Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

''Dúvidas sobre a morte de Jango só aumentam''. Entrevista especial com Lucília de Almeida Neves Delgado


''Dúvidas sobre a morte de Jango só aumentam''. Entrevista especial com Lucília de Almeida Neves Delgado


"Se Jango de fato morreu de um problema cardíaco, por que não se fez a exumação e a biopsia? Por que essa resistência tão grande de anos e anos para se analisar seus restos mortais? A ausência de autópsia é mais um dado que sugere que sua morte não foi natural, porque se tivesse sido natural, para o respaldo do próprio governo militar à época, deveria ter sido feita a exumação de seu corpo", avalia a historiadora.
               Foto de www.rededemocratica.org
Confira a entrevista.
A falta de "explicações sólidas" sobre a morte do ex-presidente João Goulart, fez dele o "político mais injustiçado da história do Brasil", assinala Lucília de Almeida Neves Delgado em entrevista concedida à IHU On-Line, após comentar o documentário Dossiê Jango, dirigido por Paulo Henrique Fontenelle. Ao analisar o filme à luz da História,Lucília, que há anos dedica-se à pesquisa sobre os fatos políticos do período militar, enfatiza que ele "reforça exatamente a construção de mais evidências sobre o possível assassinato de João Goulart". Segundo ela, "de todas as pessoas que se envolveram na procura de provas e evidências sobre a morte de Jango, 18 morreram. Entre elas os políticos uruguaios Zelmar Michelini e Gutierrez Ruiz, que eram amigos do Jango e estavam investigando a morte dele. Também o empresário Enrique Foch Diaz, que mais conseguiu reunir muitas informações sobre a morte de Jango e escreveu um livro intitulado Jango: um crime perfeito, faleceu pouco tempo depois de publicado o livro". E dispara: "Ficamos pensando: o que aconteceu para que todas essas pessoas, de uma forma ou de outra, fossem falecendo? A maioria por problemas cardíacos e alguns em decorrência de acidentes de carro. São coincidências muito estranhas, e as indagações sobre a morte de Jango só aumentam".
De acordo com Lucília, Jango poderia ter retornado ao Brasil em 1974, dois anos antes de sua morte, período em que seu processo de cassação havia expirado. "Não havia mais razão legal para que ele continuasse no exílio e excluído da vida pública nacional. Uma interpretação que tem ganhado força é a de que com a distensão do regime, seguida de possíveis pleitos eleitorais, João Goulart e outros líderes políticos do pré 1964 poderiam se candidatar a algum cargo público. Como o governo militar não assimilava seu retorno à ativa, a opção teria sido  a de eliminá-los", esclarece. E acrescenta: "havia um temor do governo de que lideranças excluídas em 1964 e que estavam no exílio voltassem para o Brasil com uma força muito grande. Esse temor era maior especialmente no caso dos ex-presidentes João Goulart e Juscelino Kubitschek, ambos mortos em 1976".
Para ela, a memória histórica de Jango "é injusta", e baseada no "esquecimento e na desqualificação". Esclarecer esse período, enfatiza, "é um dever histórico. (...) Não podemos construir uma história com sombras nebulosas, ainda mais sobre o episódio da morte de um ex-presidente, que após sua deposição amargou um exílio de mais de 12 anos".
Lucília de Almeida Neves Delgado é professora dos cursos de graduação e pós-graduação em História da Universidade de Brasília – UNB. Possui graduação em História pela Universidade Federal de Juiz de Fora, mestrado em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais e doutorado em Ciências Humanas/Ciência Política pela Universidade de São Paulo. É autora de, entre outros, Comando Geral dos trabalhadores no Brasil (1961-1964)(Petrópolis: Vozes, 1986); e PTB: do getulismo ao reformismo (1945-1964) (São Paulo: Marco Zero, 1989).
Confira a entrevista.
IHU On-Line - Que leitura o "Dossiê Jango" apresenta sobre a história do ex-presidente Jango?
Lucília de Almeida Neves Delgado – O "Dossiê Jango"não apresenta uma nova leitura sobre a história do ex-presidente João Goulart porque as questões levantadas pelo documentário falam de um assunto que já é abordado há muitos anos, e que se tornou mais forte quando começou a se falar da Operação Condor. O filme reforça exatamente a construção de mais evidências sobre o possível assassinato de João Goulart. Os depoimentos são muito contundentes, com exceção do depoimento de Muniz Bandeira, historiador, que afirma que Jango sofreu um problema cardíaco natural. As demais pessoas que se manifestam no filme, de uma forma ou de outra, dão declarações que reforçam a possibilidade de Jango ter sido assassinado. Duas coincidências importantes, para analisar o contexto de atuação da Operação Condor, tendo Jango como foco, foram as mortes de dois políticos da Frente Ampla, o ex-presidente Juscelino Kubitschek, e Carlos Lacerda, além de João Goulart. Mortes ocorridas num período inferior há um ano, de 1976 a 1977. De todas as pessoas que se envolveram na procura de provas e evidências sobre a morte deJango, 18 morreram. Entre elas os políticos uruguaios Zelmar Michelini e Gutierrez Ruiz, que eram amigos do Jango e estavam investigando a morte dele. Também o empresário Enrique Foch Diaz, que mais conseguiu reunir muitas informações sobre a morte de Jango e escreveu um livro intitulado Jango: um crime perfeito, faleceu pouco tempo depois de publicado o livro. Diaz foi o último dos 18 a morrer. O filme também apresenta o depoimento de Mário Neira, que participou da Operação Escorpião que, segundo suas palavras, tinha como objetivo assassinar Jango. Embora essa testemunha não seja muito fidedigna, pois é um criminoso recrutado pela repressão política do Uruguai para fazer parte de suas equipes de investigação, a dúvida persiste.  E ficamos pensando: o que aconteceu para que todas essas pessoas, de uma forma ou de outra, fossem falecendo? A maioria por problemas cardíacos e alguns em decorrência de acidentes de carro. São coincidências muito estranhas, e as indagações sobre a morte de Jango só aumentam.
Exumação do corpo
Há outros fatos que não têm explicações sólidas. O mais relevante diz respeito a não realização de biópsia no corpo do ex-presidente. Muitos perguntam por que a família não pediu a exumação do corpo, na verdade, a esposa dele, Maria Teresa Goulart, fez o pedido. Entretanto, um mês depois voltou atrás. A sensação que temos é de que ela sofreu uma pressão muito grande para retirar o pedido. Caso o presidente Goulart tenha morrido por causas naturais não havia razão alguma para evitar a necropsia de seu corpo. Ao contrário, seria uma ação favorável ao governo militar. Todas as dúvidas estariam resolvidas.
João Goulart foi o único presidente do Brasil que morreu no exílio. Em 1976, muito longamente, começava-se a falar em liberalização do regime. O filme mostra isso. E havia um temor do governo de que lideranças excluídas em 1964 e que estavam no exílio voltassem para o Brasil com uma força muito grande.  Esse temor era maior especialmente no caso dos ex-presidentes João Goulart e Juscelino Kubitschek, ambos mortos em 1976.
O filme registra também, e isso é muito interessante, que em 1974, o prazo de cassação, por dez anos, dos direitos políticos de Jango, já estava superado. Portanto, não havia mais razão legal para que ele continuasse no exílio e excluído da vida pública nacional. Uma interpretação que tem ganhado força é a de que com a distensão do regime, seguida de possíveis pleitos eleitorais, João Goulart e outros líderes políticos do pré 1964 poderiam se candidatar a algum cargo público. Como o governo militar não assimilava seu retorno à ativa, a opção teria sido a de eliminá-los.      
IHU On-Line - Jango poderia ter retornado ao Brasil dois anos antes da sua morte?
Lucília de Almeida Neves Delgado – Na verdade, mesmo tendo passado os dez anos de sua cassação, se retornasse ao Brasil, com certeza, João Goulart seria preso. As evidências são de que os militares desconsideravam o próprio tempo de punição que estabeleceram anteriormente. Jango, inúmeras vezes, tentou negociar seu retorno ao Brasil, mas não teve êxito. Quando de sua morte não houve sequer autorização para que seu velório fosse realizado em caixão aberto. Ao contrário, o caixão estava lacrado.
Essa foi a condição estabelecida pelo governo federal para que ele pudesse ser enterrado em sua terra, São Borja (RS) e não na Argentina, onde faleceu. Tal fato reforça a ideia de que o regime militar usou de todos os recursos possíveis para fazer prevalecer uma memória de esquecimento sobre o presidente Jango. É lógico que há uma questão ideológica e estratégica nessa orientação. Creio que, no contexto de construção do esquecimento, tudo foi feito para impedir a visibilidade da imagem do presidente morto, o que poderia causar uma comoção muito grande. A visão de um corpo inerte e sem vida é forte, mas a de um rosto atrás de um pequeno vidro, por mais reverência que se tenha, não causa o mesmo impacto.
Redemocratização 
A redemocratização do Brasil, embora pressionada pela sociedade civil e por expressivo movimento social, só aconteceu mediante uma negociação que garantiu uma transição pacífica. Nesse contexto os acontecimentos referentes às mortes de João Goulart e Juscelino Kubitschek foram relegados ao esquecimento. No caso da morte de Juscelino, pouco se pode fazer, pois ele faleceu num acidente de carro. Teria de se investigar se houve algum problema no carro, mas é quase impossível provar algo. No caso do Jango havia a possibilidade de fazer uma investigação porque era possível exumar o corpo para esclarecer a causa de sua morte. Mas, de uma forma ou de outra, é preciso que se busque esclarecimentos mais detalhados sobre as morte dos ex-presidentes Jango e Juscelino. Essa é uma condição essencial de registro da verdade histórica. E o direito à História é uma das condições de exercício da cidadania plena. Não podemos construir uma história com sombras nebulosas, ainda mais sobre o episódio da morte de um ex-presidente, que após sua deposição amargou um exílio de mais de 12 anos.
Se Jango de fato morreu de um problema cardíaco, por que não se fez a exumação e a biopsia? Por que essa resistência tão grande de anos e anos para se analisar seus restos mortais? A ausência de autópsia é mais um dado que sugere que sua morte não foi natural, porque se tivesse sido natural, para o respaldo do próprio governo militar à época, deveria ter sido feita a exumação de seu corpo.
Injustiça
Jango é o político mais injustiçado da história do Brasil. Veja o caso de Juscelino: não tinham como apagar a obra dele porque a construção de uma capital da República, como Brasília, é algo extremamente palpável. Eterno. Além disso, quando foi prefeito de Belo Horizonte e governador de Minas Gerais, investiu muito na chamada construção da modernidade, que tem uma representação concreta, por exemplo, na Lagoa da Pampulha. No caso de Getúlio Vargas, sua morte o fez herói e mito. Além disso, sua obra governamental foi ampla, diversificada e sólida. Abrangeu realizações políticas, econômicas, culturais e sociais, embasadas em sólida concepção nacionalista, trabalhista e desenvolvimentista. No campo social, a maior herança de Getúlio Vargas é a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Mesmo que ela tenha sido escrita em um tempo de ditadura, a importância de sua dimensão social e econômica é, por si só, suficiente para cravar a memória do ex-presidente na História Nacional Brasileira.
O João Goulart, pelo contrário, pagou um preço muito alto por suas convicções trabalhistas, reformistas e nacionalistas. Ele governou o Brasil no auge da Guerra Fria. Logo depois de Cuba ter se tornado em um país socialista. Jango tinha uma postura trabalhista, quase socialdemocrata, mas não teve tempo, nem condições para concluir obras que ficassem marcadas na história do Brasil. Mesmo assim três grandes marcos destacaram-se no seu mandato presidencial: a criação da Eletrobrás, que contribuiu para tirar o Brasil das mãos da exploração estrangeira da energia elétrica; segundo, o Estatuto do Trabalhador Rural que levou  a legislação social às áreas rurais; e terceiro, a criação da Universidade de Brasília, uma universidade visionária e progressista que, no entanto, pagou um alto preço por ter sido fundada no governo Jango. Durante o regime militar a UnB sofreu contínuas  pressões como: prisão de estudantes, invasão do campus universitário e demissão de professores.
Crise institucional
Em um contexto de muita polarização política, Jango enfrentou uma crise institucional permanente. Tomou posse sob pressão, pois os ministros militares do presidente Jânio Quadros, de quem era vice-presidente, usaram de todos os recursos possíveis para impedir sua posse como presidente, quando da renúncia do presidente, no ano de 1961.Goulart, governou então, durante cerca de dois anos, como presidente, em um sistema de governo parlamentarista, que lhe restringia poderes. Em janeiro de 1963, com o retorno do presidencialismo, passou a governar com todos os poderes constitucionais de um presidente da República.
Mas seu mandato continuou sobre forte pressão. Além de pressionado pelos movimentos sociais, que queriam a efetivação de reformas sociais e econômicas, as chamadas reformas de base, sofreu cotidiana oposição de empresários nacionais e internacionais, de segmentos conservadores da Igreja Católica, que temiam a instauração o comunismo no Brasil, da grande imprensa e dos grandes proprietários rurais.  Ou seja, ele se viu pressionado por todo o lado. Nesse quadro de hostilidade e pressões, não conseguiu construir uma marca governamental que fosse suficientemente sólida para não ser apagada. A partir daí se construiu uma visão absolutamente injusta sobre João Goulart. Na verdade, ele foi um homem público perspicaz, muito solidário e comprometido com as causas dos mais pobres, como hoje prega o PapaFrancisco.
Infelizmente a memória consolidada sobre Goulart é muito injusta, pois baseada em dois suportes: esquecimento e desqualificação. Apenas para contextualizar, viajei de férias durante as semanas de lançamento do Dossiê. Quando voltei tive uma dificuldade enorme para assistir o filme, pois além de estar sendo ofertado somente em dois cinemas de Brasília, os horários de sua apresentação eram poucos. Consegui vê-lo em uma sessão das 13:00 horas. Na sala de projeção não tinha mais do que 20 pessoas.
IHU On-Line – Como a senhora vê o trabalho da Comissão da Verdade e a possível exumação do corpo de Jango?

Lucília de Almeida Neves Delgado – Há uma intenção, já declarada, da Comissão da Verdade de proceder à exumação dos restos mortais de Jango. Penso, entretanto, que graves dificuldades terão de ser enfrentadas. Uma delas refere-se ao tempo. Já se passaram mais de 36 anos de sua morte, e alguns técnicos dizem que talvez seja impossível se chegar a alguma conclusão mais definitiva sobre a causa "mortis" pelo estudo ósseo. Se assim for, a distância temporal terá contribuído para que a névoa que cobre a verdade sobre a morte de João Goulart não seja dissipada.
Quando à pesquisa, estudo, produção acadêmica e notícias da imprensa sobre o João Goulart, chego à conclusão de que foram construídas duas formas de abordagem em torno dele. Uma delas aprofunda a via do esquecimento, ou seja, tenta-se jogar Jango no limbo, anula-se a presença dele na história do país. A outra via é a da desqualificação, baseada em um discurso que ressalta suas qualidades negativas em detrimento de suas qualidades positivas. Jango pagou o preço de ser um reformista no tempo da guerra fria, quando o temor do comunismo era avassalador. Apesar de não ser comunista, não era anticomunista, pois visitou a China Popular e a União Soviética.  Além disso, tinha o costume de conversar com a população mais pobre e com os sindicalistas. Baseado nesses fatos a oposição construiu um discurso ideológico, segundo ao qual, sob seu governo o Brasil ou se transformaria em um país comunista ou em uma república sindicalista. Para ela, portanto, era necessário, desestabilizá-lo, depô-lo e excluí-lo da história brasileira. 
A Comissão da Verdade está buscando esclarecer essa parte da história, mas imagino que esteja sofrendo uma grande pressão. Para mim fica uma dúvida prática. Quem guarda o túmulo de João Goulart e zela pela preservação de seus restos mortais, até a definição sobre a exumação?
Como historiadora, tenho duas esperanças: a primeira é de que os historiadores por meio de pesquisas e publicações façam jus à memória de Jango. Precisamos dar conta dessa tarefa inconclusa e desafiadora. O trabalho do historiador Jorge Ferreira, que recentemente publicou uma biografia de Jango, nesse sentido, é exemplar. A segunda esperança é de que, mais cedo ou mais tarde, as circunstâncias da morte do presidente deposto em 1964 sejam esclarecidas. Por isso, a oportunidade de atuação da Comissão da Verdade é ímpar. Considero que se ela conseguir esclarecer, ao menos alguns casos simbólicos, terá cumprido um papel histórico muito relevante. Espero que a morte de Goulart seja esclarecida, como ocorreu com a de Rubens Paiva. Esse é um dever histórico.

Enviado via iPad
Fabrício Augusto Souza Gomes

__._,_.___

Atividade nos últimos dias:
        **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

                                                                                                        Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
     
    Visite o Blog do nosso Grupo:
    http://www.grupohistoriadobrasil.blogspot.com

    sexta-feira, 2 de agosto de 2013

    Diferentes olhares do fotojornalismo: projeto conta história da imprensa brasileira




    Diferentes olhares do fotojornalismo: projeto conta história da imprensa brasileira


    Fonte: © FAPERJ Danielle Kiffer

    Milton Guran       
                
           Nos anos 1980, antes das câmeras digitais, avaliação de fotos
      seguiam outros parâmetros: imagens
    possibilitavam diversas leituras

       

    Uma imagem vale mais que mil palavras. O dito popular pode ser evocado também para destacar a importância que as fotografias têm para a vida social, incluindo o jornalismo. No projeto "O olhar contemporâneo: memórias do fotojornalismo, Rio de Janeiro 1940-1990", a fotógrafa Silvana Louzada da Silva, bolsista do programa Apoio ao Pós-doutorado no Estado do Rio de Janeiro – parceria da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) com a FAPERJ –, destaca a importância que as fotos adquirem, como catalisadoras históricas e transformadoras sociais, na história da imprensa brasileira. A pesquisa é desenvolvida no Laboratório de História Oral e Imagem sob a supervisão da historiadora Ana Maria Mauad, da Universidade Federal Fluminense (UFF).

    Para levar adiante a proposta de pesquisa, foram entrevistados alguns dos principais repórteres fotográficos que atuaram entre os anos de 1940 e 1990, e reunidas algumas de suas principais imagens. As entrevistas, que abordam a trajetória de cada um deles, suas histórias de vida, desde quando ainda eram crianças até o período de pleno exercício profissional, estão sendo armazenadas no Laboratório de História Oral e Imagem (Labhoi) da UFF. O objetivo é disponibilizar as informações para estudos e pesquisas universitárias. "Nossa intenção é reconstruir a trajetória desses profissionais, contando como começaram na profissão, seu histórico familiar, em paralelo com o período em que atuaram como 'mediadores sociais', na medida em que participaram ativamente dos processos de transformação da mídia. Apresentamos a fotografia que foi produzida por tais agentes como suporte de representação social", conta Ana Maria.

    Silvana Louzada da Silva
                          
    Comunidade quilombola: a partir da década de 1980,
      repórteres fotográficos retratam temática social
    As pesquisadoras ressaltam que as primeiras gerações de fotojornalistas brasileiros vivenciaram a Segunda Guerra Mundial e viam fotógrafos, incluindo um dos expoentes da profissão, o francês Henri Cartier-Bresson, como verdadeiros heróis. "À época, a atividade do fotógrafo ainda não era reconhecida como categoria profissional, sendo vista, por causa da guerra, de uma forma romantizada", diz Silvana. "A necessidade de imaginar, visualmente, o Brasil do futuro marcaria a geração de fotógrafos formada no ambiente do pós-guerra, definido tanto pela defesa dos valores democráticos, como por um processo de internacionalização da cultura ocidental", acrescenta. Naquele período, a formação dos profissionais ainda estava ligada à experiência de vida pessoal e à convivência com os colegas de trabalho em redações de jornais. Em 1951, o lançamento do jornal Última Hora introduz um estilo e formato novos ao jornalismo. "Com o lançamento do jornal pelo Samuel Wainer, começa a haver uma maior profissionalização dos fotógrafos. A fotografia avança e, no âmbito jornalístico, passa a ter mais valor, mais espaço", diz Silvana.

    A partir dos anos de 1960, período histórico muito intenso devido à instalação do regime militar no Brasil, o fotojornalismo ganha uma característica mais militante, que irá influenciar diretamente no engajamento político dos fotógrafos nas duas décadas subsequentes. "Com o golpe de março de 1964 e a instauração do estado de exceção, a fotografia passa a ser também utilizada como instrumento de resistência, na medida em que alguns jornais se apropriam da linguagem fotográfica como uma forma de driblar a repressão a eles imposta, tendência que percorre praticamente todos os anos 1970", ressalta Silvana. 

    Algumas histórias curiosas, envolvendo fotógrafos que viveram os chamados "anos de chumbo", foram recuperadas pela pesquisa, como a do fotógrafo Alberto Jacob. "Ele nos contou em entrevista que, assim que tiravam uma foto, rapidamente retiravam o filme da máquina sem que ninguém visse e passavam para amigas ou repórteres guardarem em suas roupas íntimas, pois tinham a certeza de que seus equipamentos seriam quebrados pela polícia".

    A geração seguinte de fotógrafos, que entra em cena nos anos 1980, o foco principal do estudo, passa a frequentar cursos de especialização e universidades e, pouco a pouco, começa a formar uma nova classe profissional. Segundo Ana Maria, este é um momento de reformulação política no País, com a redemocratização, que mobiliza e une ainda mais os fotógrafos, quando, então, surgem diversas agências independentes de fotografia, mudando não só a forma como se faziam as fotos, como também o papel do fotógrafo na sociedade. "A pesquisa aborda a fotografia não só como imagem, mas também como objeto de reflexão histórica, em que as fotografias são examinadas à luz do processo transformador da sociedade", afirma Ana Maria. "É neste período que acontece o engajamento profissional dos fotógrafos, que passam a trabalhar mais com questões sociais e antropológicas e preferem não estar presos a uma linha editorial de um jornal ou de uma revista em particular, unindo seu trabalho a uma prática social", reitera Ana Maria, que acrescenta: "a visualidade pode ser vista como uma plataforma de ação social, que produz sentido pela visão. E as fotos são como textos, que mobilizam o público". É neste ínterim que comunidades indígenas, quilombolas, travestis e prostitutas passam a ser temas de ensaios e trabalhos fotográficos.

    No século XXI, com a consolidação da fotografia digital e, consequentemente, a democratização da prática fotográfica, os parâmetros utilizados para avaliação de uma imagem tornaram-se um pouco diferentes. Antes da chegada da foto digital, uma imagem considerada sofisticada nos anos 1980, como a tirada pelo fotógrafo e antropólogo Milton Guran, que retrata os políticos Ulysses Guimarães e Tancredo Neves – a foto dá a impressão de que o rosto do segundo repousa na mão do primeiro –, seria aquela em que a leitura da imagem poderia trazer alguma ambiguidade. "Hoje, há consolidadas diferentes estratégias de comunicação pelas fotos, devido à possibilidade de multiplicidade de cliques dos mais diversos ângulos", diz Ana Maria. "Há, inclusive, outros fatores que influenciam na linguagem fotográfica, como a prática do coletivo fotográfico. Exemplo disso são as escolas de fotógrafos populares, como a que existe hoje na Maré, no Rio de Janeiro, que demonstram um caráter diferente de militância, em que a comunidade constrói a sua própria identidade por meio da prática fotográfica". Entre os fotógrafos entrevistados para o projeto estão nomes de destaque no fotojornalismo brasileiro, como Claudia Andujar, Luiza Venturelli, Rogério Reis, Zeka Araújo, Juvenal Pereira, Milton Guran, Adalberto Diniz, Kim-Ir-Sen Pires Leal, Duda Bentes, Evandro Teixeira e Walter Firmo.

    © FAPERJ – Todas as matérias poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.

    __._,_.___

    Atividade nos últimos dias:
          **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

                                                                                                          Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
       
      Visite o Blog do nosso Grupo:
      http://www.grupohistoriadobrasil.blogspot.com

      quinta-feira, 1 de agosto de 2013

      História de Palmares ganha nova cronologia com análise de fontes originais

      Pesquisadora da Unicamp se debruça
      sobre documentos históricos que
      permaneciam inéditos desde o
      século XVII para entender as formas
      de dominação no período colonial
       

      História de Palmares ganha nova cronologia com análise de fontes originais

      01/08/2013
      Por Frances Jones
      Fonte: Agência FAPESP Em 1678, o então rei dos Palmares firmou um acordo de paz com o governador de Pernambuco, a autoridade máxima sobre um território que englobava os atuais estados da Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte, além de Pernambucano.
      A negociação durou alguns meses e envolveu intérpretes, envio de embaixadas, presentes e libertação de prisioneiros. De um lado, Ganazumba (ou Gangazumba), tio de Zumbi, séculos depois apontado como símbolo da resistência contra a escravidão; de outro, dom Pedro de Almeida, governador prestes a voltar para Portugal.
      Até agora pouco estudado e comentado pela historiografia, o episódio vem ganhando contornos mais definidos sob a luz de documentos originais, boa parte deles inéditos. O material, manuscrito, inclui cartas, despachos de conselheiros do regente português, crônicas e até rascunhos encontrados em Portugal pela historiadora Silvia Hunold Lara, professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em pesquisa realizada no âmbito do Projeto Temático"Trabalhadores no Brasil: identidades, direitos e política (séculos XVII a XX)".
      A documentação tem permitido que Lara e outros historiadores tracem uma nova cronologia sobre Palmares. "Em geral, a historiografia periodizou a história palmarina a partir das guerras feitas contra eles. Procuro me concentrar na formação dos mocambos [os assentamentos de fugitivos] e entender como eles se organizavam em termos políticos e militares", disse Lara àAgência FAPESP.
      "A década de 1670 é importante porque marca o reconhecimento por parte das autoridades portuguesas e coloniais desse sobado (estado africano) em Palmares. Os termos do acordo negociado em 1678 constituem a maior evidência disso", disse a historiadora.
      Em seus estudos, Lara retoma teses de uma vertente da historiografia que dá ênfase às raízes africanas de Palmares, na qual se incluem os brasileiros Nina Rodrigues (1862-1906) e Edison Carneiro (1912-1972) e os norte-americanos Raymond Kent (1929-2008), Stuart B. Schwartz e John Thornton.
      De acordo com Lara, um documento-chave para entender Palmares é uma crônica anônima, com data atribuída a 1678, escrita logo depois do acordo de paz selado entre Ganazumba e o governo de Pernambuco, quando d. Pedro de Almeida volta a Portugal e vai mostrar seus feitos às autoridades portuguesas.
      "É uma crônica extensa, que faz uma história de Palmares, desde o seu início até 1678. Dá nome aos mocambos, descreve as relações entre os chefes militares e os chefes dos mocambos, conta as expedições feitas e equipara a uma conquista militar a vitória [parcial] obtida em 1677 por uma expedição que destrói os mocambos e está na origem do acordo de paz", disse.
      O grande ponto, segundo a professora titular do Departamento de História da Unicamp, é que essa crônica sempre havia sido lida pelos estudiosos a partir de uma publicação na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro de 1859 – feita quase 200 anos após ser redigida.
      "As pessoas não viram o original, que estava perdido nos arquivos. Quando você olha o original, pode ver que houve transcrições incorretas", disse Lara. Um bom exemplo é o dos nomes das lideranças palmarinas e dos principais mocambos ali descritos – com diferenças em relação aos consagrados pela historiografia.
      "A maior parte de quem lidou com Palmares trabalhou com uma documentação impressa. E quem transcreveu e publicou fez uma seleção. Ao ir às fontes e aos arquivos, localizei uma quantidade muito grande de fontes ao redor desses documentos transcritos, muitas nunca publicadas", disse.
      Os achados estavam no Arquivo Histórico Ultramarino e no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa, e na biblioteca pública da cidade de Évora, interior de Portugal.
      Saindo da trilha dos Imbangala
      Lara também parte de um trabalho publicado em 2007 por Thornton e pela historiadora Linda Heywood, da Boston University, nos Estados Unidos, sobre a história das guerras na África Central para estudar quem eram os africanos escravizados e trazidos para o Brasil que fugiram e acabaram se organizando em agrupamentos em vários pontos de uma extensa região nordestina ao norte do Rio São Francisco, caracterizada por matas de palmeiras.
      "Hoje conseguimos saber com um pouco mais de precisão quem eram as pessoas trazidas para cá: muito provavelmente eram falantes de kimbundu, língua africana da região do então reino de Ndongo, que ocupava o que hoje é uma região de Angola", disse.
      Dos vários assentamentos de fugitivos – todos conhecidos nessa época como palmares –, um deles em especial se consolidou durante o período da ocupação holandesa (entre 1630 e 1654), formando uma rede de mocambos que se tornou conhecida depois como Palmares. Nove mocambos chegaram a abrigar no total cerca de 11 mil habitantes, de acordo com algumas fontes.
      "Todo mundo diz quilombo dos palmares, mas a palavra 'quilombo' é empregada deslocadamente nesse contexto e é anacrônica para designar Palmares. A palavra empregada naquele período para designar 'assentamentos de fugitivos' é mocambo", afirmou Lara.
      Segundo a historiadora, "kilombo" é uma palavra africana que significa "acampamento de guerra", usada pelos grupos nômades guerreiros Imbangala, da África Central. Historiadores como o norte-americano Stuart Schwartz, da Yale University, consideraram que a formação dos quilombos nas Américas estava relacionada a esses acampamentos guerreiros – daí a origem do termo.
      "Mas acho que essa não é uma matriz da formação dos assentamentos dos fugitivos no Brasil. Os kilombos Imbangala tinham rituais específicos, com morte de crianças, serragem de dentes e canibalismo. Como eram nômades, não tinham uma ligação territorial nem as linhagens que davam a legitimidade do poder, diferentemente do que ocorreu nos mocambos do interior de Pernambuco, onde se formou um reino linhageiro", disse Lara.
      Os mocambos se organizavam segundo uma gramática política centro-africana, explicou a pesquisadora. Como nos sobados centro-africanos (os potentados locais da África), os chefes políticos dos mocambos do Nordeste mantinham relações de parentesco entre si e todos estavam subordinados a Ganazumba, conhecido como rei dos Palmares. "Esse sobado que se formou no interior de Pernambuco foi reconhecido pelas autoridades coloniais como um poder político independente, com o qual se podia negociar", disse.
      Mudança para Cucaú
      A pesquisadora conta que a ideia de as autoridades coloniais fazerem acordos com fugitivos sempre existiu – e não apenas no Brasil. O de 1678, porém, foi o que mais progrediu. Boa parte dos habitantes dos mocambos de Palmares mudou-se para uma aldeia criada especialmente para recebê-los, Cucaú, e eles foram considerados livres.
      A paz, no entanto, não durou mais do que dois anos. Uma parte dos mocambos, liderada por Zumbi, rejeitou o acordo e ficou em Palmares. Seguidores de Ganazumba, como seu irmão Ganazona, participaram de buscas para trazer os que haviam permanecido no mato. Ganazumba termina assassinado e Cucaú, destruída, provavelmente por tropas coloniais. As pessoas que moravam lá voltaram à condição de escravos.
      "A história contada até hoje sobre Palmares é uma história militante e toda ela converge para o enaltecimento da figura de Zumbi como a grande liderança que jamais se curvou e resistiu à escravidão até ser morto em 1695; as pessoas reiteram e usaram a mesma documentação para dizer mais ou menos a mesma coisa", ressaltou Lara. "Essa história passa muito rápido pelo acordo de paz. Tão rápido que os termos do acordo nunca foram publicados nas coletâneas de documentos feitas sobre Palmares."
      Interessada em discutir as formas de dominação nesse período e o modo como africanos e indígenas lidaram com o domínio colonial, Lara recupera de todas as formas o acordo. "A história de Palmares, da maneira como a estamos estudando, ajuda a entender como a dominação colonial foi enfrentada e modificada pela ação dos índios e dos africanos na África e no Brasil."
      Com o auxílio do Projeto Temático FAPESP, Lara e sua equipe montaram uma base de dados sobre Palmares, organizada de forma a ser disponibilizada para consulta pública on-line. Cerca de 2 mil documentos foram digitalizados e aos poucos estão sendo transcritos. "Espero que, dentro de dois anos, tudo esteja aberto para o público", disse.
      Diversos bolsistas também produziram trabalhos relacionados à produção da base de dados. Um deles foi a monografia de graduação "Guerras contra Palmares: um estudo das expedições realizadas entre 1654 e 1695", de Laura Peraza Mendes, que ganhou prêmio de melhor monografia de graduação do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp em 2011.
      Mendes defenderá sua dissertação de mestrado, que contou com Bolsa FAPESP (www.bv.fapesp.br/pt/bolsas/127403/as-expedicoes-contra-os-mocambos-de-palmares-e-os-dilemas-do-governo-colonial-em-pernambuco-1654-169), em agosto de 2013.
      Lara agora trabalha para transformar em livro a tese  "Palmares & Cucaú: o aprendizado da dominação", com a qual se tornou professora titular.
      __._,_.___
      Atividade nos últimos dias:
            **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

                                                                                                            Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
         
        Visite o Blog do nosso Grupo:
        http://www.grupohistoriadobrasil.blogspot.com

        terça-feira, 30 de julho de 2013

        Processos de criação urbana no Brasil Colonial


        Estudo analisa a urbanização na 
        capitania de São Paulo utilizando 
        como base documentos e imagens 
        do período colonial
         

        Processos de criação urbana no Brasil Colonial

        25/07/2013
        Fonte: Agência FAPESP – Um documento escrito na capitania de São Paulo no início da década de 1770, época em que a Coroa Portuguesa propunha uma ampla reorganização de todo o território a sudoeste da Colônia, recomendava agir com "método e arte".
        A recomendação, título de obra lançada por Maria Fernanda Derntl, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília, remete à tentativa da metrópole de organizar modos de conduzir a expansão urbana, enquanto experiências e circunstâncias locais exigiam constantes arranjos e adaptações.
        Em meados do século 18, o processo de demarcação de fronteiras do território brasileiro estava em curso e era preciso mapear, defender e povoar novas áreas. A capitania de São Paulo, objeto de estudo de Derntl durante doutorado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, com Bolsa da FAPESP, também passou por transformações importantes, com uma crescente presença da administração portuguesa na modificação de seus espaços.
        O resultado foi um movimento intenso de fundação de vilas e povoações a partir de 1765, processo que desencadeou uma série de problemas analisados pela autora – como a fixação de núcleos urbanos em uma sociedade marcada por deslocamentos constantes e a instalação de vilas estáveis onde antes havia somente aglomerados mais frágeis (pousos ao longo dos caminhos, aldeamentos de índios, sítios rurais e povoados litorâneos).
        Com isso, apesar de a metrópole ter renovado as diretrizes geopolíticas de seus territórios, os administradores locais tinham de lidar com práticas sociais, tensões, contradições, negociações, alianças e concessões.
        Derntl buscou estabelecer, com base em documentos escritos (cartas régias, atas de fundação e cartas de membros da administração portuguesa) e imagens (mapas, plantas e desenhos), correlações entre determinações e demandas de cada situação, abordando a política urbanizadora como uma "ação desenvolvida num contexto de conflitos mais do que como produto de um projeto predelineado por autoridades metropolitanas ou alheio a realidades do lugar".
        O livro tem três abordagens principais. Na primeira delas, a autora trata do movimento de urbanização no reino e em regiões luso-americanas, de modo a situar a capitania de São Paulo dentro de um movimento mais amplo de urbanização.
        Na segunda, Derntl salienta os problemas que condicionaram a expansão urbana na capitania, em especial durante a administração de Morgado de Mateus (1765-1775).
        Na terceira abordagem, a ênfase está no processo de implantação de núcleos urbanos na capitania de São Paulo, com o recrutamento de povoadores, a busca de sítios e a definição de traçados.

        Método e arte – Urbanização e formação territorial na capitania de São Paulo, 1765-1811 
        Autor: Maria Fernanda Derntl 
        Lançamento: 2013 
        Preço: R$ 54 
        Páginas: 276 
        Mais informações www.alamedaeditorial.com.br/metodo-e-arte/ 


        __._,_.___
        Atividade nos últimos dias:
               **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.


                                                                                                               Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
            
          Visite o Blog do nosso Grupo:http://www.grupohistoriadobrasil.blogspot.com

          Novo número da Antíteses





          Novo número da revista ANTÍTESES

          v. 6, n. 11 (2013)


          __._,_.___
          Atividade nos últimos dias:
                **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

                                                                                                                Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
             
            Visite o Blog do nosso Grupo:http://www.grupohistoriadobrasil.blogspot.com
            -->

            Arquivo do blog

            Seguidores do Grupo de Estudos da História do Brasil - GEHB.