Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

GEHB ** : :UFPA sedia Jornada sobre História da Educação no Brasil

 
Quarta-feira, 09 de Junho de 2010
Notícias
08.06.2010 10:00

: :UFPA sedia Jornada sobre História da Educação no Brasil


Os campos científicos da História e da Educação têm se revelado muito próximos em uma relação cujo objetivo é compreender a inserção da educação no processo global de produção da existência humana. Nessa perspectiva, surge, em 1986, o Grupo de Estudos e Pesquisas "História, Sociedade e Educação no Brasil" (HISTEDBR), o qual, no período de 7 a 9 de julho, realizará sua IX Jornada na Universidade Federal do Pará (UFPA), tendo como tema "O nacional e o local na História da Educação".

Idealizado pelo professor Dermeval Saviani e sediado na Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), o HISTEDBR foi fundamentado como um coletivo nacional de pesquisa que tem articulado a participação de Grupos de Trabalho (GT's) da área de História da Educação, em vários Estados brasileiros. Na UFPA, temos o Grupo de Estudos e Pesquisa em História e Educação (GEPHE), coordenado pela professora do Instituto de Ciências da Educação (ICED), Maria José Aviz do Rosário.

Mais de 120 trabalhos já foram selecionados para a Jornada deste ano, a qual objetiva a difusão da produção científica, resultante de estudos e pesquisas de perspectiva histórica da área de Educação, realizados e/ou em andamento, tanto por alunos de pós-graduação como por docentes de instituições de ensino superior, públicas e privadas, direta ou indiretamente, envolvidos com os grupos do HISTEDBR. "O mais importante é a inserção da História da Educação da Amazônia na pesquisa e na historiografia nacional. Desta forma, a produção do conhecimento do país será reforçada, e o ensino brasileiro será muito beneficiado", comenta a professora Maria José do Rosário sobre a importância do evento na região amazônica.

A IX Jornada contará com mesas-redondas, comunicações orais e programação cultural, com destaque para a participação do próprio idealizador do HISTEDBR, Dermeval Saviani. As inscrições para aqueles que não irão apresentar trabalhos podem ser feitas até o dia da abertura do evento. Mais informações sobre a programação e inscrição no site do evento: http://www.ufpa.br/histedbr-pa/ixjornada.

Serviço
IX Jornada do Grupo de Estudos e Pesquisas "História, Sociedade e Educação no Brasil" (HISTEDBR).
Realização: de 7 a 9 de julho, na Universidade Federal do Pará.
Mais informações:
http://www.ufpa.br/histedbr-pa/ixjornada

Texto: Igor de Souza – Assessoria de Comunicação da UFPA



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Atividade nos últimos dias:
    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

                                                                                                    Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
 
Visite o Blog do nosso Grupo:http://www.grupohistoriadobrasil.blogspot.com

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GEHB ** O DETERMINISMO GEOGRÁFICO

 
O DETERMINISMO GEOGRÁFICO
O articulista de A Gazeta, André Hess, cometeu alguns equívocos ao tentar propor em artigo recente(Geografia e história 08/06/2010) a receita de sucesso para as sociedades. Pensando contribuir positivamente para o debate eleitoral que ora se avizinha, o jornalista escorrega na maionese. Os equívocos surgiram de leituras erradas sobre tópicos controversos de história e geografia. Porem, é importante observar que tais erros não são novos. Trata-se de antigos preconceitos que hoje assumem uma roupagem mais moderna e aparentemente científicas.
André se propôs a interpretar dois autores em voga: o professor Jared Diamond da Universidade da Califórnia e o economista turco Daron Acemoglu professor do MIT. Esses iminentes intelectuais deram entrevistas para a revista Veja cujo objetivo seria “explicar” as razões para que umas sociedades sejam mais desenvolvidas do que outras. Seria de utilidade pública o jornal A Gazeta abrir espaço para o debate sobre o quem ver a ser desenvolvimento...
O primeiro autor faz ressurgir a velha tese do positivismo No século XIX, o pensador alemão Friedrich Ratzel tentou aplicar a história conceitos geográficos: o espaço vital e o determinismo geográfico. Conectados tais conceitos tentaram explicar os fatores objetivos responsáveis pelo desenvolvimento das sociedades humanas. Eram analise comparativas entre sociedades diferentes que levaram Ratzel a inferir que fatores relacionados ao meio pudessem explicar o grau de evolução de uma dada sociedade. Ratzel bebeu na fonte do evolucionismo biológico de Darwin e foi influenciado pelos processos políticos e militares de unificação da alemão. Ele foi portanto o mentor intelectual do expansionismo das grandes potencias européias que ensejaram o imperialismo e o neo-colonialismo modernos.
A questão que interessa aqui diz respeito ao território. Sem dúvida, Ratzel refere-se ao domínio e aumento de território como condição sine qua non de evolução de um povo. Já o jornalista André aceita a tese rebuscada e falsificada de que o território, as condições do meio ambiente, explicam os disposições para que um país acesse o crescimento econômico Nessa trilha, os países ricos seriam detentores de um território cujo clima é temperado. Já os países dos trópicos teriam, por exemplo, uma agricultura menos produtiva com um solo bastante precário. Tal tese, além de falsa deve ser combatida para que os nossos estudantes do ensino fundamental e médio não venham a reproduza-las.
Na década de 1970, o Brasil vivia uma forte ditadura e no entanto a sua economia crescia a taxas invejáveis de 13% ao ano. A Grécia contemporânea é o exemplo de instituições democráticas, mas afunda numa séria crise econômica. A índia é um país de castas, porem de robusto poder econômico Os exemplos que desqualificam tais tese simplórias são muitos. Não há espaço aqui para aprofunda-los. Convém apenas evidenciar a lição da história: velhas ideologias estão sempre na espreita para influenciar intelectuais desavisados. No fundo o que elas almejam é justificar interesses econômicos e formas políticas de poder. Os julgamentos valorativas na história via de regra nos conduzem a equívocos e malentendidos. Comparar sociedades a partir da valoração destacada de determinadas instituições ou meios econômicos pode se tornar uma grande armadilha que vai de encontro aos anseios de certos grupos de poder. É o exame da história que pode ajudar a se desfazer falsas projeções ideológicas.
Sergio Fonseca
Historiador
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Atividade nos últimos dias:
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GEHB ** Revista Espacialidades, PPGH/UFRN - Dossiê "Histór ia, Espaço e Imagens".

 

Senhores e Senhoras, nossos cumprimentos.

A Equipe Editorial da Revista Espacialidades - Revista Eletrônica dos Discentes do Mestrado em História da UFRN - tem a satisfação e alegria de comunicar-lhes que está publicando o Dossiê "História, Espaço e Imagens", com os seguintes trabalhos:

ARTIGOS

O espaço da morte na tradição oral: o caso da Cruz da Rufina no sul do Ceará
Cícero Joaquim dos Santos

Representações imagéticas de Currais Novos/RN (1950 a 1980)
Gênison Costa de Medeiros e Maria Helena Braga e Vaz da Costa

Caicó/RN em papel e tinta: representações da cidade no jornal A Fôlha (1954-1958)
Marcos Antônio Alves de Araújo

Intercessões entre a fotografia e a história oral: representações de mendigos, loucos e ciganos na obra de José Modesto (Jardim do Seridó/RN, 1960 - 1980)
Rosenilson da Silva Santos

A construção da Paróquia: Espaço e participação na capitania do Rio Grande do Norte
Thiago do Nascimento Torres de Paula

Os rios e a cidade: espaço, sociedade e as políticas públicas em relação ao saneamento básico em Belo Horizonte, 1964 – 1973
Yuri Mello Mesquita

RESENHA

John R. Curran e a Roma do século IV
Gustavo Henrique Soares de Souza Sartin

Ainda comunicamos o novo layout da nossa página. Adotamos um desenho que evoca elementos da relação entre o homem e o espaço, tais como bússola, selos postais, blocos, fotografias e imagens cartográficas. Confiram!

Atenciosamente,

Rosenilson Santos
Equipe Editorial de "Espacialidades".
09 de junho de 2010.



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terça-feira, 8 de junho de 2010

GEHB ** NEPHIM e IV Jornada de História Militar

 
Convidamos aos Confrades do Instituto e a todos os historiadores miltares oriundos do nosso Curso de História Militar Brasileira a desenvolverem pesquisas e produzirem trabalhos para serem apresentados nas jornadas preparatórias e na IV Jornada de História Militar da UNIRIO.
As jornadas preparatórias estão previstas, uma por mês, dentro da programação do Núcleo de Pesquisa em História Militar - NEPHIM - do Instituto, em príncípio na segunda semana dos meses de julho (13), agosto (10) e setembro (14).
A IV Jornada de História Militar da UNIRIO-IGHMB está prevista para uma 6ª feira, 15 ou 22 de outubro, de 9 às 12h e de 14 às 17h, na UNIRIO (Urca)
O tema é: Transformações e evolução das Forças Armadas brasileiras na primeira metade do Século XX.
Os subtemass sugeridos, não exclusivos nem excludentes,são:
    • Reformas Hermes e Alexandrino;
    • Missão Francesa no Exército;
    • ciclo revolucionário da década de 1920 - (rebeliões e contenção);e
    • transformações decorrentes da participação do Brasil na II GM, inclusive a criação da    Força Aérea Brasileira.
As inscrições estão abertas desde já e poderão ser feitas pelo correio eletrônico celcarneiro@uol.com.br. Nas jornadas preparatórias, na sede do Instituto, de 15 às 17h, serão feitas duas comunicaçõies de 30 minutos cada uma, seguidas de 45 minutos de debates. Poderão ser usados meios multimídia a critério dos expositores. A programação da IV Jornada será divulgada oportunamente. O convite é extensivo ao meio acadêmico e militar. Solicitamos que o divulguem Pelo IGHMB, Cel Carneiro, coordenador do HEPHIM.

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GEHB ** CHAMADA DE TRABALHOS - II Encontro de História do Império Brasileiro [2 Anexos]

 
[Anexos de Carla Mary S. Oliveira incluídos abaixo]




Em 2008 realizamos em João Pessoa o I Encontro de História do Império Brasileiro, por iniciativa dos grupos de pesquisa Sociedade e Cultura no Nordeste Oitocentista e História da Educação no Nordeste Oitocentista - GHENO, ambos vinculados ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Paraíba, em parceria com outros programas de pós-graduação do Nordeste. O intuito foi o de reunir pesquisadores das regiões Norte e Nordeste e das demais regiões do Brasil para discutirmos as pesquisas desenvolvidas com o recorte temporal do oitocentos. As repercussões do referido evento e a sua grande aceitação por parte da comunidade acadêmica nos fez investir na segunda edição, em 2010.
Assim, para este segundo Encontro, decidimos concentrar as discussões a partir do tema geral "Culturas e Sociabilidades: Políticas, Diversidades, Identidades e Práticas Educativas".
Outrossim, a organização do encontro estabeleceu uma parceria com o Programa de Cooperação Acadêmica Novas Fronteiras da Capes (PROCAD-NF 2008 - PPGH-UFPB/ PPGH-UFMG), no sentido de juntos realizarmos o I Simpósio Patrimônios – Conexões Históricas.

A Comissão Organizadora.

INSCRIÇÕES



  • As inscrições para participação no evento terão duas modalidades: ouvinte e apresentador.

  • A ficha de inscrição devidamente preenchida e o comprovante de depósito devem ser enviados como anexos para o e-mail imperio2010@uol.com.br.

  • A inscrição como ouvinte dá direito ao CD-ROM com os anais eletrônicos e certificado de participação no evento como ouvinte, além do material de apoio.

  • Haverá uma sessão de lançamento de livros na noite do dia 16 de novembro. Serão aceitas, no máximo, 10 inscrições para esta atividade, através da ficha disponível on line, que deverá ser enviada para o endereço imperio2010@uol.com.br.

  • Caso o trabalho inscrito seja recusado pelo Comitê Científico não haverá devolução da taxa de inscrição.

  • Os participantes estrangeiros poderão efetuar o pagamento da taxa de inscrição no momento do credenciamento, no dia 14 de novembro de 2010.

EIXOS TEMÁTICOS

1 - Instrução e Culturas Escolares
2 - Culturas políticas e construção do Estado Nacional
3 - Imprensa, Impressos e Práticas de Leitura
4 - Sociedade escravista: escravizados, mulheres e homens livres pobres
5 - Arte, Festas, Vida Cotidiana e Religiosidades
6 - Viajantes e Povos Indígenas
7 - Cidades, Territorialidades e Fronteiras
8 - Intolerância e Violência
9 - Sociabilidades Femininas e Infância


TAXAS DE INSCRIÇÃO



CATEGORIA
ATÉ 30 DE JUNHO DE 2010
APÓS 30 DE JUNHO DE 2010
OUVINTE
(sem apresentação de trabalho, com direito a certificado do evento e CD-ROM dos Anais Eletrônicos)

R$ 10,00

R$ 20,00
ESTUDANTE DE GRADUAÇÃO
(com apresentação de trabalho - apenas com orientador)
R$ 20,00
-
PÓS-GRADUANDOS
(com apresentação de trabalho)
R$ 30,00
-
PROFISSIONAIS
(com apresentação de trabalho)
R$ 50,00
-
PESQUISADORES E ESTUDANTES DE INSTITUIÇÕES ESTRANGEIRAS
(com apresentação de trabalho)
US$ 30.00
-

CONTA PARA DEPÓSITO:

Banco do Brasil
Agência 4453-9 (Espaço Cultural - João Pessoa - PB)
Conta Poupança nº 8.847-1 (operação 01)
Titular: Solange Pereira da Rocha


MAIORES INFORMAÇÕES:

Sítio Eletrônico:
http://www.cchla.ufpb.br/ppgh/imperio2010/
E-Mail: imperio2010@uol.com.br


PROMOÇÃO:










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2 de 2 arquivo(s)
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    GEHB ** CHAMADA DE ARTIGOS/ CALL FOR PAPERS - Sæculum - Revista de História n. 23 - História e Memória

    Saeculum - Revista de História

    CHAMADA DE ARTIGOS -
    CALL FOR PAPERS

    Sæculum - Revista de História - nº 23 (2010.2 - jul./dez. 2010)
    Dossiê: História e Memória
    Prazo Final para o envio de trabalhos: 10 de setembro de 2010.
    Sæculum - Revista de História (ISSN 0104-8929), periódico científico publicado pelo Programa de Pós-Graduação em História e pelo Departamento de História da Universidade Federal da Paraíba (DH/PPGH/CCHLA/UFPB) abre CHAMADA DE ARTIGOS/ CALL FOR PAPERS para sua edição de nº 23 (segundo semestre de 2010), com o dossiê "História e Memória", organizado pelas Profas. Dras. Vilma de Lurdes Barbosa e Telma Cristina Delgado Dias Fernandes, ambas docentes do PPGH-UFPB.
    O prazo de envio de trabalhos para este dossiê encerra-se no dia 10 de setembro de 2010, com previsão de publicação até 30 de dezembro de 2010.
    Sæculum também aceita, em fluxo contínuo, propostas de artigos, comunicações, resenhas, entrevistas e memórias (palestras, depoimentos, documentos e fontes), redigidos em português, inglês, francês ou espanhol, e cujos autores tenham a titulação mínima de mestre.
    As propostas de artigos e resenhas, para fazer parte do dossiê ou em fluxo contínuo, devem ser enviadas por e-mail para a Comissão de Editoração de Sæculum, através do endereço saeculum@cchla.ufpb.br, formatadas de acordo com as normas disponíveis no sítio eletrônico http://www.cchla.ufpb.br/saeculum/.
    Caso não atendam às especificações lá disponíveis, as propostas não serão avaliadas pela Comissão de Editoração nem pelos membros do Conselho Editorial.

    Comissão de Editoração - Sæculum - Revista de História

    Programa de Pós-Graduação em História
    Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
    Universidade Federal da Paraíba
    Conjunto Humanístico - Bloco V - Campus I - Cidade Universitária
    Castelo Branco - João Pessoa - PB
    CEP 58.051-970 - Brasil


    SOLICITAMOS DIVULGAR

    segunda-feira, 7 de junho de 2010

    GEHB ** Revista Internacional de História Política e Cultura Jurídica

     
    Caros amigos:
    Temos a satisfação de comunicar que já está no ar o número 4 de PASSAGENS - Revista Internacional de História Política e Cultura Jurídica http://www.historia.uff.br/revistapassagens/
    Agradecemos a divulgação e lembramos que a submissão de artigos é em fluxo contínuo.
    Cordialmente, Gisálio.

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      GEHB ** TSE disponibiliza dados das eleições anteriores à urna eletrônica

       

      TSE disponibiliza dados das eleições anteriores à urna eletrônica


      Fonte: O Globo | Publicada em 07/06/2010 às 18h34m

      • RIO - A Secretaria de Gestão da Informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lançou uma página na internet onde é possível pesquisar informações sobre candidatos a presidente, vice-presidente, senador, deputado federal e governador eleitos de 1945 a 1990, período anterior à implantação da urna eletrônica.
      A pesquisa dos dados foi realizada pela Seção de Arquivo do tribunal e teve por base documentação histórica arquivada nesta seção, em especial atas de apuração, mapas eleitorais, dados estatísticos e processos referentes à contagem de votos deste período. O objetivo é que a página seja fonte de pesquisa para historiadores, estudantes e interessados na história das eleições no Brasil.
      Na página, os usuários terão acesso a diversas informações sobre o candidato: nome no registro de candidatura, o partido e a coligação pelo qual concorreram, o número de votos e o ano da eleição.

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        sábado, 5 de junho de 2010

        GEHB ** ARTIGO - HISTÓRIA ECONÔMICA DO BRASIL NA PRIMEIRA REPÚBLICA: o desenvolvimento econômico brasileiro

         


        História Livre - História do Brasil - República Velha / Primeira República
        HISTÓRIA ECONÔMICA DO BRASIL NA PRIMEIRA REPÚBLICA:
        o desenvolvimento econômico brasileiro
        Marcos Faber, Eduardo Severo e Ismael Wolf
        Orientador: prof. Dr. André Luís Reis da Silva



        Resumo
        O objetivo deste artigo é o de analisar o desenvolvimento histórico-econômico do Brasil durante a Primeira República (1889-1930), abordaremos o desenvolvimento nacional como parte integrante da economia mundial, assim como o papel periférico de nossa economia e os saltos desenvolvimentistas que o Brasil teve de se submeter para seu desenvolvimento como uma economia capitalista. Nossa base de argumentação está na hipótese de que o Brasil, até este período, era apenas uma colônia de exploração, tornando-se capitalista somente quando o capitalismo encontrava-se em sua fase imperialista. Nossa análise é feita a partir do referencial teórico marxista, onde adotamos as teorias econômicas de Caio Prado Junior e Celso Furtado aliadas à teoria trotskista do Desenvolvimento Desigual e Combinado. Palavras-chave: História do Brasil, Primeira República, História Econômica, Brasil Capitalista.

        Introdução
        Neste artigo, abordamos o papel do Brasil dentro da economia mundial durante a Primeira República, ou seja, o período que inicia com a sua proclamação em 1889 e vai até a Revolução de 1930. Deste período abordamos as transformações que ocasionaram na mudança do eixo da economia cafeeira brasileira – e seus investimentos – para o desenvolvimento da indústria nacional. Analisamos os motivos que levaram o Brasil a estar na periferia do desenvolvimento capitalista mundial, pois o país foi durante toda sua História mero fornecedor de matérias primas aos países de capitalismo adiantado.
        Para compreendermos o papel colonial brasileiro, torna-se necessária à compreensão do desenvolvimento do capitalismo europeu neste mesmo período e nos períodos anteriores. Portanto, é preciso compreender o desenvolvimento da economia nacional associada ao desenvolvimento capitalista europeu.
        Nossa base de argumentação está na hipótese de que o Brasil somente tornou-se capitalista quando o capitalismo se encontrava em sua fase imperialista, antes disso o país tinha bases econômicas pré-capitalistas, vivendo à margem do sistema mundial, ou seja, estava na periferia do desenvolvimento econômico europeu. Não acreditamos num passado feudal brasileiro, tese de Nelson Werneck Sodré, e nem que tenha havido um modo de produção Escravista Colonial, tese de Jacob Gorender. Defendemos, isso sim, que o Brasil era apenas uma colônia de exploração à margem do desenvolvimento capitalista europeu, análise esta que está de acordo com as interpretações da primeira geração de historiadores marxistas brasileiros, como Caio Prado Junior e Celso Furtado, entre outros. Nossa análise será fundamentada na combinação deste referencial teórico e na teoria trotskista do Desenvolvimento Desigual e Combinado.
        Como adeptos do referencial teórico marxista, percebemos a necessidade de exploramos o tema, deste que é um período tão importante para o desenvolvimento econômico do país e marca a entrada do Brasil no sistema capitalista. Nossa análise é fruto da percepção de que o tema das estruturas econômicas brasileiras tem sido negligenciado por outras teorias no estudo do período. Neste artigo pretendemos dar somente um vôo sobre a Primeira República, pois somos sabedores de que de forma alguma estamos esgotando o tema, mas desejamos lançar um olhar histórico sobre a economia e o desenvolvimento brasileiro no período a partir dos já citados referenciais teóricos.
        O Desenvolvimento Econômico Brasileiro
        Antes da análise do período proposto é importante entendermos o desenvolvimento econômico brasileiro dentro da história econômica mundial nos períodos anteriores à Primeira República.
        "Quando escrevemos a 'história mundial' dos períodos precedentes, estamos, na realidade, fazendo uma soma das histórias das diversas partes do globo, que, de fato, haviam tomado conhecimento umas das outras, porém superficial e marginalmente, exceto quando os habitantes de uma região conquistaram ou colonizaram outra, como os europeus ocidentais fizeram com as Américas". (HOBSBAWM, 2007, p.79 - 80).
        A História do Brasil iniciou dentro da lógica de acumulação primitiva de capital, onde a economia brasileira era apenas uma extensão portuguesa na América. A ocupação portuguesa se deu através da exploração de matéria prima tropical, num primeiro momento com a exploração e retirada do pau-brasil, depois se desenvolvendo a economia açucareira.
        Até o século XVIII a forma de capital que dominava a economia mundial era o capital comercial, somente no virada para o século XIX o capital industrial se desenvolverá hegemonicamente. Havendo uma revolta contra os monopólios e a quebra definitiva do Pacto Colonial, levando os Impérios Ibéricos ao declínio. As metrópoles tornam-se parasitas das colônias. Pois:
        "O antigo sistema colonial, fundado naquilo que se convencionou chamar Pacto Colonial, e que representa o exclusivismo do comércio das colônias para as respectivas metrópoles, entra em declínio". (PRADO JUNIOR, 2006, p. 123).
        O domínio do mercado Atlântico passou definitivamente para as mãos dos ingleses e o Brasil tornou-se colônia britânica na América. Os ingleses estavam num estágio econômico bem mais avançado do que os portugueses. O mercantilismo, forma de acumulação pré-capitalista, havia sido superado pelo capitalismo. A Inglaterra vivia o período de transição entre o capital comercial e o capital industrial. Os resultados destas mudanças não deixaram de contribuir para o desenvolvimento econômico brasileiro, sendo "um primeiro passo nesta grande transformação que se ia operar no país" (PRADO JUNIOR, 2006, p. 131).
        Os efeitos desta liberdade comercial gerada pelo estímulo econômico coincidem com a transferência da coroa portuguesa para o Brasil, transferência ocasionada pela ameaça napoleônica ao Estado Português. A Abertura dos Portos leva a economia brasileira a um avanço nunca antes alcançado. A coroa portuguesa, porém, eleva os gastos da colônia. A chegada dos nobres ao Brasil gera uma grande mudança nos hábitos coloniais, causando uma sofisticação das elites locais. Estas transformações geram a elevação dos custos de importações de produtos de luxo. Nisso o Brasil viverá em constante déficit orçamentário que levará à crise do regime servil e o fim do tráfico de escravos. Na verdade com o advento do capital industrial é necessária uma mudança nas estruturas econômicas coloniais, é preciso estimular o comércio interno que só poderá existir com o surgimento de uma classe de trabalhadores livres, ou seja, não há lugar para a mão-de-obra escrava ou servil. Torna-se cada vez mais onerosa a imobilização de capitais representada pela aquisição de escravos, o surgimento de uma classe de trabalhadores livres é essencial para o desenvolvimento do capitalismo. A criação de um campesinato livre e de uma classe proletária, garantirá a base para o surgimento no Brasil de uma burguesia nacional capaz de romper com a hegemonia oligárquica agro-exportadora.
        Da segunda metade do século XIX até o final do Império se caracterizou pela aurora burguesa, surgirão e se consolidarão durante este século os ideais burgueses no Brasil. A grande transformação se deu na revolução da distribuição das atividades produtivas (PRADO JUNIOR, 2006). O renascimento agrícola que fora impulsionado pela Abertura dos Portos e, posteriormente, pela emancipação política, desencadeou o processo de consolidação dos ideais liberais no Brasil. A crise do açúcar levou a decadência da força política das oligarquias do norte e nordeste. O sudeste foi favorecido com a cultura do café, artigo que encontrava grande mercado na Europa, os cafeicultores iniciaram um período de acumulação de capitais ainda não visto no país. Aqui cabe um parêntese, pois é no mínimo questionável utilizarmos a expressão "burguesia cafeeira" como alguns historiadores o fazem, pois se tratava de grupos aristocráticos rurais, em grande parte responsáveis pelo acúmulo primitivo de capital que desencadeou o processo de industrialização, mas creio que seja mais correto neste momento caracterizá-los como uma aristocracia cafeeira, pois o café representou a última das três grandes aristocracias do país - senhores de engenho, grandes mineradores e barões do café. Sem dúvida os cafeicultores foram de extrema importância para a industrialização e para a formação de uma burguesia nacional, pois mesmo que tenham aderido aos ideais burgueses, neste estágio, ainda não formavam uma classe consciente de seu papel.
        Mas foi esta classe e com estes ideais que levaram a pressão pela abolição e a recrutar-se mão-de-obra na imigração européia. Estas transformações elevaram o Estado de São Paulo a dianteira econômica nacional. O país entrou em franca prosperidade e ativação econômica. Esta nova aristocracia ao contrário das anteriores passou a reinvestir capitais, principalmente na nascente indústria brasileira, pois o café era:
        " O produto que permitiria ao país reintegrar-se nas correntes em expansão do comércio mundial; concluída sua etapa de gestação, a economia cafeeira encontrava-se em condições de autofinanciar sua extraordinária expansão subseqüente, estavam formados os quadros da nova classe dirigente que lideraria a grande expansão cafeeira". (FURTADO, 2007, p. 172).
        No contexto europeu, o desenvolvimento industrial representou a passagem do capital comercial para o capital industrial, às antigas estruturas monopolistas começam a ruir e a ideologia liberal tomou conta do pensamento econômico europeu. Como não poderia ser diferente, o Brasil, periferia da Europa, adotou o liberalismo como base ideológica econômica. Serão as idéias liberais que desencadearão no processo que levará a queda do Império e propagará as idéias republicanas no país. A indústria capitalista tomou logo tamanho vulto que ofuscou o capitalismo comercial e assumiu cada vez mais o domínio da economia européia. Pondo fim aos monopólios comerciais. (PRADO JUNIOR, 2006, p.124).
        A partir de 1850 o Brasil passou a experimentar um grande surto industrial, onde o país se urbanizou. Foram instaladas centenas de fábricas, bancos e diversas companhias de navegação. O financiamento em geral veio do capital cafeeiro e do capital financeiro internacional. O Brasil passou a dar grandes saltos desenvolvimentistas para aderir ao capitalismo. Porém, a economia ainda mantinha-se refém do mercado externo, com a implementação de políticas que garantissem as exportações de gêneros primários. A indústria brasileira, neste momento, produzia basicamente bens de consumo para trabalhadores, o restante era importado, principalmente da Inglaterra (CATANI, 1984, p. 113).
        Na virado do século, a indústria nacional passou para o processo de substituição das importações. "A fase da importação de determinado produto começa quando a economia se diversifica a ponto de exigi-lo, e termina quando o mercado cresce tanto que lhe assegura a produção nacional" (DEAN, 1975, p.267). Segundo o brazilianista Warren Dean, a origem da industria brasileira se deu dentro do mercado importador e exportador, tanto os fazendeiros quando os importadores tornam-se os primeiros industriários brasileiros, porém sem deixarem sua atividade original. No caso dos fazendeiros, em geral, seus investimentos industriais se davam dentro do beneficiamento das matérias-primas que produziam nas fazendas, o que lhes garantia a valorização dos mesmos (DEAN, 1975, p.268-269).
        Na Europa, a virada do século representará a aurora do imperialismo, o novo estágio do capitalismo. Rosa Luxemburgo conceituava o imperialismo como o estágio em que o capitalismo se apropriava de regiões ainda não pertencentes ao sistema. (HUNT; SHERMAN, 2001, p.159). Apesar da Europa voltar suas atenções para a África e Ásia, a América mantêm-se como fornecedora dos bens primários capazes de fortalecer o desenvolvimento da indústria européia. No caso brasileiro, havia a busca por aderir ao sistema mundial, mesmo que para isso hipotecasse seus ganhos futuros.
        Na Europa o ideário liberal entra em declínio e o capital financeiro dá inicio a uma nova fase monopolista.
        "O período que se estende do final do século XIX ao princípio do século XX testemunhou a partilha imperialista da maior parte das regiões economicamente subdesenvolvidas do mundo. As populações dessas regiões foram submetidas à mais dura e cruel exploração, em proveito dos lucros das grandes corporações sediadas nos países capitalistas avançados". (HUNT; SHERMAN, 2001, p.162).
        Emir Sader escreveu que se o colonialismo havia sido o fenômeno essencial para compreender a história da humanidade nos séculos anteriores, o século XX será o século do imperialismo (SADER, 2000, p.27). O imperialismo forneceu os elementos necessários para o desenvolvimento econômico do Brasil, mas por outro lado, foi acumulando um passivo considerável e tornou cada vez mais perturbadora e onerosa sua ação (PRADO JUNIOR, 2006).
        O capitalismo não se desenvolveu naturalmente no Brasil, antes foi imposto pela associação das classes dirigentes nacionais e o capitalismo internacional. Sendo que as classes dirigentes brasileiras sequer formavam uma burguesia nacional coesa, eram, na verdade, representantes de grandes oligarquias rurais que defendiam tão somente seus próprios interesses. A associação destes grupos nacionais se realizou com o capitalismo em sua fase imperialista, ou seja, tratava-se da associação da oligarquia brasileira com o capital industrial e o capital financeiro europeus. O país ficou imerso às regras deste novo modelo. O modelo de desenvolvimento imposto ao Brasil previa que o país passasse pelos mesmos estágios que os países de capitalismo adiantado já haviam passado. Na impossibilidade de se desenvolver autonomamente, coube ao Brasil queimar etapas, dando saltos desenvolvimentistas para acompanhar seus parceiros mais desenvolvidos. O país iniciou um oneroso processo de modernização e industrialização.
        " (...) não podendo repetir o seu itinerário anterior: ele 'salta', por assim dizer, as etapas intermediárias do seu crescimento 'normal' e 'orgânico', como o pequeno ofício e a manufatura, e se manifesta imediatamente em sua figura mais moderna e avançada: a grande indústria". (LÖWY, s/d, p. 75).
        Na condição de periferia do sistema mundial, coube ao Brasil somente uma forma de mudança das estruturas econômicas, estas modificações estruturais envolveram a necessidade de dar saltos desenvolvimentistas para modernizar a economia nacional, o que se fez possível somente com o advento da República. Foram instaladas indústrias, construíram-se estradas de ferro, modernizaram-se os portos e fundaram-se bancos, porém, à custa de grande dívida contraída aos financistas europeus.
        "A economia brasileira, ao instalar-se a República, encontra-se plenamente integrada ao capitalismo internacional através da Divisão Internacional do Trabalho. O modelo agrário-exportador, baseado na monocultura do café, fazia do Brasil um país periférico e dependente do mercado internacional". (VIZENTINI, 1983, p. 12).
        A reestruturação tratou de apressar o processo de transformação, realizando a reforma estrutural necessária à economia brasileira, transformação inserida na nova realidade internacional, o país tornou-se definitivamente capitalista.
        O capitalismo representou, no Brasil, uma ruptura nas antigas estruturas colônias, pois o capital industrial não possui a mesma lógica do capital comercial. Foram necessárias várias alterações na estrutura econômica nacional. Em primeiro lugar a reestruturação teve que partir da alteração da mão-de-obra, como a viabilização e criação de um proletariado, o que inviabilizava a existência do trabalho servil. Este problema, como vimos, foi parcialmente resolvido com a abolição da escravatura e, posteriormente, com as imigrações européias. Arias Neto afirma que em sua maioria a população de ex-escravos não se viu na necessidade de transformar-se em força de trabalho, a solução foi buscada na imigração européia (ARIAS NETO, 2003, p.201-202). Em segundo lugar, existe a necessidade de mercados consumidores. Problema que foi resolvido, em parte, com a quebra dos monopólios comerciais e com a restrição das importações, que foi possível com a implementação de uma indústria nacional de bens de consumo (CATANI, 1984). Estas alterações atingiram diretamente as antigas aristocracias, principalmente do norte e nordeste, que viram seu poder econômico reduzido, por isso tornaram-se, em grande parte, opositores do novo sistema (PRADO JUNIOR, 2006). Porém, apesar das transformações ocorridas, a economia nacional manteve-se refém do mercado externo, tanto na necessidade de exportação, principalmente de bens primários como o café, como das importações de produtos sofisticados e da indústria pesada (CATANI, 1984).
        O salto desenvolvimentista brasileiro, causado pela industrialização do país gerou em um grande êxodo rural, os centros urbanos cresceram enormemente, surgindo uma grande massa de trabalhadores assalariados. Nasceu, nos centros urbanos, um grande exército de mão-de-obra de reserva. É claro que estas mudanças geraram as conseqüências que logo foram sentidas, pois surgiram novas demandas populares, que desencadearam nas reformas trabalhistas de Getúlio Vargas nos anos 1930 e, posteriormente, no populismo.
        Conclusão
        Este artigo pode ser facilmente rotulado de revisionista e ultrapassado do ponto de vista teórico. Nós, porém, não acreditamos que exista outra forma de interpretação da realidade brasileira. Seria-nos muito fácil e cômodo fazer uma análise historiográfica de gênero ou cultural, fragmentando o conhecimento, mas preferimos nos expor e defendermos a teoria e tese que acreditamos. É possível, e provável, que ao longo de nossa jornada acadêmica venhamos a ter outras posições teóricas, ou mesmo a combinação de várias delas, mas esta é a que defendemos e entendemos como a mais correta em nosso atual estágio de graduação.
        Mesmo assim, não somos tão inocentes de acreditar que o período que se estendeu imediatamente após a Revolução de 1930 viu a hegemonia da indústria no Brasil, temos consciência de que não foi tão simples assim. Pois a economia nacional continuou atrelada ao desempenho exportador do café, pelo menos até a década de 1940. Mas acreditamos que foram durante a Primeira República que a indústria brasileira deu seus largos saltos para a ascensão hegemônica na economia do país, porém sua consolidação ocorreria somente a partir da década de 1950. É certo que a Segunda Guerra Mundial garantiu o "boom" industrial brasileiro, mas isso somente ocorreu porque a economia nacional já havia se transformado em capitalista no período anterior. Sem a transformação da sociedade brasileira em uma sociedade burguesa e sem a criação do proletariado nacional, seria impossível o salto econômico dado pelo país nas décadas seguintes.
        É por isso que acreditamos que é impossível, do ponto de vista teórico, uma análise econômica do país sem compreendermos o desenvolvimento capitalista mundial e suas influências nas zonas periféricas, no caso o Brasil. Desta forma acreditamos que o Brasil deixou de ser uma colônia de exploração a partir do momento que entendeu ser necessário dar saltos desenvolvimentistas em direção à implantação do capitalismo no país. Este salto, porém, não foi um salto da classe burguesa recém organizada, mas um salto desenvolvimentista dado pelo país como um todo, é claro, estando sob a liderança da burguesia, num primeiro momento aliada ao exército e depois sozinha. Este processo desenvolvimentista não iniciou de uma hora para outra, se iniciou ainda durante o Segundo Império, assim como se tornou hegemônico somente na Era Vargas. Porém, estamos convencidos de que o desenvolvimento econômico e as transformações sociais que possibilitaram tal reestruturação se fizeram presentes na Primeira República.
        Porto Alegre, 06 de junho de 2008.
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        REFERÊNCIA PARA CITAÇÂO DESTE ARTIGO:
        FABER, Marcos; SEVERO, Eduardo; WOLF, Ismael. História Econômicado do Brasil na Primeira
        República: o desenvolvimento econômico brasileiro. Disponível em:
        <http://www.historialivre.com/brasil/economicorv.htm> Acesso em: 06 de junho de 2008.
        Este artigo pode ser utilizado e publicado em outros sites desde que citada a fonte:
        Autores: Marcos Faber, Eduardo Severo e Ismael Wolf
        Disponível em http://www.historialivre.com/


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