Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

domingo, 11 de março de 2012

** Livro analisa danças populares brasileiras


Marianna Monteiro, professora do curso de Arte-Teatro do Instituto de Artes da Unesp, investiga os processos formativos das danças populares brasileiras (Wikimedia)
 

Livro analisa danças populares brasileiras

09/03/2012
Fonte: Agência FAPESPO livro Dança popular: espetáculo e devoção, lançado nesta quinta-feira (08/03), faz uma reflexão sobre a importância das danças populares na sociedade brasileira.
A obra de Marianna Monteiro, professora do curso de Arte-Teatro do Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (Unesp), teve apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Publicações.
A partir de diversos referenciais históricos, a autora investiga os processos formativos das danças populares brasileiras e propõe um novo olhar, tanto no que diz respeito às suas características, como em relação à oposição entre cultura erudita e popular.
A pesquisa de Monteiro procurou compreender o universo da dança sem ater-se ao protótipo europeu da dança teatral, que, segundo ela, se adapta mal às danças populares brasileiras. Ao voltar-se para a dança na América portuguesa, nos séculos 17 e 18, a autora revela que modelos europeus mais antigos estão na base das danças populares atuais.
No livro, as expressões cênicas populares deixam de ser vistas como resquícios de fenômenos primitivos ou arcaicos. Monteiro compila dados históricos e antropológicos sobre dois grandes conjuntos de manifestações populares: os congos e os bois-bumbás, interpretando-os no interior dos processos ideológicos que acompanharam a constituição e o fortalecimento do Estado moderno português.
Monteiro é pesquisadora do Núcleo de Antropologia da Performance e do Drama-Napedra e integrante da Associação Cultural Cachuera!, para a qual produz material documental em vídeo sobre dança popular. Em 1998, recebeu o prêmio APCA de melhor pesquisa em dança por Noverre: cartas sobre a dança, natureza e artifício no balé de ação, um estudo sobre a reforma da dança no século 18 na França, publicada posteriormente pela Edusp.
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Atividade nos últimos dias:
    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.


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** Biblioteca Digital Memória da Cnen: acesso livre na internet

 Fonte: JC e-mail 4452, de 09 de Março de 2012.  

Biblioteca Digital Memória da Cnen: acesso livre na internet


A Biblioteca abrange todos os tipos de documentos produzidos desde a década de 50, como artigos de periódicos e conferências, teses e dissertações, relatórios e normas técnicas.
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) desenvolveu e disponibilizou na internet a "Biblioteca Digital Memória da Cnen", que reúne a literatura produzida por seus servidores, tanto na área nuclear como fora dela, com foco na preservação do conhecimento institucional. O mecanismo de busca de conteúdo do site permite ao internauta encontrar textos de autores ou assuntos específicos.
O site começou a ser produzido há alguns anos e vem sendo continuamente ampliado e aprimorado. Inicialmente, foi disponibilizado apenas internamente para permitir ajustes necessários. Nesta semana, foi liberado para acesso público no endereço http://memoria.cnen.gov.br. Além das publicações dos servidores, há várias outras informações disponibilizadas. Entre elas, uma cronologia dos principais acontecimentos da energia nuclear, no Brasil e no mundo, o que permite situar a instituição, seu desenvolvimento e suas atividades no contexto histórico.
O site inclui ainda a legislação do setor nuclear. Leis, decretos, portarias, normas, outros atos legais e demais documentos podem ser pesquisados em sistema de busca próprio. A legislação está classificada por ano de publicação, número do ato legal, assunto, entre outros critérios.
Uma área destinada a informações organizacionais da Cnen traz o perfil da instituição e de suas principais unidades. Os presidentes, tanto o atual, como os que o antecederam, são apresentados com fotografia e breve currículo. Relatórios anuais com informações detalhadas das atividades desenvolvidas estão publicados, abrangendo desde a criação da Comissão, em 1956, até o ano de 2010. Também estão relacionados os diferentes órgãos do Governo Federal aos quais a Cnen já esteve subordinada e as composições de sua Comissão Deliberativa ao longo dos anos.
A Biblioteca, além de contribuir para a preservação do conhecimento institucional, tem também importância para a história da Ciência e Tecnologia do País, na medida em que documenta parte relevante do desenvolvimento da energia nuclear no Brasil.
(Ascom da Cnen) 





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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

** Novas Publicações - Revista Eletrônica Estratégia Brasileira de Defesa referentes ao bimestre Jan/Fev de 2012.



Prezados,
 
gostaria de compartilhar com todos, as novas publicações da Revista Eletrônica Estratégia Brasileira de Defesa referentes ao bimestre Jan/Fev de 2012. 
 
Espero que gostem!

Aproveito o e-mail para convidá-los a também enviarem textos para publicação na REEBD! 

Cordialmente,
 
Fernanda Corrêa
Editora-chefe
www.reebd.org


Nossas Publicações


Novas Publicações: 


Por Fernanda Corrêa

Por Antonio Didier

Por Juan Gabriel Tokatlian

Por Antonio Didier

Por Leonam dos Santos Guimarães

Por Renato Restier




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Fernanda das Graças Corrêa
Universidade Federal Fluminense (UFF)
Programa de Pós-Graduação em Ciência Política (PPGCP)

Instituto de Estudos Estratégicos (INEST)
www.reebd.org


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    terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

    ** Revista Histórica - Edição 52

     



    Informamos a publicação da 52ª edição da revista Histórica – publicação on-line do Arquivo Público do Estado de São Paulo.
    Acesse http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/
    Submissão de artigos para as próximas edições:
    Edição 53 – Abril
    Tema: Moda e Histórias
    Prazo de envio: 15 de março
    Edição 54 – Junho
    Tema: Repressões e Resistências
    Prazo de envio: 7 de maio
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      segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

      Exposição - Nilo Peçanha & A Reação Republicana (Museu da República - 01/03/2012)

       

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      Fabrício Augusto Souza Gomes

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      sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

      ** Livro destaca a importância dos anos de 1980 para a democratização do Brasil

       Livro destaca a importância dos anos de 1980 para a democratização do Brasil

      Débora Motta

                                        Reprodução        
         
       Livro analisa a contribuição política
       dos movimentos sociais nos anos 1980

      Os anos de 1980 entraram para a história recente do Brasil como "a década perdida", em alusão à crise econômica que foi um entrave ao desenvolvimento do País na época. Políticas recessivas, arrochos salariais, desemprego e o fantasma da inflação eram fatores que reduziam o poder de compra do brasileiro e contribuíam para acelerar o processo de concentração de renda. Mas a década conhecida por esses desafios é pouco lembrada como aquela em que a revitalização política contribuiu definitivamente para a transição e consolidação do regime democrático. Essa é a perspectiva discutida no livro História de uma década quase perdida – PT, CUT, crise e democracia no Brasil: 1979-1989, do historiador Gelsom Rozentino de Almeida.

      "A década de 1980 não foi perdida porque nela ocorreram lutas políticas fundamentais para a conquista de liberdades e direitos. Ela abrange os últimos anos da ditadura militar, com o general presidente João Figueiredo; a transição conservadora com a eleição indireta de Tancredo Neves, que morreu antes de assumir; e, logo em seguida, a posse de José Sarney. A década fecha com a primeira eleição direta de um presidente após a abertura política, Fernando Collor, em 1989", resume o autor. Na obra – publicada com recursos do programa de Apoio à Editoração (APQ 3), da FAPERJ, pela editora Garamond –, Rozentino oferece uma abordagem pouco explorada no campo historiográfico. "A maior parte da produção acadêmica sobre a contribuição política dos anos 1980 era de cientistas políticos e sociais, não de historiadores", conta.

      Tempo de mudanças

      Para o historiador, que escreveu o livro a partir da pesquisa realizada para sua tese de doutorado, defendida na Universidade Federal Fluminense (UFF), a década de 1980 foi marcada pelo protagonismo da sociedade civil, apesar de ter sido problemática do ponto de vista econômico. "Não podemos esquecer que nesse período intensificaram-se um sem-número de debates, campanhas e propostas promovidos pela classe trabalhadora, por meio do movimento sindical e dos movimentos sociais, como as associações de moradores e os movimentos negro e indígena, além de uma rica diversidade de organizações não-governamentais", contextualiza Rozentino.

      Segundo o pesquisador, três agentes políticos que despontaram na época podem ser considerados a base do processo de redemocratização que marcou os anos 1980: o Partido dos Trabalhadores (PT), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). "O processo de democratização e organização da sociedade brasileira a partir da ação desses três agentes e a sua relação com o Estado é o eixo central proposto para o livro", destaca.

      Primeiro partido político surgido da classe operária, ainda durante a ditadura militar, o Partido dos Trabalhadores foi, de acordo com o autor, a principal articulação política da época para a retomada da democracia no País. "Diferente de um partido tradicional, o PT era um bloco político contrahegemônico aos interesses das classes dominantes. Sua proposta inicial era ser um partido das massas, que apontava para o socialismo, mesmo sem ter definido como esse deveria ser. Mesmo com a derrocada do socialismo, com a queda do Muro de Berlim, em 1989, o PT ganhava força no País naquele ano com a participação de Lula na campanha presidencial, perdida por pouco para Collor", explica. "Neste sentido, considero a eleição presidencial de 1989 um momento crucial para a história do Brasil, com dois grandes projetos em disputa: um, democrático-popular, representado por Lula; outro, neoliberal, representado por Collor. Esta vitória deu início a uma reconfiguração política – acentuada após o impeachment – e a hegemonia do capital financeiro", pondera.

      A força de mobilização da Central Única dos Trabalhadores, acentuada nas diversas greves gerais que eclodiram ao longo dos anos 1980, é outro ponto destacado na obra. Para Rozentino, a criação da CUT, em 1983, é um desdobramento do "novo sindicalismo", um movimento sindical marcado pela concentração de trabalhadores de setores de ponta da economia da época, como a indústria automobilística, a metalomecânica e a siderúrgica, no ABC paulista. "A CUT, em sua origem, criticava a estrutura sindical oficial e buscava representar outros movimentos sociais, além do sindical, desempenhando papel vital na organização da classe trabalhadora", avalia.

      Já o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra completou o tripé da luta pela redemocratização. "O MST foi responsável, nos anos 1980, por fazer com que a bandeira da reforma agrária fosse levantada como uma questão estratégica para o desenvolvimento nacional, para além dos interesses dos sem-terra", ressalta o pesquisador. Para Rozentino, a atuação dos três agentes políticos era complementar: "Os anos 80 representaram um período de grandes ganhos políticos para os trabalhadores, com o aprendizado das lutas sociais que garantiram a transição da ditadura militar para a democracia", conclui.    

      © FAPERJ – Todas as matérias poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.
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      quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

      ** As "memórias" do Barão


       As "memórias" do Barão

      Já pensou, caro leitor, se coincidisse com o centenário da morte do Barão do Rio Branco – ocorrida no dia 10 de fevereiro de 1912 -, a revelação de suas memórias, que por vontade expressa só poderiam ser divulgadas nesta ocasião? ( No Globo a Mais de hoje, a história de como a morte do Barão fez com que 'tivéssemos dois carnavais em 1912).
      Pois o diplomata Paulo Roberto de Almeida, em seu blog "Diplomatizzando", resolveu tornar verdadeiro esse sonho de todo historiador interessado na nossa diplomacia, e está publicando as "Memórias", apresentando-se como o seu organizador, responsável pela "transcrição e modernização da ortografia, a partir de manuscritos encontrados nos papéis deixados pelo próprio".
      Ele relata que "dentre os muitos papéis deixados pelo Barão no momento de sua morte, na mais completa desordem, encontrava-se um curioso caderno, que permaneceu obscuro durante muito tempo".
      "De aparência anódina, capa oleada marrom, lombada preta, circundado por um barbante (um tanto sujo devido a um uso provavelmente constante), que por sua vez retinha um simples pedaço de papel com esta inscrição a lápis, na letra inconfundível de Paranhos: "Reservado; não tocar".
      O diplomata conta sua suposta experiência em detalhes: que passou a lê-lo a partir de cópias fotostáticas, e teve acesso ao "original" apenas uma vez, "graças aos zelosos guardiões do Arquivo Histórico Diplomático do Itamaraty, no Rio de Janeiro".
      Ao abri-lo, "outro pedaço de papel, de igual feitura (provavelmente destacado às pressas do mesmo pedaço de papel que serviu para compor a nota na capa), também rabiscado a lápis, na mesma letra, com estas simples indicações: "Proibida a reprodução ou divulgação antes de cem anos de minha morte".
      Nas páginas seguintes, "numeradas à mão, já começavam as anotações manuscritas do Barão, algumas datadas, outras simplesmente localizadas no espaço (a maior parte do Rio, outras entradas feitas em Petrópolis), mas sem o cuidado de manter a estrita cronologia de um diário "normal".
      E por que ele não queria que estas notas fossem divulgadas antes de pelo menos cem anos decorridos de sua morte?
      "Presumivelmente porque tinha consciência do delicado de suas opiniões sinceras sobre pessoas, países, sobre fatos e percepções pessoais que mantinha nas mais diversas situações que enfrentava na labuta diária à frente da chancelaria, que já tinha sido a de seu pai e mentor respeitado".
      Há dois bons exemplos nos "diários" do Barão. No primeiro, escrito no dia 2 de maio de 1910, ele relata que o Brasil participará das comemorações do "centenário da independência argentina" no dia 10, "com uma delegação normal", isto é, por meio do ministro em Buenos Aires, "e não com alguma embaixada especial ou enviado extraordinário".
      O Barão reconhece que seus auxiliares classificam tal decisão de "erro monumental, uma descortesia gratuita, mais uma demonstração de birra pouco diplomática vis-à-vis nuestros hermanos, já que muitos outros países designaram plenipotenciários especiais, alguns a nível de ministros de relações exteriores, uns poucos até com o deslocamento de seus chefes de governo".
      Como não podia externar sua opinião au grand large, o Barão decidiu escrever "para a posteridade e a devida fidelidade a esta musa sempre tão conspurcada que atende pelo nome de História".
      Para o Barão do Rio Branco, os argentinos festejavam, "com orgulho indevido", o 10 de maio de 1810, pois "o fato, absolutamente verdadeiro é que no 10 de maio de 1810 não foi proclamada nenhuma independência argentina".
      Segundo o relato do Barão em suas "memórias", os argentinos "comemoram, na verdade, duas ou três datas, dependendo da utilidade", e a de 1810 serve para que anunciem "que ficaram independentes antes de nós".
      Mas a independência só se firmou, escreve o Barão, "e mesmo assim de maneira passavelmente confusa, depois que San Martin andou fazendo valer o que de fato vale na vida das nações: a crítica das armas, não as armas da crítica".
      Outro bom exemplo está nos comentários que o Barão do Rio Branco faz sobre a classe política do país, tão incrivelmente atual.
      Em abril de 1909, ele deixou claras as razões que o levaram a recusar, "de maneira peremptória, firme e irrevogável, o generoso oferecimento de uma candidatura, praticamente vitoriosa, à presidência da República, certamente o cargo mais honroso que um homem público pode desejar, em qualquer país, em qualquer época".
      (...) "Confesso, tanto intimamente, quanto aos que lerem estas linhas em algum tempo do futuro, que não tenho a menor vontade (...) de assumir um cargo que me obrigará a tratar com os mesmos políticos que, no íntimo, eu desprezo, que considero particularmente medíocres ou que julgo incapazes e incompetentes para conduzir um Brasil atrasado à posição que ele mereceria ocupar na cena internacional".
      "Minha aspiração – sem pretender chocar os que lerem estas minhas memórias desabusadas, algumas décadas mais à frente – é a de que o Brasil possa dispor, no futuro, de homens políticos mais bem preparados para o cargo, tribunos competentes e educados, estadistas comprometidos com a dignidade das causas nacionais, sem essas nódoas de corrupção que nos maculam internacionalmente, sem o peso da ignorância abissal que infelizmente ainda marca muitos dos aventureiros e oportunistas que procuram cargos públicos, alguns inclusive por razões inconfessáveis".
      As "memórias" do Barão do Rio Branco estão fazendo o maior sucesso no Itamaraty e na internet, pelas mensagens que seu "autor" tem recebido, e muitos capítulos ainda serão colocados no ar, "tudo baseado em fatos verdadeiros, em acontecimentos reais da vida do barão, situações e pessoas que existiram, de verdade, nenhuma personagem ficcional misturada com as verdadeiras, como ocorre com romances históricos", como explica Paulo Roberto de Almeida em troca de mensagens comigo, que o procurei para saber de detalhes de sua pesquisa e me deparei com um brilhante e bem-humorado trabalho que começou inocente, como uma "verdadeira farsa", e que se apresenta agora como uma "farsa verdadeira".



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      Fabrício Augusto Souza Gomes

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      **Os dois carnavais em 1912

      Texto publicado no Globo a Mais
      "Existem no Brasil, apenas duas coisas realmente organizadas: a desordem e o carnaval.". 
      Mesmo que não se possa confirmar com exatidão sua origem, essa frase, atribuída ao Barão do Rio Branco, é perfeita para explicar como, há cem anos, tivemos dois carnavais devido justamente à morte do então Ministro do Exterior José Maria Paranhos Júnior, um apaixonado por Carnaval e pela cultura brasileira. 
      O Barão morreu no dia 10 de fevereiro de 1912, quando estava tudo pronto para o Carnaval no dia 17 de fevereiro. 
      O governo decretou luto oficial, e transferiu o Carnaval para o dia 6 de abril. Mas muitos blocos desfilaram na data marcada, embora as lojas e repartições públicas estivessem fechadas, e depois do luto, outro Carnaval começou. 
      O Carnaval de 1912 ficou marcado na história da diplomacia e da cultura brasileiras. A irreverência das marchinhas não poupou nem mesmo o Presidente da República, Marechal Hermes da Fonseca: 
      "Com a morte do Barão/ Tivemos dois carnavá/Ai que bom ai que gostoso/ Se morresse o Marechá". 
      Para o professor Luigi Bonafé, do IBGE, doutor em História pela Universidade Federal Fluminense e professor de História do Brasil do Curso Atlas, um dos mais respeitados cursos preparatórios para admissão à carreira diplomática, é fácil entender a comoção em torno de sua morte, "cercada de todo o luto, pranto, pompa, circunstância, cerimônia e crepe negro que a República costumava dispensar ao funeral de seus homens públicos". 
      No início da República, manteve o título nobiliárquico no nome apesar da proibição oficial, e sabia-se que ele era monarquista. 
      Mas o próprio d. Pedro II o encorajara a seguir servindo o país por meio da diplomacia, e a República, jovem e carente de quadros qualificados, virtualmente alçou o Barão ao estrelato. 
      Primeiro, com a defesa das pretensões brasileiras na questão de limites com a Argentina (Questão de Palmas), em que convenceu o árbitro, o presidente americano Cleveland, homenageado com o nome de uma cidade brasileira na região disputada, Clevelândia, do direito brasileiro às terras disputadas. 
      A vitória foi mais espantosa ainda, ressalta Bonafé, se lembrarmos de que cerca de dez anos antes um chanceler assinara tratado com a Argentina, não ratificado pelo nosso Congresso, dividindo ao meio o território em litígio. 
      Numa época em que o futebol ainda não se tornara a paixão nacional, vencer os argentinos numa disputa dessas, pela definição do "Corpo da Pátria", era como vencer a seleção argentina hoje em dia, compara o professor. 
      A imprensa fez festa, o barão ganhou notoriedade nacional, e foi nomeado para nova questão de limites (Questão do Amapá), agora contra a França, potência imperialista, e cujo árbitro era suíço, bem menos inclinado a favor do Brasil do que deveria ser um presidente norte-americano da época. 
      Mais uma vez, o Barão venceu. Com a ajuda da imprensa, com quem, segundo Luigi Bonafé estabelecera vínculos e laços pessoais muito bem sedimentados ao longo de sua carreira, o Barão virou herói nacional, com fama de ter desenhado o contorno do território nacional do Oiapoque, fronteira com a Guiana Francesa, ao Chuí, próximo da região disputada com a Argentina, que corresponde a partes dos atuais estados de Santa Catarina e Paraná. 
      Depois de uma década inteira como diplomata bem sucedido fora do país, cada vez mais famoso e comemorado, ele retornou ao Brasil em 1902 para exercer a chancelaria, que ocuparia durante 10 anos e 4 presidências. 
      Logo no início de sua gestão, ainda conseguiu resolver, pacificamente, a espinhosa e explosiva questão do Acre, que era território da Bolívia e tornou-se brasileiro pelo Tratado de Petrópolis (1903), evitando uma guerra que no ano anterior era iminente. 
      O diplomata Mauricio Costa ressalta que o Brasil como nós conhecemos hoje, não seria possível sem o esforço diplomático do Barão do Rio Branco. "Ele foi o melhor advogado que o Brasil poderia ter", afirma. 
      Alguém consegue imaginar o Brasil sem parte dos estados de Santa Catarina e Paraná? Sem o estado do Acre?, pergunta o diplomata. 
      Também houve uma questão muito importante envolvendo a Inglaterra e as Ilhas de Trindade. A disputa com a Inglaterra, na época uma potência mundial, foi definida favoravelmente graças ao perfil estratégico do Barão. 
      Além disso, foi na gestão do Barão que abrimos nossa primeira embaixada. Em 1905, Joaquim Nabuco foi o primeiro embaixador brasileiro em Washington. Este fato simbolizou o prestígio que o Barão tinha no Brasil e no resto do mundo.


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      Fabrício Augusto Souza Gomes

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