Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

domingo, 3 de março de 2013

Ministro tinha plano contra 'infiltração comunista' na mídia (FSP, 03/03/2013)



FOLHA TRANSPARÊNCIA
Ministro tinha plano contra 'infiltração comunista' na mídia
Documento sugere que Ministério da Justiça organizou grupo de jornalistas para escrever a favor do regime
Arquivos dizem que pagamento a esses intelectuais seria feito por 'organização particular' de São Paulo
DE BRASÍLIA
O Ministério da Justiça se empenhou, durante a ditadura militar, em uma guerra psicológica contra o que chamou de "infiltração comunista" na imprensa.
A informação consta de um documento inédito, guardado no arquivo da pasta, endereçado em 1970 pelo ministro Alfredo Buzaid (1914-1991) ao general Emílio Médici (1905-1985), então presidente.
Buzaid comandou a pasta de 1969 a 1974. No documento de janeiro de 1970, o ministro informou ao presidente: "O ministério está preparando um corpo de jornalistas ortodoxamente revolucionários, que escreverão artigos de doutrina, sueltos [comentários sobre assunto do dia], notas e demais publicações, a fim de serem distribuídos aos jornais, estações de rádios, revistas e emissoras de televisão".
"Outros intelectuais se ocuparão com peças de teatro, de fundo moral e patriótico, criticando construtivamente os males da sociedade, de modo a competir com as peças obscenas e dissolventes, que tendem a destruir os valores éticos da família brasileira", completou.
Buzaid tomou providências para remunerar os autores: "O pagamento a esses intelectuais será efetuado por organização particular, já em curso de formação na cidade de São Paulo".
A documentação localizada não indica quem eram os jornalistas e intelectuais e qual organização os pagaria.
Os documentos arquivados no ministério revelam ainda que o governo cassou os direitos políticos de centenas de brasileiros como retaliação por terem se recusado a prestar o serviço militar "por convicção religiosa".
Os decretos eram assinados pelos ministros da Justiça com as listas dos cidadãos que a, partir dali, perderiam o direito a votar e de serem candidatos a cargos eletivos.
Para as cassações, o governo se baseava numa emenda à Constituição baixada pela junta militar que assumiu o controle do país em 1969.
Uma carta endereçada a dom Paulo Evaristo Arns, então bispo-auxiliar de São Paulo, demonstra a contrariedade do ministro com uma mensagem em que Arns teria deixado "transparecer sua inconformidade", segundo as palavras do ministro, com o assassinato de José Carlos Fidalgo, "num encontro com a polícia de São Paulo".
"Lamento o ocorrido. Contudo, ao compulsar os documentos, pude perceber que se trata de elemento de alta periculosidade, com inúmeras passagens pela polícia", retrucou o ministro.
Fidalgo, de 18 anos, foi morto a tiros em janeiro de 1970, um dia após procurar a Corregedoria do Tribunal de Justiça de São Paulo para pedir proteção policial. Ele dizia que estava marcado para morrer pelo grupo de policiais conhecido como "Esquadrão da Morte" porque, dias antes, havia baleado outro policial.
Segundo a imprensa da época, ele era filho de Horácio Fidalgo, o "Rei da Maconha", morto pelo mesmo esquadrão em 1969, "com 40 tiros".
Em outra carta, endereçada ao então arcebispo de Diamantina (MG), Geraldo Sigaud (1909-1999), Buzaid queixou-se da falta de vigilância de membros do episcopado a padres e leigos de suas dioceses. (Rubens Valente E Matheus Leitão)

Enviado via iPad
Fabrício Augusto Souza Gomes

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    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Alforriados, negros ainda foram explorados como escravos

Alforriados, negros ainda foram explorados como escravos

Mesmo livres, negros enfrentaram cotidiano que perpetuava relações escravistas
No século 19, entre os anos 1830 e 1888, os escravos compravam o direito à liberdade com o próprio trabalho, o que tornava precária a entrada de negros no mundo dos homens livres, e fazia perdurar o domínio senhorial. Sem recursos para pagar aos senhores a indenização exigida para a liberdade, os escravos contraíam dívidas com terceiros, e os pagavam por intermédio de contratos de locação de serviço. Estes contratos significavam, em muitos casos, um prolongamento da exploração do trabalho, uma vez que os libertos ainda eram submetidos a condições similares à escravidão.
A historiadora Marília Ariza analisou contratos de locação de serviço registrados, entre os anos de 1830 e 1888, no Primeiro Cartório de Notas de São Paulo, e no Primeiro Tabelionato de Notas de Campinas — entre 1830 e 1888 — e sua relação com a luta dos escravos em processo de alforria. A dissertação de mestrado O ofício da liberdade: contratos de locação de serviços e trabalhadores libertandos em São Paulo e Campinas (1830 – 1888) mostra a complexidade do período final da escravidão no Brasil, quando nem sempre ser um homem livre significava ter acesso à liberdade.
Segundo a historiadora, a possibilidade de compra de alforria pelos escravos existia antes dos contratos de locação de serviços. No entanto, estes escravos dependiam do acúmulo de pecúlio, economias conseguidas com trabalhos extras, para juntar o valor exigido pelos senhores para a libertação. Embora o acúmulo de pecúlio fosse uma prática recorrente, incorporada pelos escravos como um direito, os senhores, frequentemente, não tinham interesse na redução do número de seus escravos, e não autorizavam qualquer outro tipo de atividade que os possibilitasse ganhar dinheiro e pagar por sua liberdade. Mesmo que pudessem juntar economias de outras formas, o alto valor das alforrias também poderia impedir a liberdade a curto prazo.
Como alternativa a este cenário, muitos escravos recorriam ao pagamento de alforrias por meio de seus próprios serviços. O sujeito contraía um empréstimo com terceiros para comprar sua alforria. Uma vez que não tinha outros recursos para arcar com o valor da dívida, fazia contratos de locação de serviço com seu credor.
Os serviços e as condições de trabalho, no entanto, mudavam muito pouco. Os contratos os obrigavam a levar um cotidiano semelhante à antiga condição escrava. Tanto a duração do contrato, que poderia ser de alguns anos, quanto as atividades laborais, e até mesmo as penas para aqueles que descumprissem alguma cláusula dos contratos, eram resultado de negociações entre libertandos e credores. As condições dessa negociação, entretanto, poderiam ser muito desiguais e desfavoráveis para os recém-libertos.
Trabalho barato
O principal objetivo dos contratos de locação de serviço era o agenciamento de trabalhadores livres a um baixo custo. Pessoas livres e pobres também locavam seus trabalhos. Contudo, no caso dos libertandos, o custo do trabalho contratado era ainda mais baixo. O desejo de abandonar a escravidão fazia com que estes trabalhadores acabassem concordando, ao menos formalmente, com condições de trabalho desvantajosas. Contrariados, muitas vezes eles contestavam estes contratos na justiça e se recusavam a cumpri-los, denunciando o domínio excessivo de seus credores.
Contudo, a intervenção do Estado sobre as relações trabalhistas era muito pequena até as décadas finais do século 19. Os contratos de locação de trabalho acabaram funcionando como uma espécie de acomodação de conflitos gerados pelo sistema escravista. Pareciam uma possibilidade concreta de os escravos conseguirem a liberdade. Mas, de fato, perpetuavam as relações de poder da sociedade escravista.
Liberdade: um conjunto de experiências
Para Marília, tornar-se livre por intermédio um pagamento, obrigava estas pessoas a entrar no mundo da liberdade completamente pobres, e ainda sujeitas a exploração. Se na teoria, a liberdade significa ter autonomia para circular de um lugar para outro e tomar suas próprias decisões, estas pessoas ainda não eram completamente livres.
Segundo a historiadora, todo este histórico de dificuldades e condições de subcidadania oferecidas aos libertandos tem reflexos na nossa atual realidade social. Para ela, a recente discussão acerca de cotas raciais nas universidades, por exemplo, é muito importante, pois está relacionada à reparação de desigualdades em parte herdadas da escravidão e das experiências de vida destes recém-libertos.
"A liberdade precisa ser entendida como um conjunto de experiências vividas", reflete. "Mesmo para aqueles que se tornavam formalmente livres, seu universo de expectativas e direitos era muito desigual quando comparado a outros setores da população", afirma a historiadora. E conclui: "As cotas podem ser um grande instrumento para a justiça social. A luta hoje diz respeito à ampliação dos direitos à cidadania para os negros, e a distribuição injusta destes direitos tem raízes históricas fincadas na escravidão."
Foto: Marc Ferrez / Wikimedia
Mais informações: email marilia.ariza@usp.com, com a historiadora Marilia Ariza

CHAMADA DE TRABALHOS IV CEPHIM "Guerra e Paz no Oriente Médio"



Prezados Colegas!

É com muita satisfação que o Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (IGHMB), por meio do Núcleo de Estudos e Pesquisas em História Militar (NEPHIM), abre as inscrições para apresentação de trabalhos no IV Ciclo de Estudos e Pesquisas em História Militar (CEPHIM), cujo tema será "Guerra e Paz no Oriente Médio".
Os interessados devem enviar para o e-mail ighmb_nephim@yahoo.com.br os seguintes dados:

NOME COMPLETO
INSTITUIÇÃO E/OU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO QUE ESTÁ VINCULADO
A ESCOLHA DE UM DOS EIXOS-TEMÁTICOS QUE CONSTAM NO PROJETO EM ANEXO
TÍTULO DO TRABALHO
RESUMO COM ATÉ 200 PALAVRAS

Estão todos convidados e, por gentileza, divulguem!

Cordialmente,

Renato Restier
Coordenador do CEPHIM

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    domingo, 24 de fevereiro de 2013

    CALL FOR PAPERS - Sæculum - Revista de História (Qualis B2)

    Cabeçalho da página
      ISSN 0104-8929 - Qualis B2 - Área de História
    Sæculum - Revista de História é publicada pelo Departamento de História da UFPB desde 1995 e, a partir de 2004, passou a ser também o periódico do Programa de Pós-Graduação em História da mesma universidade. Desde então sua frequência é semestral, e se trata de uma revista voltada à divulgação e debate de pesquisas no campo da História e da Cultura Histórica e suas diversas interfaces, abrindo espaço para o diálogo entre pesquisadores do Brasil e do exterior. É indexada no DOAJ (Directory of Open Access Journals) e no Latindex.

    CHAMADA DE TRABALHOS
    N. 29 - dez. 2013
    Dossiê História e História Econômica
    Organizadores: Gustavo Acioli Lopes (UFPB) e Maximiliano Mac Menz (UNIFESP)
    Prazo para envio de artigos: 08/09/2013

    N. 30 - jun. 2014
    Dossiê História e História das Religiões
    Organizadores: Carlos André Macêdo Cavalcanti (UFPB) e Carmen Lícia Palazzo (UniCEUB)
    Prazo para envio de artigos: 06/04/2014

    FLUXO CONTÍNUO
    A revista Sæculum aceita propostas, em fluxo contínuo, para publicação de artigos, comunicações, resenhas, entrevistas e memórias (palestras, depoimentos, documentos e fontes) na área de História, que devem ser enviada apenas eletronicamente, com redação em português, inglês, francês ou espanhol, e cujo(s) autor(es) tenha(m) a titulação mínima de mestre.
    OBSERVAÇÃO: a) NÃO SERÃO ACEITAS propostas elaboradas em coautoria entre graduandos ou mestrandos e orientadores; b) NÃO SERÃO ACEITAS propostas contendo mais de 3 (três) autores.

    PARA MAIORES INFORMAÇÕES E NORMAS EDITORIAIS: http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/srh/index
    CONTATO: saeculum@cchla.ufpb.br

    sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

    {GTEH_ANPUH} VII Encontro Estadual de Ensino de História - Rio de Janeiro



    VII Encontro Estadual do Ensino de História – RJ
    "O ensino de História face às demandas do tempo presente: possibilidades e desafios em dez anos da Lei 10.639."
    Programação
    25/03/2013
    Atividades
    Horário
    Credenciamento
    13h às 18h
    GTs temáticos
    14h às 16h
    Oficinas
    16h 30min. às 18h
    Conferência de Abertura
    18h 30min. às 21h
    26/03/2013
    GTs temáticos
    14h às 16h
    Partilha de Experiências
    16h 30min. às 18h
    Conferência de encerramento
    18h 30min.  às 21h
    Grupos de Trabalhos Temáticos – 25 e 26/03/2013 – 14h às 16h
    GT1 – Formação de professores;
    GT2 – Ensino de História e Currículo;
    GT3 – Possibilidades e desafios do Livro Didático;
    GT4 – Ensino de História: inclusão, diversidade e cultura.
    Oficinas 25/03/2013 – 16h 30 min.
    Propostas por professores da educação básica e pesquisadores.
    Partilhas de experiências 26/03/2013 – 16h 30 min.
    Diálogo entre Professores da Educação Básica, Alunos de graduação e Pesquisadores, partilhando as experiências de suas atividades.
    Conferências:
    Conferências de abertura – 25/03/2013 – 18h 30min. às 21h
    Conferencista:
    Prof. Dr. Arnaldo Pinto Junior – UFES
    Tema: Ensino de História na atualidade.
    Conferência de Encerramento – 26/03/2013 – 18h 30min. às 21h
    Conferencista:
    Profª. Drª. Monica Lima – UFRJ
    Tema: Ensino de História e Currículo: desafios e possibilidades.


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      quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

      Curso de História da Uespi lança revista científica em parceria com a Fapepi

      Curso de História da Uespi lança revista científica em parceria com a Fapepi
      Com periodicidade semestral, "Vozes, Pretérito & Devir" busca se evidenciar como uma ferramenta de divulgação das pesquisas vinculadas à abordagem histórica
      FONTE: FAPEPI - Em uma inovadora parceria a Fundação de Amparo à Pesquisa do Piauí (Fapepi) e a Universidade Estadual do Piauí (Uespi) lançaram a revista científica "Vozes, Pretérito & Devir". A revista é organizada pelo curso de História da Uespi e conta com o apoio técnico da Fapepi no sentido de hospedar a publicação eletrônica. Idealizada com uma periodicidade semestral, "Vozes, Pretérito & Devir" é uma revista que busca se evidenciar enquanto uma ferramenta de divulgação das pesquisas vinculadas à abordagem histórica.
      O organizador da primeira edição, Francisco Atanásio comenta que "Após alguns percalços boa parte dele virtude da inexperiência à frente de periódicos concluímos os detalhes que faltavam para podermos publicar sua edição inaugural", destacou. A proposta geral para o periódico é a organização de um veículo interativo para a divulgação e dar visibilidade às produções intelectuais e suas implicações com a realidade social.
      A primeira edição conta com um dossiê Temático a respeito da história do Piauí. "Escritos sobre a história do Piauí - pesquisas e abordagens contemporâneas" conta com 8 relatos de pesquisas a respeito de temas relacionados ao Piauí. A revista conta ainda com 4 artigos, 3 resumos expandidos de monografias, duas resenhas e um artigo especial sobre psicanálise.
      A próxima edição da revista já tem tema definido para o dossiê temático. O tema "História da saúde e das doenças" vai analisar a saúde e a doença nas suas especificidades históricas e sociais a partir dos mais diferentes enfoques e deve ser lançado no segundo semestre deste ano.

      (FAPEPI)


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      ** Revista de História Regional

       

      Saiu o novo número da Revista de História Regional.


      Att.
      Márcia Teté

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        terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

        Sob sigilo, Dom Pedro I e suas duas mulheres são exumados pela primeira vez

        Sob sigilo, Dom Pedro I e suas duas mulheres são exumados pela primeira vez
        Fonte: O ESTADO DE S. PAULO
        Pela primeira vez em quase 180 anos, os restos mortais de Dom Pedro I, o primeiro imperador brasileiro, foram exumados para estudos. Também foram abertas as urnas funerárias das duas mulheres de Dom Pedro I: as imperatrizes Dona Leopoldina e Dona Amélia. Os corpos estavam no Parque da Independência, na zona sul da capital, desde 1972. 
        Os exames - realizados em sigilo entre fevereiro e setembro de 2012 pela historiadora e arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel, com o apoio da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) - revelam fatos desconhecidos sobre a família imperial brasileira, agora comprovados pela ciência, e compõem um retrato jamais visto dos personagens históricos.
        Agora se sabe que o imperador tinha quatro costelas fraturadas do lado esquerdo, o que praticamente inutilizou um de seus pulmões - fato que pode ter agravado a tuberculose que o matou, aos 36 anos, em 1834. Os ferimentos constatados foram resultado de dois acidentes a cavalo (queda e quebra de carruagem), ambos no Rio, em 1823 e em 1829.
        Ao realizar o inventário do caixão de Dom Pedro, nova surpresa: não havia nenhuma comenda ou insígnia brasileira entre as cinco medalhas encontradas em seu esqueleto. O primeiro imperador do Brasil foi enterrado como general português, vestido com botas de cavalaria, medalha que reproduzia a constituição de Portugal e galões com formato da coroa do país ibérico. A única referência ao período em que governou o Brasil está na tampa de chumbo de um de seus caixões (ele estava dentro de três urnas), na qual foi gravado "Primeiro Imperador do Brasil" ao lado de "Rei de Portugal e Algarves".
        Ao longo de três madrugadas, os restos mortais da família imperial brasileira foram transportados da cripta imperial, no Parque da Independência, à Faculdade de Medicina da USP, na Avenida Doutor Arnaldo, em Cerqueira César, onde passaram por sessões de até cinco horas de tomografias e ressonância magnética. Pela primeira vez, o maior complexo hospitalar do País foi utilizado para pesquisas em personagens históricos - na prática, Dom Pedro I, Dona Leopoldina e Dona Amélia foram transformados em ilustres "pacientes", com fichas cadastrais, equipe médica própria e direito a bateria de exames.
        No caso da segunda mulher de Dom Pedro I, Dona Amélia de Leuchtenberg, a descoberta mais surpreendente veio antes ainda de que fosse levada ao hospital: ao abrir o caixão, a arqueóloga descobriu que a imperatriz está mumificada, fato que até hoje era desconhecido em sua biografia. O corpo da imperatriz, embora enegrecido, está preservado, inclusive cabelos, unhas e cílios. Entre as mãos de pele intacta, ela segura um crucifixo de madeira e metal.
        O estudo também desmente a versão histórica - já próxima da categoria de "lenda" - de que a primeira mulher, Dona Leopoldina, teria caído ou sido derrubada por Dom Pedro de uma escada no palácio da Quinta da Boa Vista, então residência da família real. Segundo a versão, propalada por historiadores como Paulo Setúbal, ela teria fraturado o fêmur. Nas análises no Instituto de Radiologia da USP, porém, não foi constatada nenhuma fratura nos ossos da imperatriz.
        "Unimos as ciências humanas, exatas e biomédicas com o objetivo de enriquecer a História do Brasil. A cripta imperial foi transformada em laboratório de especialidades, com profissionais usando os equipamentos mais modernos em prol da pesquisa histórica", disse a pesquisadora, que defendeu hoje pela manhã sua dissertação de Mestrado na USP, após três anos trabalhando sob sigilo acadêmico. "O material coletado será útil para que as pesquisas continuem em diversas áreas ao longo dos próximos anos."
        A reportagem do Estado acompanha os estudos de Valdirene desde 2010, quando a historiadora e arqueóloga conseguiu autorização dos descendentes da família imperial para exumar os restos mortais dos personagens históricos. Veja neste especial todos os detalhes de um estudo que reescreve detalhes da história do Brasil - confirmando algumas informações, desmentindo outras e adicionando novas verdades.


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        CHAMADA PARA ARTIGOS REVISTA NAVIGATOR

        A Revista Navigator (do latim, navigator, oris): subsídios para a história marítima do Brasil, periódico científico de história publicado semestralmente pela Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha com uma tiragem de 1.500 exemplares, reconhecido e classificado desde 2008 pelo Qualis, convida pesquisadores que trabalham com temas ligados as duas guerras mundiais para a organização do próximo dossiê intitulado "O Brasil nas Grandes Guerras do Século XX". Aceitaremos artigos inéditos ou resenhas críticas vinculadas ao tema entre 19 de fevereiro e 19 de abril.
        Serão aceitos ainda artigos avulsos para serem publicados na seção "Artigos".
        As colaborações para a Revista Navigator devem seguir as seguintes especificações:
        1. Os artigos devem ser apresentados no padrão Word for Windows. Terão a extensão de 20 páginas no máximo, digitadas em fonte Times New Roman 12, com espaço entre linhas de 1,5 e com margens de 2,5cm. As notas devem ser colocadas no final do texto;
        2. Se houver imagens, estas deverão ser, preferencialmente, digitalizadas em 300 DPI no formato TIFF ou JPG. No caso de imagens provenientes de câmera digital, a resolução deve ser a mais alta do equipamento. As imagens não deverão estar inseridas no texto em Word, mas gravadas separadamente. Esse material deve ser entregue ao editor da revista;
        3. Os artigos deverão estar acompanhados de resumo (português e inglês) de no máximo 10 linhas e 3 palavras chaves;
        4. Os ensaios seguirão as mesmas normas especificadas para os artigos;
        5. As resenhas poderão ter até 7 páginas;
        6. As notas deverão obedecer à NBR 6023;
        SOBRENOME, Nomes. Título do livro em itálico: subtítulo. Tradução. Edição, Cidade: Editora, ano, p. ou pp.
        SOBRENOME, Nomes. Título do capítulo ou parte do livro. In: Título do livro em itálico. Tradução. Edição, Cidade: Editora, ano, p. X-Y.
        SOBRENOME, Nomes. Título do artigo. Título do periódico em itálico. Cidade: Editora, fascículo, p. X-Y, ano.
        7. Os trabalhos devem ser remetidos com uma folha à parte com nome completo do autor, seguido das referências com as quais deseja ser apresentado (no máximo três linhas), endereço completo, e-mail e telefone para contato.
        8. Uma vez publicados os trabalhos, à Navigator se reserva todos os direitos autorais, permitindo, entretanto, a sua posterior reprodução, com a devida citação da fonte.
        9. Toda correspondência referente à Navigator deve ser encaminhada à Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha – Departamento de Publicações e Divulgação. Praça Barão de Ladário, s/nº, Ilha das Cobras, Rio de Janeiro, RJ, CEP200091-000, aos cuidados do Editor da Revista Navigator.
           Cordialmente,
        Editor
        Contatos: restier@dphdm.mar.mil.br / navigator@dphdm.mar.mil.br
        Na Internet: www.revistanavigator.com.br



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        domingo, 17 de fevereiro de 2013

        Omissões marcam livros usados em escolas militares - Autores atribuem golpe de 64 a ação de 'moderados' e não mencionam mortes

        Omissões marcam livros usados em escolas militares
        Autores atribuem golpe de 64 a ação de 'moderados' e não mencionam mortes

        Currículos adotados em escolas das Forças Armadas podem ser alvo de recomendações da Comissão da Verdade
        JULIANA DAL PIVACOLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIOLEONARDO VIEIRACOLABORAÇÃO PARA A FOLHA
         
        Livros didáticos usados para ensinar a história do Brasil nas escolas militares do país omitem informações essenciais para a compreensão de alguns episódios da ditadura militar (1964-1985).
        Ao narrar a "revolução de 1964", um dos volumes da coleção Marechal Trompowsky afirma que o golpe foi promovido por "grupos moderados e respeitadores da lei".
        O livro diz que o Congresso declarou a Presidência da República vaga antes de eleger o general Castello Branco presidente, logo após o golpe, mas omite o fato de que o presidente deposto João Goulart ainda estava no país.
        Outro livro, "500 anos de História do Brasil", diz que a Guerrilha do Araguaia (1972-1975) terminou após "a fuga dos líderes", sem fazer referência às mortes e ao desaparecimento dos guerrilheiros encontrados pelo Exército.
        Existem 12 escolas militares no país. Elas oferecem vagas do 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio e têm hoje 14 mil alunos matriculados, muitos deles filhos de militares.
        O coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Cláudio Fonteles, afirmou que os livros poderão ser alvo de recomendações da comissão, criada para investigar violações contra direitos humanos ocorridas especialmente durante a ditadura.
        "Esse é um tema propício a ser tratado nas recomendações", disse. "É preciso respeitar a autonomia [das escolas militares], mas não se pode fugir completamente ao programa adotado nas outras escolas públicas e privadas."
        Para o professor de história da UFRJ Carlos Fico, o governo deveria promover uma reforma geral nos currículos militares. "Não sabemos como funcionam as escolas para oficiais", diz. "Não é uma questão militar. Diz respeito à segurança da sociedade."
        A Associação Nacional de História pretende pedir ao Ministério da Educação e ao Ministério da Defesa que avaliem os livros adotados nas escolas militares.

        OUTRO LADO
        Em nota, o Ministério da Educação afirmou que não pode interferir no currículo das escolas militares. O Ministério da Defesa informou, por sua vez, que só acompanha o conteúdo pedagógico das instituições destinadas à formação de oficiais e praças das Forças Armadas.
        Responsável pelas publicações da coleção Marechal Trompowsky, o general José Carlos dos Santos, comandante da Diretoria de Ensino Preparatório Assistencial do Exército (DEPA), não quis se manifestar sobre o tema e sugeriu que eventuais questionamentos fossem dirigidos à assessoria do Exército.
        Em nota, o Exército informou que foram necessários três anos de pesquisas para produzir a coleção e disse que ela é atualizada anualmente pelos autores, mas evitou discutir questões específicas.
        Relato do período histórico envolve disputa explosiva

        RICARDO BONALUME NETODE SÃO PAULO
        "Assim, não apenas as Forças Armadas estão perdendo a batalha pelo presente, mas estão em perigo de serem roubadas do seu passado -esse passado quase mitológico que é essencial ao moral de qualquer Exército, novo ou velho".
        Essa frase é perfeita para definir o atual embate ideológico envolvendo a história recente das Forças Armadas brasileiras e o seu papel no regime de 1964 -e vale igualmente para o passado mais distante.
        Mas, curiosamente, ela foi escrita pelo historiador israelense Martin van Creveld sobre as Forças de Defesa de Israel.
        Que algo assim seja dito sobre alguns dos militares mais competentes do planeta -e fundamentais para um país cercado de inimigos reais- mostra o grau de ressentimento que a sociedade civil está desenvolvendo em relação aos militares em boa parte do mundo.
        No caso israelense, foram as desastradas intervenções no Líbano e o constante embate com os palestinos dos territórios ocupados que criaram uma atmosfera de desencantamento com as Forças Armadas, que anos antes eram vistas como o grande "escudo" de um país supostamente pacifista, mas rodeado por vizinhos hostis.
        Historiadores israelenses revisionistas estão atacando essa visão "quase mitológica" do passado.
        No Brasil, as esquerdas e seus historiadores também revisionistas começaram durante o regime militar atacando o passado mais distante -procurando minimizar os feitos das Forças Armadas durante a Guerra do Paraguai (1865-1870) e a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial (de 1942 a 1945).
        Não era então possível atacar diretamente os militares no poder.

        EMBATE IDEOLÓGICO
        Com a volta da democracia, em 1985, o embate ideológico voltou com força. Os militares insistem na sua versão do passado recente, de que impediram o país de virar uma ditadura comunista e salvaram a democracia.
        Já a esquerda, tanto a armada com fuzis ou a com laptops, insiste que lutava também pela democracia, apesar de seus patronos serem notórias ditaduras totalitárias -União Soviética, China, Cuba.
        O Exército já reconheceu erros no passado, como a campanha de Canudos, no final do século 19. Mas patronos como o Duque de Caxias são inatacáveis. Um antigo diretor da Biblioteca do Exército censurou certa vez um livro de um acadêmico por que continham críticas ao patrono da força -só que as críticas vinham de outro militar, Benjamin Constant...
        Caxias morreu faz tempo e não tem como reclamar. Já a atual disputa pela memória, pelo conteúdo de livros didáticos e livros de história, é mais explosiva porque muitos dos protagonistas da "luta armada" e da sua repressão estão vivos. E atuantes.


        Enviado via iPad
        Fabrício Augusto Souza Gomes


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          sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

          Dinâmica da economia do café influenciou tráfico de escravos

          Dinâmica da economia do café influenciou tráfico de escravos

          As escrituras analisadas tratavam de transações envolvendo escravos

          Uma pesquisa desenvolvida na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP investigou as negociações de cativos na província de São Paulo durante as décadas finais do escravismo brasileiro (1860, 1870 e 1880), período em que também se expandia a agricultura cafeeira. Além de variações ocorridas ao longo do tempo, foi observado o contraste entre o comércio escravo em diferentes cidades paulistas. "Isso porque em cada cidade selecionada para estudo, a cafeicultura vivia um momento diferente de seu desenvolvimento", explica o autor do trabalho, o professor José Flavio Motta.
          Em sua tese de livre docência, que deu origem ao livro Escravos daqui, dali e de mais além (Alameda Editorial/FAPESP, 2012), Motta investigou o comércio de escravos daquele período em diferentes localidades da província paulista: Piracicaba, no Oeste Velho; Casa Branca, no Oeste Novo; e Areias e Guaratinguetá, ambas no Vale do Paraíba. A análise envolveu tanto as características dos negócios, como dos negociantes e, em especial, dos negociados.
          O estudo baseou-se em documentos cartoriais encontrados nas localidades estudadas, em especial escrituras, que tratavam de transações envolvendo escravos. "São pouco mais de 1.600 escrituras, em que foram negociados pouco menos de 4.000 escravos", conta o pesquisador. As informações contidas nos documentos foram transcritas para um software que permite cruzar os dados de diferentes fontes.
          Periodização do tráfico
          Entre as peculiaridades da pesquisa, inclui-se uma periodização do comércio interno de cativos algo diferente das propostas tradicionais da historiografia. " Foi possível precisar melhor a periodização do tráfico", comenta Motta.
          Os anos 1870, apontados tradicionalmente como um período em que o tráfico, após certa moderação em seu ritmo no decênio anterior, voltava a crescer, foram um pouco melhor compreendidos na pesquisa. Marcados pelas discussões acerca da Lei do Ventre Livre, de setembro de 1871, os primeiros anos da década diferenciaram-se do restante. "O início dos anos 1870 é um período em que o tráfico se ressente muito das incertezas com relação à própria continuidade ou não da escravidão", conta o pesquisador. De fato, ele explica, a grande expansão do tráfico de escravos naquela década se deu a partir de 1874.
          Por sua vez, foi positiva a inclusão na análise da década de 1880, a qual foi marcada por importantes mudanças no comércio interno de escravos no Brasil. "Naqueles anos, no que diz respeito às principais províncias cafeeiras, aí incluída a de São Paulo, acaba praticamente o tráfico interprovincial", relata Motta.
          No começo daquele período ocorrera a fixação de elevados impostos incidentes sobre a entrada de escravos de outras províncias, tornando proibitivo o tráfico interprovincial. "À medida que São Paulo teve que se limitar ao comércio de cativos interno, precisou-se substituir os escravos que vinham de outros locais pelo mercado que havia em seu território", ele explica. "Da mesma forma como o tráfico interno acabou substituindo o tráfico atlântico de escravos, extinto na metade do século 19, nos anos 1880, as áreas mais antigas de São Paulo substituíram as outras províncias como fornecedoras de escravos", completa. Este foi, portanto, ao menos até meados do decênio, um período de grande dinamismo no comércio de escravos da própria região.
          Influências da economia cafeeira
          "A dinâmica do tráfico acaba variando muito de acordo com a própria dinâmica da cafeicultura nas diferentes localidades", diz Motta. Apesar de não ocupar o papel de responsáveis exclusivos pelas distinções entre as variadas cidades da província, os avanços e recuos da lavoura cafeeira eram elementos condicionantes muito importantes para as economias desses locais.

          Livro analisa as décadas finais do escravismo brasileiro (1860, 1870 e 1880)
          Nos anos 1870, período em que o tráfico interprovincial encontrava-se bastante intenso, a cidade de Areias, no Vale do Paraíba, por exemplo, era um importante ponto de chegada de escravos, em especial pela rota marítima e costeira. Com a chegada da década de 1880, quando a região valeparaibana passava a vivenciar um processo de decadência econômica, Areias tornou-se um ponto principalmente de saída de escravos, vendendo-os para regiões mais dinâmicas, como Casa Branca, que se mantinha como ponto de chegada de cativos.
          Na tese, foi possível fazer um levantamento da série de preços e suas oscilações que acompanham a periodização proposta por Motta. Como a lavoura passa por estágios diferenciados em cada localidade, seus impactos chegam até mesmo à qualidade da escravaria local, influenciando em preços, distribuições etária e sexual, etc. "Localidades com maior poder de compra, também compunham escravarias de melhor qualidade", exemplifica o professor.
          É interessante observar que, mesmo com o fim iminente da escravidão e com a busca gradativa por nova força de trabalho, essa mão de obra continuava sendo utilizada e negociada. "Encontrei escrituras até o segundo semestre de 1887. Estava-se comprando e vendendo escravos até as vésperas, poucos meses antes do 13 de maio de 1888, [data da abolição da escravatura]", conta Motta.
          O protagonismo dos escravos
          "Apesar de o comércio criar problemas para a manutenção das relações de família entre os escravos, em muitos casos foi possível manter essas relações", relata o pesquisador. A partir do fim dos anos 1860, já existia, inclusive, uma legislação que proibia a separação pela venda de cônjuges e pais e filhos até certa idade. E, de fato, em muitos casos os próprios escravos, ao se esforçarem para interferir nas negociações, eram responsáveis pela manutenção de suas relações de família.
          Motta cita algumas situações curiosas que encontrou nas escrituras analisadas, como o caso de uma venda desfeita, pois a escrava negociada se negava a trabalhar com o novo proprietário. Outro exemplo é o de uma escrava que tentava contestar a própria venda por possuir dois nomes.
          "É possível identificar certo protagonismo dos escravos, que tentavam influir e moldar seu destino", resume o professor. Estas tentativas, Motta pondera, sempre estiveram presentes. No entanto, à medida que se aproximava o fim da escravidão, o ambiente tornava-se mais favorável às demandas dos cativos.
          Imagens cedidas pelo pesquisador
          Mais informações: e-mail jflaviom@usp.br, com José Flávio Motta




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