Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

** REVISTA ESPAÇO PLURAL - DOSSIÊ MOVIMENTOS SOCIAIS

 
Revista Espaço Plural: Chamada de artigos para o Dossiê Movimentos Sociais

Ver texto da chamada em:

http://www.pr.anpuh.org/informativo/view?ID_INFORMATIVO=1340

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    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.


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** [Carta O BERRO] PARA NÃO ESQUECER JAMAIS! História de Ana Maria Nacinovic Corrêa -XVI-

Carta O Berro..........................................................repassem



Ana Maria Nacinovic Corrêa

 


Militante da AÇÃO LIBERTADORA NACIONAL (ALN).

Nasceu em 25 de março de 1947, no Rio de Janeiro, filha de Mário Henrique Nacinovic e Anadyr de Carvalho Nacinovic.


Depoimento da mãe de Ana Maria:


"Teve uma infância feliz, apesar da separação de seus pais quando tinha apenas 7 anos de idade, vivendo a partir desta época na companhia da mãe, tia e avós, que procuraram suprir, com muito carinho, a ausência do pai.


Fez o primário, ginásio e científico no Colégio São Paulo, de freiras, em Ipanema. Destacou-se sempre durante o seu curso pelo companheirismo e cumprimento de suas obrigações escolares. Simultaneamente, estudava piano com o professor Guilherme Mignone. Possuindo um ouvido privilegiado, era estimulada pelo seu mestre a dedicar-se mais à arte.


Terminou o científico com 17 anos e sua grande inclinação para a matemática levou-a a freqüentar um curso pré-vestibular, com o objetivo de futuramente tornar-se uma engenheira. Um casamento mal sucedido interrompeu seus estudos. Aos 21 anos, ingressou, como 2ª colocada, na Faculdade de Belas Artes.


Para a idealista que era, o que sempre demonstrou no seu dia-a-dia, em atitudes de solidariedade em relação ao próximo, caíram em campo fértil as sementes de rebelião contra o regime autoritário que dominava o país. Era a época aterrorizante do ditador Emílio Garrastazú Médici. Aquela mocinha inexperiente, mal saída dos bancos escolares e de um casamento frustrado, aos poucos se converteria na guerrilheira cujos retratos nos aeroportos, rodoviárias e outros lugares públicos, apontavam como uma subversiva perigosa.


Seguiu-se uma época de aflição e angústia para sua mãe e demais familiares, até que chegasse o momento fatal. Momento em que toda a ternura daquele coraçãozinho que só aspirava à igualdade entre os homens, daqueles imensos olhos azuis que só queriam contemplar o lado bom da vida, converteu-se em escuridão e trevas.


Ana Maria foi metralhada e morta na Moóca, em 14 de junho de 1972. Estava com 25 anos de idade. Com ela morreram Marcos Nonato da Fonseca e Iúri Xavier Pereira."


Enquanto Ana Maria, Iúri, Marcos Nonato e Antônio Carlos Bicalho Lana almoçavam no Restaurante Varella, o proprietário do estabelecimento, Manoel Henrique de Oliveira, que era alcagüete da polícia, telefonou para o DOI/CODI-SP, avisando da presença de algumas pessoas que tinham suas fotos afixadas em cartazes de "Procurados", feitos na época pelos órgãos de segurança.


Os agentes do DOI/CODI, assim que se certificaram da presença dos quatro companheiros, montaram uma emboscada em torno do restaurante, mobilizando um grande contingente de policiais.


De imediato, foram fuzilados Iúri e Marcos Nonato. Ana Maria, ainda vivia, quando um policial, ouvindo seus gritos de protesto e de dor, impotente perante a morte iminente, aproximou-se desferindo-lhe uma rajada de fuzil FAL, à queima-roupa, estraçalhando-lhe o corpo.


Ato contínuo, os policiais fizeram uma demonstração de selvageria para a população que se aglomerou em volta daquela já horrenda cena. Dois ou três policiais agarravam o corpo de Ana Maria e o jogavam de um lado para o outro, às vezes lançando-o para o alto e deixando-o cair abruptamente no chão. Descobriram-lhe também o corpo ensagüentado, lançando impropérios e demonstrando o júbilo na covardia de tê-la abatido. Não satisfeitos, desfechavam-lhe ainda coronhadas com seus fuzis, como se mesmo morta Ana Maria representasse ainda algum perigo.


Tal cena repetiu-se com o corpo de Iúri e Marcos Nonato, sendo entretanto Ana Maria o alvo preferido.


A população, revoltada com tamanha violência e selvageria, esboçou, dias depois, uma reação de protesto, tentando elaborar um abaixo-assinado que seria encaminhado ao Governador do Estado. Mas, devido ao clima de terror existente no País naquela época, somado ao pânico de que aquelas cenas de verdadeiro horror pudessem se repetir com eles, a iniciativa foi posta de lado. Também as ameaças feitas pelos policiais, na hora do crime, intimidaram os populares.

No entanto, a versão de morte na rua, em tiroteio, não pôde
ser confirmada após a abertura dos arquivos do DOPS com informações
que indicam a morte sob tortura. O Relatório do Ministério da Aeronáutica contém a falsa versão de que Ana Maria foi ferida após assalto em que resistiu à voz de prisão, "ocasião em que a nominada saiu gravemente ferida, vindo a falecer posteriormente". Após o tiroteio, os três foram enviados ao DOI-CODI, quando tiveram fichas abertas, levando a crer que dentre eles estivesse algum vivo após a emboscada, vindo a morrer nos interrogatórios no DOI-CODI.
Portanto, não há dados e perícias que possam comprovar a morte em tiroteio, tais como fotos, relação de armas utilizadas, exame de corpo delito nem dos militantes, nem dos policiais feridos na versão oficial. Por outro lado, contrariamente ao alegado à época, os corpos não foram levados para o necrotério, mas sim para as dependências do DOI-CODI do II Exército, onde foram vistos pelo preso político Francisco Carlos de Andrade, conforme seu depoimento:
"Fui preso no dia 27 de novembro de 1971 por um grupo de militares subordinados ao II Exército, que atuavam clandestinamente com o nome de Operação Bandeirantes e usavam como sede a delegacia de polícia situada na rua Tutóia, em São Paulo. Fiquei detido nessa delegacia até novembro de 1972, sendo então transferido para a Casa de Detenção de São Paulo. Numa data que não posso precisar ao certo do ano de 1972, devido às condições que nos impunham os carcereiros, vi no pátio dessa delegacia três corpos estendidos no chão. Reconheci, de imediato, tratar-se de Iuri Xavier Pereira e Ana Maria Nacinovic Correa; o terceiro corpo não reconheci. Minha certeza de que se tratava de Iuri e Ana vem de que os conheci muito bem durante meu período de militância na ALN, organização na qual os dois também militavam. Tempos depois, vim a saber que o terceiro corpo estendido naquela delegacia era de um terceiro companheiro que não havia conhecido e que se chamava Marcos Nonato da Fonseca."
Além disso, há que se explicar o fato de o tiroteio ter ocorrido ás 14 horas e os corpos só terem chegado ás 17 horas no IML. Onde estiveram durante estas 3 horas? Outra questão que impede a versão de mortos em tiroteio é o fato dos corpos terem chegado ao IML já despidos. Onde teriam sido despidos? De acordo com o relato acima de Francisco de Andrade, os corpos estiveram no DOI-CODI onde foram despidos e, provavelmente, torturados.
Em 16 de outubro de 1973, apesar de morta oficialmente, é condenada à revelia a 12 anos de prisão com base no artigo 28 do Decreto lei n° 898/69.


O Relatório do Ministério da Aeronáutica contém a falsa versão de que Ana Maria foi ferida após assalto em que resistiu à voz de prisão, "ocasião em que a nominada saiu gravemente ferida, vindo a falecer posteriormente".


Assinam o laudo de necrópsia os médicos legistas Isaac Abramovitch e Abeylard de Queiroz Orsini.
Em 16 de outubro de 1973, apesar de morta oficialmente, é condenada à revelia a 12 anos de prisão com base no artigo 28 do Decreto lei n. 898/69.

 

domingo, 23 de janeiro de 2011

** Pesquisadores que se ocupam de entender o Brasil

 
O Brasil dos brasilianistas

Pesquisadores que se ocupam de entender o Brasil

Albert Fishlow - Divulgação


O economista Albert Fishlow pertence à recente tradição de estudiosos estrangeiros que têm em comum um peculiar objeto de estudo: o Brasil. Por se ocuparem de estudar o "florão da América" acabaram apelidados de brasilianistas. A origem da palavra é um tanto apócrifa e incerta. O historiador Thomas Elliot Skidmore, ele próprio tido como pioneiro, decano "de honra" e o maior entre os brasilianistas, garante que quem inventou o apelido foi o ensaísta e jornalista brasileiro Francisco de Assis Barbosa (1914-1991). Há décadas, ao passar uma temporada com Skidmore na Universidade de Wisconsin, Francisco Assis Barbosa surpreendeu-se com o número de pesquisadores norte-americanos especialistas em estudos brasileiros.
Há mais dez anos, só dava Thomas Skidmore. Suas análises sobre o governo FHC foram bastante requisitadas na campanha que conduziu o tucano ao seu segundo mandato na presidência do país. Hoje, aos 78 anos, Skidmore cedeu o lugar a uma nova geração de estudiosos. Segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo há dois anos, em 2008, eram cerca de dez mil jovens estudantes que aprendiam o português nas universidades americanas, um aumento de 50% em relação a 2004. O mesmo período assistiu um crescimento de 20% no número de acadêmicos que estudavam e lecionavam assuntos brasileiros em instituições universitárias nos EUA. O mesmo acontece na Europa. Podemos citar Timothy Power (na foto abaixo), diretor do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Oxford, Inglaterra, que concedeu recentemente entrevista ao programa Milênio, da Globo News, transcrita e publicada pela Consultor Jurídico.


Timothy Power - camara.gov.br


Alguns desses scholars focam suas pesquisas no sistema jurídico brasileiro. O próprio Thomas Skidmore, autor de clássicos brasilianistas como Brasil: de Getúlio a Castelo (1975) e Uma história do Brasil (1998), estudou a Constituição de 1824 e a influência que a Carta sofreu de doutrinas liberais, que, por exemplo, legaram ao texto a ideia de se estabelecer uma democracia parlamentar no Brasil em pleno século 19.
Albert Fishlow, também sensível à atuação da Justiça, declarou, durante a visita do então presidente do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes à Universidade Columbia, em Nova York, que a Justiça brasileira cumpre um papel central na estabilidade institucional que tomava campo no Brasil, por vezes, ofuscando a classe política.


Thomas Elliot Skidmore - historiador - Reprodução


Muitos destes "brasilianistas" são conhecedores de minúcias sobre a rotina política de pequenos municípios do interior do país, que muitos de nós nem sabemos que existem. É o caso do historiador Zephyr Frank, da Universidade Stanford, que passou dois anos enfurnado em grotões de Mato Grosso, estudando a organização de comunidades agrárias e modelos de produção rural do interior do Brasil. Frank também foi citado como exemplo da nova geração de estudiosos estrangeiros na reportagem publicada pelo O Globo há mais de dois anos.
A maioria desses pesquisadores são fluentes na língua portuguesa, conhecem bem a cultura do país e, não raro, são obcecados por figuras do nosso passado, como o intenso fascínio de Thomas Skidmore (na foto ao lado) por Getúlio Vargas. "Não temos uma biografia dele, ninguém tem coragem", desabafou o historiador durante a entrevista que concedeu ao Programa Roda Viva em 1997.

Rafael Baliardo é correspondente da revista Consultor Jurídico nos Estados Unidos.


 
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** Tese de Doutorado na PUC - Tema: "A indolência dos baianos"

 
     Tese de Doutorado na PUC - Tema: "A indolência dos baianos"
>
>
>
> DOUTORADO NA PUC - Elisete Zanlorenzi
>
>
>
> 'Preguiça baiana' é faceta do racismo. A famosa 'malemolência' ou preguiça
> baiana, na verdade, não passa de racismo, segundo concluiu uma tese de
> doutorado defendida na PUC. A pesquisa que resultou nessa tese durou quatro
> anos.
>
>
>
> A tese, defendida no início de setembro pela professora de antropologia
> Elisete Zanlorenzi, da PUC-Campinas, sustenta que o baiano é muitas vezes
> mais eficiente que o trabalhador das outras regiões do Brasil e contesta a
> visão de que o morador da Bahia vive em clima de 'festa eterna'.
>
>
>
> Pelo contrário, é justamente no período de festas que o baiano mais
> trabalha. Como 51% da mão-de-obra da população atua no mercado informal, as
> festas são uma oportunidade de trabalho. 'Quem se diverte é o turista', diz
> a antropóloga.
>
>
>
> O objetivo da tese foi descobrir como a imagem da preguiça baiana surgiu e
> se consolidou. Elisete concluiu, após quatro anos de pesquisas históricas,
> que a imagem da preguiça derivou do discurso discriminatórios contra os
> negros e mestiços, que são cerca de 79% da população da Bahia.
>
>
>
> O estudo mostra que a elevada porcentagem de negros e mestiços não é uma
> coincidência. A atribuição da preguiça aos baianos tem um teor racista. A
> imagem de povo preguiçoso se enraizou no próprio Estado, por meio da elite
> portuguesa, que considerava os escravos indolentes e preguiçosos, devido às
> suas expressões faciais de desgosto e a lentidão na execução do serviço
> (como trabalhar bem-humorado em regime de escravidão??? ?).
>
>
>
> Depois, se espalhou de forma acentuada no Sul e Sudeste a partir das
> migrações da década de 40. Todos os que chegavam do Nordeste viraram
> baianos. Chamá-los de preguiçosos foi a forma de defesa encontrada para
> denegrir a imagem dos trabalhadores nordestinos (muito mais paraibanos do
> que propriamente baianos), taxando-os como desqualificados, estabelecendo
> fronteiras simbólicas entre dois mundos como forma de 'proteção' dos seus
> empregos.
>
>
>
> Elisete afirma que os próprios artistas da Bahia, como Dorival Caymmi,
> Caetano Veloso e Gilberto Gil, têm responsabilidade na popularização da
> imagem. 'Eles desenvolveram esse discurso para marcar um diferencial nas
> cidades industrializadas e urbanas. A preguiça, aí, aparece como uma
> especiaria que a Bahia oferece para o Brasil', diz Elisete. Até Caetano se
> contradiz quando vende uma imagem e diz: 'A fama não corresponde à
> realidade. Eu trabalho muito e vejo pessoas trabalhando na Bahia como em
> qualquer lugar do mundo'.
>
>
>
> Segundo a tese, a preguiça foi apropriada por outro segmento: a indústria do
> turismo, que incorporou a imagem para vender uma idéia de lazer permanente
> 'Só que Salvador é uma das principais capitais industriais do país, com um
> ritmo tão urbano quanto o das demais cidades.'
>
>
>
> O maior pólo petroquímico do país está na Bahia, assim como o maior pólo
> industrial do norte e nordeste, crescendo de forma tão acelerada que, em
> cerca de 10 anos será o maior pólo industrial na América latina.
>
>
>
> Para tirar as conclusões acerca da origem do termo 'preguiça baiana', a
> antropóloga pesquisou em jornais de 1949 até 1985 e estudou o comportamento
> dos trabalhadores em empresas. O estudo comprovou que o calendário das
> festas não interfere no comparecimento ao trabalho. O feriado de carnaval na
> Bahia coincide com o do resto do país. Os recessos de final de ano também. A
> única diferença é no São João (dia 24 /06), que é feriado em todo o norte e
> nordeste (e não só na Bahia).
>
>
>
> Em fevereiro (Carnaval) uma empresa, cuja sede encontra-se no Pólo
> Petroquímico da Bahia, teve mais faltas na filial de São Paulo que na matriz
> baiana (sendo que o n° de funcionários na matriz é 50% maior do que na
> filial citada).
>
>
>
> Outro exemplo: a Xerox do Nordeste, que fica na Bahia, ganhou os dois
> prêmios de qualidade no trabalho dados pela Câmara Americana de Comércio (e
> foi a única do Brasil).
>
>
>
> Pesquisas demonstram que é no Rio de Janeiro que existem mais dos chamados
> 'desocupados' (pessoas em faixa etária superior a 21 anos que transitam por
> shoppings, praias, ambientes de lazer e principalmente bares de bairros
> durante os dias da semana entre 9 e 18h), considerando levantamento feito em
> todos os estados brasileiros. A Bahia aparece em 13° lugar.
>
>
>
> Acredita-se hoje (e ainda por mais uns 5 a 7 anos) que a Bahia é o melhor
> lugar para investimento industrial e turístico da América Latina, devido a
> fatores como incentivos fiscais, recursos naturais e campo para o mercado
> ainda não saturado. O investimento industrial e turístico tem atraído muitos
> recursos para o estado e inflando a economia, sobretudo de Salvador, o que
> tem feito inflar também o mercado financeiro (bancos,financeiras e empresas
> prestadoras de serviços como escritórios de
>
> advocacia, empresas de auditoria, administradoras e lojas do terceiro
> setor).
>
>
>
> Faça-me o favor de encaminhar este e-mail ao maior número possível de
> pessoas. Para que, desta forma, possamos acabar com este estereótipo de que
> o baiano é preguiçoso. Muito pelo contrário, somos dinâmicos e criativos. A
> diferença consiste na alegria de viver, e por isso, sempre encontramos
> animação para sair, depois do expediente ou da aula, para nos divertir com
> os amigos.
>
>
>
>
>
> Atenciosamente,
>
>
>
> Bruno Leal
>
> Sinistro/Vistoria
>
> Tel: (71) 3503-6162 Fax: (71) 3503-6158
>
> E-mail: atendimento@autovilas.com.br
>
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** [Carta O BERRO] PARA NÃO ESQUECER JAMAIS! História de Carlos Eduardo Pires Fleury -XV-

Carta O Berro..........................................................repassem



Carlos Eduardo Pires Fleury

 


Militante do MOVIMENTO DE LIBERTAÇÃO POPULAR (MOLIPO).

Nasceu em 5 de janeiro de 1945, em São Paulo, capital, filho de Hermano Pires Fleury Jr. e Maria Helena Dias Fleury.


Foi morto aos 26 anos. Estudante de Filosofia da Universidade de São Paulo e do curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica.


Preso em setembro de 1969 e, banido do Brasil em junho de 1970, juntamente com outros 39 presos políticos, quando do seqüestro do embaixador da Alemanha no Brasil, von Holleben.


Em 1971, retornou ao Brasil clandestinamente e foi morto em condições não esclarecidas, no dia 10 de dezembro do mesmo ano.


Seu corpo foi registrado no IML/RJ com o nome falso de Nelson Meirelles Riedel, professor, de 26 anos, pela Guia n° 235, da 23ª D.P.


A necrópsia afirma que "foi encontrado morto no interior de um veículo", tendo sido baleado. Foi assinada pelo Dr. Elias Freitas; não havendo nome do 2° legista.


Fotos de perícia de local do ICE/RJ, mostram Carlos Eduardo baleado no banco traseiro de um carro Dodje Dart CB4495. O laudo de perícia de local indica morte violenta (homicídio), ocorrida na Praça Avaí, n° 11, no Bairro de Cachambi.


O cadáver de Carlos Eduardo foi retirado do IML por seu irmão, Paulo Pires Fleury, sendo sepultado no Cemitério da Consolação, em São Paulo, por seus familiares.


No arquivo do DOPS/SP foi encontrada a seguinte informação, de n° 850, do Ministério da Aeronáutica-4ª Zona Aérea, datada de 2 de dezembro de 1971, oito dias antes de sua morte:


"traz ao nosso conhecimento, entre outras coisas, que através de reconhecimento fotográfico, foram identificados diversos banidos já em atividades no Brasil, entre os quais Carlos Eduardo Pires Fleury."


A nota oficial divulgada pelos órgãos de segurança dizia que a morte de Fleury, ocorrida em tiroteio no bairro de Caxambi, teria sido por volta de 4 horas da madrugada. Mas, para quem conhecia os hábitos de Fleury, é difícil acreditar nessa possibilidade, principalmente porque estava vivendo em total clandestinidade. A notícia não dava conta da existência de outros militantes no tiroteio, o que não esclarece como estaria Fleury sentado no banco traseiro de um carro (onde ele aparece morto) se não havia ninguém que dirigisse tal carro.


O relatório do Ministério da Aeronáutica mantém a mesma versão dizendo que foi alvejado e faleceu posteriormente no dia 10 de dezembro de 1971.

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CARLOS EDUARDO PIRES FLEURY
Militante do MOVIMENTO DE LIBERTAÇÃO POPULAR (MOLIPO).
Nasceu em 5 de janeiro de 1945, em São Paulo, capital, filho de Hermano Pires
Fleury Jr. e Maria Helena Dias Fleury.
Foi morto aos 26 anos. Estudante de Filosofia da Universidade de São Paulo e do
curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica.
Preso em setembro de 1969 e, banido do Brasil em junho de 1970, juntamente com
outros 39 presos políticos, quando do seqüestro do embaixador da Alemanha no Brasil, von
Holleben.
Em 1971, retornou ao Brasil clandestinamente e foi morto em condições não
esclarecidas, no dia 10 de dezembro do mesmo ano.
Seu corpo foi registrado no IML/RJ com o nome falso de Nelson Meirelles Riedel,
professor, de 26 anos, pela Guia n° 235, da 23ª D.P.
A necrópsia afirma que "foi encontrado morto no interior de um veículo", tendo sido
baleado. Foi assinada pelo Dr. Elias Freitas; não havendo nome do 2° legista.
Fotos de perícia de local do ICE/RJ, mostram Carlos Eduardo baleado no banco
traseiro de um carro Dodje Dart CB4495. O laudo de perícia de local indica morte violenta
(homicídio), ocorrida na Praça Avaí, n° 11, no Bairro de Cachambi.
O cadáver de Carlos Eduardo foi retirado do IML por seu irmão, Paulo Pires Fleury,
sendo sepultado no Cemitério da Consolação, em São Paulo, por seus familiares.
No arquivo do DOPS/SP foi encontrada a seguinte informação, de n° 850, do
Ministério da Aeronáutica-4ª Zona Aérea, datada de 2 de dezembro de 1971, oito dias antes
de sua morte:

"traz ao nosso conhecimento, entre outras coisas, que através de
reconhecimento fotográfico, foram identificados diversos banidos já em atividades
no Brasil, entre os quais Carlos Eduardo Pires Fleury."
A nota oficial divulgada pelos órgãos de segurança dizia que a morte de Fleury,
ocorrida em tiroteio no bairro de Caxambi, teria sido por volta de 4 horas da madrugada.
Mas, para quem conhecia os hábitos de Fleury, é difícil acreditar nessa possibilidade,
principalmente porque estava vivendo em total clandestinidade. A notícia não dava conta
da existência de outros militantes no tiroteio, o que não esclarece como estaria Fleury
sentado no banco traseiro de um carro (onde ele aparece morto) se não havia ninguém que
dirigisse tal carro.
O relatório do Ministério da Aeronáutica mantém a mesma versão dizendo que foi
alvejado e faleceu posteriormente no dia 10 de dezembro de 1971.

sábado, 22 de janeiro de 2011

** [Carta O BERRO] Cem anos de Werneck Sodré

Carta O Berro..........................................................repassem

Nelson Werneck Sodré, os cem anos do historiador marxista

É formada em Itu (SP) uma comissão de historiadores, intelectuais e familiares do general e historiador marxista para comemorar seus cem anos, que se completam em 2011.

Por José Carlos Ruy *

O decano dos historiadores marxistas brasileiros, Nelson Werneck Sodré, completaria cem anos de idade em 2011. E , para comemorar a data, um grupo de historiadores e intelectuais, juntamente com a filha do historiador, Olga Sodré, começaram um movimento sediado, simbolicamente, na cidade de Itu (SP).

A escolha do local tem sentido pois Nelson Werneck Sodré teve fortes ligações com a cidade, onde está inclusive sepultado. Foi no quartel do Regimento de Artilharia (o Regimento Deodoro) sediado em Itu, para onde veio no início da década de 1930 como aspirante a oficial, que teve seus primeiros postos. Foi também em Itu que conheceu uma moça chamada Yolanda Frugoli, com quem viria a se casar.

Destacou-se como um militar nacionalista, ligado depois ao Partido Comunista Brasileiro. Como intelectual e historiador, foi um dos fundadores na década de1950 do influente Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), instrutor de história militar da Escola de Comando e Estado Maior do Exército, da qual foi desligado devido às suas posições políticas nacionalistas e à participação na campanha O Petróleo é Nosso e à publicação de um artigo, sob pseudônimo, onde defendia as posições comunistas contrárias à participação do Brasil na Guerra da Coréia. Seu último posto militar, na ativa, foi a promoção a coronel (1961). Assim, passou para a reserva no posto de general de brigada.

Livros clássicos

Nelson Werneck Sodré foi um dos pioneiros da historiografia marxista no Brasil, juntamente com Caio Prado Jr. Sua extensa obra começou a ser publicada na década de 1930, inaugurada em 1938 com o clássico Historia da Literatura Brasileira. Em 1939, outro clássico da historiografia imperial, o Panorama do Segundo Império. Aprofundou a visão marxista do passado brasileiro em 1944, com Formação da Sociedade Brasileira. No ano seguinte surgiu também a primeira edição de um guia fundamental para o estudo de nosso passado, o livro O Que Se Deve Ler Para Conhecer o Brasil, que mereceu sucessivas reedições.

Nos anos seguintes, publicou alguns clássicos, como As Coasses Solciais no Brasil (1954), A ideologia do Colonialismo (1961), Formação Histórica do Brasil (1962) e, na primeira metade da década de 1964, a prestigiadíssima e perseguidíssima História Nova do Brasil, uma sistematização didática de nosso passado elaborada, por uma equipe de historiadores dirigida por Nelson Werneck Sodré, com base no materialismo histórico. Depois do golpe militar de 1964, a obra foi apreendida e destruída pelos militares e seus autores presos.

Nos anos seguintes vieram As razões da Independência, História Militar do Brasil, História da Burguesia Brasileira, História Militar do Brasil, História da Imprensa no Brasil, antologias do pensamento marxista como Fundamentos da Economia Marxista, Fundamentos da Estética Marxista, Fundamentos do Materialismo Histórico e Fundamentos do Materialismo Dialético que, entre outros títulos (Werneck publicou até às vésperas de sua morte, em 1999), compõem um impressionante conjunto de obras dedicadas a esquadrinhar o passado brasileiro a partir do pensamento marxista e a difundir entre nós o pensamento avançado e progressista.

No debate sobre o desenvolvimento nacional, nas décadas de 1950 e 1960, Nelson Werneck posicionou-se claramente ao lado dos setores nacionalistas e democráticos que preconizavam a superação das oligarquias latifundiárias e financeiras cujo domínio ainda infelicitava o país. Foi um lutador incansável contra o imperialismo e contra seus aliados internos e depositou uma confiança muito grande na capacidade de uma aliança entre o proletariado e a chamada burguesia nacional superar aquelas contradições, assegurar a democracia e a soberania nacional e alcançar o bem estar para todos os brasileiros.

Nacional desenvolvimentismo

Foi, nestas condições, um dos principais – senão o principal – teórico do nacional desenvolvimentismo que reunia todos os setores avançados e progressistas (dos comunistas aos democratas e patriotas) que prevaleceu naquela época e opôs-se duramente, durante os governos de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitscheck e João Goulart, à direita retrógrada, anti democrática e anti nacional que, em 1964, terminou por colocar um fim, pelo golpe militar, à limitada experiência democrática iniciada em 1946. Nelson Werneck esteve entre os perseguidos políticos, tendo seus direitos políticos cassados e sendo proibido de lecionar.

A aposta na capacidade da burguesia brasileira de enfrentar o imperialismo, o latifúndio e seus aliados, talvez tenha sido principal limitação do nacional desenvolvimentismo e, assim, do próprio pensamento de Nelson Werneck Sodré. A violência do golpe militar e a quase unânime adesão da classe dominante brasileira a ele (inclusive setores decisivos da "burguesia nacional") foi um cruel desmentido daquela esperança. O que veio depois e que, durante vinte anos, impôs as trevas da repressão e do arbítrio, foi exatamente o contrário do que o nacional desenvolvimentismo esperava. Ao invés de se aliar ao proletariado, a burguesia e a classe média aliaram-se ao latifúndio, ao imperialismo e à alta finança, inaugurando um período em que a democracia foi tratada a ponta-pés e a soberania do país reduzida à incorporação subordinada aos interesses da geopolítica norte-americana.

O general historiador foi um gigante, e a crítica às suas teses só é possível, hoje, pois sua obra abriu os caminhos para o aprofundamento do conhecimento histórico. Aquela contradição que apontou, e que opõe os aliados do imperialismo (que, hoje, chamamos de neoliberais) aos setores patrióticos, democráticos e progressistas continua atual e suas ideias ajudam a entender o caráter da luta política em curso no país e a necessidade de enfrentar aqueles setores retrógrados e de direita para que o país continue a avançar. Esta é a atualidade de seu pensamento.

Ano comemorativo

Daí a relevância da comemoração de seu centenário. A comissão formada na última quinta-feira (6), em Itu, em uma reunião realizada no Centro de Estudos do Museu Republicano e composta por sua filha Olga, pelos professores Jonas Soares de Souza, Maria de Lourdes Figueiredo Sioli, Luis Roberto de Francisco, pelos intelectuais Maria Cristina Monteiro Tasca e Alan Dubner e pelo jornalista Salathiel de Souza, tem um programa ambicioso. Ela pretende fomentar iniciativas locais e nacionais para comemorar a data, transformando 2011 no Ano Nelson Werneck Sodré. O objetivo é envolver entidades como a Academia Brasileira de Letras, a Biblioteca Nacional, o Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, departamentos de história das universidades brasileiras; foi anunciado também o breve lançamento de uma página eletrônica com informações sobre o historiador e sua obra. "Não é apenas por ser meu pai", diz Olga. "A intenção é testemunhar sobre a contribuição de Nelson Werneck Sodré para a cultura brasileira".

* Jornalista e editor do jornal A Classe Operária

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

** O Arquivo (vivo?) da Nação, artigo de José Maria Jardim

 

Fonte: JC e-mail 4183, de 21 de Janeiro de 2011.
 
O Arquivo (vivo?) da Nação, artigo de José Maria Jardim
"É um retrocesso político, gerencial e científico a transferência do Arquivo Nacional para o Ministério da Justiça. Essa inadequação, vale lembrar, seria a mesma em qualquer outro ministério"

José Maria Jardim é professor da Escola de Arquivologia da Unirio. Artigo enviado pelo autor ao "JC e-mail":

No Brasil, a idéia de arquivo é associada, com muita frequência, a de arquivo morto. A expressão "virou arquivo" designa as pessoas que, por alguma razão, foram silenciadas por seus assassinos. "Arquivo" e "morte" são termos associados por grande parte da sociedade brasileira, especialmente aquela que mais sofre com a falta de informações relevantes para o exercício dos seus direitos. "Arquivos" têm sido "mortos" sistematicamente ao longo da história do Brasil, especialmente no e pelo Estado brasileiro.

O reencontro com a democracia nos anos 1980, trouxe um sopro de vitalidade inédita para nossos arquivos públicos, órgãos tradicionalmente "mortos" na estrutura da nossa administração pública.  Afinal, sem arquivos plenos de vitalidade, dinâmicos e facilmente acessíveis pela sociedade, como o Estado pode ser transparente? E sem transparência do Estado, qual democracia almejamos construir e ampliar?

Os arquivos públicos são territórios do Estado a serviço da sociedade, da democratização da informação governamental e do exercício do direito do cidadão à informação e à memória. Seu papel como infraestrutura para a transparência da administração pública é imprescindível para que a sociedade controle a atuação do Estado e do governo.

Os arquivos públicos não são apenas um depósito de documentos. São instituições com múltiplas facetas: cultural, científica, administrativa, etc. É agência de transparência do Estado e território de construção da memória coletiva e, ao mesmo tempo, infraestrutura para a produção de conhecimento científico.

Os arquivos públicos dos governos mais avançados em termos de transparência e interação social são infraestruturas governamentais de informação para o Estado e a sociedade. Trata-se de órgãos supraministeriais com múltiplas funções de apoio à gestão pública e à produção de conhecimento científico e tecnológico. São territórios da memória coletiva, cultura e cidadania.

Não por acaso, o primeiro Arquivo Nacional criado foi o da França, em 1790, logo após a Revolução Francesa. A ideia de organização e, sobretudo, de publicidade dos documentos do governo por um tipo de instituição até então inexistente tem suas bases na construção do novo regime. Esse é um marco da história dos arquivos e da Arquivologia. O arquivo público é neste momento instrumento da administração do Estado.

Ao longo do século XIX, a formação dos Estados Nacionais traz em seu bojo a construção de identidades nacionais para as quais é imprescindível uma "memória nacional". Os arquivos públicos passam também à condição de depositários e construtores dessa memória nacional.  São, nesse momento, território da História.

A criação do Arquivo Público do Império brasileiro estava prevista na Constituição de 1824, mas a fundação só ocorreu em 1838, aliás o mesmo ano de criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB).

Como chama atenção a historiadora Célia Costa, autora da tese de doutorado intitulada "Memória e administração: o Arquivo Público do Império e a consolidação do Estado brasileiro", o acesso aos documentos no Arquivo Público do Império era garantido estritamente ao governo ou usuários que fossem indicados pelo imperador.

Ao contrário dos arquivos nacionais europeus, a historiadora nos lembra que o Arquivo Público do Império caracterizou-se muito mais como espaço do segredo do Estado, perspectiva procedente do período colonial, do que como um órgão envolvido nos processos de construção da história nacional.

O nome "Arquivo Nacional" só foi adotado em 1911. Ao longo da República, o Arquivo Nacional, como os demais arquivos públicos do país, sobreviveram na periferia do Estado. Eram voltados quase exclusivamente para a guarda e acesso de documentos considerados, sem parâmetros científicos, como de "valor histórico", ignorando-se a produção documental que resultava de um Estado com funções cada vez mais amplas. 

Neste cenário, os documentos eram acumulados ou eliminados - quase sempre sem critérios científicos - nos serviços arquivísticos do Estado. Tal ocorreu - e ainda ocorre em vários setores do Estado brasileiro - em função da inexistência de políticas públicas arquivísticas.

A ruptura da visão de arquivo público como apenas um depósito de documentos e a adoção de um novo modelo de gestão envolvendo todo o ciclo documental, desde a produção até a eliminação ou guarda permanente, só ocorrerá, em diversos países, após a década de 50 do século passado.

No Brasil, a Lei 8.159 de 8 de janeiro de 1991 garante o marco legal para essa concepção, incluindo também os arquivos estaduais e municipais. Além de suas atribuições em relação aos documentos federais, o Arquivo Nacional deve ainda implementar a política nacional de arquivos, a ser definida pelo Conselho Nacional de Arquivos (Conarq). Esse Conselho, subordinado ao Arquivo Nacional, é o órgão central do Sistema Nacional de Arquivos.

O Arquivo Nacional teve grande protagonismo nesse processo, a partir dos anos 80 e 90, influenciando arquivos estaduais e municipais.  No entanto, de modo geral, nossos arquivos públicos permanecem periféricos no Estado e pouco visíveis à sociedade. Ainda se caracterizam mais como reserva de opacidade do que de transparência.

Não se altera uma cultura de opacidade do Estado em apenas três décadas. A maior parte dos nossos arquivos públicos segue socialmente pouco visível. Na Europa e Estados Unidos, a abertura crescente dos arquivos a um uso social mais amplo ganha terreno após a II Guerra Mundial.

Procura-se cada vez mais superar a ideia dos arquivos como espaços acessíveis apenas a eruditos e cientistas. Por outro lado, as crescentes demandas sociais pelo direito à informação colocam os arquivos no epicentro das políticas públicas de transparência. A democratização do acesso aos arquivos tende a ser cada vez maior e diversificada, mesmo nas sociedades cujo regime democrático já se encontra mais consolidado.

As demandas sociais pelos arquivos se ampliam e mudam com o uso crescente das tecnologias da informação e comunicação. Novas fronteiras vêm sendo conquistadas pelos arquivos, ampliando-se a sua interatividade com a sociedade mediante programas de difusão via web, incluindo, mais recentemente, o uso cada vez maior das redes sociais.

Essa perspectiva tem orientado os caminhos do Arquivo Nacional do Brasil desde a década de 80. Talvez poucas instituições públicas brasileiras tenham passado por um processo de modernização tão intenso e em tão pouco tempo, influenciando ações semelhantes nos planos estadual e municipal. 

Esse "dever de casa" encontrava limites no fato do Arquivo Nacional ser subordinado, há décadas, ao Ministério da Justiça.  Ao ser vinculado à Casa Civil da Presidência da República, em 2000, o Arquivo Nacional adquiriu melhores condições - especialmente políticas e orçamentárias - para avançar num novo modelo de gestão das informações governamentais. Beneficiou-se diretamente desse novo cenário o Conselho Nacional de Arquivos, subordinado ao Arquivo Nacional, responsável pela política nacional de arquivos.

Neste sentido, é um retrocesso político, gerencial e científico a transferência do Arquivo Nacional para o Ministério da Justiça. Essa inadequação, vale lembrar, seria a mesma em qualquer outro ministério, dada a abrangência de atuação da instituição em todo Executivo Federal.

Esse novo destino institucional provavelmente comprometerá frontalmente a dimensão nacional do Conselho Nacional de Arquivos.  Setores diversos da sociedade brasileira, representantes do mundo acadêmico e de associações profissionais, vêm expressando seu descontentamento face a essa decisão. 

Ainda que fosse mantido na Presidência da República, seriam muitos os desafios a serem enfrentados pelo principal arquivo público do país para atuar plenamente na gestão das informações governamentais e torná-las acessíveis à sociedade brasileira. A política nacional de arquivos ainda está por se definir. O Sistema Nacional de Arquivos não foi operacionalizado.  O Arquivo Nacional encontra-se distante do que pode e deve vir a ser, embora tenha acumulado suficiente vitalidade para deixar de ser um "arquivo histórico" do século XIX e projetar-se como um centro de informações governamentais do século XXI.

Ao ser excluído da Presidência da República e inserido no Ministério da Justiça, o Arquivo Nacional protagonizará, uma vez mais, o velho e ainda insuperado drama brasileiro de periferização dos arquivos do Estado e sua inevitável invisibilidade social. O Arquivo Nacional provavelmente não morrerá porque, de alguma forma, aprendeu a sobreviver perifericamente ao longo da sua história, mas certamente será um órgão aquém de suas transformações recentes, de suas atribuições legais e da democracia que buscamos.


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** Precursor do rádio faria 150 anos

 

Fonte: JC e-mail 4183, de 21 de Janeiro de 2011.
 
Precursor do rádio faria 150 anos
O padre gaúcho Landell de Moura fez experiências com transmissão de ondas

Se fosse possível aplicar o teste de paternidade aos grandes inventos, o DNA do rádio apontaria como um de seus progenitores um brasileiro - o padre gaúcho Roberto Landell de Moura, que hoje completaria 150 anos.

Apresentado publicamente em 1894, o transmissor de ondas criado pelo clérigo cobria o dobro da distância do aparelho do físico italiano Guglielmo Marconi, lançado um ano depois. Apesar disso, o italiano é considerado o pai do rádio, enquanto o padre Landell segue no mais completo anonimato.

Para tentar corrigir o que consideram um erro histórico, radioamadores, pesquisadores e admiradores lançaram o Movimento Landell de Moura (MLM), que tenta coletar 1 milhão de assinaturas para que o padre seja reconhecido pelo governo brasileiro como precursor das telecomunicações.

"Sem esse reconhecimento oficial, ele não entra na história e não vai para as salas de aula, o que é lamentável", afirma o jornalista Eduardo Ribeiro, um dos divulgadores.

Ele compara Landell a Santos Dumont, com a diferença de que o pai da aviação é reconhecido por seu feito. "A história de ambos tem início parecido, pois Dumont ganhou visibilidade em Paris, enquanto Landell, depois de ser apontado como louco por aqui, foi patentear seus inventos nos Estados Unidos."

Ribeiro chama a atenção para o contexto da época: o Brasil era um país agrícola, atrasado e recém-saído da escravidão. "Não se imaginava que um brasileiro pudesse inventar algo impensável, como transmitir a voz sem fios."

Pioneiro

Landell foi mais longe, assegura o escritor e jornalista Hamilton Almeida, autor do livro Padre Landell de Moura: Um Herói sem Glória (Record). Para ele, o brasileiro foi pioneiro também no desenvolvimento de aparelhos para a transmissão de imagens - embriões da televisão - e de textos - os teletipos.

"O Marconi acabou levando a fama de inventar o rádio, mas o que ele desenvolveu foi o telégrafo sem fio, transmitindo sinais em código. Na mesma época, o aparelho do padre Landell transmitia não só os sinais, mas também a voz humana e sons musicais. A importância desses inventos para a humanidade é indiscutível."

Segundo Almeida, ele previu que as ondas curtas podiam aumentar a distância das comunicações e usou a luz na tentativa de enviar mensagens, o princípio das fibras óticas. "Tudo está documentado por manuscritos, patentes, testemunhas e o noticiário da época."

Na volta ao Brasil, o cientista procurou, mas não conseguiu apoio do governo. Almeida conta que, ao pedir ao presidente Rodrigues Alves dois navios para testar a transmissão de som na Baía de Guanabara, teve o pedido vetado por um assessor presidencial que o chamou de "maluco". "O Marconi fez o mesmo pedido na Itália e teve uma frota inteira à disposição", comenta. Acusado de ter "parte com o demônio" por falar através de caixas, foi perseguido e teve seus inventos destruídos pelos fiéis, relata Almeida.

Embora tardiamente, o pai brasileiro do rádio começa a ser reconhecido. Entre os eventos que marcam os 150 anos, está o lançamento de um selo comemorativo pelos Correios em Brasília, São Paulo e Porto Alegre. Um projeto de lei do senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) prevê a inclusão do nome do padre no Livro dos Heróis da Pátria, depositado no Panteão Tancredo Neves, onde já figuram personalidades como Santos Dumont, Oswaldo Cruz, Tiradentes e Zumbi dos Palmares. A Câmara de São Paulo também propôs a ele o título pós-morte de Cidadão Paulistano.
(José Maria Tomazela)
(O Estado de SP, 21/1)

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** REVISTA HISTÓRIA E ENSINO - CHAMADA

 

A revista História & Ensino: Revista do Laboratório de Ensino de História (Universidade Estadual de Londrina), publicada com regularidade desde 1995, cujo principal objetivo é o debate sobre o ensino de história, comunica que  o prazo para o envio de artigos para a 16ª edição foi prorrogado até 18 de fevereiro de 2011.
Informações e normas:

http://www.pr.anpuh.org/informativo/view?ID_INFORMATIVO=1174


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