Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Publicação de nova edição - Revista Angelus Novus.

Caros leitores,

A Revista Angelus Novus acaba de publicar seu último número em
http://www.revistas.usp.br/ran/index . Convidamos a navegar no sumário da
revista para acessar os artigos e itens de interesse.

Boa leitura!

Cordialmente,

Equipe editorial
Revista Angelus Novus

Revista Angelus Novus
No 7 (2014)
Sumário
http://www.usp.br/ran/ojs/index.php/angelusnovus/issue/view/Ano%20V%20n.%207%202014

Editorial
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Aos nossos leitores (1-10)
 Revista Angelus Novus


Dossiê temático: Perspectivas sobre o Império Português (séculos
XVI-XVIII)
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“Doces tributos”: Antônio Vieira e o pacto da Restauração (11-30)
 Marcello José Gomes Loureiro

A dízima da Alfândega de Salvador e o Império Ultramarino Português na
primeira metade do século XVIII (31-48)
 Hyllo Nader de Araújo Salles

“Projeto Montevidéu”: A atuação do mestre de campo Manoel de Freitas
da Fonseca nos limites entre América portuguesa e espanhola (1723-1732)
(49-66)
 Victor Hugo Abril

Entre a lei e a prática: comércio de escravos e soberania dos Estados
ibéricos no Rio da Prata colonial (67-88)
 Hevelly Ferreira Acruche


Artigos
--------
Fragmentos da História do São José: Uma (re)construção a partir dos
conceitos de Memória, Lugar e Identidade. (89-104)
 Hezrom Vieira Costa Lima, Jéssica Camêlo de Lima

No abrir das cortinas: comemorações, tempo presente e educação
(105-128)
 Ana Luíza Mello Santiago de Andrade

Memórias femininas enunciadoras da história: estratégias de umbandistas
e católicas em Santa Catarina (129-144)
 Clarice Bianchezzi, Cristiana de Azevedo Tramonte



Revista Angelus Novus
http://www.usp.br/ran/


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    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

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A influência de Jean-Ovide Decroly na reforma educacional no Brasil.

Pesquisa mostra que manuais e cursos de formação para professores das escolas primárias ajudaram a difundir o método do pedagogo belga (Aplicação do Método Decroly em escola francesa no final dos anos 1940 / foto: Ecoles Nouvelles)

07 de maio de 2015

Fonte: Por José Tadeu Arantes | Agência FAPESP – Jean-Ovide Decroly (1871-1932) foi um aluno rebelde. Sua oposição ao ensino autoritário e a recusa em frequentar as aulas de catecismo fizeram com que fosse expulso de várias escolas. Mas esse belga formou-se em medicina, com especialização em neurologia, e tornou-se um dos mais importantes protagonistas do movimento por uma nova educação.
A ideia central do método de Decroly é a dos “centros de interesse” como eixos estruturantes do currículo, que permitem a expressão da motivação espontânea do aluno e, ao mesmo tempo, abrem caminho para a aquisição de novos conhecimentos.
O processo de aprendizagem se desdobraria em três fases: observação (não como técnica, mas como atitude diante da realidade), associação (possibilitando a integração no espaço e no tempo dos conhecimentos adquiridos por meio da observação) e expressão (concreta, por meio de desenho livre, de trabalhos manuais e outros; ou abstrata, por meio, por exemplo, do texto escrito ou da linguagem matemática).
Embora sejam pouco conhecidas fora do círculo dos especialistas em história da educação, as concepções de Decroly – ou, melhor, uma adaptação delas – tiveram grande difusão e repercussão na educação brasileira do fim dos anos 1920.
O tema foi tratado no artigo Translating Ovide Decroly’s ideas to Brazilian teachers, publicado por Alessandra Arce Hai, Frank Simon e Marc Depaepe na Paedagogica Historica, uma das principais revistas em história da educação.
Professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Hai escreveu o artigo no período em que atuou como professora visitante na Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, com apoio de Bolsa de Pesquisa no Exterior da FAPESP.
Simon, professor emérito da Universidade de Ghent (Bélgica), e Depaepe, vice-reitor de Leuven, os dois coautores do artigo, são considerados os maiores especialistas na obra de Decroly.
“Nossa pesquisa buscou entender como as ideias de Decroly foram apropriadas, difundidas e transformadas no Brasil. As traduções de seus livros foram realizadas entre 1928 e 1930, ainda durante a vida de Decroly, em uma época na qual ocorreram no país várias reformas educacionais, buscando a inovação pedagógica”, disse Hai à Agência FAPESP.
Para esse processo, denominado “Movimento das Escolas Novas”, a metodologia dos “centros de interesse”, adaptada e simplificada conforme as condições da sociedade brasileira, forneceu importante aporte teórico e orientação prática.
O principal laboratório dessa experimentação pedagógica foi propiciado pela reforma educacional do Rio de Janeiro em 1928, com importante apoio de Fernando de Azevedo, na época diretor do Departamento de Instrução Pública do então Distrito Federal.
Segundo o artigo, havia, da parte de vários intelectuais da época, a opinião de que o Brasil ainda não era um país propriamente “civilizado”. Como medida “civilizadora” urgente, capaz de “republicanizar a república”, esses preconizavam uma combinação de educação e medicina, junto com medidas sanitárias e higiênicas.
“Fernando de Azevedo acrescentou o objetivo de produzir reformas sociais à escolarização, enfatizando a qualidade em vez de apenas trabalhar para eliminar o analfabetismo por meio da instrução”, ressaltam os pesquisadores. Azevedo e seus colaboradores consideravam que a escola produziria a pressão para as necessárias mudanças sociais.
Nesse contexto, a ideia de “centros de interesse” teve grande difusão e aplicação em programas de ensino no Rio de Janeiro e também em Minas Gerais. Artigos, livros e manuais para professores foram publicados. Conferências, seminários e cursos foram oferecidos. “O público-alvo era de professores do ensino primário e os responsáveis por aquilo que chamamos hoje de educação infantil”, disse Hai.
Centros de interesse
Como médico, Decroly estudou o desenvolvimento infantil com bastante detalhamento, tendo escrito várias obras nos campos da neurologia e da psicologia. E suas concepções pedagógicas foram embasadas nesses estudos.
“Mas a metodologia dos ‘centros de interesse’ foi adaptada no Brasil de forma bastante simplificada, como a possibilidade de o professor trabalhar com os alunos não por disciplinas mas por temáticas. A partir de uma temática, como, por exemplo, ‘animais’, o professor conduziria os alunos por várias áreas do conhecimento”, comentou Hai.
No artigo publicado na Paedagogica Historica, para interpretar a assimilação do pensamento de Decroly no contexto brasileiro, os autores recorreram à ideia da antropofagia, lembrando que o Manifesto Antropofágico, de Oswald de Andrade, foi publicado no mesmo ano de 1928.
Juntamente com outros teóricos da nova educação, como o norte-americano John Dewey (1859-1952) e o alemão Georg Kerschensteiner (1854-1932), o belga Decroly foi deglutido e digerido na ocasião, do “jeito brasileiro”.
Como reminiscência desse banquete antropofágico, restou para a educação brasileira da atualidade a metodologia dos projetos, como eixos capazes de perpassar a grade curricular, apontam os pesquisadores.
O artigo Translating Ovide Decroly’s ideas to Brazilian teachers (DOI:10.1080/00309230.2015.1021361), de Alessandra Arce Hai e outros, pode ser lido por assinantes da Paedagogica Historica em www.tandfonline.com/eprint/Htj99UQ9uAsRfiTDVNTu/full.



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terça-feira, 5 de maio de 2015

Revista do Instituto de Estudos Brasileiros.


O site de Revistas USP disponibilizou gratuitamente a nova edição da Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, número 60.
O editorial é assinado por  Jaime Oliva, Paulo Iumatti e Walter Garcia.
Entre os artigos que a publicação traz estão “Os coronéis – de Mendonça a Paulo Honório: notas sobre tipicidade e realismo em S. Bernardo”, de Hermenegildo Bastos, “O vaqueiro e o procurador dos pobres: Vidas Secas”, de Ana Paula Pacheco, “A fazenda assombrada: figurações da escravidão no romance Til, de José de Alencar”, de Paula Maciel Barbosa, “A Graça, o Sal e o Espírito ou José de Alencar Ao Correr da Pena”, de José Quintão de Oliveira.


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domingo, 3 de maio de 2015

Baseado em relatos pessoais, livro resgata história da imigração judaica no Brasil

22 de abril de 2015



Fruto de anos de pesquisa, obra reuniu depoimentos de 92 pessoas –
imigrantes de 16 países diferentes ou nascidas no Brasil – e construiu um
retrato da presença contemporânea dos judeus no país (
judeus fugindo
com Torás envoltas em mantos / reprodução de imagem de gravura
cedida por Elka Frost, publicada no livro O Brasil como Destino
)
FONTE: José Tadeu Arantes | Agência FAPESP A presença judaica no Brasil é tão antiga quanto a colonização europeia do território brasileiro. Dois judeus teriam participado da expedição de Pedro Álvares Cabral: João Faras, médico, astrônomo e astrólogo, que deu nome à constelação do Cruzeiro do Sul (já conhecida, mas ainda sem denominação), e Gaspar da Gama, apelidado “Gaspar de las Indias”, navegador, aventureiro e poliglota, que, antes de vir à América, fora piloto de Vasco da Gama.
Nos primeiros tempos do domínio português, o território foi arrendado por um consórcio de cristãos-novos (judeus convertidos ao cristianismo), liderado por Fernando de Noronha, que se dedicou à exploração do pau-brasil. Posteriormente, premidas pelas perseguições da Inquisição ou pelas difíceis condições de vida no Velho Mundo, sucessivas gerações de judeus imigraram para o Brasil. (*).
Um expressivo recorte dessa longa saga compõe o livro O Brasil como destino: raízes da imigração judaica contemporânea para São Paulo, da socióloga Eva Alterman Blay, professora titular sênior da Universidade de São Paulo. A obra foi publicada com apoio da FAPESP.
Autora e organizadora de vários livros, Blay colocou neste um pouco de sua história pessoal, como filha de imigrantes judeus (o pai nascido na Polônia, a mãe nascida na antiga Bessarábia, hoje República Moldova). “Todos nós, imigrantes e filhos de imigrantes, temos uma memória que se estende além de nossas próprias vivências. É a memória das experiências narradas por aqueles com quem convivemos”, escreveu.
Blay conta que começou essa pesquisa muitos anos atrás. E, durante bastante tempo, não soube que forma dar ao material pesquisado. “Sem associar uma coisa com a outra, eu tinha, nessa época, sonhos recorrentes, nos quais ia para algum lugar e me perdia, não encontrando mais o caminho de volta. Um dia, depois de ter escrito e reescrito o livro muitas vezes, encontrei, finalmente, a forma que procurava. E nunca mais tive aquele sonho”, disse à Agência FAPESP.
A forma encontrada pela autora foi dar voz aos entrevistados, destacando seus depoimentos na primeira pessoa, e valorizando a “bagagem” de cada um – uma “bagagem” peculiar, pois composta não apenas pelas memórias da existência vivida nos países de origem, mas também pela lembrança da vida construída aqui.
Seus 92 entrevistados provieram de 16 países diferentes: Alemanha, Argentina, Áustria, Bielorrússia, Egito, França, Hungria, Itália, Líbano, Lituânia, Palestina, Polônia, Romênia, Rússia, Ucrânia, Uruguai. Ou nasceram no Brasil, filhos de pais estrangeiros. Mas, a despeito das muitas diferenças, apresentavam três características em comum: eram judeus, idosos e estavam aqui “para ficar”.
Destino definitivo
“Todos os imigrantes que eu havia estudado no Brasil tinham a fantasia de, um dia, voltar para suas terras de origem. Constatei tal fantasia nostálgica entre os italianos, os portugueses, espanhóis. Mas não entre os judeus. E isso devido às próprias condições que os fizeram vir para cá. A volta não estava em seu ideário. Até porque, para muitos deles, simplesmente não havia para onde voltar. Guerras e acordos de paz de duração temporária tinham retraçado fronteiras e redefinido o estatuto político das regiões de origem. Para esses judeus, o Brasil era visto como o destino definitivo”, afirmou Blay.
Muitos deles, nascidos nos shtetlach (plural de shtetl), as pequenas aldeias de população predominantemente judaica da Europa Oriental, com sua vida sem perspectivas, viam no Brasil a promessa de um Eldorado. E mesmo aqueles que vieram de cidades grandes e cultas, como Berlim ou Varsóvia, puderam desfrutar aqui de uma liberdade muito mais evidente.
“Fugindo de situações adversas na Europa – pogroms, serviço militar rude e escravizante, pobreza, proibição de mobilidade geográfica, carência de direitos civis – encontraram no Brasil uma situação incomparavelmente mais branda, porém cheia de armadilhas”, escreveu Blay, referindo-se a um antissemitismo que, sem assumir as formas aberrantes manifestadas no continente europeu, jamais deixou de existir no país.
A pesquisa de Blay concentrou-se muito mais sobre a comunidade asquenazita (do hebraico ashquenazi), proveniente da Europa, majoritariamente nas primeiras décadas do século XX, do que sobre a comunidade sefardita (do hebraico sepharadhi), proveniente da Península Ibérica e do Oriente Médio, cuja presença remonta aos tempos coloniais, mas que cresceu no Brasil após a chamada “Crise do Canal de Suez”, em 1956.
Seu rol de entrevistados incluiu figuras de todas as classes sociais, além de alguns notáveis, como o físico Mario Schenberg (1914 – 1990), a escritora Tatiana Belinky (1919 – 2013) e a filantropa Ema Gordon Klabin (1907 – 1994).
Filho de pais não religiosos, Schenberg, que nasceu em Recife, iniciou seu depoimento, em 1982, dizendo não possuir nenhum vínculo com o judaísmo e expressou preocupação com o surgimento de uma nova “onda internacional de antissemitismo”, motivada, em sua opinião, pela política do Estado de Israel em relação ao povo palestino.
Já Tatiana Belinky, natural de São Petersburgo, Rússia, relatou, em 1983, o longo empenho de seu marido, o médico psiquiatra Júlio Gouveia (1914 – 1988), um dos precursores da televisão no Brasil, para se converter ao judaísmo. Em um evento talvez inédito no mundo, Júlio, seu filho e seu neto fizeram juntos o Bar-Mitzvá, o ritual de entrada na maioridade, que os meninos judeus cumprem normalmente depois de completar 13 anos (o Bat-Mitzvá, reservado para as meninas, é cumprido depois dos 12 anos).
Ema tem seu nome associado, principalmente, à Fundação Cultural Ema Gordon Klabin, um museu com mais de 1.500 objetos de arte, e ao Hospital Israelita Albert Einstein, para cuja construção sua contribuição financeira foi decisiva. Nascida no Rio de Janeiro, em uma das famílias judias mais tradicionais do país, ela herdou de seu pai, Hessel, nascido na Lituânia, sua participação na indústria de papel e celulose Klabin, e se destacou como colecionadora de arte, mecenas e filantropa. Foi entrevistada em 1982.
Micro-história e a construção da sociologia
Comentando estes e outros depoimentos, Blay ressaltou o papel da história pessoal, da “micro-história”, na construção da sociologia. “Eu prefiro isso do que fazer as grandes generalizações. Foi um movimento que iniciamos nos anos 1980, a Maria Isaura Pereira de Queiroz, o Aziz Simão e eu. Buscávamos valorizar o cotidiano, a vida real, os comportamentos individuais, sempre respeitando os dados empíricos. E fomos muito criticados na época.”
“Quando se trabalha com histórias de vida, o cuidado a se tomar é considerar que as pessoas contam uma determinada verdade, circunscrita ao momento em que estão relatando. Não existe a verdade. Existe uma memória, em um determinado momento, e essa memória tem que ser considerada no contexto”, ponderou a socióloga.
Notável como história pessoal foi o longo depoimento de Rifca Gutnik, que, na época da entrevista, iniciada em 1982 e continuada por alguns anos, morava no Lar dos Velhos, mantido pela Sociedade Israelita. Nascida na antiga Bessarábia, Rifca teve de abandonar os estudos depois que Alexander Cuza (1857 – 1946), considerado o Hitler romeno, proibiu o ensino de ídiche nas escolas.
Tornou-se operária desde muito cedo e, como tal, liderou uma greve contra as condições absolutamente desumanas de trabalho, sem horário para refeição, sem remuneração adicional para serviço noturno, sem direito nenhum. A greve resultou vitoriosa, mas Rifca foi demitida. Desempregada, emigrou, depois de um tempo, para o Brasil, onde seu namorado e futuro marido, Velvel, já estava.
Aqui, participou, no Rio de Janeiro, do Arbeter Center, que promovia atividades educacionais e culturais e mantinha um restaurante para trabalhadores. Depois da fracassada insurreição da Aliança Nacional Libertadora, em 1935, Velvel foi preso como comunista. Após horas exposta ao sol na porta do presídio, esperando pela permissão para visitar o marido, Rifca perdeu sua filha, Clara, vítima de insolação. Perderia também o marido, deportado para campo de concentração.
“A história de Rifca teve um efeito profundo sobre mim”, escreveu Blay. “Depois de tê-la entrevistado no Lar dos Velhos, passei a visitá-la regularmente”. Rifca participava ativamente da vida no Lar. Costurava na máquina que ela mesma havia doado; lia livros em português, russo, ídiche e alemão; organizava, com seus próprios discos, audições de música erudita e folclórica para os demais moradores; mantinha-se atualizada com a leitura diária de dois jornais. E ajudou Blay em sua pesquisa, traduzindo um livro sobre a história de Britchon, o shtetl onde nascera em 1905.
A ideia de fazer pelos outros, que, a despeito de todas as vicissitudes, deu sentido à vida de Rifca, está fortemente assentada no conceito judaico de tzedaká, que pode ser traduzido como “justiça” ou “retidão”. Exemplo de tzedaká foi o intenso trabalho voluntário desenvolvido pela professora Betty Lafer (1909 – 2006), nascida em Schirvint, na Lituânia, e diplomada em Araraquara, no Brasil.
Depois de anos no magistério, casada e com os filhos criados, Betty passou a atuar como voluntária na Organização Feminina Israelita de Assistência Social (Ofidas), e, posteriormente, na União Brasileiro-Israelita do Bem-Estar Social (Unibes), da qual se tornou presidente de honra. Ela foi entrevistada em 1982.
O trabalho social foi, para muitos desses imigrantes, a principal forma de praticar o judaísmo. “A geração que entrevistei não era especialmente religiosa”, afirmou Blay. “O máximo de sua religiosidade se resumia à observância das três datas principais do judaísmo: Rosh Hashaná (Ano Novo), Iom Kippur (Dia do Perdão) e Pessach (Páscoa). A geração atual é muito mais voltada para a religião, inclusive para a ortodoxia. Alguns filhos ou netos dos imigrantes daquela geração agora usam roupas tradicionais, casam-se com pessoas que fazem parte do mesmo grupo e aprofundam-se no estudo da religião. É uma nova tendência que deveria ser estudada”, concluiu.
(*) Conforme Os judeus no Brasil Colonial, de Arnold Wiznitzer (São Paulo, Livraria Pioneira Editora, Editora da Universidade de São Paulo, 1966), e Breve história dos judeus no Brasil, de Salomão Serebrenick (disponível emhttp://tryte.com.br/colecaojudaismo/livro10.htm).
Título: O Brasil como destino: raízes da imigração judaica contemporânea para São Paulo
Autora: Eva Alterman Blay
Editora: Editora Unesp
Ano: 2013
Páginas: 424
Preço: R$ 76,00
Vendas e mais informações: www.editoraunesp.com.br/catalogo/9788539304912,brasil-como-destino-o



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Já visitou a seção "Ensaios", de História, imagem e narrativas?

Prezados todos,

A edição deste mês parece que vai bater um recorde de visitação.
Confiram lá a nova seção, que traz estréia com obras em quadrinhos, com uma pintura e um ensaio fotográfico.

Os artigos também estão muito bons. Quem sabe algum deles não serve para suas pesquisas ou para inspirar um seu?

Visitem e compartilhem o quanto puderem. 
Nunca é demais recordar que nossa publicação possui Qualis B pela CAPES. Vale para o Lattes e para programas de pós-graduação. 

Agradeço antecipadamente.
Carlos Hollanda - editor
"História, imagem e narrativas"





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sexta-feira, 1 de maio de 2015

Após 150 anos historiadores reescrevem a Guerra do Paraguai

Fonte: NOTÍCIAS | DW.DE © 2015 Deutsche Welle



Conflito entre o Paraguai e a Tríplice Aliança foi o maior da América do Sul. Durante mais de um século a historiografia foi marcada por mitos e pelo nacionalismo, hoje revistos pelos pesquisadores.

Paraguaios mortos na guerra
Há 150 anos, Brasil, Argentina e Uruguai se uniam para lutar contra o Paraguai na pior guerra da América do Sul. No dia 1° de maio de 1865 os três países assinaram em Buenos Aires o Tratado da Tríplice Aliança, que traçou a direção do conflito, transformando-o em uma guerra longa e sangrenta.
Até o final dos anos 1980 e início dos 1990, a historiografia sobre esse acontecimento partia de uma perspectiva nacionalista ou era baseada em uma visão que considerava o conflito fruto do imperialismo britânico e de seu modelo capitalista.
Hoje, graças ao acesso a documentos da época, os historiadores desfazem mitos que se perpetuaram no continente sul-americano desde o fim do conflito. Esse material só se tornou disponível após o fim da Guerra Fria, a queda de ditaduras latino-americanas e abertura de arquivos.
Assim, historiadores paraguaios, argentinos, brasileiros, uruguaios, europeus e americanos começaram a reescrever a história da guerra a partir da análise empírica dos fatos históricos, deixando de lado a idealização do conflito.
"Esses historiadores ainda são influenciados por ideias e conceitos existentes em seus países, claro, mas, ao mesmo tempo, têm uma formação acadêmica que permite evitar deturpações na análise do passado", afirma o historiador Francisco Doratioto, da Universidade de Brasília (UnB).
Análise histórica
Recentemente os pesquisadores esclareceram questões controversas sobre a Guerra do Paraguai, como os motivos que levaram Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai a travarem uma luta sangrenta até 1870.
"A Guerra do Paraguai pode ser interpretada como o ápice de um processo histórico que vem desde 1820, que é a formação dos Estados nacionais na região", afirma Doratioto, acrescentando que há diferentes interpretações sobre esse aspecto. "Algumas dão mais ênfase à geopolítica, outras abordam processos econômicos, mas não há dúvidas, por parte de historiadores que trabalham sobre o tema, de que a guerra teve causas regionais", reforça.
Já a suposta manipulação britânica foi desmistificada. "Não há prova arquivista da participação do Reino Unido. O que havia eram belas ideias, mas sem fundamento histórico", afirma o historiador Thomas Whigham, da Universidade da Georgia.
Conflitos na região do Rio da Prata eram comuns no século 19. A Guerra do Paraguai começou com uma intervenção de pequena escala, como tantas outras. Em outubro de 1864, o Brasil invadiu o Uruguai para defender cidadãos brasileiros residentes no país, que enfrentava uma guerra civil.

Igreja de Humaitá no Paraguai destruída na guerra
Em retaliação, o Paraguai apreendeu, em novembro, o vapor brasileiro Marquês de Olinda. Em dezembro, o ditador paraguaio Francisco Solano López declarou guerra ao Brasil e invadiu a região do Mato Grosso do Sul.
Guerra declarada
Em março de 1865, o Paraguai invadiu a província de Corrientes, na Argentina. Essa invasão foi o estopim para a assinatura do Tratado da Tríplice Aliança, que tornou o conflito ainda incerto em uma guerra, com o envolvimento de todos na região.
A assinatura do tratado ocorreu no dia 1° de maio de 1865. Por insistência brasileira, o documento estipulava a destituição de Solano López do governo paraguaio, o que limitava as possibilidades de uma solução diplomática para o conflito.
"Esse foi o primeiro grande tratado de cooperação entre Brasil e Argentina. Ele representou uma carta de intenção de que as armas não seriam depostas até que o governo de Solano López fosse derrotado", afirma o historiador Vitor Izecksohn, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
E, de fato, a guerra só iria terminar em 1870 com a morte de Solano López. O conflito impactou, em diferentes graus e maneiras, todos os países envolvidos. Em âmbito mais abrangente, ele definiu as fronteiras na região.
Tragédia paraguaia
O Paraguai foi arruinado na guerra. Grande parte da população morreu em consequência da guerra, não somente em combates, mas também de doenças e de fome. Estima-se que o país tenha perdido 90% da população masculina.
"Isso faz desse conflito uma guerra moderna com um número grande de civis mortos. Ela foi realmente devastadora para o Paraguai", afirma o historiador Hendrik Kraay, da Universidade de Calgary. Além do custo humano, ela prejudicou a economia do país, acabando com o modelo desenvolvimentista que havia sido adotado pelo governo paraguaio.
Para o Brasil, a guerra foi fundamental para a queda do Império, pois o Exército saiu fortalecido e com um orgulho institucional que não existia anteriormente. Ela também endividou o país, o que arranhou ainda mais a imagem da monarquia.
O conflito foi importante também para a unificação da Argentina, além de impulsionar sua modernização e seu desenvolvimento econômico.
"O caso mais irônico é o do Uruguai, que supostamente foi o estopim da guerra, mas saiu dela mais ou menos como estava antes", afirma Whigham.
A memória da Guerra do Paraguai continua bastante presente, principalmente, no Paraguai, mas também na Argentina e no Uruguai. "Os partidos políticos que estão no poder ou na oposição nesses países hoje são os mesmos daquela época. Então no Rio da Prata, a história continua presente na política atual", conta Dorioto.

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quinta-feira, 30 de abril de 2015

A força do choro: estilo musical genuinamente carioca passa por fase de revitalização

Débora Motta

Os instrumentos típicos do choro caracterizam a
sonoridade 
delicada e 'chorosa' do gênero musical
(Foto: Divulgação/Wikipédia)

AGÊNCIA FAPERJ - A delicadeza dos sons emitidos pela confluência entre instrumentos como o cavaquinho, o violão (de seis e sete cordas), o bandolim, a flauta e o pandeiro caracteriza o choro. Considerado um gênero musical que retrata o espírito tipicamente carioca, ele vem ganhando mais destaque no cenário musical da cidade desde os anos 1970. O movimento de revitalização desse estilo, chamado afetivamente de chorinho, é o tema do projeto de pesquisa desenvolvido na Universidade Federal Fluminense (UFF) pela historiadora Luiza Mara Braga Martins. O estudo foi contemplado no programa de Apoio ao Pós-Doutorado no Estado do Rio de Janeiro, da FAPERJ, como um desdobramento do projeto Identidades do Rio, apoiado anteriormente pelo edital Pensa Rio – ambos sob a orientação da historiadora Hebe Mattos, coordenadora do Laboratório de História Oral e Imagem na universidade (Labhoi/UFF).
Considerado como o primeiro estilo musical urbano a expressar a identidade brasileira, o choro se popularizou nos salões e quintais dos subúrbios cariocas a partir de 1870, originando-se da fusão de ritmos europeus com ritmos afro-brasileiros e um jeito “choroso” de tocar. Nesse período, destacavam-se os talentos do flautista Joaquim Calado (1848-1880), que compôs o clássico Flor Amorosa; do músico Henrique Alves de Mesquita, autor do primeiro tango brasileiro,Ali-Babá; e da primeira maestrina do Brasil, a pianista e compositora Chiquinha Gonzaga.
Nas primeiras décadas do século XX, houve um período áureo do choro, com representantes de primeiro quilate do gênero musical, entre eles Pixinguinha, que lançou a primeira gravação de Carinhoso em 1928; Jacob do Bandolim, autor de Noites Cariocas, entre muitos outros choros; e Ernesto Nazareth. Essa geração de chorões organizava-se em conjuntos, os chamados regionais, que introduziram a percussão nas composições. Depois dessa fase, o choro passou por anos de esquecimento. A chegada da bossa nova no mainstream acelerou esse processo.
“Os anos 1950 e 1960 foram marcados pela bossa. O melhor instrumentista de choro não combinava com o minimalismo exigido pelo novo jeito de tocar. Os chorões não tinham mais espaço na mídia, especialmente na rádio”, conta Luiza. “Mas o choro nunca morreu. Nessa época, ele se recluiu para as varandas e os quintais de músicos que continuavam fiéis ao estilo”, completou.
Esse período de ostracismo se estendeu até 1970, considerada a década do renascimento do choro para as grandes plateias. “Nos anos 1970, vários movimentos deram início a uma revitalização desse gênero musical. O espetáculo Sarau, que estreou em 1973, foi estrelado por Paulinho da Viola e pelo conjunto Época de Ouro, e produzido pelo jornalista Sérgio Cabral. Além disso, surgiram novos grupos no Rio, como Os Carioquinhas, com os grandes violonistas Raphael Rabello e Maurício Carrilho, além da cavaquinista Luciana Rabello, e o Camerata Carioca, em que a formação já citada era acrescida pelo maestro Radamés Gnattali e por Joel Nascimento, no bandolim. Algumas gravadoras abriram espaço e produziram discos do gênero. Surgiram ainda os concursos de conjuntos no Rio de Janeiro e o Festival Nacional do Choro da TV Bandeirantes”, contextualizou Luiza.
Por esse motivo, a historiadora escolheu a década de 1970 como marco inicial da pesquisa, que acompanha o desenrolar desse movimento até hoje. Contribuindo para formar um acervo da produção contemporânea do choro no Labhoi/UFF, ela vem entrevistando diversos músicos que atualmente se dedicam ao estilo na cidade. “É importante que exista um acervo que resguarde a memória do que hoje se produz musicalmente. A história oral é uma rica fonte de pesquisa. Daqui a alguns anos, um historiador poderá saber que em 2015 estava se fazendo música de grande qualidade no Rio, mas que encontrava pouco espaço na mídia. O choro ainda é desconhecido do grande público, é praticamente como se não existisse nos meios de comunicação de massa”, ressaltou Luiza.
 O flautista Joaquim Calado, um dos músicos
 que ajudaram a construir a história do choro
              (Foto: Divulgação/Wikipédia)

A partir desses relatos, ela vai costurando o panorama do choro contemporâneo no Rio. “Escutar esse tipo de música dá um sentimento de pertencimento à cidade. O choro está ligado à cidadania musical do Rio, cidade tradicionalmente formadora de sons”, justificou. Ao final do trabalho, que deve se estender ao longo de 2015, os vídeos serão armazenados no storage do Labhoi, onde ficarão disponíveis para consultas de pesquisadores e interessados no tema. 



Luiza destaca que, hoje, o grande centro difusor da cultura do choro é a Escola Portátil de Música, que funciona aos sábados nas dependências da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio). A previsão é de que, ainda este ano, a escola ganhe um espaço na Rua da Carioca, que será denominado Casa do Choro. “Além de oferecer educação musical nos diversos instrumentos, em canto e em canto coral, a Escola Portátil tem o mérito de formar novas plateias, que apreciam esse gênero musical”. 


Pensando na importância de fazer esse registro cultural, ela vem coletando depoimentos em vídeos de alguns dos músicos mais atuantes do choro, e também do samba, atuais. Por enquanto, foram 17 entrevistas filmadas. Entre os entrevistados, estão representantes da geração que hoje está na ativa, como os já citados Maurício Carrilho e Luciana Rabello, o bandolinista Rodrigo Lessa, o flautista e saxofonista tenor Eduardo Neves, o cavaquinista Eduardo Galotti e o pandeirista Pedro Miranda, o percussionista Marco Basílio, neto de Ernesto dos Santos, mais conhecido como Donga – uma das lendas da música brasileira, que entrou para a história em 1917, ao realizar a primeira gravação de um samba no Brasil, a música Pelo telefone; o ator e cantor Marcelo Viana, neto de Pixinguinha; os bandolinistas Pedro Amorim e Pedro Aragão; o cavaquinista Jaime Vignoli, os integrantes do grupo Pixin Bodega, o violonista Pedro Holanda, o flautista e comunicólogo Eduardo Granja Coutinho; entre outros nomes.

Para ela, a cultura popular é viva, mas políticas de fomento são sempre bem-vindas. “É preciso criar políticas direcionadas de incentivo governamental para que os músicos de choro possam se inserir no mercado de trabalho. A Lei Rouanet muitas vezes patrocina artistas que já estão na mídia e que não precisam dela. Seria importante ter um enfoque específico para apoiar a cultura popular da cidade, incluindo o choro”, destacou Luiza. “E que o choro seja eleito como patrimônio imaterial da humanidade, como o samba já é”, defendeu.
Uma cronologia do choro disponível na internet
Uma linha do tempo criada por Luiza conta toda a história da formação do choro, desde a sua gênese no século XIX, passando pelos principais marcos de sua produção, e se estendendo até hoje. Com vídeos, ilustrações e informações, o material é uma fonte de pesquisa disponível no site: www.pensario.uff.br . Esse trabalho foi realizado no escopo do projeto Identidades do Rio, coordenado pela historiadora Hebe Mattos. “O samba e o choro têm um lugar estratégico para pensar a história social e cultural do Rio e do País. Os relatos dos próprios músicos, sobre como eles se relacionam com a música e com as raízes do que eles fazem, contribuem para termos um olhar sobre o Rio de Janeiro e pensarmos sobre o papel da música na construção da própria imagem da cidade”, explica Hebe.
A coordenadora do Labhoi lembrou que o espaço agrega pesquisas que têm como base fontes alternativas às fontes escritas preservadas nos arquivos, tradicionalmente usadas pelos profissionais da área para pensar as relações da história. Assim, o Labhoi prestigia a história oral, com destaque para testemunhos e fontes audiovisuais. “No 'Identidades do Rio', contemplado pelo edital Pensa Rio da FAPERJ, conseguimos agregar uma rede de pesquisadores formada por historiadores, antropólogos e educadores de cinco programas de pós-graduação de universidades fluminenses e produzir um repositório de informações para serem utilizadas por outros pesquisadores, mas numa linguagem acessível ao público em geral”, contou Hebe.
A rede de pesquisas tem a participação dos programas de pós-graduação PPGH/UFF, PPGHS/Uerj, PPHPBC/CPDOC-FGV, PPGH/UFRRJ e PPGH/UniRio, além do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, do Museu de História e Arte do Estado do Rio de Janeiro e do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, por meio do Pontão da Cultura do Jongo e do Caxambu. 
Além do estudo sobre o choro, o site reúne dados de pesquisas sobre a identidade do estado do Rio de Janeiro a partir de alguns eixos históricos, geográficos e patrimoniais: o litoral e as baixadas litorâneas, de ocupação antiga relacionada ao período colonial, com construções coloniais, aldeias indígenas e antigas cidades; o Vale do Rio Paraíba, povoado já no período monárquico com a expansão do café, que se tornaria a principal riqueza de exportação do jovem país; e, por fim, as migrações internacionais e internas entre as várias regiões do estado, a Baixada Fluminense e a cidade do Rio, especialmente no século XX. Também apresenta links para bibliotecas e plataformas digitais que disponibilizam conhecimento sobre esses temas na Internet. Enfim, trata-se de um espaço interessante para refletir sobre a memória cultural e social do Rio de Janeiro.

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