Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

CHAMADA DE TRABALHOS - Sæculum - Revista de História - n. 28 - jan./ jun. 2013 - Dossiê "História e História da Arte"



CHAMADA DE TRABALHOS - n. 28 - jan./ jun. 2013


Dossiê: História e História da Arte
Prazo Final para o envio de trabalhos: 12 de abril de 2013
Organizadora: Profª Dra. Carla Mary S. Oliveira
Qualis Periódicos/ Capes: B2 - História
Site: http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/srh/index

Para contato e dúvidas, envie uma mensagem:
cms-oliveira@uol.com.br; carla@carlamaryoliveira.pro.br; carlamary_oliveira@hotmail.com; saeculum@cchla.ufpb.br

NORMAS EDITORIAIS

1. A revista Sæculum aceita para publicação propostas de artigos, comunicações, resenhas, entrevistas e memórias (palestras, depoimentos, documentos e fontes) na área de História, que devem ser enviada apenas eletronicamente, com redação em português, inglês, francês ou espanhol, e cujo(s) autor(es) tenha(m) a titulação mínima de mestre.
a. NÃO SERÃO ACEITAS propostas elaboradas em coautoria entre graduandos ou mestrandos e orientadores;
b. No caso de artigos resultantes de pesquisas de Iniciação Científica, os orientandos do autor devem constar apenas em nota de rodapé, e não como co-autores;
c. NÃO SERÃO ACEITAS propostas contendo mais de 3 (três) autores;
2. No caso de artigo, a proposta de publicação deve ser enviada com três arquivos distintos:
a. o principal, contendo o texto do artigo, com no máximo 20 (vinte) páginas; digitado em programa compatível com o Editor de Texto Word for Windows versão 2007 ou posterior (arquivo em formato "DOC"); com a seguinte formatação: fonte Times New Roman corpo 12; espaço entre linhas de 1,5; margens de 2,5 cm; papel A4. Este arquivo deve ser identificado com o último sobrenome do(s) autor(es) em maiúsculas (exemplo: "SOBRENOME_artigo.doc" ou "SOBRENOME1-SOBRENOME2_artigo.doc"), sendo que no corpo do texto ou nas propriedades do arquivo não devem constar quaisquer informações sobre a autoria do mesmo;
b. o segundo arquivo, identificado como "SOBRENOME_dados.doc", deverá conter todas as informações sobre o(s) autor(es), especialmente maior titulação, vínculo institucional, financiamento da pesquisa (quando houver) e formas de contato (e-mail, telefones e endereço postal);
c. o terceiro arquivo, identificado como "SOBRENOME_resumo.doc", deverá conter o resumo do artigo em língua portuguesa, com até 300 (trezentas) palavras; e até 3 (três) palavras chave. O arquivo deve conter também um abstract em língua inglesa com até 300 (trezentas) palavras e até 3 (três) keywords. No caso de texto redigido em outro idioma dentre os aceitos pelo periódico, poderá apresentar résumé; e mots-cléf, quando redigido em francês; riassunto e paroli chiavi quando redigido em italiano; e resumen e palabras clave quando redigido em espanhol, mas nestes casos obrigatoriamente deverá apresentar o resumo e as palavras chave em português.


OBS.: os 3 arquivos podem estar compactados num arquivo formato ZIP ou RAR, para evitar que os dados se corrompam durante o envio.

3. As notas de rodapé devem ater-se ao mínimo necessário, não excedendo o total de 40 (quarenta). Devem ainda seguir a seguinte formatação: fonte Times New Roman corpo 10; espaço entre linhas simples; e um máximo de 8 (oito) linhas em cada nota.

4. As resenhas deverão ter entre 8 (oito) e 10 (dez) páginas, e devem versar sobre obra publicada no Brasil ou no exterior, durante os últimos 2 (dois) anos. Tanto estas como as demais categorias de propostas de publicação devem seguir as indicações de digitação e normatização estabelecidas para os artigos, bem como a forma de encaminhamento dos originais, sem a necessidade, contudo, do arquivo "SOBRENOME_resumo.doc".

5. Caso o trabalho contenha imagens, essas não poderão exceder o número de 5 (cinco) e deverão ser enviadas em arquivos independentes, no formato JPEG ou TIFF, com resolução mínima de 300 dpi e dimensões máximas de 15 cm x 21 cm. O local de inserção das imagens no corpo do texto deve ser indicado por legenda (Ex.: "Figura 1", etc., etc.).

6. Caso o texto contenha caracteres especiais - como alfabeto grego, hebraico, cirílico, chinês, japonês, coreano, hindu, ou sinais matemáticos, por exemplo - a fonte utilizada (arquivo formato "TTF") deve ser enviada à Comissão de Editoração juntamente com os arquivos "DOC" da proposta.

7. Traduções devem ser acompanhadas da autorização do autor do texto original ou dos detentores dos direitos autorais de publicação.

8. As referências bibliográficas das citações, obras e autores comentados devem ser feitas apenas em notas de rodapé, através do sistema numérico, segundo normas da ABNT (NBR 6023: ago. 2002). A revista Sæculum NÃO publica bibliografias ao final dos trabalhos.

9. Todas as propostas serão submetidas à análise de um ou mais membros da Comissão Editorial, para a verificação de aspectos ligados ao conteúdo, à escrita (ortografia e gramática), forma e pertinência dos temas, ANTES de serem encaminhadas aos pareceristas membros do Conselho Editorial ou ad hoc. As propostas que não contemplarem as normas editoriais NÃO SERÃO AVALIADAS para publicação.

ICHS sedia II Jornada de pesquisa: “Discurso, Identidade e Memória”;

ICHS (UFOP) sedia II Jornada de pesquisa: "Discurso, Identidade e Memória"

O Grupo de Estudos sobre Discurso e Memória (Gedem), da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), realiza a II Jornada de pesquisa: "Discurso, Identidade e Memória" nos dias 11 e 12 de abril de 2013, no Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS/UFOP).

De  caráter interdisciplinar, a Jornada será um evento acadêmico-científico regional voltado para a reflexão em torno de temas próprios à pesquisa e à produção científica no âmbito das ciências humanas e sociais.

O prazo para o envio de resumos para submissão na modalidade ! pôster vai até o dia 28 de fevereiro. As inscrições na modalidade ouvinte devem ser feitas entre 05 e 20 de março.

As informações completas sobre o evento estão no site
www.gedem-ufop.com


Atividade nos últimos dias:
    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

                                                                                                    Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
 
Visite o Blog do nosso Grupo:http://www.grupohistoriadobrasil.blogspot.com


Marighella na ASA


        O livro Marighella: O guerrilheiro que incendiou o mundo, do jornalista Mário Magalhães, causou grande impacto logo após seu lançamento, no final do ano passado. O autor faz a biografia de Carlos Marighella, poeta, político, revolucionário. Eleito deputado federal Constituinte, em 1946, pelo Partido Comunista Brasileiro, rompeu com o partido em 1967 e, no ano seguinte, ajudou a fundar a ALN – Aliança Libertadora Nacional. Perseguido ferozmente pela ditadura militar, foi assassinado numa emboscada em 1969.
        Mário Magalhães estará na ASA (rua São Clemente, 155) no dia 27 de janeiro, domingo, às 18 horas, para falar sobre seu livro e o personagem que biografou. A entrada é franca.
Visite o site ASA (www.asa.org.br).
Associe-se à ASA e ajude a construir o espaço do judaísmo progressista.

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Atividade nos últimos dias:
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    quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

    Chamada para artigos - Edição 16 - História, imagem e narrativas

    Prezados,

    Estamos recebendo artigos para avaliação e possível publicação na edição número 16 de "História, imagem e narrativas" (ISSN: 1808-9895 - Qualis B-5).

    Temática livre, dentro dos estudos sobre produção artística e literária na História e nas sociedades.

    Contemplamos artigos de grande parte das áreas de Humanas, em Artes, Filosofia, Comunicação, História, Antropologia, Sociologia, Literatura, Pedagogia, Design etc.

    As normas de publicação encontram-se em: http://historiaimagem.com.br/normaspublicacao.pdf

    O prazo final para envio é 20 de março de 2013.
    Cordialmente,
    Carlos Hollanda - editor


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    2º Colóquio Internacional de História e Música

    2º Colóquio Internacional de História e Música

    17/01/2013
    Agência FAPESPO 2º Colóquio Internacional de História e Música será realizado na Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Franca, de 15 a 17 de maio de 2013.
    O evento, promovido pelo Programa de Pós-graduação em História da Unesp e pelos professores do Grupo de Pesquisa de História e Música, tem como tema "Música popular: história, memória e identidades".
    "Além de mesas de debates, haverá espaço para propostas de comunicações, permitindo uma participação mais ampla", disse Tânia Costa Garcia, professora do Departamento de História e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em História.
    "Música popular e narrativas identitárias", "Música popular e indústria fonográfica" e "Música, História e Sociedade" serão os temas das mesas de debates.
    A data-limite para as inscrições de comunicações é 31 de janeiro e as temáticas que pautam as mesas de comunicações são: Música Popular e Narrativas Identitárias, Música Popular e Indústria Fonográfica; e Música, História e Sociedade.
    Os interessados devem enviar proposta (resumo) de comunicação para o e-mail
    Mais informações: www.franca.unesp.br/index.php#87,87 

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    terça-feira, 15 de janeiro de 2013

    Universidade de Coimbra cria fundo e bolsa para pesquisa sobre relações com o Brasil

    Universidade de Coimbra cria fundo e bolsa para pesquisa sobre relações com o Brasil

    FONTE: EBC - Lisboa - A histórica Universidade de Coimbra - fundada no século 13 - criou um fundo de investigação e uma bolsa de doutorado para pesquisas sobre as relações entre a instituição e o Brasil. O fundo terá 3 mil euros anuais e a bolsa 980 euros mensais, por quatro anos.
    O objeto de pesquisa são acervos guardados no arquivo da universidade referentes à cartografia, geografia e fauna brasileiras; a alunos e professores brasileiros que estudaram ou trabalharam na universidade - como o reitor Francisco de Lemos de Faria Pereira Coutinho, nascido no interior do Rio de Janeiro, e um dos mais longevos no cargo (reitor entre 1770 e 1779, e novamente de 1799 a 1821, além de bispo de Coimbra de 1779 e 1822); ao conteúdo estudado por bispos brasileiros formados na universidade; além de passaportes de pessoas que viajaram para o Brasil.
    Segundo José Pedro Paiva, diretor do arquivo da Universidade de Coimbra, se todos os documentos fossem colocados em linha reta formariam uma faixa de cerca de 10 quilômetros. Pelo menos 500 metros são formados por "material inédito", nunca pesquisado, estima o diretor. "É plausível que a investigação leve a repensar parte da história entre Brasil e Portugal", considera.
    As duas primeiras bolsas serão concedidas a historiadores brasileiros. A historiadora Ediana Ferreira Mendes tem como projeto de pesquisa A Formação Intelectual e Ação Episcopal dos Arcebispos da Bahia (Séculos 17-18) e o estudante Guilherme de Souza Maciel (da Universidade Federal de Minas Gerais), que pesquisa Espetáculo da Natureza. A História Natural a Serviço da Coroa Portuguesa (1770-1808).
    A Universidade de Coimbra teve papel fundamental na formação da elite brasileira. Até meados do século 19, a maioria dos ministros brasileiros graduou-se (e até lecionou) em Coimbra, como é o caso de José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838), considerado Patriarca da Independência (1822).
    Conforme José Pedro Paiva, a centralidade de Coimbra e a ausência de universidades no Brasil à época colonial é "um dos fatores" que ajudam a explicar porque a colonização portuguesa no continente americano, a "América Portuguesa", formou apenas um país, de tamanho continental, e a "América Espanhola", onde foram abertas universidades locais no período de colonização, é formada por várias nações.
    Atualmente, a Universidade de Coimbra é a instituição no exterior com mais estudantes brasileiros (entre eles, bolsistas do Programa Ciência sem Fronteiras e do programa de licenciaturas). A universidade, referência internacional na área de direito, tornou-se mais recentemente também um polo respeitado na Europa em pesquisa em saúde e produção de tecnologia.

    (Gilberto Costa, correspondente da EBC)


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    segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

    Único a incluir população escrava, Censo de 1872 é disponibilizado ao público


    Fonte: Mariana Tokarnia
    Da Agência Brasil, em Brasília


    Em 1872 a população escrava no Brasil representava 15,24% da população. Os estrangeiros somavam 3,8%, a maioria deles portugueses, alemães, africanos livres e franceses.
    Os números são de um Censo, a única contagem da população durante o período imperial feita em todo o território brasileiro. Os dados foram disponibilizados pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais.
    O Censo registrou quase 10 milhões de habitantes distribuídos em 21 províncias. Cada província se subdividia em municípios, que, por sua vez, se subdividiam em 1.440 paróquias, as unidades mínimas de informação. A coleta foi realizada nas paroquias.
    Os dados estão disponíveis na internet. É preciso fazer um cadastro. Pelo programa disponível é possível acessar as tabelas configuradas na época e combinar os dados de acordo com o objetivo da busca.
    O censo apresenta, além da contagem da população, informações específicas sobre pessoas com deficiência, acesso à escola e profissões exercidas, entre outras. Na época, a profissão de lavrador era a com o maior número de pessoas, seguida por serviços domésticos. Das profissões liberais, a de artista tinha mais representantes, inclusive entre a população escrava.
    Na época, acabava de entrar em vigor, em 28 de setembro de 1871, a Lei do Ventre Livre, que tornava libertos todos os filhos e filhas de mulheres escravas. Por pressões internacionais, o Brasil havia iniciado uma campanha pelo fim da escravatura.
    Em 1850, com a Lei Eusébio de Queiróz, foi estabelecido o fim do tráfico negreiro. Em 1885 foi promulgada a Lei dos Sexagenários, tornando libertos os escravos com mais de 60 anos. O fim da escravidão ocorreu em 1888, no dia 13 de maio, quando a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea.



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    sábado, 12 de janeiro de 2013

    A instituição militar no Brasil: diálogos entre história e ciências sociais




    Durante o XXVII Simpósio Nacional de História - Conhecimento Histórico e Diálogo Social que ocorrerá sob os auspícios da Associação Nacional de História – ANPUH=BRASIL no período de 22 a 26 de julho de 2013 em Natal ocorrerão dois Simposios Temáticos vinculados aos interesses da ABED:

     A instituição militar no Brasil: diálogos entre história e ciências sociais
    Coordenadores: Adriana Barreto de Souza (Doutor(a) - UFRRJ), Angela Moreira Domingues da Silva (Doutor(a) - CPDOC)

    Historia Militar
    Coordenadores: Eduardo Munhoz Svartman (Doutor(a) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Jose Miguel Arias Neto (Pós-doutor(a) - Universidade Estadual de Londrina)

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      quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

      Planos que não saíram do papel


      Estudo analisa os planos de construção da malha viária no Brasil elaborados entre 1869 e 1889, os ímpetos modernizadores que os inspiraram e as resistências conservadoras que os fizeram fracassar (Museu Imperial)

       

      Planos que não saíram do papel

      10/01/2013
      Por José Tadeu Arantes
      Agência FAPESP – Manter a integridade de um território com dimensões continentais e alargar ainda mais suas fronteiras foram duas metas gêmeas das elites político-econômicas brasileiras do Período Imperial.
      Os planos de viação elaborados durante o Segundo Reinado – planos que, projetando colocar em contato os pontos mais distantes do gigantesco território, objetivavam integrar efetivamente a economia brasileira ao mercado mundial e consolidar o Estado nacional centralizado, mas que não chegaram a sair do papel – dão bem uma ideia das ambiguidades dessas mesmas elites.
      Idealizados por engenheiros de perfil modernizador, fascinados pelas transformações capitalistas em curso na Europa e nos Estados Unidos, esses planos tiveram suas efetivações abortadas, em grande parte devido às resistências de elites agrárias, que queriam, sim, o conforto do telégrafo, mas sem abrir mão do trabalhador escravizado. E as consequências desses abortos se fazem sentir até hoje.
      A peculiaridade do tema – histórico, mas, ao mesmo tempo, muito incidente no cenário atual – é um dos fatores que legitimam o seu tratamento com o olhar e as ferramentas conceituais do geógrafo.
      Foi o que fez Manoel Fernandes de Sousa Neto, professor do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), em sua tese de douramento, defendida na USP em 2004, e agora publicado como livro com apoio da FAPESP.
      Em Planos para o Impérios: Os planos de viação do Segundo Reinado (1869-1889), Sousa Neto considera a influência do passado colonial na estruturação do território brasileiro; enfatiza a fragilidade do Estado centralizado durante o Período Imperial, evidenciada na Guerra contra o Paraguai; e aborda em detalhes cinco planos de viação elaborados nas duas décadas compreendidas entre 1869 e 1889 – os ímpetos modernizadores que os inspiraram e as resistências conservadoras que os fizeram virar letra morta.
      Além da resistência oligárquica, por que esses planos fracassaram? "Em primeiro lugar, porque o projeto não era mesmo modernizar o país e incorporar todo o território à lógica capitalista de rápida circulação de capitais, mercadoria e pessoas, mas manter um vasto fundo territorial para a incorporação futura, sob a égide das frações da burguesia agrária", responde Sousa Neto.
      "Depois, havia o problema da dimensão física do território e das dificuldades impressas na própria natureza, como a topografia acidentada de algumas regiões, áreas alagáveis de grande extensão e florestas fechadas, que reclamavam investimentos vultosos e soluções técnicas fabulosas no campo da engenharia", prossegue o geógrafo.
      "Por fim, é preciso considerar que o território não era um espaço vazio. Mas, sim, muito habitado por diversas nações indígenas, que resistiram há muitos dos projetos de modernização propostos pelo capitalismo, antes e depois daquele período histórico", diz.
      Como, além da navegação fluvial, esses planos propunham principalmente a construção de estradas de ferro, que constituíam a opção tecnológica disponível na época, é interessante comparar aqui – embora este não tenha sido um objetivo do livro – a extensão das redes ferroviárias do Brasil e da Índia, dois países outrora classificados como "subdesenvolvidos" e que hoje integram o rol das chamadas "economias emergentes".
      Com uma área terrestre de 2.973.193 km2, a Índia possuía, em 2009, 63.974 km de estradas de ferro, em grande parte instaladas durante o período do domínio colonial britânico. Aproximadamente na mesma época, em 2008, o Brasil, com 8.459.417 km2 de área terrestre, quase o triplo da área indiana, tinha 28.538 km de estradas de ferro (CIA The World Factbook, 10/10/2012).
      Houve, posteriormente, uma modestíssima expansão da rede ferroviária brasileira, que chegou, em 2012, a 28.692 km (Agência Nacional de Transportes Terrestres, agosto de 2012).
      Quais foram as principais consequências dessa não efetivação dos projetos viários brasileiros? "Muitas. Os setores ligados à exploração mineral e ao agro-hidro-negócio, por exemplo, querem sistemas viários complexos para as áreas ocidentais do país, para escoar o que se produz ao custo de destruição ambiental e para exportar a preços competitivos, já que os custos com transportes afetam diretamente as margens de lucro", afirma Sousa Neto.
      "O livro vê os planos elaborados no Período Imperial não apenas como planos de viação, mas como projetos para o país. O interesse da obra foi buscar compreender que projetos estavam em jogo e como eles sofreram mudanças ou tem soluções de continuidade ainda hoje", completa.

       Planos para o Império: Os planos de viação do Segundo Reinado (1869-1889)
      Autor: Manoel Fernandes de Sousa Neto
      Lançamento: 2012
      Preço: R$ 65
      Páginas: 264
      Mais informações:
      www.alamedaeditorial.com.br/planos-para-o-imperio 
       
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      quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

      "MINISTÉRIO DO SILÊNCIO"

      Resenha do livro “Ministério do Silêncio – A história do serviço secreto brasileiro de Washington Luís a Lula: 1927-2005”, de Lucas Figueiredo. Record, 2005.
       
      César Maurício Batista da Silva*
       
               Defenestrado por se referir aos parlamentares que investigam as denúncias de corrupção no governo Lula como “bestas feras”, o ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) acertou no que não viu. Sem saber, jogou luz sobre a história do órgão a que serviu, sublinhando a pertinência de uma obra recém lançada, “Ministério do Silêncio” ajuda a compreender que o episódio, longe de representar um ato isolado, petulante e inconseqüente – note-se que a declaração do ex-araponga-rei foi feita através de comunicado disponível na “intranet” do órgão –, é mais uma amostra, ainda que mínima, da autonomia institucional e funcional que sempre marcaram o serviço secreto brasileiro.
       
               Ao mesmo tempo em que sistematiza a bibliografia sobre o tema, o jornalista do Estado de Minas nos proporciona contato com documentos e espaços da organização institucional brasileira até então nebulosos à vista pública. Com a leitura sabe-se, por exemplo, da existência do Centro de Informações do Exterior (CIEX), serviço secreto do Ministério das Relações Exteriores, em algumas oportunidades confundido com o serviço secreto do Exército (CIE). Segundo Lucas Figueiredo, sua composição exclusivamente civil, com diplomatas de carreira formando seu corpo de agentes, permitiu que passasse desapercebido por historiadores do regime militar. O autor se refere a pelo menos uma missão do CIEX, em meados dos anos de 1970 (acompanhou os passos no exterior do ex-assessor sindical de João Goulart, José Gomes Talarico), comprovada através de uma das peças que compõem a farta documentação que sustenta a obra. O CIEX ainda vigiou no exterior exilados como Brizola e o próprio Jango.
       
               Mas reputo que sejam outros dois momentos os mais instigantes da obra. Primeiro, a pré-história. É detalhada a informação de que, se o Serviço (forma sucinta pela qual o autor designa o serviço secreto) foi parido Serviço Nacional de Informações (SNI), por Golbery do Couto e Silva, foi gestado desde o governo Washington Luís, no Conselho de Defesa Nacional. Instituído em novembro de 1927, o Conselho não contava com espiões. Não ia muito além de uma grande mesa-redonda onde ministros de Estado trocavam e analisavam informações que já possuíam. Malgrado sua inoperância frente ao objetivo de municiar o Presidente da República com informações, já ali se configurava uma das características que nunca mais abandonariam o Serviço: regulamentação vaga, ampla e evasiva, perfeita para que se pudesse fazer o que se quisesse contra quem se desejasse.
       
               Vargas amplia a estrutura com a criação das chamadas Seções de Defesa Nacional, escritórios dentro dos ministérios civis. Mas também improvisa. Na falta de um serviço secreto formal, lança mão da Polícia do Distrito Federal e do Ministério da Guerra como serviços secretos clandestinos. Dutra cria oficialmente o primeiro serviço secreto brasileiro em julho de 1946, o Serviço Federal de Informações e Contra-Informação, cuja sigla tem pronúncia próxima a um espirro: Sfici. O órgão é criado a reboque da valorização do papel dos serviços secretos nos países centrais no contexto da incipiente Guerra Fria. A “ameaça vermelha” nunca seria esquecida pelo Serviço, não apenas como trauma, mas também como justificativa da própria existência. Se não havia agentes externos dessa ameaça, que fossem eleitos alvos dentro das fronteiras. Ainda que só viesse a ser montado efetivamente em 1956, por determinação de Juscelino, o Sfici também já trazia na pele outras duas marcas indeléveis: a subordinação aos militares (ficou ligado ao Conselho de Segurança Nacional, novo nome do antigo Conselho de Defesa Nacional); e o combate aos “inimigos internos”. O ano de 1961 representa um marco nessa história. É quando Golbery ingressa nas fileiras do Sfici. E também representa o início do período mais explorado pela literatura.
       
               O segundo destaque do “Ministério do Silêncio” é a história contemporânea do Serviço. No momento de retorno dos civis ao comando do Executivo e com as expectativas da opinião pública apontadas para a construção de um Estado democrático, o SNI muda a maquiagem, mas não de personalidade. Procura parecer mais transparente, cultivando uma imagem institucional mais positiva. Seu chefe passa a conceder entrevistas regulares, algo inconcebível anteriormente, e, segundo o autor, “planta” notícias na imprensa a respeito de supostas operações. Mas continua promovendo ações clandestinas, escutas telefônicas ilegais, combatendo prioritariamente um “inimigo interno”, manifestações políticas e culturais consideradas “de esquerda”, classificadas como “perigo para a sociedade”. Além disso, a falta de um controle externo lhe garantia impunidade e autonomia de ação. Nas palavras do autor: “Sob Sarney, O SNI teve uma transformação bizarra: em vez de diminuir de tamanho (como seria lógico) e de ser desmilitarizado (como mandava a prudência), passou a ter ainda mais atribuições, ampliando sua agenda.” (p. 378).
       
               Por conta de desavenças durante a campanha eleitoral de 1989, Fernando Collor extingue o SNI no mesmo dia em que toma posse: 15 de março de 1990. Sem definir novas diretrizes institucionais, Collor cria o Departamento de Inteligência (DI). Relegado a um simples departamento, não mais ligado diretamente à Presidência da República, o Serviço também perdeu a coordenação da “comunidade de informações”, desmanchada com o fim dos laços formais entre ele e os serviços secretos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Esvaziado institucionalmente e financeiramente - sofreu grave enxugamento de pessoal e cortes de recursos –, pela primeira vez seria dirigido por civis. Porém, o Serviço mostraria que enverga, mas não quebra. Sobrevivente da “Constituição Cidadã” de 1988, um serviço secreto tão viciado não havia de ser desmontado com uma canetada, apenas. A definição de atribuições fluida e a falta de controles externos permaneciam alimentando o seu sentimento de autonomia. A partir do governo de Itamar Franco, nova inflexão. Nesse período se dá a remilitarização do órgão, que volta a ganhar espaço. Após longa resistência, rende-se às novas regras de contratação do serviço público em vigor desde 1988 e promove, em 1994, o primeiro concurso público para o serviço secreto.
       
               Sob o governo do ex-exilado Fernando Henrique Cardoso, o Serviço ganha novo fôlego. Em novembro de 1999 o Parlamento aprova o projeto do governo que cria a ABIN. Ela, porém, não vinha sozinha. Foi criado, também, o Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência) que, sob coordenação da ABIN, abarcava diversos órgãos da administração pública federal e, caso se fizesse necessário, também estaduais. Renascia, incrementada, a “comunidade de informações”. “(...) enquanto a velha comunidade reunia algumas dezenas de organismos, a nova abrigaria centenas. Com uma só tacada, a ABIN colocava no bolso informações da Receita Federal, da Polícia Federal, dos Correios, da Anatel, da Previdência Social, do Incra, do Detran, do Banco Central, etc. Era como se o Serviço estivesse absorvendo o Estado novamente.” (p. 495). Não obstante isto, a criação da ABIN foi comemorada por incluir a previsão de uma comissão do Congresso responsável pelo seu controle externo. O tempo mostrou, e Lucas Figueiredo nos lembra disso, que era vão o regozijo. Até pelo menos março de 2005 – já na segunda metade do governo Lula – essa comissão não sairia do papel.
       
               Entre as contribuições de uma sistematização da história do Serviço acompanhada da divulgação de material de pesquisa e investigação inédito, destaca-se a retomada de informações oportunamente tornadas públicas, agora compreendidas como parte de processos mais amplos. À guisa de exemplo, temos as já sabidas mudanças nos prazos de divulgação de documentos oficiais empreendidas por FHC, amplamente divulgadas na época. No apagar das luzes do seu governo – na sua última semana –, o presidente-sociólogo baixa um decreto dilatando os prazos de restrição ao acesso público a documentos sigilosos produzidos pela “comunidade de informações”. “Assim, os documentos sobre o golpe militar classificados como secretos deixariam de ser liberados à consulta pública em 2004, ficando indisponíveis até 2024. No caso dos ultra-secretos, esse prazo pôde ser esticado até o fim dos tempos.” (p. 517). A prorrogação do prazo de sigilo de documentos classificados como ultra-secretos, até então permitida uma única vez, passou a ser possível ad infinitum. A contextualização oferecida por “Ministério do Silêncio” nos permite entender essa informação como parte de um processo de retomada da força do Serviço iniciado com Itamar e incrementado por FHC.
                 E como seria a relação entre o antigo inimigo, Lula, agora Presidente, e o Serviço, que muitas vezes fez as vezes de “guarda pretoriana” do chefe do Executivo? A resposta do autor é direta: “O PT desconsiderou tudo aquilo que pregara para o órgão durante décadas e seguiu a cartilha dos militares.” (p. 526). Também nessa ceara as tais “bandeiras históricas” soam como parolagem estratégica. Ou cheiram a engodo mesmo. Lula manteve a militarização do órgão, desistiu de acabar com sua atuação no campo interno e, em um primeiro momento, manteve agentes oriundos do antigo SNI na direção executiva da ABIN. Como se não bastasse, propôs, ainda no primeiro ano de sua gestão, a dilatação dos poderes da Agência, encampando uma antiga proposta do “monstro” de Golbery: legalizar a utilização de grampos e escutas por parte do Serviço. Quanto ao decreto de FHC a respeito dos prazos de divulgação dos documentos da “comunidade de informações”, Lula, que poderia simplesmente revogá-lo, ou orientar sua bancada a apoiar um projeto de lei que já tramitava no Congresso, de autoria da deputada Alice Portugal (PCdoB) que dele daria cabo, preferiu a inércia. Apenas a repercussão da infeliz nota do Exército que, em resposta à retomada do caso Vladmir Herzog, acusou a imprensa de “revanchismo” e exaltou a repressão militar contra os “subversivos”, fez o Presidente mover-se. Voltou aos prazos anteriores, mas manteve a esdrúxula possibilidade de manutenção do veto ao acesso público eternamente, para alguns documentos.
       
               Além de propiciar um completo panorama histórico do Serviço, “Ministério do Silêncio” mostra de perto o seu papel em episódios como o da bomba do Riocentro, dos grampos do BNDES (onde ficou patente o envolvimento do governo FHC com consórcio concorrente às privatizações) e até mesmo no recente caso Waldomiro Diniz, mostrando a contribuição, para o caso, do racha interno entre os funcionários da própria ABIN. Primeira peça do dominó de escândalos do governo Lula a cair, este caso motivou o depoimento de um agente da ABIN acusado de envolvimento, e que ensejou a malfadada manifestação do ex-chefe recém-demitido.
       
               Lucas Figueiredo nos mostra que, passados 78 anos, as marcas do Serviço não foram maculadas: militarização, ausência de controle externo, regulamentação fluida e evasiva de suas competências, eleição do campo interno – movimentos sociais, culturais e populares – como alvos, inimigos a serem combatidos. Mais ainda: que, se essas marcas foram tatuadas na pele da nossa História primordialmente durante o regime militar inaugurado em 1964, seus mais recentes incrementos se deram em governos civis, o último dos quais, governo petista. “Ministério do Silêncio” nos remete à instigante tese de Jorge Zaverucha, mostrando que ela mantém sua atualidade. Isso nos faz questionar se a transição do híbrido regime que tipificou os anos 1980 para o atual nos conduziu a um Estado realmente caracterizado pelo controle civil democrático. Seja como for, as sombras, tão caras ao Serviço, ainda assustam, mas são hoje menos discretas.
       
      * O autor é mestrando de Ciência Política do PPGCP/IFCS.

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