Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

** [Carta O BERRO] PARA NÃO ESQUECER JAMAIS! História de Heleny Telles Ferreira Guariba -XVIII-

Carta O Berro..........................................................repassem



Heleni Telles Ferreira Guariba

 


Militante da VANGUARDA POPULAR REVOLUCIONÁRIA (VPR).

Nasceu em 13 de março de 1941 em Bebedouro, Estado de São Paulo, filha de Isaac Ferreira Caetano e Pascoalina Alves Ferreira.


Desaparecida desde 1971 aos 30 anos.


Professora universitária e diretora do "Grupo de Teatro da Cidade", de Santo André, São Paulo.


Presa no Rio de Janeiro no dia 12 de julho de 1971, juntamente com Paulo de Tarso Celestino da Silva (desaparecido), por agentes do DOI-CODl/RJ.


Inês Etienne Romeu, em seu relatório sobre a "Casa da Morte", em Petropólis, denuncia que Heleny esteve naquele aparelho clandestino da repressão no mês de julho de 1971, tendo sido torturada por três dias, inclusive com choques elétricos na vagina.


O Relatório do Ministério da Aeronáutica diz que Heleny foi "presa em 20 de outubro de 1970, em Poços de Caldas/MG, sendo libertada em 01 de abril de 1971..." Já o Relatório do Ministério do Exército afirma que "foi presa em 24 de abril de 1970 durante a Operação Bandeirantes e libertada a 1° de abril de 1971."


De Ulisses Telles Guariba Netto:


"Casei-me com Heleny Ferreira Teles Guariba em 1962 e nos separaramos judicialmente em fins de 1969. Estudamos na Faculdade de Filosofia da USP-Departamento de Filosofia. Foi um longo namoro. Ambos militávamos na VPR. No final de 1969, após separar-me de Heleny, retirei-me do movimento.


Depois de separar-me vim morar na Rua Maria Antônia. Heleny foi morar nas Perdizes. Tínhamos, então, dois filhos, Francisco e João Vicente, que continuaram morando com a mãe. Eu sempre visitava meus filhos, semanalmente, mantendo, assim, também contatos com Heleny. No início de fevereiro de 1970, em um sábado à noite, Heleny me procurou para dizer que Olavo, seu namorado, tinha sido preso e me pedia auxílio, uma vez que meu pai era general reformado. Eleni pediu também que eu falasse com o Capitão Maurício da OBAN, uma vez que esse oficial havia, anos atrás, namorado com minha irmã, ainda mantendo relações de amizade comigo. Quando procurei Maurício, este confirmou que Olavo realmente estava preso e que era membro da VPR.


Meu pai foi à OBAN pedir que, ao menos, Olavo não fosse torturado, mostrando-se interessado na própria pessoa de Olavo. Com a prisão de Olavo, Heleny deixou a residência das Perdizes, deixando os filhos comigo. Nessa mesma época, mudei-me para a Rua José Antônio Coelho, na Vila Mariana, em São Paulo, em um anexo da casa de meus pais. No início de março daquele mesmo ano o pai de Olavo me procurou, desesperado e contou-me que os órgãos de segurança ameaçavam prendê-lo, bem como a sua esposa e os filhos, pois queriam que eles prestassem informações a respeito do paradeiro de Eleni.


Ela, por sua vez, estava escondida em Serra Negra. O pai de Olavo, contou-me também que, não resistindo às pressões, havia contado onde estava Eleni e que ela havia sido presa, naquele dia, no final da tarde. Diante disso eu e meu pai fomos à OBAN. Fomos, também, procurar o Capitão Maurício, que nessa época prestava serviços ao DOPS. Procuramos, também, delegados do DOPS e todos diziam que não podiam prestar informações a respeito de Heleny. Três dias após, eu e meu pai fomos ao DOPS, à noite, para encontrar Heleny, no Gabinete de Romeu Tuma, então um dos delegados do DOPS. Ela então contou que havia sido torturada pelo Capitão Albernaz. Tinha marcas roxas nas mãos e nos braços, provocadas por choques elétricos. Albernaz havia tido contato conosco antes de torturar Heleny. Fôra, em tal conversa, extremamente simpático. Heleny contou também que estava no início do período menstrual e que, com as torturas, havia tido uma hemorragia, que havia assustado os torturadores, que a haviam retirado da OBAN e enviado ao Hospital Militar, onde ficou 48 horas, tendo naquele dia, sido encaminhada para o DOPS.


Foi solta em fins de abril de 1971, por decisão da própria Justiça Militar.


Ao ser libertada, desejava viajar para o exterior. Ela tinha também a intenção de ajudar familiares de perseguidos e mortos. Ficou uns tempos na casa da mãe e na casa de amigos, enquanto se preparava para a tal viagem. Por volta do dia 25 de julho, recebi um telefonema em casa informando-me que Heleny havia sido presa no Rio de Janeiro.


Meu pai foi para Brasília, bem como ao Comando do I Exército, no Rio de Janeiro, procurando autoridades e amigos. Todas as informações foram no sentido de que Heleny não havia sido presa e que, provavelmente havia embarcado para o exterior..."

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+ Informações sobre a vida de Heleny Ferreira Telles Guariba.
Quando o golpe de 1964 instaurou a ditadura militar no Brasil, mulheres e homens amargaram nas prisões de delegacias e aparelhos clandestinos de repressão, sofrendo as mais desumanas torturas físicas e psicológicas. Com o poder nas mãos dos militares, muitas destas pessoas foram exiladas e deixaram o país. Outras ficaram, para lutar das mais variadas formas para reconquistar a liberdade e a democracia do Brasil. O ideal era o mesmo, mas as formas de luta variavam: alguns decidiram pegar em armas, através das guerrilhas, outros escolheram a arte. Dentre aqueles que optaram por este instrumento está a diretora teatral Heleny Guariba, que junto com outros nomes desconhecidos pela maioria dos brasileiros, contribuiu para semear o ideal de liberdade e de justiça em um período crítico da história nacional.
Heleny Ferreira Telles Guariba nasceu em Bebedouro, interior de São Paulo, em 1941 e se criou numa família essencialmente feminina. Orfã de pai, aos 2 anos de idade, foi criada pela mãe, pela avó e por uma tia. Filha única e centro das atenções de sua família, a pequena Heleny encantava a todos com seu jeito gentil e falante. Ainda adolescente, começou a dar aulas para crianças e jovens na Escola Dominical da Igreja Metodista Central , em São Paulo, cidade para onde sua família seguiu depois da morte de seu pai. Nesta escola, desenvolveu uma de suas características mais marcantes: saber ensinar e ouvir com interesse e respeito a consideração do outro.
Estudos no exterior
Em 1965, um ano depois de se formar na Faculdade de Filosofia da USP, Heleny parte para a Europa para estudar teatro, política e artes. Na Alemanha, frequentou o teatro do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, o Berlinder Ensemble. Já na França, a diretora fez seu doutorado, além de estágios em diversos teatros do país, como o Theatre de la Cité, de Roger Planchon, também discípulo do teatro idealizado por Brecht.
Na volta ao Brasil, Heleny queria colocar em prárica tudo aquilo que tinha aprendido, visto e sentido na sua temporada no exterior. Para colocar seus ideais revolucionários de transformação política e de resgate da liberdade de expressão em prática, ela usou o teatro como instrumento. Passou a dar aulas na Escola de Artes Dramáticas da USP, onde seu objetivo de popularizá-lo ganhou força entre seus alunos. Assim como Brecht, Heleny queria fazer um teatro operário, que pudesse agir como ferramenta de conscientização política. Assim, foi em Santo André, no ABC paulista, que ela encontrou o campo favorável para isso. Na década de 60, a instalação de diversas fábricas faziam com que a cidade tivesse uma forte concentração de trabalhadoras e trabalhadores, além de uma grande representatividade estudantil, o que tornava o contexto perfeito para o trabalho de Heleny.
Foi então que em 1968, a diretora fundou o grupo Teatro da Cidade, formado em sua grande maioria por operários. A primeira montagem do grupo, Jorge Dandin, o Marido Traído, do dramaturgo francês Moliére, foi vista por mais de 7 mil pessoas. Em 1969, o grupo montou A Ópera dos Três Vintens, de Bertolt Brecht, um dos autores preferidos de Heleny, por causa de sua intensa veia social.
O grupo tinha a alma de Helleny, que através de seu teatro popular buscava a intensificação do envolvimento político dos trabalhadores no contexto social pelo qual o Brasil passava. Mas sua história com o teatro ultrapassou as fronteiras de Santo André. Além das aulas na EAD, Heleny trabalhou com Augusto Boal, dando aulas no seminário de dramaturgia do Teatro de Arena, criado pelo diretor, A diretora também escreveu diversos artigos, publicados em jornais dos anos 60.
Censura dos militares cala a voz de Heleny
Tanto envolvimento político provocou a ira dos militares da ditadura que não toleravam nenhuma iniciativa de transformação no pensamento dos brasileiros. Em março de 1971, Heleny foi presa pelo Dops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social), sendo torturada por dois meses. Foi solta, mas detida novamente em julho do mesmo ano e enviada ao Destacamento de Operações de Informações, no Rio de Janeiro. Testemunhas afirmam que ela sofreu torturas por três dias e que foi assassinada na ''casa da morte'', em Petrópolis, um dos aparelhos clandestinos de repressão da ditadura. Depois disso, Heleny ingressou na extensa lista dos desaparecidos políticos da ditadura militar. A artista deixou dois filhos: João Vicente e Francisco.
Todos que conviveram com ela têm como lembrança a imagem de uma pessoa companheira e sempre pronta para enfrentar situações difíceis. ''De jeito alegre e cativante, pequena, arisca e bonita - beleza que a gente percebe que vem de dentro pra fora, enraizada no espírito ágil que lhe conservava, no corpo, o jeito de menina'', disse Frei Betto sobre Heleny. Uma brava guerreira, que apesar de permanecer no quase anonimato para a grande maioria dos brasileiros deixou sua marca na história recente do Brasil, como um exemplo de fibra, coragem e perseverança. Heleny provou que não importa de que maneira, o importante é lutar por mudanças.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

** "Sinto-me mais em casa na América Latina", diz Hobsbawm (Folha de S.Paulo, 25/01/2011)

 
"Sinto-me mais em casa na América Latina", diz Hobsbawm

Aos 93, historiador, que publica novo livro, vê região como a única em que se faz política na linguagem do século 20 e elogia Lula

TRISTRAM HUNT
DO "GUARDIAN", EM LONDRES

Hampstead Heath, em Londres, orgulha-se do seu papel na história do marxismo. Era lá que, aos domingos, Karl Marx subia o Parliament Hill com sua família. Nos dias de semana, Marx se juntava a Friedrich Engels para caminhar pelo parque. A ambição marxista permanece viva na casa de Eric Hobsbawm, numa rua lateral que sai do parque. Na última vez em que o entrevistei, em 2002, ele enfrentava outro ataque da mídia pela ligação com o Partido Comunista.

As coisas mudaram: a crise global transformou os termos da discussão, e a crítica marxista da instabilidade do capitalismo ressurgiu. Parecia não haver momento melhor para Hobsbawm reunir seus ensaios mais famosos sobre Marx em um volume, com material sobre o marxismo visto à luz do crash.

 
"Guardian" - Há no âmago desse livro um senso de algo que provou seu valor? De que, mesmo que as propostas de Marx possam não mais ser relevantes, ele fez as perguntas certas sobre o capitalismo?

Eric Hobsbawm -
Com certeza. A redescoberta de Marx está acontecendo porque ele previu muito mais sobre o mundo moderno do que qualquer outra pessoa em 1848. É isso, acredito, o que atrai a atenção de vários observadores novos -atenção essa que, paradoxalmente, surge antes entre empresários e comentaristas de negócios, não entre a esquerda.

O sr. tem a impressão de que o que pessoas como George Soros apreciam em parte em Marx é o modo brilhante com que ele descreve a energia e o potencial do capitalismo?

Acho que é o fato de ele ter previsto a globalização que os impressionou. Mas acredito que os mais inteligentes também enxergaram uma teoria que previa o risco de crises. A teoria oficial do período, fim dos anos 90, descartava essa possibilidade.

E o sr. acha que o interesse renovado por Marx também foi beneficiado pelo fim dos Estados marxistas-leninistas?

Com a queda da União Soviética, os capitalistas deixaram de sentir medo, e desse modo tanto eles quanto nós pudemos analisar o problema de maneira muito mais equilibrada. Mas foi mais a instabilidade da economia globalizada neoliberal que, creio, começou a ficar tão evidente no fim do século.

O sr. não está surpreso com o fato de a esquerda marxista e a social-democrata não terem explorado politicamente a crise dos últimos anos?

Sim, é claro. Na realidade, uma das coisas que procuro mostrar no livro é que a crise do marxismo não é só do seu braço revolucionário, mas também do seu ramal social-democrata. O reformismo social-democrático era, essencialmente, a classe trabalhadora pressionando seus Estados-nações. Com a globalização, a capacidade dos Estados de reagir a essa pressão se reduziu concretamente. Assim, a esquerda recuou.

O sr. acha que o problema da esquerda está em parte no fim da classe trabalhadora consciente e identificável?

Historicamente falando, isso é verdade. O que ainda é possível é que a classe trabalhadora forme o esqueleto de movimentos mais amplos de transformação social. Um bom exemplo é o Brasil, que tem um caso clássico de partido trabalhista nos moldes do fim do século 19 -baseado numa aliança de sindicatos, trabalhadores, pobres em geral, intelectuais e tipos diversos de esquerda- que gerou uma coalizão governista notável. E não se pode dizer que não seja bem-sucedida, após oito anos de governo e um presidente em final de mandato [a entrevista foi feita no final de 2010] com 80% de aprovação. Ideologicamente, hoje me sinto mais em casa na América Latina. É o único lugar no mundo em que as pessoas fazem política e falam dela na velha linguagem -a dos séculos 19 e 20, de socialismo, comunismo e marxismo.

O título de seu novo livro é "How to Change the World". No final, o sr. escreve: "A substituição do capitalismo ainda me parece possível". A esperança continua forte?

Não existe esperança reduzida hoje. O que digo agora é que os problemas do século 21 exigem soluções com as quais nem o mercado puro nem a democracia liberal pura conseguem lidar adequadamente. É preciso calcular uma combinação diferente. Que nome será dado a isso não sei. Mas é bem capaz de não ser mais capitalismo, não no sentido em que o conhecemos aqui e nos EUA.

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Fabrício Augusto Souza Gomes






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    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.


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** [Carta O BERRO] Especial: 120 anos de Antônio Gramsci

Carta O Berro..........................................................repassem
(clique nos itens abaixo para ler todos os textos)

Camaradas
Vejam o especial da Maurício Grabois em homenagem aos 120 anos de Antônio Gramsci.
Um abraço
Augusto Buonicore

Especial: 120 anos de Antônio Gramsci

** [Carta O BERRO] PARA NÃO ESQUECER JAMAIS! História de Eudaldo Gomes da Silva -XVII-

Carta O Berro..........................................................repassem




Eudaldo Gomes da Silva

 


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Militante da VANGUARDA POPULAR REVOLUCIONÁRIA (VPR).
Nascido a 1 de outubro de 1947, no Estado da Bahia, filho de João Gomes da Silva e Izaura Gomes da Silva.
Estudante de Agronomia da Universidade Federal da Bahia, membro do Diretório Central dos Estudantes, durante o ano de 1968, e presidente do Diretório Acadêmico de sua Faculdade.
Banido do Brasil, em 15 de junho de 1970, por ocasião do seqüestro do embaixador da Alemanha, Von Holleben, com mais 39 presos políticos.
Retornando ao Brasil clandestinamente, foi morto no dia 7 de janeiro de 1973 juntamente com Pauline Reichstul, Evaldo Luís Ferreira de Souza, Jarbas Pereira Marques, José Manoel da Silva e Soledad Barret Viedma em uma chácara no loteamento de São Bento, no município de Paulista, em Pernambuco. O caso é conhecido como Massacre da Chácara São Bento.
Os torturadores e assassinos crivaram de balas os cadáveres dos seis combatentes, jogaram várias granadas na casa da referida chácara, com o objetivo de aparentar um violento tiroteio, dizendo que lá se realizava um suposto congresso da VPR. Na versão oficial, constava que José Manoel da Silva teria sido preso e conduzido os policiais até o local onde se realizava o congresso, sendo morto pelos próprios companheiros durante a invasão. No tiroteio travado, teria conseguido escapar Evaldo Luís Ferreira de Souza que, no dia seguinte, foi localizado no município de Olinda, numa localidade chamada "Chã de Mirueira" - Jatobá, e ao resistir à prisão, teria sido morto. Segundo ainda a nota, só Jarbas Pereira Marques teria morrido no local, sendo que os outros morreram, em conseqüência dos ferimentos recebidos.
Na realidade, todos foram presos pela equipe do delegado Sérgio Fleury, que os torturou até a morte, na própria chácara.
As prisões e conseqüentes assassinatos foram fruto do trabalho do informante infiltrado na VPR, ex-cabo Anselmo e, para encobrir sua ação, bem como possibilitar que ele pudesse levar à morte outros combatentes, a nota oficial falava da traição de José Manoel que teria possibilitado a localização e aniquilamento dos demais, dando ainda a notícia de que um outro "terrorista", não identificado, teria conseguido fugir na hora da invasão. Esse fato foi noticiado exatamente para tentar dar cobertura à continuação do trabalho de infiltração do assassino ex-cabo Anselmo.
O Relatório do Ministério da Aeronáutica diz que "faleceu em 8 de janeiro de 1973, em Recife/PE, ao reagir a ordem de prisão, travando intenso tiroteio com agentes dos órgãos de segurança, vindo a falecer em conseqüência dos ferimentos. Mesma circunstância da morte de Pauline Philipe Reischstul." Já o Relatório do Ministério da Marinha afirma que "foi morto em Paulista/PE, em 8 de janeiro de 1973 ao reagir a tiros à voz de prisão dada pelos agentes de segurança. Do intenso tiroteio resultaram vários feridos."

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

** REVISTA ESPAÇO PLURAL - DOSSIÊ MOVIMENTOS SOCIAIS

 
Revista Espaço Plural: Chamada de artigos para o Dossiê Movimentos Sociais

Ver texto da chamada em:

http://www.pr.anpuh.org/informativo/view?ID_INFORMATIVO=1340

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** [Carta O BERRO] PARA NÃO ESQUECER JAMAIS! História de Ana Maria Nacinovic Corrêa -XVI-

Carta O Berro..........................................................repassem



Ana Maria Nacinovic Corrêa

 


Militante da AÇÃO LIBERTADORA NACIONAL (ALN).

Nasceu em 25 de março de 1947, no Rio de Janeiro, filha de Mário Henrique Nacinovic e Anadyr de Carvalho Nacinovic.


Depoimento da mãe de Ana Maria:


"Teve uma infância feliz, apesar da separação de seus pais quando tinha apenas 7 anos de idade, vivendo a partir desta época na companhia da mãe, tia e avós, que procuraram suprir, com muito carinho, a ausência do pai.


Fez o primário, ginásio e científico no Colégio São Paulo, de freiras, em Ipanema. Destacou-se sempre durante o seu curso pelo companheirismo e cumprimento de suas obrigações escolares. Simultaneamente, estudava piano com o professor Guilherme Mignone. Possuindo um ouvido privilegiado, era estimulada pelo seu mestre a dedicar-se mais à arte.


Terminou o científico com 17 anos e sua grande inclinação para a matemática levou-a a freqüentar um curso pré-vestibular, com o objetivo de futuramente tornar-se uma engenheira. Um casamento mal sucedido interrompeu seus estudos. Aos 21 anos, ingressou, como 2ª colocada, na Faculdade de Belas Artes.


Para a idealista que era, o que sempre demonstrou no seu dia-a-dia, em atitudes de solidariedade em relação ao próximo, caíram em campo fértil as sementes de rebelião contra o regime autoritário que dominava o país. Era a época aterrorizante do ditador Emílio Garrastazú Médici. Aquela mocinha inexperiente, mal saída dos bancos escolares e de um casamento frustrado, aos poucos se converteria na guerrilheira cujos retratos nos aeroportos, rodoviárias e outros lugares públicos, apontavam como uma subversiva perigosa.


Seguiu-se uma época de aflição e angústia para sua mãe e demais familiares, até que chegasse o momento fatal. Momento em que toda a ternura daquele coraçãozinho que só aspirava à igualdade entre os homens, daqueles imensos olhos azuis que só queriam contemplar o lado bom da vida, converteu-se em escuridão e trevas.


Ana Maria foi metralhada e morta na Moóca, em 14 de junho de 1972. Estava com 25 anos de idade. Com ela morreram Marcos Nonato da Fonseca e Iúri Xavier Pereira."


Enquanto Ana Maria, Iúri, Marcos Nonato e Antônio Carlos Bicalho Lana almoçavam no Restaurante Varella, o proprietário do estabelecimento, Manoel Henrique de Oliveira, que era alcagüete da polícia, telefonou para o DOI/CODI-SP, avisando da presença de algumas pessoas que tinham suas fotos afixadas em cartazes de "Procurados", feitos na época pelos órgãos de segurança.


Os agentes do DOI/CODI, assim que se certificaram da presença dos quatro companheiros, montaram uma emboscada em torno do restaurante, mobilizando um grande contingente de policiais.


De imediato, foram fuzilados Iúri e Marcos Nonato. Ana Maria, ainda vivia, quando um policial, ouvindo seus gritos de protesto e de dor, impotente perante a morte iminente, aproximou-se desferindo-lhe uma rajada de fuzil FAL, à queima-roupa, estraçalhando-lhe o corpo.


Ato contínuo, os policiais fizeram uma demonstração de selvageria para a população que se aglomerou em volta daquela já horrenda cena. Dois ou três policiais agarravam o corpo de Ana Maria e o jogavam de um lado para o outro, às vezes lançando-o para o alto e deixando-o cair abruptamente no chão. Descobriram-lhe também o corpo ensagüentado, lançando impropérios e demonstrando o júbilo na covardia de tê-la abatido. Não satisfeitos, desfechavam-lhe ainda coronhadas com seus fuzis, como se mesmo morta Ana Maria representasse ainda algum perigo.


Tal cena repetiu-se com o corpo de Iúri e Marcos Nonato, sendo entretanto Ana Maria o alvo preferido.


A população, revoltada com tamanha violência e selvageria, esboçou, dias depois, uma reação de protesto, tentando elaborar um abaixo-assinado que seria encaminhado ao Governador do Estado. Mas, devido ao clima de terror existente no País naquela época, somado ao pânico de que aquelas cenas de verdadeiro horror pudessem se repetir com eles, a iniciativa foi posta de lado. Também as ameaças feitas pelos policiais, na hora do crime, intimidaram os populares.

No entanto, a versão de morte na rua, em tiroteio, não pôde
ser confirmada após a abertura dos arquivos do DOPS com informações
que indicam a morte sob tortura. O Relatório do Ministério da Aeronáutica contém a falsa versão de que Ana Maria foi ferida após assalto em que resistiu à voz de prisão, "ocasião em que a nominada saiu gravemente ferida, vindo a falecer posteriormente". Após o tiroteio, os três foram enviados ao DOI-CODI, quando tiveram fichas abertas, levando a crer que dentre eles estivesse algum vivo após a emboscada, vindo a morrer nos interrogatórios no DOI-CODI.
Portanto, não há dados e perícias que possam comprovar a morte em tiroteio, tais como fotos, relação de armas utilizadas, exame de corpo delito nem dos militantes, nem dos policiais feridos na versão oficial. Por outro lado, contrariamente ao alegado à época, os corpos não foram levados para o necrotério, mas sim para as dependências do DOI-CODI do II Exército, onde foram vistos pelo preso político Francisco Carlos de Andrade, conforme seu depoimento:
"Fui preso no dia 27 de novembro de 1971 por um grupo de militares subordinados ao II Exército, que atuavam clandestinamente com o nome de Operação Bandeirantes e usavam como sede a delegacia de polícia situada na rua Tutóia, em São Paulo. Fiquei detido nessa delegacia até novembro de 1972, sendo então transferido para a Casa de Detenção de São Paulo. Numa data que não posso precisar ao certo do ano de 1972, devido às condições que nos impunham os carcereiros, vi no pátio dessa delegacia três corpos estendidos no chão. Reconheci, de imediato, tratar-se de Iuri Xavier Pereira e Ana Maria Nacinovic Correa; o terceiro corpo não reconheci. Minha certeza de que se tratava de Iuri e Ana vem de que os conheci muito bem durante meu período de militância na ALN, organização na qual os dois também militavam. Tempos depois, vim a saber que o terceiro corpo estendido naquela delegacia era de um terceiro companheiro que não havia conhecido e que se chamava Marcos Nonato da Fonseca."
Além disso, há que se explicar o fato de o tiroteio ter ocorrido ás 14 horas e os corpos só terem chegado ás 17 horas no IML. Onde estiveram durante estas 3 horas? Outra questão que impede a versão de mortos em tiroteio é o fato dos corpos terem chegado ao IML já despidos. Onde teriam sido despidos? De acordo com o relato acima de Francisco de Andrade, os corpos estiveram no DOI-CODI onde foram despidos e, provavelmente, torturados.
Em 16 de outubro de 1973, apesar de morta oficialmente, é condenada à revelia a 12 anos de prisão com base no artigo 28 do Decreto lei n° 898/69.


O Relatório do Ministério da Aeronáutica contém a falsa versão de que Ana Maria foi ferida após assalto em que resistiu à voz de prisão, "ocasião em que a nominada saiu gravemente ferida, vindo a falecer posteriormente".


Assinam o laudo de necrópsia os médicos legistas Isaac Abramovitch e Abeylard de Queiroz Orsini.
Em 16 de outubro de 1973, apesar de morta oficialmente, é condenada à revelia a 12 anos de prisão com base no artigo 28 do Decreto lei n. 898/69.

 

domingo, 23 de janeiro de 2011

** Pesquisadores que se ocupam de entender o Brasil

 
O Brasil dos brasilianistas

Pesquisadores que se ocupam de entender o Brasil

Albert Fishlow - Divulgação


O economista Albert Fishlow pertence à recente tradição de estudiosos estrangeiros que têm em comum um peculiar objeto de estudo: o Brasil. Por se ocuparem de estudar o "florão da América" acabaram apelidados de brasilianistas. A origem da palavra é um tanto apócrifa e incerta. O historiador Thomas Elliot Skidmore, ele próprio tido como pioneiro, decano "de honra" e o maior entre os brasilianistas, garante que quem inventou o apelido foi o ensaísta e jornalista brasileiro Francisco de Assis Barbosa (1914-1991). Há décadas, ao passar uma temporada com Skidmore na Universidade de Wisconsin, Francisco Assis Barbosa surpreendeu-se com o número de pesquisadores norte-americanos especialistas em estudos brasileiros.
Há mais dez anos, só dava Thomas Skidmore. Suas análises sobre o governo FHC foram bastante requisitadas na campanha que conduziu o tucano ao seu segundo mandato na presidência do país. Hoje, aos 78 anos, Skidmore cedeu o lugar a uma nova geração de estudiosos. Segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo há dois anos, em 2008, eram cerca de dez mil jovens estudantes que aprendiam o português nas universidades americanas, um aumento de 50% em relação a 2004. O mesmo período assistiu um crescimento de 20% no número de acadêmicos que estudavam e lecionavam assuntos brasileiros em instituições universitárias nos EUA. O mesmo acontece na Europa. Podemos citar Timothy Power (na foto abaixo), diretor do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Oxford, Inglaterra, que concedeu recentemente entrevista ao programa Milênio, da Globo News, transcrita e publicada pela Consultor Jurídico.


Timothy Power - camara.gov.br


Alguns desses scholars focam suas pesquisas no sistema jurídico brasileiro. O próprio Thomas Skidmore, autor de clássicos brasilianistas como Brasil: de Getúlio a Castelo (1975) e Uma história do Brasil (1998), estudou a Constituição de 1824 e a influência que a Carta sofreu de doutrinas liberais, que, por exemplo, legaram ao texto a ideia de se estabelecer uma democracia parlamentar no Brasil em pleno século 19.
Albert Fishlow, também sensível à atuação da Justiça, declarou, durante a visita do então presidente do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes à Universidade Columbia, em Nova York, que a Justiça brasileira cumpre um papel central na estabilidade institucional que tomava campo no Brasil, por vezes, ofuscando a classe política.


Thomas Elliot Skidmore - historiador - Reprodução


Muitos destes "brasilianistas" são conhecedores de minúcias sobre a rotina política de pequenos municípios do interior do país, que muitos de nós nem sabemos que existem. É o caso do historiador Zephyr Frank, da Universidade Stanford, que passou dois anos enfurnado em grotões de Mato Grosso, estudando a organização de comunidades agrárias e modelos de produção rural do interior do Brasil. Frank também foi citado como exemplo da nova geração de estudiosos estrangeiros na reportagem publicada pelo O Globo há mais de dois anos.
A maioria desses pesquisadores são fluentes na língua portuguesa, conhecem bem a cultura do país e, não raro, são obcecados por figuras do nosso passado, como o intenso fascínio de Thomas Skidmore (na foto ao lado) por Getúlio Vargas. "Não temos uma biografia dele, ninguém tem coragem", desabafou o historiador durante a entrevista que concedeu ao Programa Roda Viva em 1997.

Rafael Baliardo é correspondente da revista Consultor Jurídico nos Estados Unidos.


 
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** Tese de Doutorado na PUC - Tema: "A indolência dos baianos"

 
     Tese de Doutorado na PUC - Tema: "A indolência dos baianos"
>
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> DOUTORADO NA PUC - Elisete Zanlorenzi
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>
> 'Preguiça baiana' é faceta do racismo. A famosa 'malemolência' ou preguiça
> baiana, na verdade, não passa de racismo, segundo concluiu uma tese de
> doutorado defendida na PUC. A pesquisa que resultou nessa tese durou quatro
> anos.
>
>
>
> A tese, defendida no início de setembro pela professora de antropologia
> Elisete Zanlorenzi, da PUC-Campinas, sustenta que o baiano é muitas vezes
> mais eficiente que o trabalhador das outras regiões do Brasil e contesta a
> visão de que o morador da Bahia vive em clima de 'festa eterna'.
>
>
>
> Pelo contrário, é justamente no período de festas que o baiano mais
> trabalha. Como 51% da mão-de-obra da população atua no mercado informal, as
> festas são uma oportunidade de trabalho. 'Quem se diverte é o turista', diz
> a antropóloga.
>
>
>
> O objetivo da tese foi descobrir como a imagem da preguiça baiana surgiu e
> se consolidou. Elisete concluiu, após quatro anos de pesquisas históricas,
> que a imagem da preguiça derivou do discurso discriminatórios contra os
> negros e mestiços, que são cerca de 79% da população da Bahia.
>
>
>
> O estudo mostra que a elevada porcentagem de negros e mestiços não é uma
> coincidência. A atribuição da preguiça aos baianos tem um teor racista. A
> imagem de povo preguiçoso se enraizou no próprio Estado, por meio da elite
> portuguesa, que considerava os escravos indolentes e preguiçosos, devido às
> suas expressões faciais de desgosto e a lentidão na execução do serviço
> (como trabalhar bem-humorado em regime de escravidão??? ?).
>
>
>
> Depois, se espalhou de forma acentuada no Sul e Sudeste a partir das
> migrações da década de 40. Todos os que chegavam do Nordeste viraram
> baianos. Chamá-los de preguiçosos foi a forma de defesa encontrada para
> denegrir a imagem dos trabalhadores nordestinos (muito mais paraibanos do
> que propriamente baianos), taxando-os como desqualificados, estabelecendo
> fronteiras simbólicas entre dois mundos como forma de 'proteção' dos seus
> empregos.
>
>
>
> Elisete afirma que os próprios artistas da Bahia, como Dorival Caymmi,
> Caetano Veloso e Gilberto Gil, têm responsabilidade na popularização da
> imagem. 'Eles desenvolveram esse discurso para marcar um diferencial nas
> cidades industrializadas e urbanas. A preguiça, aí, aparece como uma
> especiaria que a Bahia oferece para o Brasil', diz Elisete. Até Caetano se
> contradiz quando vende uma imagem e diz: 'A fama não corresponde à
> realidade. Eu trabalho muito e vejo pessoas trabalhando na Bahia como em
> qualquer lugar do mundo'.
>
>
>
> Segundo a tese, a preguiça foi apropriada por outro segmento: a indústria do
> turismo, que incorporou a imagem para vender uma idéia de lazer permanente
> 'Só que Salvador é uma das principais capitais industriais do país, com um
> ritmo tão urbano quanto o das demais cidades.'
>
>
>
> O maior pólo petroquímico do país está na Bahia, assim como o maior pólo
> industrial do norte e nordeste, crescendo de forma tão acelerada que, em
> cerca de 10 anos será o maior pólo industrial na América latina.
>
>
>
> Para tirar as conclusões acerca da origem do termo 'preguiça baiana', a
> antropóloga pesquisou em jornais de 1949 até 1985 e estudou o comportamento
> dos trabalhadores em empresas. O estudo comprovou que o calendário das
> festas não interfere no comparecimento ao trabalho. O feriado de carnaval na
> Bahia coincide com o do resto do país. Os recessos de final de ano também. A
> única diferença é no São João (dia 24 /06), que é feriado em todo o norte e
> nordeste (e não só na Bahia).
>
>
>
> Em fevereiro (Carnaval) uma empresa, cuja sede encontra-se no Pólo
> Petroquímico da Bahia, teve mais faltas na filial de São Paulo que na matriz
> baiana (sendo que o n° de funcionários na matriz é 50% maior do que na
> filial citada).
>
>
>
> Outro exemplo: a Xerox do Nordeste, que fica na Bahia, ganhou os dois
> prêmios de qualidade no trabalho dados pela Câmara Americana de Comércio (e
> foi a única do Brasil).
>
>
>
> Pesquisas demonstram que é no Rio de Janeiro que existem mais dos chamados
> 'desocupados' (pessoas em faixa etária superior a 21 anos que transitam por
> shoppings, praias, ambientes de lazer e principalmente bares de bairros
> durante os dias da semana entre 9 e 18h), considerando levantamento feito em
> todos os estados brasileiros. A Bahia aparece em 13° lugar.
>
>
>
> Acredita-se hoje (e ainda por mais uns 5 a 7 anos) que a Bahia é o melhor
> lugar para investimento industrial e turístico da América Latina, devido a
> fatores como incentivos fiscais, recursos naturais e campo para o mercado
> ainda não saturado. O investimento industrial e turístico tem atraído muitos
> recursos para o estado e inflando a economia, sobretudo de Salvador, o que
> tem feito inflar também o mercado financeiro (bancos,financeiras e empresas
> prestadoras de serviços como escritórios de
>
> advocacia, empresas de auditoria, administradoras e lojas do terceiro
> setor).
>
>
>
> Faça-me o favor de encaminhar este e-mail ao maior número possível de
> pessoas. Para que, desta forma, possamos acabar com este estereótipo de que
> o baiano é preguiçoso. Muito pelo contrário, somos dinâmicos e criativos. A
> diferença consiste na alegria de viver, e por isso, sempre encontramos
> animação para sair, depois do expediente ou da aula, para nos divertir com
> os amigos.
>
>
>
>
>
> Atenciosamente,
>
>
>
> Bruno Leal
>
> Sinistro/Vistoria
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** [Carta O BERRO] PARA NÃO ESQUECER JAMAIS! História de Carlos Eduardo Pires Fleury -XV-

Carta O Berro..........................................................repassem



Carlos Eduardo Pires Fleury

 


Militante do MOVIMENTO DE LIBERTAÇÃO POPULAR (MOLIPO).

Nasceu em 5 de janeiro de 1945, em São Paulo, capital, filho de Hermano Pires Fleury Jr. e Maria Helena Dias Fleury.


Foi morto aos 26 anos. Estudante de Filosofia da Universidade de São Paulo e do curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica.


Preso em setembro de 1969 e, banido do Brasil em junho de 1970, juntamente com outros 39 presos políticos, quando do seqüestro do embaixador da Alemanha no Brasil, von Holleben.


Em 1971, retornou ao Brasil clandestinamente e foi morto em condições não esclarecidas, no dia 10 de dezembro do mesmo ano.


Seu corpo foi registrado no IML/RJ com o nome falso de Nelson Meirelles Riedel, professor, de 26 anos, pela Guia n° 235, da 23ª D.P.


A necrópsia afirma que "foi encontrado morto no interior de um veículo", tendo sido baleado. Foi assinada pelo Dr. Elias Freitas; não havendo nome do 2° legista.


Fotos de perícia de local do ICE/RJ, mostram Carlos Eduardo baleado no banco traseiro de um carro Dodje Dart CB4495. O laudo de perícia de local indica morte violenta (homicídio), ocorrida na Praça Avaí, n° 11, no Bairro de Cachambi.


O cadáver de Carlos Eduardo foi retirado do IML por seu irmão, Paulo Pires Fleury, sendo sepultado no Cemitério da Consolação, em São Paulo, por seus familiares.


No arquivo do DOPS/SP foi encontrada a seguinte informação, de n° 850, do Ministério da Aeronáutica-4ª Zona Aérea, datada de 2 de dezembro de 1971, oito dias antes de sua morte:


"traz ao nosso conhecimento, entre outras coisas, que através de reconhecimento fotográfico, foram identificados diversos banidos já em atividades no Brasil, entre os quais Carlos Eduardo Pires Fleury."


A nota oficial divulgada pelos órgãos de segurança dizia que a morte de Fleury, ocorrida em tiroteio no bairro de Caxambi, teria sido por volta de 4 horas da madrugada. Mas, para quem conhecia os hábitos de Fleury, é difícil acreditar nessa possibilidade, principalmente porque estava vivendo em total clandestinidade. A notícia não dava conta da existência de outros militantes no tiroteio, o que não esclarece como estaria Fleury sentado no banco traseiro de um carro (onde ele aparece morto) se não havia ninguém que dirigisse tal carro.


O relatório do Ministério da Aeronáutica mantém a mesma versão dizendo que foi alvejado e faleceu posteriormente no dia 10 de dezembro de 1971.

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CARLOS EDUARDO PIRES FLEURY
Militante do MOVIMENTO DE LIBERTAÇÃO POPULAR (MOLIPO).
Nasceu em 5 de janeiro de 1945, em São Paulo, capital, filho de Hermano Pires
Fleury Jr. e Maria Helena Dias Fleury.
Foi morto aos 26 anos. Estudante de Filosofia da Universidade de São Paulo e do
curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica.
Preso em setembro de 1969 e, banido do Brasil em junho de 1970, juntamente com
outros 39 presos políticos, quando do seqüestro do embaixador da Alemanha no Brasil, von
Holleben.
Em 1971, retornou ao Brasil clandestinamente e foi morto em condições não
esclarecidas, no dia 10 de dezembro do mesmo ano.
Seu corpo foi registrado no IML/RJ com o nome falso de Nelson Meirelles Riedel,
professor, de 26 anos, pela Guia n° 235, da 23ª D.P.
A necrópsia afirma que "foi encontrado morto no interior de um veículo", tendo sido
baleado. Foi assinada pelo Dr. Elias Freitas; não havendo nome do 2° legista.
Fotos de perícia de local do ICE/RJ, mostram Carlos Eduardo baleado no banco
traseiro de um carro Dodje Dart CB4495. O laudo de perícia de local indica morte violenta
(homicídio), ocorrida na Praça Avaí, n° 11, no Bairro de Cachambi.
O cadáver de Carlos Eduardo foi retirado do IML por seu irmão, Paulo Pires Fleury,
sendo sepultado no Cemitério da Consolação, em São Paulo, por seus familiares.
No arquivo do DOPS/SP foi encontrada a seguinte informação, de n° 850, do
Ministério da Aeronáutica-4ª Zona Aérea, datada de 2 de dezembro de 1971, oito dias antes
de sua morte:

"traz ao nosso conhecimento, entre outras coisas, que através de
reconhecimento fotográfico, foram identificados diversos banidos já em atividades
no Brasil, entre os quais Carlos Eduardo Pires Fleury."
A nota oficial divulgada pelos órgãos de segurança dizia que a morte de Fleury,
ocorrida em tiroteio no bairro de Caxambi, teria sido por volta de 4 horas da madrugada.
Mas, para quem conhecia os hábitos de Fleury, é difícil acreditar nessa possibilidade,
principalmente porque estava vivendo em total clandestinidade. A notícia não dava conta
da existência de outros militantes no tiroteio, o que não esclarece como estaria Fleury
sentado no banco traseiro de um carro (onde ele aparece morto) se não havia ninguém que
dirigisse tal carro.
O relatório do Ministério da Aeronáutica mantém a mesma versão dizendo que foi
alvejado e faleceu posteriormente no dia 10 de dezembro de 1971.

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