Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

V CONGRESSO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA: NOVAS EPISTEMES E NARRATIVAS CONTEMPORÂNEAS.

Colegas,
Segue em anexo informações sobre o V Congresso Internacional de História que irá ocorrer no período de 27 a 29 de setembro.
Veja informações em anexo de como enviar, agora, proposta de Coordenação de ST e para ministrar Minicursos.

Por favor, ajudem na divulgação.
Atenciosamente,
Prof. Dr. Marcos Antonio de Menezes
Organização UF

V CONGRESSO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA: NOVAS EPISTEMES E NARRATIVAS CONTEMPORÂNEAS



HISTÓRICO

Em 2016, o Curso de História da Regional Jataí, da Universidade Federal de Goiás, completará 10 anos de funcionamento, tendo formado sete turmas de historiadores. Durante esse período, realizamos sete Congressos, sendo quatro internacionais. Reunimos nessas edições, fora do eixo Rio/São Paulo, mais de cinco mil pesquisadores e alguns nomes de grande relevância no tocante à pesquisa nas áreas de ciências humanas e sociais.
É lícito mencionar alguns dos conferencistas de outros países que integraram as atividades de nossos Congressos anteriores: Profª. DrªAlma Rosa Sanchez Olvera – Facultad de Estudios Superiores de La UNAM, Campus Acatlán (México); Prof. Dr. Idelber Avelar – Tulane -University/USA; Profª. Drª. Maria Aparecida Ribeiro – Universidade de Coimbra (Portugal); Profª. Drª. Maria João Cantinho – IADE/Lisboa (Portugal); Profª. Drª. Rosa Maria Alfaro – Associação Calandria e da Rede Latinoameri-cana de Observa-torio de Mídias de Lima (Peru); Prof. Dr. Roger ChartierÉcole Des Hautes Études en Sciences Sociales (EPHE), de Paris (França); Prof. Dr. Serge Gruzinski – École des Hautes Études en Sciences Sociales, de Paris (França) – Princeton University (USA); Prof. Dr. Sergio Pujol – Universidad Nacional de La Plata – (Argentina); Profª. Drª. Sara Burkitt Walker – (Grã-Bretanha).
Entre os brasileiros podemos destacar: Prof. Dr. Adalberto Paranhos – UFU; Prof. Dr. Aguinaldo Rodrigues Gomes – UFMT / Rondonópolis; Prof. Dr. Aldrin Moura de Figueiredo – UFPA; Profª. Drª. Ana Carolina Eiras Coelho Soares –UFG; Profª. Drª. Ana Paula Squinelo – UFMS; Profª. Drª. Clarisse Ismério – URCAMP; Prof. Dr. Carlos Martins Júnior - UFGD/História UFMS/Aquidauana; Prof. Dr. Carlos Oiti Berbet Júnior – UFG; Profª. Msc. Cleusa Gomes – Unila; Profª. Drª. Cristiane Maria Ribeiro – UFG; Profª. Drª. Daviane Moreira e Silva – UFG; Prof. Dr. Durval Muniz Albuquerque Júnior – UFRN; Drª. Eleonora Zicari Costa de Brito – UnB; Prof. Dr. Élio Cantalício Serpa – UFG; Prof. Dr. Eliézer Cardoso de Oliveia – UEG/Anápolis; Prof. Dr. Fausto Miriara – UFG; Profª. Drª. Fabiana Fredrigo – UFG; Prof. Dr. Flávio Villas-Boas Trovão – UFMT / Rondonópolis; Profª. Drª. Iara Castro Quelho – UFMS/Aquidauana; Prof. Dr. Hamilton Afonso de Oliveira – UEG/Morrinhos; Prof. Dr. Jorge Coli – Unicamp; Prof. Dr. Kanavillil Rajagopalan – Unicamp; Prof. Dr. Laudenir Gonçalves – UFMT; Prof. Dr. Leandro Colling – UFBA; Jornalista Laurentino Gomes – pesquisador da área de Brasil Império; Profª. Drª. Liliane Vieira Martins Leal – Direito – UFG/Jataí; Prof. Ms. Luciano Carneiro Alves – UFMT/Rondonópolis; Prof. Dr. Luiz Augusto Bustamante Lourenço – UFU; Prof. Dr. Luiz Mello – Sociologia UFG; Prof. Dr. Marcos Napolitano – USP; Profª Drª. Magda Nazaré Pereira da Costa – UFOPA/ Santarém; Prof. Dr. Marcio Pizarro Noronha – UFG; Profª. Drª. Maria Amélia Alencar – UFG; Profª. Drª. Maria Clara Tomaz Machado – UFU; Profª. Drª. Maria Elizabeth Ribeiro Carneiro – UFU; Profª. Drª. Maria Elizia Borgia – UFG; Profª. Drª. Maria Teresa Santos Cunha – UDESC; Prof. Dr. Miguel Rodrigues de Sousa Netto – UFMS/Aquidauana; Prof. Dr. Nars Fayad Chaul – UFG; Profª. Drª. Neiva Ferreira PintoUFJF; Prof. Dr. Newton Dângelo – UFU; Profª. Drª. Neuda Lago – Letras UFG/Jataí; Prof. Dr. Noé Freire Sandes – UFG; Profª. Drª. Raquel Radamés – UFU; Profª. Drª. Regma Santos – UFG/Catalão; Prof. Dr. Roberto Abdala Júnior – UFG; Profª. Drª. Silma do Carmo Nunes – PUC/Uberlândia; Profª. Silvany Euclênio Silva – Governo Federal (SEPIR); Profª. Drª. Susane R. Oliveira – História UNB; Profª. Drª. Tereza Maria Scher Pereira – UFJF; Profª. Drª. Thaís Leão Vieira – UFMT/Cuiabá/Rondonópolis; Profª. Drª. Vera Puga – UFU.
Como resultado desses eventos, produzimos coletâneas de textos de conferencistas, publicadas em formato de livro, a saber: Historiar: lendo objetos da cultura. Uberlândia: Edufu, 2009; Uma corte europeia nos trópicos e outros ensaios. Goiânia: Editora da PUC/GO, 2010; Escrita na água: história, sociedade e cultura. Curitiba/PR: CRV, 2014 e História: cultura, sociedade e poder. Goiânia: Editora da PUC/GO, 2015.


INTRODUÇÃO


A partir do título da obra de Nestor Garcia Canclini de 2008, Latino americanos à procura de um lugar neste século, é possível fazermos a seguinte indagação: qual o lugar dos não europeus e estadunidenses neste século que já percorreu uma década?
Na atual conjuntura, em que milhões de refugiados seguem em marcha à Europa, e mesmo nas Américas, desnuda-se a terrível face da geopolítica global calcada historicamente na perspectiva eurocêntrica, de maneira que se retomam, mesmo que em configurações diversas, os pressupostos inseridos nas noções de civilização, alteridade e liberdade herdadas da razão iluminista. Assiste-se, no panorama mundial, a novos processos diaspóricos (transnacionais), como já alertava Spivak (1996).
Assim, no século XXI, a estrutura de poder permanece organizada em torno do eixo colonial que o fim dos impérios e colônias formais dos séculos XIX e XX não eliminou. O poder dos Estados Unidos e de alguns países da Europa, sustentado pelo Fundo Monetário Internacional e pelo Banco Mundial, mantem as zonas periféricas numa situação colonial, ainda que já não estejam mais sujeitas a uma administração aos moldes coloniais.
O V Congresso Internacional de História quer questionar o poder que não se restringe ao viés econômico e político, mas se estende a toda a estrutura que envolve a vida das pessoas, sobretudo pelas veredas da cultura. A partir disso, a noção de violência epistêmica elaborada por Foucault (1997) deve ser ampliada, a fim de apontar para a alteridade nos campos do saber presente nas macroestruturas de longa duração. Em que pesem os processos de descolonização geopolíticos e administrativos que somente se encerraram na segunda metade do século XX, os efeitos do colonialismo ainda se fazem presentes do ponto de vista simbólico (mídia, indústria do entretenimento, moda) e epistemológico, uma vez que nossos currículos, teses e perspectivas teórico-metodológicas ainda se pautam majoritariamente nas teorias produzidas na América do Norte e na Europa.
Podemos afirmar que nos campos cultural (processos de massificação) e acadêmico ainda não conseguimos nos desvencilhar dos pressupostos teóricos eurocêntricos. Vivemos, portanto, uma neocolonialidade. Devemos, assim, adotar o que Spivak (1990) considera um posicionamento filosófico desconstrutivo que (des)hierarquiza a relação entre o centro e a margem, que alguns autores como Ramón Grosfoguel (2008), José Marin (2014), Boaventura dos Santos Souza e Maria Paula Meneses (2010) têm chamado de descolonialidade.
O ponto fulcral desses estudos reside na necessidade de tornar visíveis alternativas epistêmicas emergentes que permitam a crítica da “estrutura disciplinar do conhecimento moderno” (MENESES, 2008, p. 6). Para esses autores, a questão central é problematizar a dominação epistemológica do pensamento colonial que ainda se faz presente mesmo após os processos de independência política. De acordo com Maria Paula Meneses (2008), a problematização da pós-colonialidade se orienta por uma revisão e crítica da razão moderna, seja no campo da cultura, da história ou mesmo do conhecimento, a partir de uma ontologia que não seja erigida pelo Norte global. Para isso é necessário defrontar-se com as várias exigências que se impõem ao pesquisador ao revisitar esses conceitos, a saber: “a histórica, ou seja, a necessidade de repensar todos os passados e perspectivas futuras à luz de outras perspectivas, que não as do Norte global; a ontológica, que passa pela renegociação das definições do ser e dos seus sentidos; e, finalmente, a epistémica, que contesta a compreensão exclusiva e imperial do conhecimento, desafiando o privilégio epistémico do Norte global” (MENESES, 2008, p. 6).
Assim, a proposta que ora apresentamos incide numa abertura para as reflexões de pesquisadores estrangeiros e brasileiros engajados nessa nova postura epistemológica frente à produção do conhecimento, a partir de uma epistemologia própria dos países e povos subalternizados, seja na África, Ásia ou América Latina, caracterizando uma epistemologia do Sul.


JUSTIFICATIVA


Os fóruns científicos no Brasil têm cumprido cada vez mais a função de atualizar o debate entre os pesquisadores de uma mesma área ou de uma grande área, como é o caso das ciências humanas. O Congresso Internacional de História da UFG Jataí se insere nessa lógica desde sua primeira edição e sempre teve como mote congregar as últimas pesquisas e pesquisadores de destaque.
Nesse sentido, o V Congresso Internacional de História assume a intenção de comtemplar o debate acerca do tema da descolonização e suas teorias críticas.
Se os estudos culturais de matriz inglesa e americana encontraram terreno fértil nas academias ao redor do mundo como oriente epistêmico que possibilitou outra leitura de povos, etnias, comunidades e nações, alçando narrativas divergentes das produzidas e localizadas na Europa e que, superlativadas pelo olhar eurocêntrico, tenderam a explicar o mundo via história dos centros de poder, atualmente, a partir dos pressupostos culturalistas, emergem outras teorias que também rejeitam o pensamento colonial eurocêntrico e que têm ganhado força em nossas Universidades.
Além disso, há pesquisadores das ciências humanas, como Arjun Appadurai (1996), Alejo Carpentier (1996) e Vera Lúcia Follain de Figueiredo (1994), Dussel (1986), que têm se ocupado em defender uma teoria que dê conta da configuração das Américas e em particular sua porção Sul no que se refere à história mundial.
Descolonialidade se refere às enunciações de vários matizes que emergem a partir de histórias “globais-locais” envolvidas em contraste com a história imperialista e local euro-americana, enviesada em orientes da modernidade, pós-modernidade e altermodernidade.
Nessa perspectiva, a proposta desse evento se justifica na medida em que em seu desenvolvimento se apresentarão pesquisas que se interessam em descortinar os processos de colonialidade/modernidade impostos à América do Sul, envolvendo estudiosos e cidadãos-intelectuais baseados na América do Sul e no Caribe, mas também interessados de outras localidades que divergem do olhar colonizador.
No início, tal projeto epistemológico se concentrou na questão da economia e teoria política e, em 2003, a expressão “estéticas descoloniais” foi introduzida no debate. Porém, é preciso retomar a verve do conceito de pós-colonial, como noção carregada de um discurso crítico, ainda no final de 1970 e início de 1980. Na prática, a resistência pós-colonial remonta ao próprio colonialismo. Podemos afirmar, por exemplo, que Frantz Fanon (2010), Albert Memmi (2007), Aimé Césaire (1978) e Kwame Nkrumah (1970) foram “pós-coloniais” avant la lettre.
O termo pós-colonial pode sugerir tanto a resistência à “colônia” quanto ao que é “colonial”. Tal ambiguidade deve muito à teoria linguística pós-estruturalista, influenciada e transformado por três dos críticos pós-coloniais mais influentes: Edward Said (1990), Gayatri Spivak (2010) e Homi Bhabha (1998).
Nesse horizonte de investigação, o V Congresso Internacional de História pretende dimensionar questões epistemológicas, em regime interdisciplinar, no tocante aos processos de descolonização na formação cultural, e como essa perspectiva se fomenta no campo dos saberes, com ênfase nas interfaces entre cultura, ciência e sociedade, buscando conhecer como se localiza atualmente a produção acadêmica referente a esse debate.


OBJETIVOS


Geral:
Reunir na UFG, Regional Jataí, pesquisadores que venham procurando pensar o mundo pós-moderno e pós-colonial como um lugar que ainda não deu respostas às populações (des)locadas na periferia pelos efeitos dessa modernização e descolonização do globo. Se para Habermas (1992), a modernidade é um projeto incompleto, sem completude, também o é a descolonização, pois ambos se rearticulam, produzindo novas formas de dominação e controle dos que estão “fora do centro”.
As grandes narrativas macro-históricas que se impuseram sobre outras narrativas e vozes foram abandonadas justamente pela sua verve eurocêntrica, pois pressupunham que certas culturas desfrutavam de qualidades, como “civilização”, que as tornavam aptas para a modernidade, o progresso econômico, a cidadania moderna, delimitando que outras não se enquadravam em tais aptidões.
A historiografia contemporânea tem buscado pontos de apoio que deem conta dos sujeitos silenciados pelas narrativas triunfantes. A história cultural, com sua aproximação à antropologia, foi uma opção que surgiu na busca de explicações que antes pareciam não ter espaço diante desses suntuosos triunfos. Assim, a proposta foi abandonar a narrativa colonial hegemônica e substituí-la por tentativas de provincializar a Europa.
Na Ásia e na América Latina têm surgido grupos de historiadores que se organizam em torno dos estudos subalternos, pensado por Ranajit Guha (1982) em meados da década de 1970, em busca de uma nova forma de narrar as experiências periféricas a partir da própria periferia, não somente descontruindo as narrativas visadas pelo eurocentismo, mas galgando uma epistemologia que renove a crítica nas ciências sociais.
Nesse viés, é importante reunir grupos de pesquisadores de diversas áreas das humanidades, localizados em inúmeras academias em âmbito internacional, com a intenção de debater e localizar onde se encontram organizados os estudos em torno do descolonial. Esses pensadores têm feito um movimento de resistência teórica e prática, política e epistemológica à lógica da modernidade colonial. Então, faz-se de extrema importância inserir as pesquisas brasileiras nesse cosmo transnacional.


Específicos:
Possibilitar o debate das teorias críticas pós-modernas e pós-coloniais, dando ênfase aos estudos descoloniais que desde fins do século passado têm mobilizado pesquisadores no Brasil e demais países das Américas, Ásia e África.
Provocar discussões acerca das conexões entre binômios epistemológicos, como “civilização e injustiça”, “modernidade e (des)colonialidade”, em diferentes aspectos da vida social.
Fomentar a participação de estudantes de graduação e pós-graduação (mestrado e doutorado), professores e pesquisadores de todas as origens disciplinares e profissionais das áreas das humanas.
Incentivar os participantes a empreenderem a criação de “grupos de estudo e pesquisa” que continuarão a investir nas agendas de investigação acerca das teorias descoloniais.


PROMAÇÃO DO V CONGRESSO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA

27/09/16
28/09/16
29/09/16
08h as 17h –Credenciamento.

08h30mim – 09h30mim – MINICURSO

08h30mim – 09h30mim – MINICURSO
Credenciamento.


09h30min as 12h Mesas redondas I
Interculturalidade, Fronteira e Etnicidade:

Profa. Dra. Lídia Xavier - Coordenadora do Mestrado em Ciência Política. UNIEURO - Brasília

Prof. Dr. Gerson Ledesma - UNILA

Prof. Dr. André Marques do Nascimento - UFG


9h30min
Conferência 02
Prof. Dr. José Marin Universidade de Genebra - Suíça
Debatedor: Prof. Dr. Luiz Augusto Passos - UFMT
13h as 14h
Apresentação de Pôster
13h as 14h
Apresentação de Pôster
13h as 14h
Apresentação de Pôster
14h as 18h30min
Apresentações em STs
14h as 18h30min
Apresentações em STs
14h as 18h30min
Apresentações em STs
19h Atividade Cultural
19h Atividade Cultural

20h Conferência 01
Prof. Dr. Ramon Grosfoguel -
Universidade de Berkeley - EUA
Debatedora:
Profa.Dra. Priscila Xavier Scudder - CUR/UFMT
20h Mesa redonda II

Novas Epistemes e Narrativas Contemporâneas

Prof. Dr Murilo Sebe Meihy - UFRJ

Prof.Dra. Sandra Gaiol – UNGS - Argentina.

Profa. Dra. Marta Fernandes Garcia y Moreno - PUC/RIO


198h00mim – 20h30mim
MINICURSO



21 h Festa

OBS: Convidado a proferir conferência o Prof. Dr. Álvaro Marcelo García Linera, da Universidade de La Paz, Bolívia, ainda, não confirmou presença. Ele é o atual Vice-Presidente da Bolívia.

Simpósios Temáticos (ST): Inscrições de 20/11/2015 a 20/12/2015
A proposta de ST deverá ser feita por até dois coordenadores vinculados a instituições diferentes, preferencialmente de estados diferentes e deverá estar inserida no tema geral do V Congresso, respeitando, é claro, o objeto de pesquisa do(s) proponente(s). Quanto mais aberta for a proposta mais fácil para receber trabalhos de graduandos, pós-graduandos e profissionais. Caberá ao(s) coordenador(es) avaliar e selecionar as comunicações inscritas no respectivo ST e definir a programação do grupo, sempre com o objetivo de garantir ampla participação e tempo necessário para apresentação, discussão e aprofundamento das questões suscitadas. Os coordenadores, no momento de avaliação dos trabalhos inscritos no ST, devem explicitar os critérios que foram adotados no processo de seleção. Serão aceitos no máximo 27 trabalhos por cada ST, para que se possa garantir o tempo mínimo de 18 minutos para cada apresentação. Salientamos que é de exclusiva responsabilidade dos coordenadores de Simpósio Temático a aprovação e alocação dos trabalhos inscritos, para o que se devem valer, exclusivamente, do site do V Congresso Internacional de História.

Condições para a inscrição de propostas de STs:
Os proponentes de STs deverão:
  • ter titulação de doutor;
  • pagar a taxa de inscrição de R$ 200,00.
Não haverá devolução do valor de inscrição. Caso a proposta não seja aprovada pela Comissão Científica, ou não alcance o número mínimo de 18 inscritos, o proponente poderá usar o valor pago na inscrição para participar como apresentador de trabalho em outro ST.
As propostas de Simpósios Temáticos deverão conter:
  1. título;
  2. justificativa da relevância do tema;
  3. nome(s) do(s) coordenador(es);
  4. titulação e vínculo institucional do(s) coordenador(es);
  5. endereço, telefone e e-mail para contato;
  6. apesentar consonância com o tema geral do V Congresso Internacional de História.
Observações:
  1. Os formulários eletrônicos estão disponíveis no site do V Congresso Internacional de História. As propostas de Simpósios Temáticos podem ser feitas até a meia-noite do dia 20 de dezembro de 2015. A página do Congresso ainda não funciona, então mande sua proposta de trabalho para o e-mail: congressohistoriajatai@gmail.com .
  2. Em caso de dois proponentes, cada um deve fazer a inscrição individualmente. O procedimento é necessário para que o sistema gere formas independentes de acesso à área do inscrito. As informações da proposta de Simpósio Temático devem ser idênticas, a fim de facilitar a identificação das proposições conjuntas.
  3. Somente um dos coordenadores receberá ajuda de custo (hospedagem em Jataí de 27/09/16 a 30/09/16).
  4. Após análise, a Comissão Científica aprovará as propostas de ST que mostrarem mérito acadêmico e tiverem relacionadas ao tema geral do V Congresso Internacional de História.
  5. As propostas serão avaliadas levando em conta sua consistência, relevância e clareza, bem como a experiência profissional dos proponentes.
  6. O resultado será divulgado no site do V Congresso Internacional de História em 04 de janeiro de 2016.
São atribuições dos coordenadores de ST:
  • selecionar os trabalhos inscritos e distribuir os que forem aprovados durante os dias e horários disponíveis para as sessões;
  • organizar as sessões de modo a assegurar a diversidade de vínculo institucional e de titulação dos participantes;
  • coordenar as atividades durante todo o Simpósio;
  • elaborar o relatório de atividades.

Minicursos: Inscrições de 20/12/2015 a 20/128/2015
Os minicursos são espaços de atualização para os profissionais de História, destinados, especialmente, para os professores do Ensino Fundamental e Médio, alunos de graduação. Devem desenvolver temas relevantes para o conhecimento histórico.
  • Com duração total de seis horas-aula, os minicursos serão distribuídos em sessões de duas horas, no período da manhã, nos dias 27, 28 e 29 de setembro de 2015.
  • O número mínimo de participantes inscritos para que o MC possa se efetivar será de 20, que devem estar registrados até o dia 14/08/2016 ou até o esgotamento das vagas;
  • Para cada minicurso serão abertas 35 vagas que poderão ser ampliadas havendo comum acordo entre a Comissão Organizadora e o(s) professor(es).
  • As propostas de MC serão analisadas pela Comissão Científica, que selecionará considerando o mérito. Serão critérios de avaliação: qualidade e relevância acadêmica da proposta e experiência profissional dos proponentes;
  • Cada MC poderá ser ministrado por até dois docentes. Neste caso, cada um deve fazer a inscrição individualmente. O procedimento é necessário para o sistema gerar formas independentes de acesso à área do inscrito. As informações da proposta de Minicurso devem ser iguais, a fim de facilitar a identificação das proposições conjuntas;
  • Somente um dos coordenadores receberá ajuda de custo (hospedagem em Jataí de 27/09/16 a 30/09/16.

Condições para apresentação de propostas de Minicursos
  • ter titulação mínima de doutor;
  • Pagar a taxa de inscrição de R$ 200,00.
As propostas de Minicurso deverão indicar:
  1. título;
  2. nome(s) do(s) proponente(s);
  3. titulação e vínculo institucional do(s) proponente(s);
  4. endereço, telefone e e-mail para contato;
  5. ementa, forma de desenvolvimento do curso, objetivos, programa e bibliografia;
  6. Indicação de equipamentos necessários para o adequado funcionamento do curso (sujeito à confirmação de disponibilidade).
  7. As propostas de Minicursos podem ser feitas até a meia-noite do dia 20 de dezembro de 2015.
Não haverá devolução do valor referente às inscrições. Os proponentes cujos minicursos não forem aprovados ou não se viabilizaram com o mínimo de 20 inscrições poderão se inscrever como apresentadores de trabalho em Simpósio Temático.
A página do Congresso ainda não funciona, então mande sua proposta de trabalho para o e-mail: congressohistoriajatai@gmail.com .


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    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

                                                                                                    Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
  
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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Convocatoria para publicar en el nº 4 de la Revista de la Red d e Intercátedras de Historia de América Latina Contemporánea.



CONVOCATORIA PARA PUBLICAR EN EL NÚMERO 4 (Junio de 2016)

La Revista de la Red Intercátedras de Historia de América Latina Contemporánea, ISSN 2250.7264, invita a presentar colaboraciones para las secciones “Artículos”, “Contribuciones”, “Entrevistas”, “Resúmenes de tesis sobre América Latina” y “Reseñas bibliográficas”.

Las colaboraciones se recibirán hasta el 10 de marzo de 2016 a través de la plataforma OJS de la revistahttp://revistas.unc.edu.ar/index.php/RIHALC/index

Los textos serán sometidos a referato doble ciego y deberán ajustarse estrictamente a las normas editoriales de la publicación, que están disponibles en:http://revistas.unc.edu.ar/index.php/RIHALC/about/submissions#authorGuidelines




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terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Debate sobre BNCC - contribuição profa. Sonia Miranda


Colegas,
Partilho texto fundamental escrito pela profa. Dra. Sonia Miranda (UFJF).
Att
 
MARIA LIMA
Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI)
Linha: Ensino de História
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
Gentileza gera gentileza!




Mais polêmicas sobre a proposta de ensino de História na BNCC

Prezad@s,
 
em meio ao movimento de reflexão dos últimos dias e sob o impacto da publicação do texto do professor Ronaldo Vainfas no jornal O Globo ontem, escrevi um texto datado e que gostaria de compartilhar.
Penso que nesse contexto, toda e qualquer construção ajuda a elucidar o debate e situar-nos em meio a um cenário muito complexo e aberto.
 
 
NA BATALHA DAS CARTAS: Vozes de historiadores e o debate contemporâneo sobre a Base Nacional Comum
Tive o prazer e o privilégio de ser aluna, nos idos dos anos 80, do (para mim saudoso) professor Ciro Flamarion Cardoso, parceiro do professor Ronaldo Vainfas em uma obra essencial para o campo dos historiadores: “Os domínios da História”, publicada pela Editora Campus no ano de 1997 e reeditada pela mesma Editora sob o nome “Novos Domínios da História” no ano de 2011.
Quando fui sua aluna, eu era uma jovem historiadora em meu percurso de Mestrado junto ao Departamento de História da Universidade Federal Fluminense e o professor Ciro já era, àquela altura, um prestigioso historiador, conhecido para muito além de nossas fronteiras nacionais.
Falo primeiramente em prazer porque o professor Ciro era um professor magistral. Suas aulas eram acontecimentos. Eram estimulantes ao pensamento, atravessadas por sua profunda erudição e por sua capacidade fina e peculiar de engendrar a reflexão e a problematização entre os estudantes, todos então jovens historiadores como eu. Foram aulas muito importantes em minha vida e em minha formação como historiadora.
Falo, por outro lado, em privilégio, porque o professor Ciro era também um historiador magistral, com apurada reflexão no campo da metodologia e epistemologia da História. Ele colocava sua experiência e sua capacidade intelectual em movimento àquela altura num contexto singular de nossa historiografia: o cenário de ampliação do universo de possibilidades investigativas e recortes teóricos atinentes ao campo da História.
Todavia, nem sempre, na condição de professor e pesquisador, o professor Ciro conseguia apresentar uma perspectiva equilibrada no tocante à possibilidade de suas ideias serem debatidas num plano efetivamente dialógico e formativo. Em sala de aula suas posições quanto a determinadas escolhas emanadas de uma nova historiografia emergente eram, frequentemente, apresentadas como oposições acirradas, postas muitas vezes, sob forte polarização e desqualificação daquilo que representava uma perspectiva diferente de olhar. Seu livro Ensaios racionalistas é uma expressão importante e historicamente datada desse acirramento, ainda que, sob meu ponto de vista, seja uma leitura muito relevante e incrivelmente atual. As posições ali expressas são duras quanto à renovação pretendida pelas novas bases historiográficas do pós 80 e por grupos de historiadores emergentes que militavam em prol da expansão do conhecimento histórico nacional. Em alguns casos a meu ver, suas posições eram capazes de produzir mais muros do que pontes no interior do debate acadêmico. Perceber essa característica não me faz admirar menos aquele professor, nem trazer dele menos carinho em minha saudade de suas aulas, mas me faz percebe-lo como um sujeito situado num tempo e, nesse sentido, humano.
Pois bem, foi um pouco após o contexto de amplificação dos debates provocados por aquele livro tão polêmico do professor Ciro que, na tessitura do clássico “Domínios da História” o professor Ronaldo Vainfas, num dos exercícios mais belos de sua função como historiador e em um dos momentos a meu ver mais brilhantes de sua carreira – ao menos dentre aqueles que pude ler e acompanhar mesmo após o momento em que passei a me dedicar substantivamente ao campo de pesquisas do Ensino de História – nos brindaria com um texto também magistral e, para mim, um marco no pensamento histórico brasileiro. Me refiro ao texto “Caminhos e Descaminhos da História”, justamente o artigo que encerra aquela coletânea organizada por ele e por seu então parceiro Ciro Cardoso, publicada pela primeira vez no ano de 1997.
Naquele texto sintetizador e substantivo, ao se remeter aos paradoxos postos no embate historiográfico contemporâneo no Brasil e no mundo e aos impactos das polarizações entre perspectivas indiciárias na investigação histórica vistas em contraposição a perspectivas hipotético-dedutivas e totalizantes, o professor Ronaldo Vainfas, numa postura de valorizar o diverso e o diálogo, nos advertiu para o fato de que: "Entre a problemática do agrário e a da sexualidade, entre a das indústrias e a das mulheres — oposição que reconheço ser muitas vezes mais retórica e didática do que efetiva — diversas linhas ou campos de investigação, por assim dizer intermediários, permitem relacionar o macro ao micro-histórico, promovendo algum diálogo entre a postura explicativa e a descrição do detalhe cultural, ou seja, entre a(s) realidade(s) e suas representações". 
O que me parece essencial no texto do professor Ronaldo Vainfas escrito em 1997 é que ele foi capaz de convocar a toda uma comunidade de historiadores a pensar no fato de que “as abordagens macro e micro-histórica não são necessariamente excludentes, apesar de originárias de paradigmas distintos e, até certo ponto, opostos”. Ao explicar a necessidade de um olhar mais matizado – e consequentemente dialógico, construtor, o professor Vainfas naquele texto segue nos explicando que ele não via com nitidez “qualquer vantagem ou superioridade a priori de um sobre outro em termos epistemológicos, mas sim, fundamentalmente, diferentes escalas ou pontos de observação”. E o professor Ronaldo Vainfas termina então aquele texto nos convocando a pensar no fato de que longe de estarmos num cenário de propalado Fim da História, em um território de embates o essencial “é percorrer os caminhos e descaminhos da história, enfrentando-se com serenidade as diferenças de opinião e opção teórica. Embate de paradigmas, portanto, questão a ser discutida”.
Por que eu fui buscar aquele texto para lê-lo mais uma vez em minha vida no dia de hoje – 6 de dezembro de 2015- para além das muitas leituras que eu já havia feito daquele artigo muito presente, diga-se de passagem, em minhas disciplinas na Universidade? Porque eu achei que, depois de ler o artigo publicado ontem no Jornal O Globo, assinado pelo professor Vainfas sob o título “NOVA FACE DO AUTORITARISMO”, não estivéssemos falando do mesmo Ronaldo Vainfas daquele texto de 1997.
É verdade que ao longo de quase duas décadas as pessoas mudam. E que bom que pessoas mudam! Raul Seixas já nos dizia - com muita poesia - que preferia ser “uma metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Eu também prefiro e, por essa razão, tenho acompanhado os debates sobre a Base Nacional Comum em alguns espaços, muito mais escutando do que falando ou escrevendo. Tenho sentido necessidade do tempo do silêncio contemplativo para me posicionar e formar minhas próprias opiniões.
Todavia, a mudança no pensamento do professor Vainfas – e especialmente de sua postura de convocação ao embate – me assustou demais. Fiquei consternada após ler ao menos umas cinco vezes seu artigo publicado, infelizmente, num Jornal com grande impacto na formação de opinião pública a partir de matérias frequentemente generalistas e rasas, superficiais e pouco fundamentadas no contradito e, consequentemente, na possibilidade de se constituir olhares mais complexos e matizados sobre aquilo que ganha expressão de opinião. 
Ao começar vinculando a relação entre o Estado Brasileiro e o campo curricular o professor Vainfas o faz, convenhamos, a partir de uma perspectiva muito instrumental do Estado – questão já vencida inclusive teoricamente no campo dos estudos sobre as relações entre Sociedade, Estado e Educação, assim como no campo de estudos sobre currículos. Parece que o professor se restringe a reconhecer o Estado exclusivamente como instrumento de dominação de uma classe sobre outras, e desconhecendo o fato de que no caso das instituições escolares e na formulação de políticas públicas há o envolvimento permanente de intelectuais que emergem não abdicando, necessariamente, de seus lugares enunciativos.
Fica claro, ao menos para mim, que o professor muito descontente e aborrecido com aquilo que designa por lulopetismo [talvez seja importante dizer que também não morro de amores por nada do que está acontecendo no Governo Dilma e por muitos equívocos cometidos em nome de um nefasto jogo político] lança mão do argumento de autoridade situado em torno de seu lugar de historiador para, no caso do debate em torno da Base Nacional Comum, jogar fora “a água do banho com a criança junto”, utilizando aqui uma expressão popular. Devo dizer, para deixar claro meu lugar enunciativo, que embora não faça e nunca tenha feito parte dos quadros do PT e nem ter qualquer pretensão nesse sentido, que minha avaliação do Governo Lula é a de que houve muitos e significativos avanços sociais, em todas as direções e setores. E o faço olhando a sociedade de meu lugar como historiadora, ou seja, pensando que numa trajetória longeva na sociedade brasileira, romperam-se alguns ciclos viciosos e engendraram-se novos mecanismos de operação utilizados para pautar os processos políticos de transferência de renda. Mas claro, houve também fragilidades essenciais que cabem ser combatidas, questionadas, denunciadas. Também me sinto indignada ao ver muitas coisas indevidas, acordos políticos obscuros. Não gostaria que nada disso estivesse acontecendo.
Digo isso porque me parece importante apontar que parto de um horizonte de olhar diferente do professor Vainfas. Também parto de um cenário de inserção profissional diferente da dele. Ao invés de me manter no campo da historiografia e da pesquisa histórica stricto sensu, me desloquei para o campo da Educação e da pesquisa em Ensino de História, o que me fez pautar outras problemáticas investigativas que são singulares em face da ciência de referência. 
Eu diria, sinteticamente e tentando reduzir a um aspecto específico um debate posto num contexto inflamado acerca desse campo, que pesquisar o ensino de História hoje nos leva ao desafio de compreender que o Saber Histórico Escolar é um saber específico, que possui finalidades didáticas particulares e distintas das finalidades postas no âmbito das ciências de referência. Nesse sentido, esse campo de saber, há ao menos umas três décadas, vem sendo revisto em nível nacional e mundial, a partir de outras possibilidades e paradigmas de Ensino, que não se restringem nem aos clássicos modelos pautados num código disciplinar que nasceu ancorado na quadripartição europeia e nem ao cânones de um olhar no qual a explicação se sobrepõe à problematização e à construção do conhecimento pautada na centralidade do sujeito epistêmico. Isso significa pensar que, há ao menos umas três décadas, a pergunta essencial deixou de ser o “como se ensina?” para ser “como se aprende?”. Sem dúvida, essa mudança de perspectiva provocou um giro de olhar muito importante e que precisa comparecer nos debates sobre a Base Nacional Comum antes de nós a classificarmos, genérica e simplistamente, como uma “aberração”.
Eu já tive oportunidade de expressar publicamente a necessidade de, nesse debate, sermos capazes de separar o joio do trigo e compreendermos que uma coisa é aquilo que envolve a discussão da proposta de História na Base e o trabalho executado por seus formuladores, e outra coisa é o que envolve as ferramentas e procedimentos disparados pelo MEC para possibilitar os debates e a construção desse documento. 
Quando proponho diferenciar o papel da equipe de professores e pesquisadores que trabalhou na construção da proposta do quadro de gestão do MEC, o faço para evitar o risco de colocarmos no mesmo patamar sujeitos e intencionalidades muito distintas. Quando o professor Luiz Carlos Freitas, num dos textos clássicos de seu blog nos convoca a pensar no fato de que “não há base para a base” ele aponta problemas estruturais, derivados de decisões tomadas no âmbito burocrático do MEC e que envolvem aquilo que eu já havia apontado em meus primeiros incômodos: trata-se de um documento global e de uma organização de cronograma e ações destinados a criar parâmetros para um projeto de avaliação em larga escala e não um documento que indique que tipo de educação queremos para um dado projeto de nação. Na verdade, não estou segura sequer quanto ao fato de ter havido clareza –e principalmente discussão coletiva - em relação a um projeto de nação no qual a Educação possa emergir com um papel definido e estratégico. O documento em seu conjunto é frágil no sentido de evocar seus valores essenciais, seus princípios éticos e epistemológicos, bem como os eixos que permitiriam um trabalho interdisciplinar entre diferentes áreas de conhecimento. A metodologia adotada para participação é arriscada e vinculada a participações tópicas, que não garantem a proposição de reflexões mais globais especialmente porque a página da base é cheia de erros técnicos, não viabilizando portanto o debate em tempo real. Eu mesma tentei me cadastrar como pessoa física por diversas vezes e o sistema acusava erro, sendo que só consegui um cadastro através de meu grupo de pesquisa, como organização. O tempo proposto para a finalização do processo é exíguo e desfavorável a um diálogo efetivo com entidades representativas e movimentos sociais.
Por outro lado, o grupo de trabalho que se dedicou à formulação do documento preliminar o fez com compromisso e clareza em relação a um princípio que para mim é muito caro e com o qual eu comungo: a ideia de que não precisamos mais seguir reforçando um dado código disciplinar constituído há mais de um século porque ele se mostrou inconsistente em histórias de escolarização pelo mundo afora. Esse código disciplinar, assentado numa perspectiva totalizante quanto ao tratamento do tempo, num olhar que não consegue abandonar o progresso como modo de organizar os discursos sobre o passado não se coaduna com desafios centrais enfrentados pela sociedade brasileira contemporânea. A equipe teve clareza e coragem no sentido de dizer NÃO a esse paradigma. Ao mesmo tempo a equipe tomou uma decisão a meu ver importante: priorizar o tratamento das questões atinentes à Lei 11645 e suas derivações, num contexto em que o coro dos descontentes a essa lei é cada vez mais caudaloso e que se mistura ao argumento pífio defendido no âmbito do movimento pró escola sem partido, por exemplo. Assim, penso que a tomada de decisão geral é consistente e coerente. Ao mesmo tempo eu discordo do argumento reducionista de que ao abdicar de uma grande história europeia estamos assumindo um ensino de História empobrecido. Também discordo das análises que leem a proposta exclusivamente como uma alternativa Brasilcêntrica e que abdica de outras temporalidades e territorialidades. Me senti muito contemplada, assim, quando li as ponderações apresentadas pelas professoras Hebe Mattos e Martha Abreu, que formulam um olhar muito mais voltado ao dialogismo e a uma construção que não se esgota na mera devastação pautada em argumentos de superfície, tampouco numa espécie de “retórica da perda” situada em torno das manifestações de grupos específicos, tais como aquelas que temos visto em torno da ideia de que a base não serve porque “retirou” história Antiga e Medieval. Não acho que o documento em sua versão preliminar evidencie qualquer perspectiva que sustente essa retórica. O que o documento faz é deixar claro que foram feitas seleções, afinal o metiér do historiador é, por natureza, seletivo e envolve, portanto, escolhas e exclusões. O que se apresenta como saber escolar não pode ser esquizofrênico e contraditório em face dessa dimensão de seletividade estrutural, não sendo possível preconizar um ensino totalizante e capaz de seguir focalizando “toda a História” porque isso não só não é possível, como também não é necessário tendo em vista a Educação voltada à compreensão da História enquanto modo particular de conhecer e explicar o mundo. 
Do ponto de vista da proposta de História o documento está pronto e finalizado? Não e provavelmente nunca estará exatamente porque compreendo um documento curricular como um texto aberto, cuja construção ocorre no âmbito das práticas docentes. Como eu o vejo hoje? 
1- Como um documento que cumpre um papel no sentido de engendrar um debate e um caminho consequente para a Educação dos jovens e crianças. Ele permitiu e está permitindo o debate entre nós porque é um documento que apresenta elementos novos diante de uma cultura histórica totalizante e quadripartite. Nesse sentido, reconheço seu caráter de abertura.
2- Como um documento que garante uma construção favorável à manutenção e aprofundamento dos elementos políticos pautados pela Lei 11.645, aqui pensada em suas tensões, lutas e conquistas, que não são poucas.
3- Como um documento no qual a dimensão de problematização própria do procedimento histórico encontra-se presente em suas linhas e entrelinhas, o que preconiza a revisão de um ensino baseado na centralidade da aula expositiva e do professor como única autoridade no processo educativo.
4- Como um documento que precisa ser mais debatido, com mais tempo, até pela própria equipe que o formulou e vem trabalhando nele, que por certo também trabalhou sob tempos muito exíguos. O que se apresenta como parte comum, em face da possibilidade de emergência de uma parte diversificada é, a meu ver, excessivo. Fiz uma contagem dos descritores ano a ano e com esse procedimento podemos verificar assimetrias importantes. Tais assimetrias são pertinentes não só quanto ao excesso de conteúdos previstos (o caso do 8º. E 9º. Anos do ensino fundamental é dramático, assim como o Ensino Médio) quanto a inconsistências que precisariam ser mais bem discutidas envolvendo a progressão conceitual inerente aos conteúdos propostos ano a ano, considerando-se um olhar longevo desde a Educação Infantil. 
5- Um documento que precisaria revelar de modo mais claro para o professor a problemática da construção da temporalidade histórica na criança e no jovem, o que também envolveria mais tempo de formulação por parte da equipe de trabalho.
Como eu vejo o movimento administrativo e político do MEC no sentido de garantir a implementação da base? Como uma sequência de ações arriscadas e pouco favoráveis ao necessário projeto de legitimação que precisa se constituir em torno de uma proposta que se pretenda nacional. Acima de tudo, como um movimento pautado numa pressa que eu, sinceramente, não consegui ainda compreender. Portanto, o mais sério no momento atual é, a meu ver, envolve a pressão sobre o MEC no sentido do próprio Ministério reconhecer as fragilidades estruturais em torno desse movimento e botar o pé no freio, garantindo um processo exitoso ou, ao menos, menos atabalhoado.
Certa vez li uma entrevista de Pierre Vilar na qual lhe perguntavam para que serve um aluno aprender História e ele disse mais ou menos o seguinte: “serve para fazer os jovens a serem capazes de ler jornal. Se não servir pra isso, não serve para nada mais”. Concordo completamente e cada vez mais com Pierre Vilar. Vivemos em uma sociedade na qual o excesso de informações e conteúdos que se esgotam em aulas expositivas não responde aos desafios de presente e futuro.
Em meio a muitas seleções possíveis, a equipe formuladora da proposta tentou favorecer aquilo que me parece ser importante à sociedade brasileira hoje: pensar sua singularidade e sua riqueza, além de suas contradições, sem que isso represente abdicar de um olhar sobre um conjunto maior no qual estamos inseridos e, ao mesmo tempo, sem se restringir a uma abordagem totalizante, sequencial e conteudista.
Voltando ao tema da complexidade posta no ambiente da História e da historiografia pautadas pelo professor Ronaldo Vainfas do ano de 1997, sigo acreditando, como ele, que é “preciso percorrer os caminhos e descaminhos da história, enfrentando-se com serenidade as diferenças de opinião e opção teórica. Embate de paradigmas, portanto, questão a ser discutida”. 
Isso vale tanto para a História em geral, quanto para seu ensino e para o campo da Educação em sua complexidade. Isso vale também para pensarmos o nosso papel político, enquanto historiadores, no cenário de disputas discursivas e ideias amplificadas pelos meios de comunicação que, como sabemos, não são nada neutros, tampouco imparciais, especialmente quando nos referimos ao quadro Brasileiro contemporâneo. Nossa voz importa e pode fazer a diferença, inclusive, para lermos jornal. Nesse sentido, sigo preferindo aquele Vainfas tão estimulante de 1997. 
(Sonia Miranda em 06/12/2015) 


Sonia Regina Miranda
Professora do Departamento de Educação/ Programa de Pós-Graduação em Educação
Universidade Federal de Juiz de Fora

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sábado, 7 de novembro de 2015

Chamada da Revista Nupem para dossiê Intelectuais Católicos.


REVISTA NUPEM - Divulgação Dossiê Temático "Intelectuais católicos: Brasil e Portugal/Europa" e Publicação de Nova Edição



Caros leitores e colaboradores,


A Revista NUPEM,  do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar Sociedade e Desenvolvimento, acaba de publicar o vol. 7, n. 13 (Jul./Dez. 2015), disponível em: http://www.fecilcam.br/revistanupem


Aproveitamos para convidá-lo para submissão de artigos para compor o Dossiê "Intelectuais católicos: Brasil e Portugal/Europa", organizado por Guilherme Ramalho Arduini Diego Omar da Silveira. Os manuscritos devem atender às Diretrizes para Autores e ser encaminhados até o dia 17/01/2016. Segue, em anexo, ofício com maiores informações sobre a publicação do Dossiê.



A submissão para os demais artigos continua aberta em fluxo contínuo. A Revista está classificada no Qualis/Capes nas seguintes áreas:
B1: Letras/Linguística
B2: Interdisciplinar; Educação; História; Geografia; Filosofia/Teologia;Serviço Social
B3: Psicologia
B4: Ensino
B5: Sociologia; Engenharias

Abraço,
Diego Omar

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