Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

GEHB ** Prêmio de teses de história nomeia comitê de avaliação

 

  Fonte: JC e-mail 4052, de 14 de Julho de 2010.
 

 Prêmio de teses de história nomeia comitê de avaliação
Premiação, na segunda edição, recebeu o nome de Prêmio Manoel Luís Salgado Guimarães, em homenagem ao historiador recentemente falecido

O prêmio é promovido pela Associação Nacional de História (Anpuh) e teve o prazo de inscrições encerrados em 30 de abril. A Comissão de Avaliação foi nomeada em portaria da diretoria da Anpuh, datada de 3 de julho, que pode ser acessada em http://www.anpuh.org/download/download?ID_DOWNLOAD=250

Promovido em parceria com a Editora Unesp, a premiação está em sua segunda edição e possibilitará a publicação da tese vencedora em livro. A previsão é que o resultado seja divulgado neste segundo semestre, para que o livro seja lançado durante o Simpósio Nacional da Anpuh, a realizar-se em julho de 2011, na Universidade de São Paulo (USP).



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Atividade nos últimos dias:
    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

                                                                                                    Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
 
Visite o Blog do nosso Grupo:http://www.grupohistoriadobrasil.blogspot.com


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quarta-feira, 14 de julho de 2010

GEHB ** Divulgação seminário História da América e do Atlântico

Caros colegas: segue a divulgação do seminário USP - Vanderbilt que irá ocorrer logo no inicio de agosto.



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Atividade nos últimos dias:
    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

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GEHB ** Fw: Fw: Favor divulgar: Chamada de artigos - Oralidades: Rev ista de História Oral da USP (Dossiê Religiões e Religiosidades)

Caros amigos,
Pedimos a licença para divulgar a Chamada de artigos da Oralidades: Revista de História Oral (ISSN 1981-4275), que está recebendo trabalhos para o dossiê temático “Religiões e Religiosidades”, que comporá nossa oitava edição.  

Oralidades, vinculada ao Núcleo de Estudos em História Oral da USP, oferece-se como espaço para a divulgação e o debate de questões relacionadas à história oral. A revista recebe artigos, entrevistas (histórias de vida), resenhas e traduções. Para o referido dossiê, lembramos aos interessados que o prazo para recebimento de contribuições é 30 de agosto de 2010.
Nosso sítiowww.oralidades.com.br

Atenciosa e cordialmente,
Equipe editorial
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Atividade nos últimos dias:
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GEHB ** Vagas de emprego para professores no Ceará !!!

 
Na comunidade do orkut Professores do Estado do Ceará você receberá constantes atualizações de vagas para empregos, concursos, material didático gratuito, textos sobre educação, links para sites de apoio pedagógico e poderá discutir temáticas no que concerne à realidade escolar !
Participem e ajudem a fortalecer nossa classe !



 
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segunda-feira, 12 de julho de 2010

GEHB ** CONVITE: "ESCRAVIDÃO, MESTIÇ AGENS, POPULAÇÕES E IDENTIDADES CULTURAIS" [3 Anexos]

 
Prezados,
os autores (Caio Ricardo B. Moreira, Carlos Alberto M. de Lima, Douglas C. Libby, Eduardo F. Paiva, Ilton C. Martins,  Isnara P. Ivo, José Newton Meneses, Maciel H. Silva, Marca Amantino, Paulo Roberto Staudt Moreira, Rafael C. Scheffer, Rangel Cerceau, Vinícius M. Cardoso) têm o prazer de apresentar-lhes o livro Escravidão, Mestiçagens, Populações e Identidades Culturais  e de convidar-lhes para o lançamento em Belo Horizonte, conforme convite reproduzido abaixo.  

         

Annablume Editora e Quixote Livraria e Café
convidam para o lançamento do livro organizado por
 
Eduardo França Paiva
Isnara Pereira Ivo
 Ilton César Martins


Escravidão, Mestiçagens, Populações e Identidades Culturais
Dia 11 de agosto de 2010, quarta-feira, das 19h às 22h.

















Rua Fernandes Tourinho, 274 - Savassi - Belo Horizonte - MG
(31) 3227.3077

Formato: 16x23cm, 310 páginas
ISBN: 978-85-391-0060-6

As abordagens teórico-metodológicas são variadas, assim como é diverso o universo das fontes e dos temas enfocados pelos autores. No geral, entretanto, são textos nos quais se estudam a escravidão negra e a indígena; o trânsito de culturas africanas nas Américas; as dinâmicas históricas das mestiçagens biológicas e culturais; o mundo dos alforriados e os aspectos econômicos da sociedade brasileira durante o período colonial e o Império. O Brasil é, naturalmente, o foco principal dos textos, mas as comparações e as conexões estabelecidas o colocam, em vários momentos, relacionado a outras sociedades, marcadamente as da América espanhola, da Europa e da África, assim como se procedeu a comparações entre as distintas áreas internas brasileiras. (Da Apresentação)




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GEHB ** II SIMPÓSIO NACIONAL EM HISTÓRIA TRABALHO, CULTURA E PODER: O OFICIO DO HISTÓRIADOR

 
30/08 a 03/09 = UNIOESTE/ Mal. Candido Rondon
Ver texto da chamada e ficha de inscrição em
ANPUH/PR Notícias.
http://www.pr.anpuh.org/
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GEHB ** V Simpósio Nacional de História Cultural [1 Anexo]

 


Caros amigos e colegas,

Estão abertas até o dia 25 de julho as inscrições para propostas de simpósios temáticos para o V Simpósio Nacional de História Cultural, que ocorrerá na UnB, em Brasília, de 8 a 12 de novembro próximo. O tema escolhido é "Ler e ver: paisagens subjetivas, paisagens sociais". As inscrições são feitas por meio eletrônico no sítio do evento: http://soac.bce.unb.br/index.php/SI HC/VSIHC. Como boa parte de vocês deve saber, este será nosso primeiro simpósio sem a presença da fundadora do GT de História Cultural da Anpuh, Sandra Pesavento, falecida em março de 2009. Nesse sentido dedicaremos os trabalhos à memória da querida colega, amiga, professora e pesquisadora gaúcha e apresentaremos um vídeo em sua homenagem. A conferência de abertura será proferida por Giovanni Levi (Universidade de Veneza) e a de encerramento por Barbara Freitag (UnB), com participação de Marcos Silva (USP). Confiram a programação de mesas redondas no mesmo sítio.

Esperamos por sua participação e solicitamos que nos ajudem a divulgar o evento.

Abraços,

Antonio Herculano
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Antonio Herculano Lopes
Pesquisador de História
Fundação Casa de Rui Barbosa
Rua São Clemente, 134  Botafogo
22260-000 Rio de Janeiro/RJ  Brasil
Tel: 55 21 3289-4641
Cel: 55 21 8881-6833


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domingo, 11 de julho de 2010

GEHB ** [Carta O BERRO] TV Câmara lança o catálogo Baixe e Use / Este catálogo reúne 170 produções originais da TV Câmara.

Carta O Berro..................................................repassem



TV Câmara lança o catálogo Baixe e Use

A TV Câmara e a Comissão de Educação e Cultura lançaram, no dia 9 de Junho, o catálogo de vídeos Baixe e Use. Ele oferece material didático de boa qualidade para baixar gratuitamente. São mais de 170 documentários e reportagens especiais divididos por temas, disponíveis na página da TV Câmara.

As produções abordam assuntos como cidadania, direitos humanos e história política brasileira, sempre relacionados com os conteúdos
programáticos dos ensinos médio e fundamental.


O Baixe e Use foi criado para suprir as demandas da comunidade escolar e acadêmica, que solicita cópias dos programas da TV Câmara para uso em sala de aula. Saiba mais em


                                                                    
http://www.camara.gov.br/internet/tvcamara/?lnk=BAIXE-E-USE&selecao=BAIXEUSE



Catálogo de vídeos em alta resolução

Este catálogo reúne 170 produções originais da TV Câmara. São documentários, séries de reportagens, interprogramas informativos e matérias jornalísticas que podem ser usados como material audiovisual de apoio na sala de aula e em reuniões temáticas.
Os vídeos podem ser copiados e armazenados em qualquer computador ou pen-drive. Estão codificados em um formato que permite a reprodução em qualquer programa de execução de mídia como VLC, QuickTime Player, Windows Media Player, Media Player Classic, Real Video, etc.
As produções estão divididas por eixo temático e categoria de programas.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

GEHB ** Os judeus no Brasil

 


A história dos judeus no Brasil será tema do próximo encontro que a Revista vai promover no dia 20 de julho, às 16h, no auditório da Biblioteca Nacional. O encontro terá transmissão ao vivo pelo Twitter e em vídeo pela TV PontoCom.


Observatório

A Reforma da discórdia
As mudanças propostas para o Código Florestal instaurado em 1967 geram polêmica, discussão e levam muita gente a refletir e defender suas opiniões. [ leia mais ]

Restauração portuguesa no Brasil
O Consulado Geral de Portugal no Rio de Janeiro faz intervenções no Palácio São Clemente para recuperar cerca de 10 mil peças do século XX. [ leia mais ]

Vale da música
A história cultural das fazendas de café mostra que jongo, calango e bandas de escravos enriqueceram a música brasileira e contribuíram para o surgimento de ritmos como o samba. [ leia mais ]

Canções ao luar
A 142 quilômetros do Rio de Janeiro, Conservatória preserva a memória da música popular brasileira com apresentações semanais, fazendo jus ao título de 'cidade da seresta’. [ leia mais ]

O café sem mitos
Em debate na Biblioteca Nacional, historiadores desfazem o mito que atribue o declínio da província do Rio de Janeiro à decadência do café no Vale do Paraíba Fluminense. [ leia mais ]

Feliz arquivo novo
Acervo de documentos e jornais raros é encontrado lacrado dentro de um armário na Universidade Federal de São Carlos, interior de São Paulo. [ leia mais ]

E mais...

Mestre Bimba
Depoimentos inéditos do pai da capoeira regional são recuperados a partir de uma velha fita de vídeo entregue em uma pequena emissora da cidade de Florianopólis. [ leia mais ]
Dois séculos de revista na internet
IHGB digitaliza todas as edições da publicação que é a mais antiga em circulação no Ocidente. [ leia mais ]
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Atividade nos últimos dias:
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GEHB ** [Carta O BERRO] A Operação Condor.(texto da Revista ADUSP) / A Escola das Américas / e um Depoimento sobre o golpe de 1964.


                                       


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Documentário com os comentários de Noam Chomsky, Eduardo Galeano, Michael Parenti e outros , sobre a política externa americana na América do Sul e América Latina.

                                                     


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Entre as mensagens que recebi, depois daqueles 3 artigos sobre "A falsa história nas escolas militares", está o depoimento que copio a seguir. Considero-o de importância histórica por revelar dados que até então não eram conhecidos. Como o assassinato de pessoas desarmadas pelas costas, por exemplo. O autor me autorizou a divulgar como desejasse este depoimento.


Depoimento sobre o golpe de 1964

José Emílio Gomes



Considerando que:

a-    diante da retórica dos opositores ao atual governo - note-se, não votei no Lula -, notadamente alguns oficiais reformados das forças armadas, saudosistas do golpe de 64, que, em pleno 2010, voltam com mesmo blá-blá-blá de que quem pensa diferente deles e do establishment anglo-americano é comunista, terrorista, subversivo, etc...;
b-    diante da forma distorcida como a grande mídia brasileira, logo após o golpe de 64, relatou os acontecimentos de março e do dia 1o. de abril de 1964, e alguns ainda o fazem hoje;
c-     diante da forma como o período de 1961 a 1964 foi passado para a história do Brasil, sendo transmitido aos jovens das escolas civis e, mais acentuadamente aos alunos das escolas militares, somente sob a ótica dos "vencedores", tratados como heróis, enquanto aos perdedores (talvez os verdadeiros brasileiros) restou as denominações de subversivos, terroristas, assassinos, covardes, comunistas, criminosos de lesa-pátria, etc...; 

optei por, pela primeira vez em minha vida, expor por escrito como vi e convivi naquele conturbado período, quando, simultaneamente, era empregado de uma multinacional, era vestibulando de engenharia, era aluno do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Exército e participava das atividades estudantis UNE no Rio de Janeiro - nos dias de hoje, isso seria considerado um contra-censo, mas era a realidade.

Por isso, passo a expor alguns fatos e acontecimentos que marcaram a minha vida na juventude e que me provocam revolta ao ver como foram passadas para os mais jovens a história do Brasil naquele período e modo como tratam de heróis os adeptos do golpe e de "traíras" (e outros adjetivos já citados) os que se opuseram ao mesmo, quando a verdade pode muito bem ser o oposto.

Em dezembro de 1962 ingressei no CPOR do RJ e, logo no início de 1963, eu, minha mãe e irmãs, nos mudamos para um apartamento maior no bairro da Glória, onde conheci e me tornei amigo de um vizinho que era Capitão do Exército (Cap. Collares), com o qual conversava praticamente só sobre política, nos sábados e domingos, na Praia do Calabouço.  Igualmente, no quartel, muito se conversava sobre política nacional e mundial.  Tanto que o Coronel Comandante do CPOR (não recordo o nome), na parada matinal, sempre aduzia aos seus pronunciamentos assuntos da política nacional, com constantes elogios ao Governador do Estado de Pernambuco, Miguel Arraes, e ao próprio Presidente da República, João Goula rt.  Observava-se um clima altamente democrático no meio militar, pelo menos no que tange ao respeito às autoridades democraticamente constituídas.

Nos últimos meses de 1963, o Capitão Collares me confidenciou que membros do Alto Comando das Forças Armadas estariam preparando um golpe para depor o Presidente  João Goulart e que, por isso, estariam sendo criados grupos de combate (os famosos grupos dos 11) para reação contra o suposto golpe.  Esses grupos estariam sendo coordenados pelo então Governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola.  O Capitão Collares era o comandante de um desses grupos e me convidou para integrá-los.  Embora concordasse com essa ação para a defesa das instituições constituídas, me esquivei de participar em razão de ser arrimo de f amília e ter que trabalhar para manter minha mãe e irmãs.  Mas atuei na retaguarda desses grupos mediante um trabalho de conscientização da situação junto aos colegas de trabalho (na multinacional), juntos aos colegas do vestibular e junto a alguns colegas do quartel, grande parte dos quais eram filhos da elite e, declaradamente, contra as políticas sociais e de autodeterminação do Governo Goulart.

De fato, as coisas começaram a ficar complicadas, e, no 13 de março de 1964, tive a primeira experiência de que havia uma forte cisão nas Forças Armadas, pois, para evitar que o Comício da Central tivesse repercussão, o Exército deslocou uma tropa para a Central do Brasil com o objetivo de, na base da porrada, dissipar a multidão que se deslocava pela Av. Presidente Vargas para assistir ao comício.   Eu, que fora dispensado do trabalho mais cedo, me dirigia à casa, quando, ao ver tão imensa multidão, não resisti e me dirigi  à Central do Brasil também.

Foi o primeiro ato de covardia, por parte do Exército, que assisti.  Centenas de soldados, comandados por um Sargento, espancavam com enormes cassetetes os trabalhadores e estudantes que seguiam em direção à Central do Brasil, tentando esvaziar o Comício.  Me revoltei com a atitude daquela tropa e, usando a minha identidade militar, convoquei o Sargento e ordenei que toda a tropa tomasse "posição de sentido", solicitando ao Sargento que me colocasse à frente do oficial que ordenou aquele ato covarde contra o seu povo (ou seu inimigo ?).  A multidão se postou em frente à tropa perfilada, demonstrando espanto pela atitude por mim tomada.  Foi quando voltou o Sargento acompanhado de um Capitão que, sem permitir qualquer ação de minha parte, me aplicou uma gravata e me levou, junto com o Sargento, arrastado para dentro do então Ministério da Guerra.  Inaugurei uma cela que, em poucas horas, estava completamente lotada por aqueles que protestavam da  ação covarde do Exército na Av. Presidente Vargas.  Fiquei detido por dois dias até que, numa das trocas de guarda do Ministério do Exército, o Oficial de Dia ao me perguntar por que eu estava preso, ao ouvir minha explicação, ordenou que abrissem a cela e me liberou.  Devia ser um Oficial dos "nossos", que reconhecia as autoridades democraticamente constituídas !

O segundo ato de covardia do Exército, que assisti, se deu exatamente no dia 1o. de abril de 1964.   Eram, mais ou menos, 13 horas da tarde quando eu almoçava no restaurante dos estudantes (Calabouço), próximo ao Aeroporto Santos Dumont.  Em dado momento, um estudante que ouvia seu rádio de pilha subiu em uma mesa e gritou: Está havendo um golpe no País!   O Exército está fazendo deslocamento de tropas em Minas e em São Paulo !
Todos pararam de almoçar, discursos foram feitos, informações truncadas eram ouvidas nas estações de rádio e os estudantes resolveram fazer uma caminhada até a Cinelândia, para lá convocar a população para um comício relâmpago.  Cerca de 500 estudantes se deslocaram pela Av. Beira Mar e Rua Santa Luzia convocando a população que se postava nas janelas do prédios para se juntarem a nós.  Reunimos alguns milhares de pessoas na Cinelândia, onde diversos discursos contra o "suposto" golpe foram realizados.  Em menos de uma hora de discursos, apareceram vários veículos da Polícia Militar cujos soldados passaram a nos atacar com cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo, as quais eram por nós devolvidas contra os PMs.  E assim ficou a "batalha" por mais de uma hora.  Nem um tiro, sequer, foi feito pelos soldados da PM. 

Um grande número de Oficiais do Exército a tudo assistiam, das janelas do prédio do Clube Militar, na esquina da Rua Santa Luzia com Av. Rio Branco, sem nada fazerem.

As notícias que vinham de algumas emissoras de rádio diziam que o Exército, no Rio de Janeiro, estava ao lado da legalidade, do Presidente da República.
Foi quando, com base nessas informações, por volta das 16 horas, os estudantes em avistando carros de combate do Exército se deslocando pela Rio Branco em direção à Cinelândia, deixaram a "batalha" com os PMs e correram para receber o Exército com ovação e palmas.  Que decepção !  Os soldados desciam dos carros de combate e, com seu mosquetões e metralhadoras portáteis, dispararam, covardemente, contra nós, estudantes e trabalhadores.  Passamos a correr à procura de abrigo.  Eu e um grupo de estudantes subimos as escadarias da Biblioteca Nacional para procurar abrigo em seu interior sob uma saraivada de bal as pelas costas.  Quatro colegas meus foram atingidos e morreram na escadaria da Biblioteca Nacional.  Permaneci escondido em algum local no 2o. andar até altas horas da noite.  De uma das janelas da Biblioteca, vi quando uns Soldados e Oficiais do Exército se dirigiram às escadarias e recolheram os corpos dos quatro estudantes mortos. Quando tudo já estava calmo, a Cinelândia deserta, desci e fui para casa.  Devia ser em torno de 23 ou 24 horas da noite.

Cheguei em casa, há menos de 3 km da Cinelândia, e não encontrei minha mãe. Só as minhas irmãs, todas menores, chorando.  Fiquei extremamente preocupado e sem saber o que fazer: dar suporte às minhas irmãs menores ou procurar por minha mãe na rua ?   Optei, momentaneamente, pela primeira hipótese.  Felizmente, pois, cerca de meia hora depois, minha mãe apareceu, porém toda ensanguentada!   O que houve, mãe  ?!

A terceira covardia do Exército, agora praticada pelos grandes "heróis", aqueles altos Oficiais do Exército que a tudo assistiam das janelas do Clube Militar, sem nada fazerem.  Pois é, segundo minha mãe, que também se encontrava na Cinelândia participando dos comícios populares, tão logo os carros de combate do Exército apareceram na Rio Branco, os tais "heróis" passaram, covardemente, a disparar suas pistolas contra a população.  Não sei quantos mataram ou feriram, mas pelo menos uma morte se deu: uma senhora morreu nos braços de minha mãe, com tiro partido de uma das janelas do Clube Militar e que atingiu a senhora pelas costas.
 
O golpe era realidade!  A mídia covarde e controlada pelos interesses das oligarquias nada publicaram sobre esses fatos no dia seguinte.  Nem falaram da multidão reunida no comício popular, nem falaram dos mortos e feridos resultantes do ato "heróico" praticado por membros do Exército Brasileiro.  Só saíram notícias enaltecendo a "coragem" das Forças Armadas em defesa do Brasil que iria ser entregue aos comunistas, etc......   Vide as notícias do O Globo, Jornal do Brasil, O Dia, etc.., no dia 02/04/64 e seguintes.

Situação normalizada (?) no País, volto às minhas atividades de Aluno do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva e tenho uma surpresa:  nosso Comandante não era mais o mesmo: desapareceu! Outra surpresa: no primeiro fim de semana após o golpe, vou à praia e não encontro o Capitão Collares.   Passam algumas semanas e os parentes do mesmo vão a sua residência e encontram o apartamento todo revirado.  Vão ao Exército e nenhuma notícia é dada a seu respeito.  Desapareceu mesmo!

No final de 1964 formo-me Aspirante a Oficial da Reserva do Exército e sou designado para estagiar no Regimento Escola de Infantaria (REI), na Vila Militar.   Como em 1965 o Brasil mandou parte das Forças Armadas para São Domingos, e a maioria dos Oficiais do Exército eram do REI, eu, que fui estagiar como Aspirante, virei Sub-Comandante da Companhia de Petrechos Pesados do Regimento e, como tal, passei a participar de vários cursos e atividades um tanto quanto sigilosas, sendo que algumas me causavam grande constrangimento e revolta, falando como brasileiro e nacionalista de fato.  Ouvi muita besteira doutrinária falada por altas patentes, nitidamente adestrados pelo eixo anglo-americano.

Numa manhã, como Oficial de Dia, tive que recepcionar um grupo de Coronéis do Exército Americano que veio ao Brasil para registrar em seus livros contábeis as armas e munições existentes em nosso quartel.  Senti vergonha de ser um Oficial do Exército Brasileiro e de ser brasileiro!  País submisso!  É esse o patriotismo daqueles militares da década de 60?  

Concluí meu estágio e minha vida militar em 1965.  Com tanta raiva e vergonha que senti, nem fui receber minha Carta Patente de Tenente do Exército.

Voltei à minha vida civil e, um dia, em 1967, saindo da faculdade, tarde da noite, me deparei com um sujeito esquelético e de olhos arregalados numa  rua deserta do bairro da Lapa.  Fiquei meio com medo, meio assustado.   Quando cheguei perto do sujeito, que surpresa!  Era o Capitão Collares.  Me dirigi a ele e perguntei:  Collares, o que houve com você, por onde você andava ?   E ele me respondeu, todo maltrapilho, olhando para o além com aqueles olhos arregalados:   eu fiz 6 cestas, eu fiz 6 cestas, eu fiz 6 cestas........  Não me respondia nada além disso.  Não tive como conversar com ele.  Estava louco, destruído.

Fui para casa e comentei com minha mãe que ficou de fazer contato com a família dele em São Luis-MA.

Pois bem, 3 dias depois, o corpo do Capitão Collares apareceu no Aterro do Flamengo, todo crivado de balas.   E o que é o pior que o seu assassinato: em 2005, após a Parada de 7 de setembro, nós, Oficiais da Reserva, nos reunimos no Bar Amarelinho para uma confraternização e recordar casos do nosso tempo de caserna, quando um colega, que é Delegado, fazendo alusão ao Capitão Collares, alegou que o mesmo tinha sido morto no Aterro do Flamengo, junto com outros elementos, em atos de pederastia.  Ou seja, além das torturas a que foi submetido no Exército, ainda levou a fama de pederasta.  Protestei, veementemente, pois o conhecia também na vida civil. Mais uma covardia do Exército!    

                             -x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-

Esses foram alguns dos atos heróicos, justiceiros e democráticos do nosso Exército em 1964, e essa foi, e às vezes ainda o é, a nossa Mídia democrática, isenta e comprometida com a verdade !


José Emílio Gomes
07/07/10 

quinta-feira, 8 de julho de 2010

GEHB ** XI Congresso Luso Afro Brasileiro - Chamada para GTs - Divulgar

 
XI Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais
Diversidades e (Des)Igualdades
    Universidade Federal da Bahia
    Centro de Estudos Afro-Orientais
Praça Inocêncio Galvão, 42, Largo 2 de Julho – CEP 40.066-180 – Salvador-BA
e-mail  conlab@ufba.br home page http://www.conlab.ufba.br/
 
 INSCRIÇÕES DE GRUPOS DE TRABALHO
Data Limite: 15/07/2010
(Última prorrogação)
 
A cidade de Salvador foi escolhida para abrigar, pela primeira vez, o Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais, nos dias 12, 13, 14 e 15 de dezembro deste ano. O evento, que está em sua décima primeira edição, tem como tema as "Diversidades e (Des)Igualdades". Sua organização está a cargo de um comitê composto de pesquisadores de todas as universidades públicas da Bahia, com a coordenação do Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO) da Universidade Federal da Bahia.
 
Especialistas em ciências sociais e humanidades de diversos países estarão reunidos para debater a diversidade e a complexidade de sociedades diferenciadas, nos mais variados aspectos, como é o caso dos países de língua portuguesa.
 
Convidamos grupos de dois a quatro pesquisadores doutores, oriundos de, pelo menos, duas instituições diferentes (e, de preferência, de países diferentes) para apresentarem propostas de Grupos de Trabalhos dentro dos seguintes eixos temáticos.
 
EIXOS TEMÁTICOS
 
1- Identidades, Poder e Política no mundo luso-afro-brasileiro.
2- Economias solidárias e sustentabilidade.
3- Religiões e Religiosidades: identidades e diversidades
4- Processos educativos e diversidades culturais.
5- Direitos e Cidadanias: inclusão, exclusão políticas públicas.
6- Sociabilidades plurais – intersecções de gênero, classe, família, raça/etnia.
7- Corpo, Saúde e Sexualidades.
8- Culturas, Sociabilidades Urbanas e Pluralismos Culturais.
9- Patrimônios culturais: Poder e Memória.
10- Territorialidades e Identidades: Migrações, deslocamentos, globalização e diversidade cultural.
11- Campo/cidade: uso de recursos ambientais, gestões e diversidade cultural.
12- Trabalho e diversidade cultural
13- Linguagens, Literaturas e Artes: diferenças e diversidades
14- Ciências e Tecnologias
15- Comunicação (em meios tradicionais e novos meios), diversidade e desigualdade
16- Relações Internacionais, Estado e Pluralidade Cultural: Conexões
 
As inscrições devem ser feitas online através da home page do evento http://www.conlab.ufba.br
 
Data limite: 15/07/2010
 
Após a aprovação dos Gt's serão reabertas as inscrições individuais.
 
Obs. A proposta de GT deve ser enviada em nome de apenas um dos componentes. Os outros componentes deverão ter seus nomes citados no corpo do resumo. 
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Atividade nos últimos dias:
    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

                                                                                                    Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
 
Visite o Blog do nosso Grupo:http://www.grupohistoriadobrasil.blogspot.com

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