprietas, também coordenada por Marcia Motta e desenvolvida com apoio da FAPERJ e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Fundada pela historiadora  e pela equipe composta por Allan Rocha (professor de direito da UFRRJ), Beatriz Cerbino (professora de produção cultural na UFF), Leandro Malavota (historiador do IBGE), Leandro Mendonça (advogado e professor de produção cultural na UFF) e Marina Machado (professora de história econômica na Uerj), a rede se propõe a funcionar como um canal para debate e reflexão sobre a temática da propriedade, assim como para a produção e divulgação de pesquisas voltadas para a preservação e a defesa de interesses coletivos. 

Além da Fazenda George March, outro local já identificado pelo projeto fica no bairro do Fonseca, em Niterói, Região Metropolitana do Rio. Na esquina da Alameda São Boaventura com a Rua São Januário, onde hoje funciona um grande supermercado, ainda é possível ver a estrutura em que anteriormente funcionou o Cinema São Jorge. “Inaugurado em 1954, com 200 lugares, era considerado, por conta de suas enormes dimensões, o Maracanã dos cinemas. Foi bastante popular, programando sessões duplas e atendendo principalmente aos moradores do bairro”, explica Marcia.
Capela Santa Cruz da Generosa (Foto: Paraty News)

Ainda na Região Metropolitana, na cidade de Itaboraí, onde estão os distritos de São José e Cabuçu, os pesquisadores identificaram e estão analisando o Aldeamento de São Barnabé, que reunia índios temiminós, moromomins e goitacazes. “Em 1583, essas terras foram confirmadas pela Corte Portuguesa para fins de aldeamento, embora, anos mais tarde, os jesuítas tenham transferido esses índios para a região de Cachoeiras de Macacu. Foi o único aldeamento do Rio de Janeiro a obter o status de freguesia (1759) e vila (1772), embora isso não tenha impedido seu declínio na segunda metade do século XIX”, afirma.
A historiadora chama a atenção de alguns dilemas levantados por sua equipe até o momento. Um exemplo está localizado no município de Paraty, no Sul Fluminense. “Apesar da fama do lugar e de sua arquitetura colonial, em grande parte tombada pelo patrimônio histórico, temos verificado que, ali, a força do turismo tem provocado um excesso de mercantilização em sua economia e impedido que investimentos em outros setores da economia sejam feitos. Desta forma, os moradores nativos da região cada vez mais têm se afastado do centro da cidade para conseguir arcar com o alto custo de vida local, voltado para o turismo”, destaca a pesquisadora.
Ainda assim, nem tudo ali é tombado. “Redescobrimos a capela Santa Cruz da Generosa, construída em homenagem a um escravo liberto que se afogou em um rio nos arredores da pequena igreja, numa sexta-feira santa. Uma moradora do lugar, D. Generosa, prometeu mandar erguer ali uma cruz de cedro. Passado algum tempo, ergueu-se uma capelinha, com altar e luminária, que passou a ser conhecida como Santa Cruz da Generosa. Atualmente, é um importante palco da cidade, onde são realizadas festas de santa cruz", acrescenta. Organizadas pelos jesuítas no mês de setembro, estas festas celebram a cruz como instrumento de salvação e fonte de santidade.
Outro dilema está na cidade de São Gonçalo, vizinha a Niterói, onde fica a Fazenda Colubandê, único exemplar da arquitetura colonial rural preservada em área urbana no Brasil. Parte da sesmaria doada a Gonçalo Gonçalves, seu engenho foi vendido ao cristão novo Ramirez Duarte de Oliveira, que mudou de nome a fim de fugir da Inquisição. Em 1713, a fazenda foi confiscada pela igreja e entregue aos jesuítas. A casa-grande foi construída em torno de um poço do século XVII, de acordo com a tradição judaica. Ao longo do tempo, foi sendo reformada ao gosto de cada dono, sem seguir um estilo padrão. Em 1940, a fazenda foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e, posteriormente, desapropriada pelo governo do estado do Rio de Janeiro, em 1969. “Esta situação ambígua entre o tombamento e a desapropriação contribuiu para o estado de abandono em que o local se encontra atualmente. Precisamos pensar maneiras de fazer com que a população ocupe um local que é patrimônio público e ajude a preservá-lo”, destaca.
Marcia explica que o objetivo é levar o projeto às salas de aula no Ensino Médio espalhadas pelo estado. “Atualmente, estamos nas cidades de Teresópolis, Friburgo, Paraty, Rio das Ostras, São Gonçalo e Niterói. Numa segunda etapa, esperamos chegar a outras cidades”, explica. Segundo Marcia, com a iniciativa, os alunos serão estimulados a resgatar a história da região onde vivem, ao mesmo tempo em que se comprometem com a preservação do patrimônio material. “A ideia é que já no ano de 2016 o projeto comece a ser desenvolvido”, conclui.

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