Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

sábado, 1 de maio de 2021

Download Gratuito Livro: Cartas e escrita Práticas culturais, linguagem e tessitura da amizade.

 

Neste livro - apoiando-se em cartas escritas por grandes nomes da literatura brasileira, como as de Mário de Andrade a Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, as de Anita Malfatti, de Portinari, de Fernando Sabino e de tantos outros -, Maria Rosa de Camargo nos oferece um belo estudo sobre a prática epistolar de pessoas comuns que, em tese, não representariam lugares sociais de importância na história de uma nação.

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Cartas e escrita Práticas culturais, linguagem e tessitura da amizade.


sexta-feira, 30 de abril de 2021

Historiador investiga as políticas de combate à fome no Brasil

 

FONTE: FAPERJ - Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro

Juliana Passos

Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar, divulgado em
abril, revelou que 55,2% dos domicílios brasileiros se encontrava
em situação de insegurança alimentar e 9% convivia com a fome
nos últimos meses de 2020 
(Foto: Alexander Stein/Pixabay)

Desemprego elevado, alta no preço dos alimentos e redução no valor do auxílio emergencial. Diante desse quadro, a insegurança alimentar atinge um número cada vez maior de brasileiros. De acordo com o "Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil", divulgado neste mês de abril pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), 55,2% dos domicílios brasileiros se encontrava em situação de insegurança alimentar e 9% convivia com a fome nos últimos meses de 2020. A pesquisa foi realizada presencialmente em dezembro em 2.180 domicílios, sendo 1662 urbanos e 518 rurais. Ainda de acordo com o inquérito, a situação é mais grave na área rural.

Em 2014, o País comemorou a saída do Mapa da Fome feito pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e, ainda que a preocupação do avanço da fome não esteja restrita ao Brasil, haverá um provável retorno do País a este mapa. Mesmo antes da pandemia, o panorama já não era favorável ao Brasil diante da crise econômica, o que motivou o pesquisador da Casa de Oswaldo Cruz, da Fundação Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), Rômulo Andrade a investigar como o País lidou com a questão da fome em outros períodos, dentro da perspectiva da história do tempo presente. Neste novo projeto de pesquisa, o historiador conta com o apoio da FAPERJ por meio do programa de fomento à pesquisa intitulado Jovem Cientista do Nosso Estado.

Andrade lembra que a fome é um drama recorrente na história do País e que foi compreendido de diferentes maneiras ao longo do tempo. "A percepção da fome no Brasil é antiga. Se você pegar romances como O Quinze, da Rachel de Queiroz, ela fala sobre esse cenário de fome. Mas a partir da década de 1950, a fome passa a tornar-se prioridade das autoridades sanitárias brasileiras. A urbanização escancara de vez o problema da fome", diz.

Rômulo Andrade: o pesquisador ressalta que a
percepção da fome no Brasil é antiga e que,
a partir dos anos 1950, a urbanização
escancara o problema 
(Foto: Arquivo pessoal)

Antes disso o mundo vive as consequências da falta de alimento provocada pela Segunda Guerra Mundial e pelos campos de concentração, onde muitas pessoas morreram de tifo por falta de alimentos. O pesquisador lembra que a fome por muito tempo foi entendida como uma punição para o pouco esforço individual. "A ideia base desse entendimento é a da predestinação, de que a pessoa só é pobre se quiser. A percepção da fome enquanto uma questão emergencial e global vem muito forte depois da Segunda Guerra Mundial", diz. Diante dessa preocupação, em 1945, ano do fim da Guerra, é criada a FAO.

No Brasil, um marco para a questão social envolvendo a fome é o livro do médico e geógrafo Josué de Castro, Geografia da Fome, publicado em 1946. Este também é o início do recorte temporal que Andrade se propõe estudar e que se segue até 1965. Sua atenção estará voltada para a atuação das agências internacionais e os programas nacionais criados para o combate à fome. "Essas agências têm um papel importante na distribuição de alimentos e elas devem ser preservadas, estar presentes. No entanto, o que tem se observado mais recentemente por diversas pesquisas é a ausência de cuidado com a existência de dietas locais, a qualidade do alimento distribuído e existência de críticas aos aos alimentos tradicionais dos brasileiros, como a mandioca", comenta.

Em artigo produzido para o projeto “Especial Covid-19” da Casa de Oswaldo Cruz, o pesquisador vai além do recorte histórico proposto no projeto e acompanha as políticas de combate à fome até os anos mais recentes. Depois do surgimento das agências internacionais como propulsoras de iniciativas de combate à fome, a mobilização em torno do tema irá partir da sociedade civil em meio a campanhas pela democratização do País. "As políticas públicas dos anos 1980 para cá, em resposta a essas demandas, variaram conforme a orientação dos respectivos governos: de um planejamento mais centralizado a um mais participativo, caminhando da centralização por parte do Estado até a transferência dessas atribuições às Organizações Não Governamentais, e, por fim, com programas de distribuição de alimentos ou tickets", escreve. Relembrando Josué de Castro, Andrade defende que a fome é um retrato do subdesenvolvimento. "A fome sempre acompanha crises econômicas e crises sanitárias", finaliza.

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Livro reúne o olhar de pesquisadores sobre temas da Ecologia Marinha brasileira.

 

FONTE: FAPERJ - Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro.

Débora Motta

Capa do livro-texto que apresenta, de forma
didática, a visão de 53 autores sobre diversos
temas da Ecologia Marinha (Foto: Reprodução) 

Esse ano marca o início da Década das Nações Unidas da Ciência dos Oceanos para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030), estipulada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para a preservação do maior dos ecossistemas do planeta. Afinal, os oceanos recobrem dois terços da superfície terrestre e sua proteção é tema do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14. Nesse contexto, os biólogos e professores da Universidade Federal Fluminense (UFF) Renato Crespo Pereira (atualmente diretor de Pesquisa Científica do Jardim Botânico do Rio de Janeiro) e Abílio Soares-Gomes organizaram a coletânea Ecologia Marinha (Editora Interciência, 2021, 666 p.), que reúne capítulos sobre o ambiente marinho assinados por 53 autores – todos pesquisadores ligados a instituições das diversas regiões brasileiras e com reconhecida expertise nos estudos das Ciências do Mar. Lançado neste mês de abril com apoio da FAPERJ, por meio do edital Pensa Rio, o livro está disponível para aquisição no site da editora

Os autores destacam que a obra, voltada à formação de recursos humanos nos cursos de graduação e pós-graduação em Ciências do Mar, vem preencher lacunas sobre o conhecimento na área produzido no Brasil, por utilizar exemplos do ecossistema marinho nacional, com suas especificidades, e apresentar o olhar de pesquisadores com trabalhos de campo realizados em diferentes estados brasileiros. “Somos de uma geração de biólogos que aprendeu com livros-textos de outros países, que utilizavam exemplos estrangeiros. Acontece que houve, nos últimos anos, o desenvolvimento significativo das Ciências do Mar sobre os ambientes marinhos brasileiros, e estamos reunindo essas informações nos capítulos apresentados no livro”, contextualizou Crespo, que atualmente também é um dos pesquisadores contemplados pelo programa Cientistas do Nosso Estado, da FAPERJ. “Na área de Ciências do Mar, sempre houve uma lacuna de livros-textos em língua portuguesa e em especial, produzidos por autores brasileiros. Não tínhamos um livro de Ecologia Marinha com a proposta de ser um livro-texto”, completou Soares-Gomes, por sua vez contemplado pela Fundação com o programa Jovem Cientista do Nosso Estado.    

O livro apresenta um panorama com diferentes abordagens sobre os organismos e ecossistemas marinhos. Organismos microscópicos, incluindo os vírus, são explorados em relação a sua diversidade e importância, incluindo a origem e ecologia dos eucariontes, bem como as florações de microalgas nocivas. Para os organismos macroscópicos são apresentados aspectos ecológicos dos seres nectônicos, tais como peixes (incluindo recursos pesqueiros), invertebrados, mamíferos, aves e répteis. Os diversos ecossistemas marinhos, como as praias, estuários, lagunas, costões rochosos, manguezais, plataformas continentais, mar profundo, ilhas oceânicas e recifes, são caracterizados através de suas variáveis físicas e biológicas. A biogeografia marinha e a biodiversidade de produtos naturais marinhos e suas atividades e expressões ecológicas também são assuntos tratados neste livro. Por sua vez, a bioincrustação é caracterizada como fenômeno natural, mas também como geradora de efeitos adversos que necessitam ser minimizados. Também é abordada a problemática relacionada à poluição marinha e os diversos aspectos explorados no livro convergem como elementos essenciais às abordagens conservacionistas destacadas no último capítulo.

A partir da esq.: os organizadores da obra, Abílio Soares-Gomes
e Renato Crespo, e Bernardo da Gama, autor de um capítulo
sobre o tema Bioincrustação. Na ocasião, Soares-Gomes e
Crespo recebiam as outorgas em cerimônia realizada no Palácio
Guanabara, por terem sido contemplados nos programas Jovem
Cientista do Nosso Estado, respectivamente (Foto: Divulgação)

A ideia de organizar a coletânea surgiu após a bem-sucedida experiência de lançamento da obra Biologia Marinha (Editora Interciência, 2009, 656 p.), que teve a primeira edição em 2002 pela mesma editora. “A motivação em organizar este livro, Ecologia Marinha, é a mesma daquele momento em que nós, organizadores, tivemos ao pensar a primeira edição do livro Biologia Marinha. Nas universidades, independente das diversas atividades que exerçamos, somos, antes de tudo, docentes. Assim, compartilhamos nossas experiências, bem como as dos diversos autores deste livro, para a construção do conhecimento em Ciências do Mar, com os estudantes ou mesmo profissionais atuantes no ensino e nas pesquisas marinhas”, ponderou Crespo. “Ao fazer isso, também revelamos características dos oceanos com tantas singularidades”, acrescentou Soares-Gomes.

Em Ecologia Marinha, Pereira escreve sobre o tema Bioincrustação na coletânea, ou seja, a colonização por organismos marinhos de estruturas feitas pelo homem, como os cascos das embarcações. “Um exemplo de bioincrustação são os animais marinhos que se fixam nos cascos das embarcações. Estudamos nas Ciências do Mar quais organismos são os componentes mais comuns nesse processo e como amenizar os problemas acarretados por eles. Uma alternativa pesquisada é a utilização de substâncias presentes nos próprios organismos marinhos para a fabricação das tintas anti-incrustantes, que costumam ser altamente tóxicas e representam um alto custo para a Marinha de diversos países”, explicou o biólogo. Ele também aborda a Ecologia Química, que trata da interação química entre os organismos marinhos. “Na linguagem química do mar, vários animais produzem substâncias que atuam como atrativos ou repelem seus consumidores. As algas, por exemplo, produzem substâncias que as defendem contra peixes, ouriços e gastrópodos (moluscos)”, detalhou.

Já Soares-Gomes discorre sobre as Lagunas Costeiras. “Infelizmente toda a área costeira, não só no Brasil, mas no mundo todo, está muito degradada. No Rio de Janeiro, a baía de Guanabara é considerada uma das poluídas do mundo”, diz o pesquisador. Ele também aborda o tema Biogeografia marinha, sobre a distribuição das espécies nos ambientes aquáticos. “Todo nosso esforço no livro é formar recursos humanos em Ciências do Mar para colocar a busca pelo conhecimento puro a serviço da conservação dos oceanos. Precisamos, localmente e globalmente, ter ações efetivas para reduzir a poluição dos oceanos em geral”, concluiu.

domingo, 18 de abril de 2021

A política externa brasileira e a Unasul: Geopolítica e expansão do capitalismo brasileiro na América do Sul.

A política externa brasileira e a Unasul: geopolítica e expansão do capitalismo brasileiro na América do Sul.


 O livro "A política externa brasileira e a Unasul: Geopolítica e expansão do capitalismo brasileiro na América do Sul" é o mais novo lançamento da Editora da Uerj (EdUerj). Escrita por Tiago Nery, doutor em Ciência Política pelo Iesp-Uerj, a obra analisa as tensões políticas e econômicas no campo das relações internacionais, com foco na primeira década do século XXI e também no momento atual. Faça o download gratuitamente: CLIQUE NA IMAGEM ACIMA


EdUERJ - Editora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

IESP-UERJ

terça-feira, 10 de novembro de 2020

31° Simpósio Nacional de História - SNH 2021 - História, Verdade e Tecnologia.

 clique na imagem para acessar o site do SNH 2021

UERJ e UVA - 19 a 23 de julho de 2021 - Rio de Janeiro, RJ

quarta-feira, 18 de março de 2020

Roupas padronizadas para escravizados marcaram início da indústria de vestuário no Brasil.



Pesquisa da USP abordou o desenvolvimento da indústria têxtil no Brasil desde o século 19 até os anos 1960, quando a produção chegou à classe média

FONTE: Jornal da USP*



Padrões similares em roupas de pessoas escravizadas no século 19, mostrados no livro Escravos brasileiros do século XIX na fotografia de Christiano Jr., organizado por Paulo Cesar Azevedo e Maurício Lissovsky – Foto: Reprodução

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Uma pesquisa da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP construiu, de forma inédita, um recorte da história da moda no Brasil desde o século 19, com a produção em série de roupas para pessoas escravizadas, até o início dos anos 1960, quando a indústria têxtil nacional já apresentava traços semelhantes aos dos grandes centros do Ocidente.
A tese de doutorado Indústria do vestuário e moda no Brasil do século XIX a 1960: da cópia e adaptação à autonomização subordinada, defendida pelo jornalista Luís André do Prado em 2019, aborda um período em que o assunto é pouco estudado pela academia, não apenas no Brasil como por instituições estrangeiras.
Prado pesquisou dados estatísticos e análises econômicas realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), livros, jornais, teses, dissertações, entrevistas, além de pesquisas físicas em acervos pessoais e institucionais de associações e editoras especializadas em moda. “Meu objetivo inicial era focar a década de 1960, mas a carência de dados sobre os primórdios da indústria do vestuário no Brasil me fez voltar no tempo mais do que planejara. Fui parar no início do século 19.”
O pesquisador explica que a criação de moldes de roupas por escala de tamanhos permitiu a produção em escala industrial desde a virada do século 18 para o 19, em países como Inglaterra, França e Estados Unidos, e, na primeira metade do século 19, no Brasil. “Posteriormente, a introdução das máquinas de costura, de corte de tecidos e de fabricação de malhas, entre meados e fins do século 19, contribuiu enormemente para acelerar o crescimento da fabricação de roupas prontas.”

Início da padronização

Na segunda metade do século 19, o Brasil experimentou a industrialização da produção de roupas de trabalho para os negros escravizados como um primeiro nicho de produção em série.
Nas décadas seguintes, desenvolveram-se manufaturas de roupas íntimas, uniformes escolares e de vestuário masculino, que seguia os padrões ocidentais do terno. “Estas peças se prestaram melhor à produção seriada justamente por serem mais padronizadas, sem forte influência das alternâncias da moda”, explica Prado.
Roupas femininas, por seguirem as modas sazonais, passaram a ser padronizadas em uma escala ascendente a partir da década de 1930. As confecções brasileiras copiavam e adaptavam os padrões da moda internacional, principalmente os centrados em Paris.
Somente em 1960 o Censo Industrial mostrou pela primeira vez a produção de roupas femininas com uma porcentagem maior que a masculina: 26,8% contra 23,4%.

Produção para a classe média

Um dos capítulos da pesquisa analisou a multinacional francesa Cia. Industrial Rhodiaseta, durante os anos 1960, em um suposto lançamento internacional da moda brasileira. Foram realizados, durante sete anos, campanhas promocionais, eventos e divulgações, em uma extensa lista de países, de peças de alta moda e de produção em série feitas no Brasil.
Prado explica que o esforço “não passou de uma estratégia publicitária para vender à classe média brasileira a ideia de que as confecções e os criadores do Brasil também poderiam ter valor simbólico. Uma estratégia paradoxal pela qual procurou-se simular um reconhecimento, no exterior, da moda feita no Brasil”.
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Confeccionistas “homologados” pela Rhodia na revista Manchete, anos 1960, linhas de prêt-à-porter – Foto: Reprodução/Hemeroteca Digital Brasileira

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A ideia era valorizar a produção em massa que seria vendida à classe média no Brasil. “Evidencia-se, por esses eventos, a mentalidade ‘colonizada’ do brasileiro médio, mas que reproduzia um comportamento naturalizado pelas elites nacionais”, analisa.
A produção de alta moda neste período, como Dener Pamplona de Abreu ou Clodovil Hernandes, vivenciou trajetórias curtas, pois a moda de indústria seriada passou a lançar as tendências adotadas pelos brasileiros.
Prado explica que o interesse pelo assunto vem crescendo no Brasil e que o trabalho abre uma vertente de pesquisa no campo de História Econômica e na área de vestuário e moda. “São assuntos que apaixonam mesmo o público não acadêmico. Já em 2010, ocupamos o primeiro posto entre os países que mais oferecem graduação de nível superior em moda.”
Paulo Andrade/Assessoria de Comunicação da FFLCH
*Política de uso 

A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

150 Anos da Destruição do Estado-nação Paraguaio Pelo Exército Brasileiro

28.01.2020
150 Anos da Destruição do Estado-nação Paraguaio Pelo Exército Brasileiro. 32556.jpeg

Mário Maestri*
Há exatamente 150 anos, vivia-se os últimos momentos do arrasamento, para todo o sempre, do Estado-nação paraguaio, sobretudo pelo exército imperial brasileiro.
No final de janeiro de 1870, uns setecentos soldados, os restos do exército  paraguaio, semi-desarmados, marchavam por entre as matas semi-desabitadas do norte do país, sob chuva torrencial e um calor infernal, deixando para atrás soldados, mulheres e crianças mortos de inanição, doença e fome. 
Francisco Solano López comandava a retirada sem objetivo certo, em direção ao descampado de Serro Corá, no norte do país, próximo à fronteira com o Brasil, onde, em 1º de março, seria executado sob as ordens do general sul-rio-grandense Correia da Câmara, em um último arremedo de confronto. Era o epílogo de tragédia iniciada em fins de 1864, com a invasão pelo exército imperial, sem declaração de guerra, da República Oriental do Uruguai, para impor ali um ditador-títere: Venancio Flores.
Exterminando o Passado e o Futuro

Na "Era da Globalização", o silenciamento-destruição do passado, como experiência social determinante, é impulsionado pela natureza profunda do grande capital globalizado. A globalização do capital tudo  faz para consolidar a vivência do indivíduo em um tempo "atualista" ou "presentista". Ou seja, que domine no ser social atomizado, reduzido à situação de consumidor-produtor isolado, a percepção-sentimento, inconsciente e contraditória, de viver eternamente em um  presente. Único e imutável tempo histórico. Ou melhor, tempo sem história, sem relação com o passado e o futuro. Na "Era das Nações", as classes dominantes procuravam impor suas versões do passado, para dominar o presente e controlar o futuro. Financiavam institutos históricos reunindo historiadores conservadores selecionados; sustentavam a redação, produção e divulgação em livros, revistas, jornais -a seguir na rádio e na televisão- das suas narrativas historiográficas; dificultavam e combatiam as narrativas do passado desde o ponto de vista das classes exploradas. As universidades e as escolas as eram a ponta de lança da produção e das divulgações das narrativas apologéticas nacionais das classes dominantes. Esforçavam-se para que a historiografia dominante fosse a das classes dominantes.
A globalização tudo faz para que o passado e o futuro se dissolvam sob o domínio esmagador de um presente sempre estático e sem raízes, onde não há mudanças, apenas permanências.  Esse projeto foi e é impulsionado no Brasil em forma avassaladora sobretudo pela globalização desenfreada da economia e da sociedade. Foi e é impulsionado pela grande mídia, pelos governos passados e, agora, em forma desenfreada, pela nova ordem autoritária neo-colonial globalizada em institucionalização. 
A mais longa guerra
A chamada Guerra da Tríplice Aliança contra a República do Paraguai [1864-70] foi o mais longo, duradouro e mortífero conflito guerra empreendida pelo Estado Brasileiro. Talvez 150 mil combatentes imperiais foram enviados aos campos de batalha, aos safanões, com talvez 50 mil baixas mortais, sobretudo em combate e doenças [cólera, disenteria, varíola].
O sesquicentenário daquele conflito está se concluindo sem que se tenha realizado nenhum grande evento científico-acadêmico no Brasil, na Argentina, no Paraguai, no Uruguai. Quando muito, realizaram-se as tradicionais celebrações militar-patrióticas castrenses para uso da corporação. O deslizar conservador na Argentina, no Paraguai, no Brasil e, agora, no Uruguai, contribuíram fortemente para impor o enorme e doloro silêncio, que a mídia preocupa-se em não quebrar.
A guerra, lutada de 1864 a 1870, por decisão da classes dominantes imperiais e liberal-argentinas, opunha-se aos interesses das populações do Brasil, da Argentina, do Uruguai e do Paraguai. Em um sentido histórico, todas as nações envolvidas saíram prejudicadas do conflito, com destaque para a população e a nação paraguaia. 
Consolidando a Escravidão e a Monarquia
No Brasil, a vitória do Estado imperial contribuiu para consolidar, ainda por longos anos, a monarquia, o conservadorismo, a escravidão. No Uruguai, a ditadura "colorada", imposta pela força das armas do exército imperial, restaurou e manteve a situação semi-colonial do país em relação ao Império, com destaque para o domínio despótico e prepotente dos  criadores escravistas rio-grandenses do norte uruguaio. 
Na Argentina, a ordem liberal-unitária portenha, a serviço do comércio e do capital inglês, se espraiou pela nação, liquidando as liberdades federalistas, sufocadas em um banho de sangue que ceifou dezenas de milhares de gaúchos, pequenos plantadores, pequenos comerciantes, etc. das províncias do Litoral e do Interior. 
O caso do Paraguai foi dramático. O pequeno país rural, de uns 450 mil habitantes - a população rio-grandense na época -, constituíra-se como talvez o único Estado-nação da América do Sul, quando de revolução nacional-popular vitoriosa dirigida por José Gaspar de Francia, advogado paraguaio jacobino, filho de pai brasileiro.
Revolução Democrática Vitoriosa
No governo do Paraguai, de 1813 a 1840, impulsionado pelos acontecimentos, o doutor Francia instituíra ordem político-social apoiada na larga população camponesa hispano-guarani [chacareros], que conheceria então por décadas situação de literal acesso livre a pequenas explorações agrícolas [chacaras]. O doutor Francia e a população paraguaia venceram a revolução democrática na qual, no Uruguay, Artigas fora derrotado, em 1820, com a forte colaboração luso-brasileira.
O governo francista golpeara a reação dos oligarcas proprietários, a quem poupara no geral a vida mas confiscara suas posses, sobretudo fundiárias. Com estas últimas e as antigas fazendas jesuíticas, fundou as "fazendas da nação", de propriedade pública, que sustentavam os gastos administrativos e militares do Estado, aliviando os impostos pagos por plebeus e camponeses. 
O Estado francista nacionalizou o comércio exterior e a Igreja, instituiu a liberdade religiosa, organizou o mais amplo sistema da época de educação pública elementar para os jovens do sexo masculino. Por décadas, o país viveu semi-encapsulado, por ter o acesso negado do seu comércio ao Prata pela oligarquia de Buenos Aires. Boa parte das trocas mercantis paraguaias de então se dava por São Borja, no Rio Grande do Sul.
Restauração Lopista
Com a morte de José Gaspar de Francia, em 1940, se instaurou a Era Francista [1842-70], com o governo dos López, pai e filho, de caráter pró-oligárquico e restauracionista. Entretanto, o lopismo não atacou em profundidade a propriedade camponesa da terra, na qual se assentava, nos fatos, a independência do país.
A união do Império do Brasil e da Argentina liberal-unitária levaram o Paraguai a uma guerra que não poderia vencer. Quando as tropas da Tríplice Aliança invadiram o país, em inícios de 1866, conheceram uma oposição inesperada, heróica e incondicional lutada sobretudo pela população rural, logo traída pelas  classes dominantes. Não houve rendição. O exército paraguaio combateu praticamente até a extinção. 
A destruição do Estado paraguaio tornou-se inevitável, devido sobretudo aos graves erros militares de sua direção, que dificultaram e mesmo impediram a unificação da resistência paraguaia, uruguaia e argentina, única condição para aquelas forças terem sucesso diante da união dos poderosos Estados imperial brasileiro e liberal-oligárquico argentino. 
Não houve reconstrução propriamente dita do Paraguai após 1870. A destruição-desorganização da sua poderosa classe camponesa de raízes hispano-guarani, primeiro na guerra e, a seguir, com a  privatização das terras públicas pelo partido dos generais de Francisco Solano López, permitiu a criação do Estado liberal-oligárquico anêmico e anti-popular que conhecemos hoje.
Paradoxalmente, a população paraguaia sente e vibra ainda com as recordações da resistência heróica. Continua não acreditando no fim da história. [Duplo Expresso, quinta-feira, 16.01.2020. https://duploexpresso.com/?p=109657]

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

XIX Encontro de História da ANPUH-Rio - História do Futuro: ensino, pesquisa e divulgação científica.

História do Futuro: ensino, pesquisa e divulgação científica.

  
Entre 13 e 17 de julho de 2020 acontecerá no Colégio Pedro II, campus de Realengo, o XIX Encontro de História da ANPUH-Rio, o evento bianual no qual diferentes gerações de profissionais e estudantes de História se encontram para trocar ideias, expor e debater suas pesquisas e discutir questões relevantes para a comunidade historiográfica fluminense.

    O XIX Encontro de História terá como tema a História do Futuro: ensino, pesquisa e divulgação científica. A historiografia do presente  já discute as possibilidades que se abrem aos profissionais com as novas ferramentas teóricas, metodológicas e digitais que ora se desenvolvem para o estudo, a pesquisa e a divulgação da História. Além disso, a própria realidade onipresente da Internet e dos recursos digitais que produzem todo o tipo de conteúdo digital (imagens, vídeos, textos etc.) demandam debates sobre como preservar esses conteúdos, como pesquisar os novos tipos de fontes, como ensinar e divulgar a pesquisa em História, entre outras questões fundamentais para a historiografia do futuro.
      Igualmente, a situação atual do ensino e da pesquisa da História numa época de crescimento do discurso anticientífico e conspiracionista estarão presentes em nossos debates, nos quais se tentará captar as tendências para o futuro da pesquisa e do ensino da História no nosso país e no mundo.
        Finalmente, a escolha do Colégio Pedro II e do seu campus de Realengo para realizar nosso XIX Encontro de História é uma aposta na escola pública de qualidade, na aproximação da ANPUH-Rio com os professores de História dos ensinos fundamental e médio, e da valorização de novos espaços de atuação da ANPUH em nosso estado, para além daqueles já plenamente estabelecidos.
      Esperamos que esse Encontro seja uma oportunidade para a comunidade historiográfica do Estado do Rio de Janeiro renovar suas esperanças no futuro da História e na História do futuro de nosso país.

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

“Integração do índio não pode ser pretexto para assimilação cultural”

Maria Fernanda Ziegler  |  Agência FAPESP – Os povos indígenas ocupam o território brasileiro há mais de 10 mil anos. Somam, atualmente, cerca de 900 mil indivíduos, distribuídos em 305 etnias com 274 línguas distintas, de acordo com o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010. Essa população ocupa 722 áreas de reserva protegidas pela legislação, que correspondem a 13,8% do território e formam uma espécie de enclave de tensão entre duas culturas, dois sistemas de produção, dois Brasis.
“Integração no Brasil é sempre pensada como uma assimilação cultural, o que é absolutamente errado. Os indígenas não querem ser assimilados, poderiam, se quisessem. Mas não é essa a ideia”, disse Manuela Carneiro da Cunha, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), durante o oitavo episódio do programa Ciência Aberta de 2019.
Para a antropóloga, a assimilação cultural, “disfarçada no eufemismo de integrar o Brasil”, tem o objetivo de eliminar diferenças culturais e abrir caminho para a liberalização das terras indígenas para o mercado. O potencial de exploração mineral e agropecuário de algumas dessas áreas chega a suscitar em certos setores da sociedade a alegação de que há “muita terra para poucos índios”.
"A crítica está em dizer que os índios não são produtivos, no sentido entendido pelo capitalismo. Porém, a maneira como os não indígenas querem explorar e tirar as riquezas é apenas uma repetição de toda a história do Brasil – uma exploração constante das riquezas naturais, sem grandes resultados. É só tirar riqueza natural para exportar, sem aproveitar o conhecimento existente e, de fato, transformar isso em riqueza", disse Artionka Capiberibe, professora do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Capiberibe sublinha que o direito do índio à terra foi reiterado na Constituição de 1988, carta que também celebra a diversidade como um valor a ser preservado.
Na avaliação de Geraldo Andrello, professor do Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com ou sem lei já é possível assistir os efeitos da simples vontade de liberar as terras indígenas para exploração.
“Houve um aumento de 85% dos alertas de mineração clandestina e de 38% dos alertas de desmatamento clandestino em terras indígenas. Isso só no primeiro semestre de 2019 e embora o governo federal esteja só discutindo e anunciando que vai enviar uma proposta para adulterar as terras indígenas. É um anúncio que vem sendo reiteradamente afirmado”, disse Andrello.
Contemporâneos
Para os três antropólogos que participaram do programa Ciência Aberta, é preciso destacar que, a despeito do modo de vida próprio e de uma cultura diferente dos não índios, as populações indígenas brasileiras não estão congeladas no tempo.
“Os indígenas são nossos contemporâneos. Há uma ideia que coloca as populações indígenas como tradicionais e nós [não indígenas] como modernos. Na verdade, nem nós somos modernos, nem eles são tradicionais no sentido de culturas congeladas no tempo”, disse Capiberibe.
E qual seria a definição de um povo ou indivíduo indígena? Há alguns anos, o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro propôs a necessidade de uma autodefinição dos povos indígenas. Assim, índio é aquele que é reconhecido por um povo indígena.
“Portanto, não existe um índio, mas uma comunidade que o reconhece como tal. Dessa forma, também não é qualquer comunidade que pode se considerar indígena, pois é necessário um vínculo histórico cultural com as organizações sociais pré-colombianas”, disse Andrello.
De acordo com o pesquisador, quando se fala em povos indígenas está se falando em diversidade. “É arriscado tentar estabelecer parâmetros para indicar o que os povos indígenas, no seu conjunto, têm em comum. Estamos falando em diversidade”, disse.
Talvez, na avaliação dos participantes do programa, a unidade esteja na relação com a natureza. “A relação dos povos indígenas com aquilo que nós chamamos de recursos naturais é completamente oposta às relações que nós ocidentais estabelecemos. Em geral, a nossa relação com os seres da natureza é basicamente de sujeito-objeto. O homem é o sujeito da relação e os seres da natureza são os objetos intencionalmente inertes”, disse.
Um exemplo que explicaria a relação dos povos indígenas com a natureza está nos Guayapi, povo de língua tupi que vive no Amapá e na Guiana Francesa.
“Eles não têm uma visão colonialista da sua terra. O que vem a ser colonialista? É achar que tudo o que você ocupa está a seu serviço, para o seu bem-estar, que é a visão tradicional da natureza para o ocidente”, disse Carneiro da Cunha.
Dessa forma, explica Carneiro da Cunha, os Guayapi “entendem que a mata, os bichos e as árvores, por exemplo, têm direitos. O rio tem direitos e é um lugar compartilhado, que não foi feito só para usufruto da humanidade, mas de todos os seres que estão ali. Esse entendimento transforma completamente a relação com o que nós chamamos de natureza, que, aliás, é um conceito que nem existe em muitos povos”, disse.
Essa visão de mundo talvez explique por que, na região amazônica, as terras indígenas são mais conservadas que as áreas vizinhas.
O episódio “Indígenas” do programa Ciência Aberta teve a participação de alunos das universidades de São Paulo (USP) e Estadual de Campinas (Unicamp), do Instituto Federal de São Paulo e da Escola Estadual Prof. Manuel Ciridião Buarque.
Ciência Aberta é uma parceria da FAPESP com o jornal Folha de S. Paulo. O programa é apresentado por Alexandra Ozorio de Almeida, diretora de redação da revista Pesquisa FAPESP.
O novo episódio pode ser visto na página da Agência FAPESP no Facebook e no YouTube e também no site da TV Folha.




Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Lançado o primeiro número de Contrapulso, revista latino-americana dedicada à música popular

Prezadxs colegas da lista de História do Brasil,
        Junto-me, alegremente, ao esforço de divulgação da recém-lançada edição inaugural de Contrapulso: revista latinoamericana de estudios en música popular.
        Editada no Chile pela Universidad Alberto Hurtado, sob a direção do destacado musicólogo Juan Pablo González, seu primeiro número é todo ele dedicado à temática música, gênero e sexualidade e conta com colaborações provenientes da Argentina, Brasil e Equador.
        Seu comitê editorial internacional é constituído por pesquisadores da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, México, Peru e Venezuela.
         Lembro ainda que está em aberto a chamada de artigos para o número 2 de Contrapulso.
         Abraços.
         Adalberto Paranhos
         (membro do comitê editorial internacional de Contrapulso)

 Para acessá-la, eis o link: imagem abaixo.

CONTRAPULSO - REVISTA LATINOAMERICANA DE ESTUDIOS EN MÚSICA POPULAR

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Lançada ArtCultura 38

Prezadxs colegas,
    Com textos de autores da Argentina, Chile e Espanha, bem como das regiões Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil e do Distrito Federal, está no ar a ArtCultura 38.
    Ver em anexo maiores detalhes sobre essa edição.
    Abraços.


    Adalberto Paranhos e Kátia Rodrigues Paranhos, editores.  



Lançada ArtCultura 38

Está no ar a ArtCultura38. Puxada pelo dossiê História & poesia épica, ela se desdobra em 16 textos, distribuídos entre as seções Dossiê, Polêmica, Artigos, Primeira mão, Notas de pesquisa e Resenhas. As temáticas acolhidas neste número lançam pontes entre História e Arqueologia, Cinema, Fotografia, Historiografia, Linguística, Literatura, Música Popular, Poesia, Política e Teoria da História. Para levá-la adiante, mobilizaram-se autores da Argentina, Brasil, Chile e Espanha ligados a 17 instituições universitárias. Do Brasil as contribuições provieram dos estados do Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e do Distrito Federal.
Detalhe: na Apresentação, excepcionalmente, esta edição rende suas homenagens a quem não é um só; é muitos. Músico, instrumentista, letrista/poeta, cantor, literato, autor de peças teatrais, com incursões como ator de cinema, ele conjuga diferentes linguagens com brilho raro. Referimo-nos, claro, a Chico Buarque, vencedor do Prêmio Camões 2019.
Acessem-na via SEER, Facebook e Instagram:
Tenham bom proveito!
     Abraços.
     Adalberto Paranhos e Kátia Rodrigues Paranhos, editores.
e-mail: artcultura@inhis.ufu.br
P. S.: Ver nas páginas seguintes a capa e o sumário da ArtCultura, v. 21, n.38, jan.-jun. 2019




Tenham bom proveito!
     Abraços.
     Adalberto Paranhos e Kátia Rodrigues Paranhos, editores.
e-mail: artcultura@inhis.ufu.br
P. S.: Ver nas páginas seguintes a capa e o sumário da ArtCultura, v. 21, n.38, jan.-jun. 2019



Lançada ArtCultura 38





Sumário
Apresentação
Dossiê: História & poesia épica
Organizador: Cleber Vinicius do Amaral Felipe
Jacyntho Lins Brandão
Ana Teresa Marques Gonçalves e Marcelo Miguel de Souza
Thiago Eustáquio Araújo Mota
Leni Ribeiro Leite
Natan Henrique Taveira Baptista
Cleber Vinicius do Amaral Felipe
Marcelo Lachat
Polêmica
André Malta Campos
Artigos
Durval Muniz de Albuquerque Júnior
Waldemar Dalenogare Neto
Felipe Ferreira de Paula Pessoa
Primeira mão
Adalberto Paranhos
Notas de Pesquisas
Noemi Cinelli e Antonio Marrero Alberto
Resenhas
Sérgio da Mata
Gonzalo Urteneche
Rafael Morato Zanatto




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