Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

sábado, 16 de outubro de 2010

** Brasil Colônia tinha 12 médicos, mostra livro

 
Isolado e imundo
Hábito de jogar excrementos pela janela e ausência de médicos faziam do Brasil Colônia grande foco de epidemias, mostra novo livro
RICARDO MIOTO
DE SÃO PAULO 

Não raro, no Rio de Janeiro, em Salvador ou em qualquer outro núcleo urbano brasileiro colonial, um pedestre era "abatido" por excrementos humanos voadores enquanto seguia pela rua.

Não havia esgoto, e o hábito era jogar o resíduo pela janela mesmo. As ruas, claro, não ficavam exatamente limpas, e se tornavam bastante insalubres. Não tendo o país nenhuma faculdade de medicina, doenças contagiosas chegavam e ficavam sem enfrentar grande resistência.

Mesmo em 1799, já muito perto do fim da colônia e da chegada da família real portuguesa em fuga para o Brasil, o país, com cerca de 3 milhões de habitantes, não tinha mais de 12 médicos formados -todos importados.

Em Portugal (como no resto da Europa) também existia o hábito pouco higiênico de defenestrar fezes humanas, mas por lá, pelo menos, a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra já formava gente desde 1290 -outros países europeus também já tinham escolas médicas.

No caso brasileiro, a única solução era improvisar.

"No Brasil Colônia, então, formou-se uma pequena multidão de curandeiros, benzedeiras e rezadores que tentavam suprir a absoluta carência de profissionais habilitados", diz Cristina Gurgel, médica da PUC de Campinas que é especialista em história da saúde.

Ela está lançando o livro "Doenças e curas: o Brasil nos primeiros séculos", pela editora Contexto. Nele, ela lista doenças que se propagavam com facilidade na época, como varíola, hanseníase, malária e sarampo, além de constantes disenterias.

Por isso, a expectativa de vida dificilmente passava dos 30 anos. Crianças também eram vítimas fáceis: no século 17, por exemplo, apenas uma em cada três crianças nascidas no Nordeste conseguia sobreviver.
Até existiam alguns hospitais, como as Santas Casas, mas eles eram mantidos muito mais pelos religiosos do que por médicos.

CURA PELA PÓLVORA

Mesmo quando o paciente tinha sorte e principalmente dinheiro para conseguir assistência profissional, sua situação não era das melhores -os médicos também não sabiam muito bem o que estavam fazendo.

O médico português João Ferreira Rosa, por exemplo, chegou ao Recife em 1690 e, do alto do seu reconhecimento como um dos poucos profissionais de saúde no país, recomendou, entre outras coisas, a expulsão das prostitutas -elas ofendiam a Deus, que poderia querer se vingar.

Os remédios daquela época, aliás, frequentemente envolviam ingredientes como fumo, fezes de cavalo, aguardente e, está documentado, pólvora - imagine o alvoroço que isso tudo não causava no organismo do vivente, acabando por fazer muito mais mal do que bem.

Ou seja, mesmo com a chegada da Corte ao país em 1808 e a criação de duas faculdades de medicina por aqui (uma em Salvador e outra no Rio), a saúde pública no país não melhorou muito.

A própria expectativa de vida só viria a subir significativamente no século 20 -ontem, em termos históricos.


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Fabrício Augusto Souza Gomes

Fazer um mundo melhor é possível: Cada 50Kg de papel é uma árvore a menos. Prefira sempre o e-mail

Atividade nos últimos dias:
    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.
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** Chamada de Publicação - VEREDAS DA HISTORIA

 
Caríssimos,
 
A Equipe do periódico eletrônico VEREDAS DA HISTÓRIA (http://www.veredasdahistoria.com - ISSN 1982-4238 – qualificada no sistema Qualis/Capes como B4) informa a todos que se encontra em fase de preparação para a publicação do seu 4º número.
 
Serão analisados os trabalhos recebidos até o dia 15 de dezembro.
 
A Revista Veredas da História tem como objetivo publicar artigos, resenhas, textos e documentos, frutos de pesquisas desenvolvidas por alunos e professores.
A idéia da publicação é que os trabalhos possam dialogar com as mais diversas ciências, fomentando, através da sua interdisciplinaridade, a criação de um espaço para discussão e debate acadêmico promissor, originando assim pensamentos transformadores e criativos.
 
 
Nossa periodicidade é semestral, com recebimento em fluxo contínuo. Convidamos a todos a acessar e contribuir para o crescimento da revista.
 
Os trabalhos devem ser enviados para:
 
 
Em nossa última edição contamos com os trabalhos:
 
 
ARTIGOS
 
  • Acordes Historiográficos - José D'Assunção Barros
  • Antônio Ramos dos Reis e Nicolau Carvalho de Azevedo – os homens bons nas Minas do Ouro: notas acerca do perfil social dos oficiais camarários na Vila Rica setecentista - Fernanda Fioravante
  • Entre o arraial e a cidade: Pequenos e grandes comerciantes em Minas Gerais no século XIX. Apontamentos sobre economia e hierarquia social em Furquim e Mariana – Leandro Braga de Andrade
  • As relações amorosas na Paraíba Imperial – os raptos consentidos no cotidiano das cidades - Rosemere Santana
  • Paul Ricouer: Por uma Discussão da Narrativa - Vanuza Souza Silva
  • O intelectual como ator: Tocqueville, Gramsci e a modernização brasileira - Fernando Perlatto
  • Historiografia arquivística: Novas propostas - Érika Kelmer Mathias
  • Breves considerações sobre a conquista do voto feminino no Brasil - Mônica Karawejczyk
  • O sermão das tentações na lógica jurídica do Antigo Regime: construindo pactos e preservando as tradições - Marcelo Tadeu dos Santos
  • Entre Deuses e Demônios: religiosidade e imaginário em Sergipe oitocentista - Magno Francisco de Jesus Santos
  • Memórias locais: análise das escrituras de Valdon Varjão sobre Barra do Garças - Aline Lopes Murillo
  • As Marias de Albrecht Dürer: reflexões a partir do estudo da liturgia e festividades cristãs dos séculos XV e XVI - Rachel Jaccoud Ribeiro Amaro
  • História, Literatura e Memórias: o autoritarismo no Brasil Republicano em três obras literárias - Valdeci Rezende Borges
RESENHAS
 
  • CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede – a era da informação: economia, sociedade e cultura, volume I. Trad. Roneide Venâncio Majer e Jussara Simões. São Paulo: Paz e Terra, 1999 - Daniel Santiago Chaves
  • SOUZA, Rogério Luiz de; OTTO, Clarícia (orgs). Faces do Catolicismo. Florianópolis: Insular, 2008 - Edison Lucas Fabricio
DOCUMENTO
 
  • O Livro do Armeiro Mor e a Construção da Memória da Realeza Moderna - Robson Luis Nicolay
 
Agradecemos a todos pela divulgação.
 
Equipe Veredas da História
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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

** Historiador dá nova visão sobre os índios no Brasil

 

Historiador dá nova visão sobre os índios no Brasil

Fonte: Portal Universidade 13/ Outubro 2010

A historiografia indígena vigente, baseada em documentos escritos pelo homem branco, tende a transmitir abordagem unilateral e incapaz de dar conta do papel exercido pelos índios na configuração social do Brasil Colônia. Uma contribuição para ampliar o horizonte de compreensão da questão está na obra Os indígenas e os processos de conquista dos sertões de Minas Gerais (1767-1813), escrita pelo historiador Adriano Toledo Paiva e recentemente lançada.

Graduado em História pela Universidade Federal de Viçosa, Adriano Toledo cursa doutorado na UFMG, com ênfase na pesquisa dos processos de conquista e governo dos sertões da Capitania de Minas Gerais na segunda metade do século 18. O livro é resultado de dissertação de mestrado e utiliza como estudo de caso a freguesia do Mártir São Manoel dos Sertões do Rio da Pomba e do Peixe dos Índios Cropós e Croatos, localizada em área de grande extensão territorial na atual Zona da Mata.

De acordo com Toledo Paiva, a ideia de que a cultura e as comunidades nativas dos territórios conquistados nas Minas do Ouro foram dizimadas disseminou-se e perdurou por muito tempo nos manuais didáticos e em uma produção historiográfica. No entanto, a população indígena na capitania era numerosa e os registros documentais por ele analisados revelam que os aborígenes se adaptaram às situações impostas pelo processo colonizatório, reestruturando suas concepções de espaço, liderança e poder.

Para o historiador, "a descoberta e a grande provocação do estudo é observar de que maneira os índios se inseriram no universo colonial, como eles incorporaram elementos colocados como mecanismos de conquista do homem branco e de que maneira acionaram esses instrumentos para alcançar seus próprios objetivos".

Adriano Toledo Paiva afirma que a colonização teve efeito devastador sobre as aldeias, transformando severamente alguns parâmetros da organização tradicional e eliminando lideranças e valores por meio de confrontos armados. Mas, a despeito disso, ele considera equivocada a ideia da conversão das aldeias em aldeamentos como processo que fez dos índios vítimas passivas de um projeto político.

O pesquisador mostra que os índios souberam explorar as vantagens oferecidas pelo Estado, e a partir de alianças com o poder colonial
reconfiguraram suas aldeias. "Os conquistados encontraram novas formas de organização diante da suposta submissão ao poder colonial", afirma Paiva.

Narrativa
O fio da narrativa se desenvolve pela descrição de alguns personagens, escolhidos conforme a temática que o estudo se propõe a observar. Adriano Toledo conta, por exemplo, a trajetória do Padre Manuel de Jesus Maria, primeiro vigário da freguesia. Nascido de ventre escravo, ele se ofereceu para construir o aldeamento e para catequizar os seus índios, instaurando um novo organismo social extremamente mesclado
e complexo.

Em outra frente, o autor desconstrói a tese de alguns pesquisadores que usaram a história de Pedro da Motta, índio e padre, para tentar provar a incapacidade do indígena de viver no mundo do colonizador. "Desde a chegada das primeiras caravelas, os índios foram pensados como seres efêmeros e em transição. Não devemos abordar essas comunidades como cultura pura ou original e fadadas a contaminações que desagregam o ser índio. Precisamos compreender as reformulações identitárias e culturais vivenciadas pelos indígenas ao longo do tempo", conclui.

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** [anpuhes] Lançamento: Revista Dimensões v. 24

 


 
              O Programa de Pós-Graduação em História e o Núcleo de Pesquisa e Informação Histórica da Ufes tem a honra de informar o lançamento do último número de Dimensões cujo dossiê, organizado pelo prof. Júlio Bentivoglio, se intitula Formas da História, Sentidos da Historiografia.  Os artigos podem ser acessados livremente por meio do endereço www.ufes.br/ppghis/dimensoes.  Solicitamos a todos que nos auxiliem na divulgação desta mensagem.
               Cordiais saudações,
               Prof. Gilvan Ventura - editor de Dimensões

Dimensões
VOL. 24, 2010

Apresentação
Júlio Bentivoglio

Dossiê: Formas da História, Sentidos da Historiografia

História: conhecimento, verdade, argumento
Estevão de Rezende Martins

A filosofia da História de R. G. Collingwood: duas contribuições
Cristiano Alencar Arrais

Hans-Georg Gadamer e a Teoria da História
Pedro Spinola Pereira Caldas
Teoria e metodologia na escrita da História do Brasil: Afonso de Taunay e a Academia Brasileira de Letras
Karina Anhezini

A História Conceitual de Reinhart Koselleck
Julio Bentivoglio

A aporia da História em dois momentos: na Antiguidade Clássica e no historicismo
Géssica Góes Guimarães Gaio

A biografia como escrita da História: possibilidades, limites e tensões
Alexandre de Sá Avelar

Teoria da História e Filosofia da História: uma análise das relações entre a epistemologia, a metodologia e o pensamento especulativo
Carlos Oiti Berbert Junior

Pensamento indomado: História, poder e resistência em Michel Foucault e Gilles Deleuze

Davis M. Alvim

Sobre a utilidade e desvantagem da ciência histórica, segundo Nietzsche e Gumbrecht
Marcelo de Mello Rangel

História Econômica, História em construção
Rogério Naques Faleiros
"O dever-ser é coisa do Diabo"? Sobre o problema da neutralidade axiológica em Max Weber
Sérgio da Mata
Razão e experiência na constituição do conhecimento histórico: reflexões sobre os aspectos indiciários do paradigma newtoniano
Sara Albieri
Artigos

"Eu canto o sertão que é meu": escrituras de sertão na poesia de Patativa do Assaré
Henrique Pereira Rocha
Iranilson Buriti
José Clerton de Oliveira Martins

Vilas operárias no Rio Grande do Sul: uma breve reflexão sobre o Bairro da Balsa em Pelotas, Bairro São Cristóvão em Passo Fundo e Galópolis em Caxias do Sul
Neuza Regina Janke
Resenha

História do Estado do Espírito Santo – Uma história maciça das elites
Paolo Spedicato


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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

** Cientistas sociais de países de língua portuguesa chegam à internet

 

Fonte: JC e-mail 4114, de 11 de Outubro de 2010.
 
Cientistas sociais de países de língua portuguesa chegam à internet


Centro de Pesquisa e Documentação História Contemporânea do Brasil (CPDOC/FGV) divulga acervo de entrevistas com cientistas sociais de Brasil, Portugal e Moçambique

O projeto "Cientistas Sociais de Países de Língua Portuguesa: Histórias de Vida" produz e disponibiliza ao grande público, via internet, entrevistas filmadas com cientistas sociais de Brasil, Portugal e Moçambique.

Resultado de uma parceria entre instituições dos três países, com apoio do CNPq, o projeto reúne depoimentos sobre as trajetórias individuais dos entrevistados e, através delas, também a história das Ciências Sociais nesses países.

As entrevistas têm levado também ao acesso a memoriais, filmes, fotografias e textos relacionados às trajetórias e pesquisas dos cientistas sociais entrevistados, material também disponibilizado online.

Os resultados, em constante atualização, podem ser vistos em http://cpdoc.fgv.br/cientistassociais

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** A Proteção do Patrimônio Arqueológico Subaquático brasileiro - uma breve avaliação

 
A Proteção do Patrimônio Arqueológico Subaquático brasileiro – uma breve avaliação

Daniel M. Gusmão


No último dia 7 de outubro, o jornal O Globo noticiou na sua coluna Ciência/Cultura  que o governo da Espanha, por meio de sua Marinha de Guerra, juntamente com o Ministério da Cultura estavam empreendendo um grande trabalho de salvamento do patrimônio cultural subaquático.
Por meio da Campanha de Proteção do Patrimônio Arqueológico Subaquático a Marinha espanhola, com dois navios de guerra e uma lancha hidrográfica, juntamente com seus mergulhadores e arqueólogos subaquáticos do Centro de Arqueologia Subaquática (CAS) pretendem localizar, identificar e quando possível, resgatar naufrágios existentes na plataforma continental do Golfo de Cádiz até uma profundidade de 200 metros. Num segundo momento este trabalho se estenderá a toda costa espanhola.
Esta empreitada da armada espanhola faz parte de um grande projeto denominado Plano Nacional para a Proteção do Patrimônio Arqueológico Subaquático (PNPPAS), aprovado em 20NOV2007 pelo governo espanhol. Este plano prever que sejam adotadas medidas efetivas para a salvaguarda, conservação e difusão do patrimônio espanhol subaquático, no intuito de evitar que as atividades de exploração não afetem diretamente este patrimônio e velar para que as atividades subaquáticas legalmente autorizadas não incidam negativamente em sua conservação.
Cabe destacar, que o governo espanhol desde 06JUN2005 tornou-se um dos países signatários da convenção da UNESCO sobre a Proteção ao Patrimônio Cultural Subaquático aprovada em 02NOV2001. Ratificada por mais de trinta países como Espanha, Portugal, México, dentre outros ela ainda apresenta algumas divergências diante do conceito de "patrimônio da humanidade", sendo que nações como o Brasil, Inglaterra, Holanda, Alemanha, etc; que mantêm políticas voltadas para o proteção do patrimônio cultural subaquático não ratificaram a presente convenção.
A convenção estabelece como regra básica, a proibição da exploração comercial do patrimônio arqueológico subaquático e regula normas relativas às atividades voltadas para a proteção deste acervo tornando-os patrimônios da humanidade.
A Espanha despertou para a proteção do seu patrimônio cultural subaquático somente depois de ter o seu mar territorial invadido pela empresa de explorações submarinas Odyssey Explorer, sediada na Flórida (EUA). Em 2007, esta empresa localizou e explorou a embarcação de guerra Nuestra Señora de las Mercedes, que naufragou em 1804, atacada por navios ingleses no Estreito de Gilbraltar e dela retirou mais de 500.000 moedas e diversos objetos, desde então o governo espanhol vem travando uma batalha judicial para obter a posse desse seu patrimônio histórico e arqueológico.
Apesar de não ser signatário da convenção da UNESCO, o Brasil vem engatinhando na adoção de medidas para a proteção de seu patrimônio arqueológico subaquático.
No início da década de 80, notícias de saque em naufrágios da costa do nordeste brasileiro mobilizaram um navio de guerra, o Navio de Socorro Submarino Gastão Moutinho, mergulhadores da Marinha do Brasil (MB) e especialistas do então Serviço de Documentação-Geral da Marinha para trabalhos de salvamento dos referidos naufrágios.
A partir deste trabalho de salvamento, o Museu Naval e Oceanográfico inaugurou, em 10DEZ1993, a exposição Arqueologia Subaquática no Brasil, primeira exposição museológica do gênero no País.
Mesmo sem realizar um projeto arqueológico subaquático dentro dos parâmetros acadêmicos vigentes atualmente, este trabalho de salvamento da Marinha propiciou uma reflexão sobre a atividade arqueológica no Brasil.
Até meados da década de 80, não havia no País norma especifica que regulamentasse as atividades de arqueologia subaquática. O que havia até então dispunha apenas sobre monumentos arqueológicos e pré-históricos cabendo ao então Ministério de Educação e Cultura, por meio da Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a gerência destas atividades no País.
Foi somente em 1986, que se sancionou lei que dispunha sobre a pesquisa, exploração, remoção e demolição de coisas ou bens afundados, submersos, encalhados e perdidos em águas sob jurisdição nacional, em terreno de marinha e seus acrescidos e em terreno de marinha e seus acrescidos e em terrenos marginais, em decorrência de sinistro, alijamento ou fortuna do mar . A referida lei propunha que a coordenação, controle e fiscalização das atividades subaquáticas passaram a ser de competência do então Ministério da Marinha.
A partir desta lei, iniciava-se uma forma sistemática de proteger o patrimônio cultural subaquático, que ganhou força três após a sua vigência com uma portaria interministerial, aprovando normas comuns, no intuito de
"(...) estabelecer procedimentos visando à padronização de ações adotadas pelos Ministérios da Marinha e da Cultura quanto à pesquisa, exploração, remoção e demolição de coisas ou bens de valor artístico, de interesse histórico ou arqueológico afundados, submersos, encalhados e perdidos em águas sob jurisdição nacional, em terrenos de marinha e seus acrescidos e em terrenos marginais, em decorrência de sinistro, alijamento ou fortuna do mar ".

Até então, a proteção do patrimônio cultural subaquático brasileiro estava gerido por um conjunto de regras que o protegiam, pois as citadas normas proibiam a sua comercialização; porém, de acordo com o Livro Amarelo (...) irônica e lamentavelmente, em 27 de dezembro de 2000 (entre as festas de Natal e Ano Novo) foi sancionada a Lei Federal nº 10.166, que alterou significativamente os procedimentos da Lei nº 7.542 .
A lei em vigor, a partir de 2000, propiciou concessão para a realização de operações e atividades de pesquisa, exploração, remoção ou demolição a pessoas físicas ou jurídicas estrangeiras, e também a possibilidade do pagamento de recompensa a terceiros que venham a explorar patrimônio arqueológico subaquático nacional.
Estas mudanças apresentaram um retrocesso pela salvaguarda e proteção do patrimônio cultural. Porém, a partir de 2006, com a iniciativa da Deputada Nice Lobão, encontra-se tramitando no Senado Federal, Projeto de Lei da Câmara nº 45, de 2008, dispondo sobre o patrimônio cultural subaquático brasileiro e revogando os artigos da Lei nº 10.166/2000, que tratam do pagamento de recompensa sobre o referido patrimônio.
Nestes últimos quatros anos, diversos fatores ocorreram que influenciou de maneira positiva ou negativa a atividade arqueológica subaquática no Brasil.
Em 2007, um dos maiores grupos de pesquisa e explorações subaquáticas do mundo, a empresa húngara Octupus (www.deepresearch.hu
), obteve autorização da Marinha do Brasil para localizar uma embarcação holandesa naufragada na costa do Estado do Pernambuco.
Foi a primeira vez, que se concedeu autorização a um grupo estrangeiro para realizar pesquisas arqueológicas subaquáticas em águas jurisdicionais brasileiras.
Nos últimos anos, grupos vêm realizando trabalhos de pesquisa e exploração de naufrágios na costa brasileira. Cabe destacar que estes trabalhos são autorizados pela MB e devem ser acompanhados/fiscalizados, em conjunto pela MB e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Um exemplo de trabalho que vem sendo bem efetuado e acompanhado pelos órgãos competentes é a atividade de conservação e estudos de um naufrágio localizado na Praia dos Ingleses, na Ilha de Santa Catarina pela Organização Não-Governamental Projeto de Arqueologia Subaquática (ONG PAS) - http://www.ongpas.com/
.
Cabe ressaltar, que o domínio das técnicas de atividades aplicadas ao mergulho tem se desenvolvido rapidamente nos últimos anos, propiciando desta forma uma maior permanência do homem no meio subaquático. Desta forma, o patrimônio cultural que permaneceu guardado durante séculos tende-se a ser deteriorado em pouco tempo devido à ação do homem se não for devidamente pesquisa, estudado e conservado.
Exemplo desta ação indevida, fora noticiada recentemente quando da retirada de embarcações e objetos do leito do Rio Paraná por terceiros sem autorização da Autoridade Marítima.
A importância deste segmento para a preservação do patrimônio arqueológico nacional, redundou na criação do Centro Nacional de Arqueologia (CNA), órgão do Ministério da Cultura que se voltará especificamente para as atividades de preservação e proteção do patrimônio arqueológico nacional.
Destarte, cada vez mais os países desenvolvidos estão lançando maciças campanhas de proteção ao patrimônio cultural subaquático notadamente contra a exploração indevida por grandes grupos de caça-tesouros, a exemplo do que a Espanha vem realizando a favor do seu patrimônio.
Ações como a do governo espanhol, inibirão as atividades de tais grupos, fazendo com que eles se voltem para países, como o nosso, que mantém uma tímida política de proteção ao seu patrimônio, que poderá ser contornada com a aprovação do projeto de lei que tramita no congresso e uma ação mais efetiva do governo brasileiro, assim como fez o governo da Espanha, por meio da utilização dos seus navios de guerra.

 
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sábado, 9 de outubro de 2010

** PRORROGA PARA EL ENVIO DE PONENCIAS COMPLETAS. II Jornadas Internacionales de Problemas Latinoamericanos.

 

PRORROGA PARA EL ENVIO DE PONENCIAS COMPLETAS

Se informa a todos los inscriptos con ponencia APROBADAS que se ha extendido el plazo para el envío de los escritos completos hasta el día 15 de octubre de 2010 -para poder ser incluidos en la memoria del congreso- y el día 20 de octubre como fecha límite para la participación en calidad de ponentes.
Luego de esta última fecha se desestimarán las incripciones de aquellos autores que no hayan enviado sus ponencias completas.

Así mismo se recuerda que:
. Los trabajos deben ser enviados en formato Word 97/2003 ó RTF, respetando las normas editoriales (descargables desde aquí: [ descargar ] ó del panel lateral del blog.) a la dirección ponentes2jornadas@gmail.com
. En el asunto del mail debe figurar el número de simposio en el que participa la ponencia y los apellidos de los autores. Ejemplo: "Asunto: 5 - Dominguez, Gomez" para una ponencia de los autores "Dominguez y Gomez inscripta en el simposio Nº5.
. Sólo uno de los integrantes de la ponencia debe mandar el texto completo (siguiendo el ejemplo anterior, si envía el mail "Dominguez", el autor "Gomez" no debe enviar nada.)

Comité Organizador

Propuestas de Simposios
Las propuestas de Simposios, Presentaciones de publicaciones y proyectos audiovisuales se recibirán hasta el 15 de febrero de 2010 en el correo electrónico del Comité organizador: 2jornadaslatinoamericanas@gmail.com Se deberá enviar un resumen de la propuesta con una extensión máxima de 500 palabras. Asimismo cada simposio debe proponer la modalidad de la mesa y las actividades complementarias como talleres, conferencias, proyecciones audiovisuales, presentaciones de publicaciones, etc. En la presentación deberán figurar los nombres, contactos y pertenencia institucional de los coordinadores propuestos. Su aprobación será realizada por el Comité Organizador y el Comité Académico. El detalle de Simposios se publicará en el sitio web de las Jornadas (http://jornadaslatinoamericanas.blogspot.com/) y se dará a conocer vía correo electrónico a partir del 31 de marzo de 2010.

Modelo presentación
Titulo simposio
Resumen
Actividades complementarias –no obligatorio-
Nombres coordinadores /pertenencia institucional
Cronograma

Comité Académico
Adrián Scribano (Centro de Estudios Avanzados Unidad Ejecutora de CONICET)
Alberto Betancourt Posada (Universidad Nacional Autónoma de México)
Alberto Bonnet (Universidad Nacional de Quilmes, Argentina)
Alexis Meza Sánchez (Universidad ARCIS, Chile)
Claudia Girón (Movimiento de Víctimas de Crímenes de Estado, Colombia).
Cleria Botelho da Costa (Universidad de Brasilia, Brasil)
Ernesto Mora Queipo (Universidad del Zulia, Venezuela)
Marcos Montysuma (Universidad Federal de Santa Catarina, Brasil)
Mónica Gordillo (Universidad Nacional de Córdoba- CONICET)
Rachel A. May (University of Washington, USA)
Robson Laverdi (Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Brasil)
Sara Ortelli (CONICET-UNCPBA, Argentina)

Comité Organizador
Escuela de Historia, Facultad de Filosofía y Humanidades de la Universidad Nacional de Córdoba.
Programa Acción Colectiva y Conflicto Social. Centro de Estudios Avanzados - UE/ CONICET. Universidad Nacional de Córdoba.
Programa Antropología e Historia relación capital trabajo. Centro de Estudios Avanzados - UE/ CONICET. Universidad Nacional de Córdoba.
Equipo de Investigación "Conflictos y formas de movilización social dentro de un paradigma flexibilizador". CIFFYH. Universidad Nacional de Córdoba.
Doctorado en Estudios Sociales de América Latina. Centro de Estudios Avanzados. Universidad Nacional de Córdoba.
Cátedra Historia de América II, Escuela de Historia, Facultad de Filosofía y Humanidades de la Universidad Nacional de Córdoba.
Cátedra Problemas Latinoamericanos Contemporáneos, Departamento de Historia, Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad de Buenos Aires.
Cátedra Historia América General Contemporánea, Facultad de Humanidades de la Universidad Nacional de Mar del Plata.
Cátedra Historia de América III B, Departamento de Historia, Facultad de Filosofía y Letras de la Universidad de Buenos Aires.
Observatorio de Derechos Humanos de la Región Andina, Centro de Estudios Trasandinos y Latinoamericanos, Facultad de Ciencias Políticas y Sociales de la Universidad Nacional de Cuyo.
Escuela de Historia y Ciencias Sociales, Universidad ARCIS, Chile.
Centro de Estudios sobre América Latina Contemporánea, Facultad de Humanidades y Artes de la Universidad Nacional de Rosario.

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