Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

 
O GEPHOM – Grupo de Estudo e Pesquisa em História Oral e Memória da Universidade de São Paulo convida professores, pesquisadores e estudantes para a submissão de resumos para o 1º Simpósio de História Oral e Memória: Memória da Zona Leste de São Paulo, que acontecerá nos dias 22 e 23 de junho de 2010, na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP.
Serão avaliados os resumos sobre temas afins aos dois eixos temáticos do simpósio, remetidos até o dia:
Eixo temático "História e memória da Zona Leste de São Paulo":
Movimentos sociais, história e política na Zona Leste de São Paulo.
Movimentos migratórios em São Paulo e na Zona Leste.
Patrimônio, memória, história e urbanização de bairros, de cidades e da Zona Leste de São Paulo.
Eixo temático "História oral, memória e fontes de pesquisa":
Fontes orais: métodos de pesquisa e análise.
Memória, identidade e cultura.
História oral e história local.
Instruções para a apresentação de propostas
Os interessados deverão enviar seus resumos, impreterivelmente até 05 de abril de 2010 [prorrogado para 12 de abril de 2010], para o e-mail gephom@gmail.com. Eles deverão conter de 400 a 500 palavras, incluindo, de forma não-esquemática: a) justificativa; b) objetivos; c) marco teórico; d) metodologia; e) resultados. Formatação: arquivo em word (.doc) 2003; Times New Roman; Tamanho: 11; Espaçamento: simples. Pede-se anexar uma nota biográfica resumida (máximo 4 linhas). O resultado da avaliação será divulgado a partir do dia 15 de abril de 2010, por e-mail e pelo website http://each.uspnet.usp.br/gephom/. Professores, pesquisadores e estudantes de pós-graduação com trabalhos aceitos serão alocados em sessões temáticas; estudantes de graduação participarão de sessões de comunicação de pesquisa.
Critérios de avaliação
· Os trabalhos serão avaliados pela Comissão de Avaliação, presidida pela coordenação do evento;
· Somente serão avaliados os trabalhos explicitamente referentes à temática do evento e que estiverem de acordo com as normas de prazo e formatação;
· Não será permitida a substituição de arquivo do resumo nem do texto completo.
Certificados
Serão emitidos pela organização do evento aos participantes que apresentarem trabalho e aos ouvintes que comparecerem a pelo menos 85% da programação.
Taxas de inscrição
- Ouvintes: até 30 de abril de 2010: R$ 10,00
após essa data: R$ 20,00
- Apresentadores de trabalho:
estudantes de graduação: R$ 20,00
estudantes de pós-graduação: R$ 50,00
Professores e pesquisadores: R$ 60,00
A taxa de inscrição dará direito à participação em todas as atividades do evento, aos cadernos de resumos e à emissão de certificado (conforme normas acima).
As inscrições para ouvintes já estão abertas.
Maiores informações:
GEPHOM – Grupo de Estudo e Pesquisa em História Oral e Memória
http://each.uspnet.usp.br/gephom/
gephom@gmail.com

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Atividade nos últimos dias:
        **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

                                                                                                        Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
     
    Visite o Blog do nosso Grupo:http://www.grupohistoriadobrasil.blogspot.com

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    No próximo sábado, 17/04, às 9h05 da manhã, o cantor e compositor
    Dorival Caymmi vai ser o homenageado do quadro "Alguém muito especial",
    no programa "Onde canta o sabiá", apresentado por Gerdal dos Santos, na
    Rádio Nacional do Rio de Janeiro 1130 AM.
    Quem não mora no Rio de Janeiro pode ouvir a rádio pela Internet no
    endereço:
    http://www.ebc.com.br/canais/radios/radio-nacional-am-rio-de-janeiro
    É só clicar em "Ao vivo".
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    Atividade nos últimos dias:
          **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

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      terça-feira, 13 de abril de 2010

       
      Convite para apresentação de trabalho no Simpósio Temático
      Coordenação: Cezar Honorato (PPGH-UFF e PPGSS-UERJ)
      Estão abertas as inscrições para apresentação de trabalhos no XIV Encontro Regional de História – ANPUH-Rio "Memória e Patrimônio", a realizar-se entre os dias 19 e 23 de julho de 2010 na UNIRIO.

      Inscrição para apresentação de trabalhos: até o dia 07/05/2010 no site
      http://www.rj.anpuh.org/

      Simpósio História e Urbanização: rediscutindo o espaço urbano


      Resumo O Simpósio Temático História e Urbanização: rediscutindo o espaço urbano pretende ser um local de discussão sobre o espaço urbano. Com o objetivo de refletir sobre questões teóricas e metodológicas referentes à questão urbana, retomando a produção historiográfica do final dos anos 1980, este Simpósio convida pesquisadores a revisitar o tema considerando a cidade como parte da equação na construção do conhecimento.
      Pretende-se abrir espaço para que se discuta a cidade como elemento constituinte da identidade, refletindo sobre seus usos e suas transformações e permanências.  Aqui, a relação cidade e cotidiano é de grande importância. Perceber a cidade como o espaço onde a vida é vivida – onde a repetição, a reprodução de valores as mudanças ocorrem – mostra que a cidade se transforma constantemente. Assim, a cidade está imbuída de permanência e mudança, refletindo a capacidade da sociedade de adotar novas soluções e usos diferentes do espaço, onde a cidade criativa emerge do cotidiano.
      Partindo da constatação de que os diferentes grupos sociais que compõem o Rio de Janeiro no início do século XX formavam espaços onde reproduziam seus territórios de origem – tal como ocorreu na Praça XI – perceber as redes de sociabilidade refletidas no espaço da cidade constitui uma análise importante para a compreensão do processo de constituição do território urbano do Rio de Janeiro ao longo dos últimos cem anos.
       Trata-se de entender o território a partir de sua dimensão humanizada, pois o mesmo está relacionado com a existência humana, sendo esta escrita no tempo e no espaço. Assim, percebe-se a cidade como fruto da relação que os indivíduos constroem entre si num determinado tempo e espaço. Aqui o espaço urbano será constituído de um território, de relações sociais e de um tempo preciso, cuja dinâmica e contradições serão objetos de análise.
      Propõe-se com este Simpósio refletir como as relações entre território, relações sociais e tempo se apresentam na elaboração da infra-estrutura urbana e como se refletem nas contradições sociais oriundas deste processo. Estas reflexões também permitem a discussão sobre os principais desafios sociais vivenciados na atualidade, com ênfase nas questões da favelização, violência, transporte e saúde.







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      Atividade nos últimos dias:
            **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

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        Caros colegas,

        Estão abertas até o próximo dia 23 de abril as inscrições de comunicações para apresentação nos Simpósios Temáticos que comporão a programação do 3º Encontro Internacional de História Colonial, a ser realizado entre 4 e 7 de setembro deste ano no campus da Universidade Federal de Pernambuco, em Recife.
        Para maiores informações sobre os STs, normas de formatação dos trabalhos, pagamento de inscrições, programação de conferências e mesas-redondas, acessem o sítio eletrônico do evento na URL http://www.eihc2010.com.br/


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        Att,
        Comissão Organizadora
        3º Encontro Internacional de História Colonial
        "Cultura, Poderes e Sociabilidades no Mundo Atlântico (séculos XV a XVIII)"




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          segunda-feira, 12 de abril de 2010

           

          I Colóquio Regional de História Colonial

          Fonte: UFRB

          Os estudos acerca do período colonial têm sido gradativamente objeto de pesquisas e reflexões nas universidades públicas baianas. Com o objetivo de promover um maior estreitamento dos laços entre os pesquisadores dessas instituições e uma maior divulgação dos estudos que envolvam esta temática, será realizado nos dias 29 e 30 de Abril o I Colóquio Regional de História Colonial.

          O Colóquio será realizado no Auditório do CAHL, veja abaixo a programação completa:




          Programação:
          1º dia – 29 de abril
          09h00 – 09h30 – Abertura
          09h30 – 11h30 – Mesa 1
          História religiosa: práticas e instituições
          Humberto José Fonseca (UESB) – Rituais da corte: ritualidade, sociabilidade e poder na América portuguesa
          Evergton Sales Souza (UFBA) – As constituições primeiras do arcebispado da Bahia
          Fabrício Lyrio Santos (UFRB) – As cartas de Nóbrega e a conversão do gentio
          Camila Fernanda Guimarães Santiago (UFRB) – Produção, comércio e consumo de gravuras religiosas no mundo luso-brasileiro: incentivos e controle do Estado Português na segunda metade do século XVIII e início do XIX
          Mediador: Leandro Antônio de Almeida (UFRB)

          14h30 – 16h30 – Mesa 2
          Modos de repressão no Império Colonial português
          Roque Felipe Oliveira Filho (UESB) – Crimes e perdões na ordem jurídica colonial. Bahia (1750-1808)
          Marco Antônio Nunes da Silva (UFRB) – A Bahia nos cadernos do Promotor: perspectivas de pesquisa
          Grayce Bonfim Souza (UESB) – Pontas dos longos tentáculos: agentes do Santo Ofício português na Bahia setecentista
          Suzana Severs (UNEB) – Relações de vizinhança: cotidiano da Bahia setecentista em processos inquisitoriais
          Mediador: Antonio Liberac Cardoso (UFRB)

          19h00 – Conferência I
          Conferencista: Kalina Vanderlei Paiva da Silva (UPE)

          2º dia – 30 de abril
          09h00 – 11h00 – Mesa 3
          Economia e relações de poder na América portuguesa
          Caio Figueiredo Fernandes Adan (UEFS) – Soberania e territorialidade na América Portuguesa: a colonial comarca dos Ilhéus (1763-1808)
          Luiz Antonio Araújo (UFRB) – Contratos, fiscalidade e comércio na Bahia (1641-1730): notas de pesquisa
          Maria José Rapassi (UFBA) – Viver honradamente na Salvador do século XVIII
          Avanete Pereira Sousa (UESB) – Poder, política e economia na Bahia colonial
          Mediadora: Rita Almico (UFRB)

          15h00 – 17h00 – Mesa 4
          Escravidão e identidades afro-brasileiras
          Adriana Dantas Reis Alves (UEFS) – Beleza negra, cultura sexual e escravidão
          Carlos Eugênio Líbano Soares (UFBA) – Nações africanas na Bahia escravista
          Lucilene Reginaldo (UEFS) – André Couto Godinho, preto, natural do Brasil, missionário no Congo: trânsitos atlânticos da "gente de cor" no Império Português (1779-1788)
          Tânia Maria Pinto de Santana (UFRB) – Os negros e a devoção mariana na concepção do clero baiano colonial
          Mediador: Walter Fraga (UFRB)


          19h30 – Conferência II
          Conferencista: Maria Hilda Baqueiro Paraíso (UFBA)

          Comissão organizadora:
          Marco Antônio Nunes da Silva (UFRB), Fabrício Lyrio Santos (UFRB), Tânia Maria Pinto de Santana (UFRB), Grayce Bonfim Souza (UESB) e Avanete Pereira Sousa (UESB).
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            domingo, 11 de abril de 2010

            Memória e Cinzas - Vozes do Silêncio, coletânea de ensaios sobre o Holocausto, organizada por Edelyn Schweidson

             





                                                                                                                  

            A  ASA - Associação Scholem Aleichem de Cultura e Recreação convida para o debate sobre o livro
            Memória e Cinzas - Vozes do Silêncio
            , coletânea de ensaios sobre o Holocausto, organizada por Edelyn Schweidson,
            no
            dia 18 de abril, às 17 horas, na sala de vídeo.
                                    
            O encontro contará com a presença de três dos autores:
            o cientista político Sérgio Paulo Rouanet
            e
            os psicanalistas Edelyn Schweidson e Eduardo Vidal.





            A entrada é franca


            A ASA está localizada na Rua São Clemente n. 155, Botafogo, Rio de Janeiro e possui estacionamento pago.


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            Atividade nos últimos dias:
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              +livros


              Caldeira fervente
              Em nova obra, historiador diz que esquerda brasileira se enganou na interpretação do Brasil e afirma que país não era refém da metrópole

              RAFAEL CARIELLO
              DA EQUIPE DE EDITORIALISTAS

              Processos de revisão histórica exigem trabalho redobrado. Não basta chamar atenção para fatos que antes passavam despercebidos ou explicar, de maneira inédita, o passado.

              Uma vez estabelecida a nova interpretação, é hora de perguntar: como foi possível que os pesquisadores de décadas passadas não vissem isso? O que levou historiadores, por tanto tempo, a se "enganar"?

              Já faz mais de duas décadas que a visão sobre o passado colonial brasileiro tem mudado radicalmente. O novo livro de Jorge Caldeira, "História do Brasil com Empreendedores", cumpre o importante trabalho de sintetizar e divulgar boa parte dos trabalhos acadêmicos recentes que contribuíram para essa empreitada.

              Mas vai além, ao buscar uma explicação para a vigência da interpretação anterior, que prevaleceu na maior parte do século passado.

              Ficou para trás, como mostra Caldeira, a ideia de uma América portuguesa pobre e espoliada pelas metrópoles europeias. Passou a prevalecer a interpretação de uma economia mais dinâmica e uma sociedade muito mais complexa do que as explicações que colocavam ênfase na dependência colonial deixavam ver.

              As razões do atraso do país são mais recentes e determinadas não pela transferência de recursos para Portugal, mas pelas escolhas que uma elite política e econômica, residente no Brasil, fez.

              A contribuição inédita de Caldeira, autor da importante biografia de Irineu Evangelista de Sousa, "Mauá - Empresário do Império" (Cia. das Letras), está na segunda tarefa, para a qual é dedicada metade de seu novo livro.

              Ele diz ter descoberto, de maneira fortuita, uma espécie de véu ideológico no trabalho de Caio Prado Jr. (1907-90), pai das explicações hegemônicas sobre o país entre os anos de 1930 e 1980.

              Há mais de uma década, enquanto pesquisava para seu doutorado em ciência política, na USP, ele notou semelhanças impressionantes entre trechos das obras de Prado Jr. e do historiador conservador Oliveira Vianna (1883-1951).

              A visão que Prado Jr. -autor marxista e referência para gerações de pesquisadores de esquerda- tinha do Brasil havia sido cunhada, em grande medida, por Vianna, pensador antiliberal e crítico da democracia representativa, diz.

              Parte da esquerda brasileira, portanto, seria herdeira direta do pensamento conservador da virada do século 19 para o 20. Ambas, às vezes pelas mesmas razões, às vezes por motivos diversos, leram mais de quatro séculos de história como a narrativa de um país cronicamente inviável.

              Foi Vianna, antes de Prado Jr., quem colocou o "latifúndio" no centro de seu modelo explicativo sobre as razões do atraso brasileiro. Para o conservador, as consequências da importância exacerbada da fazenda exportadora eram sobretudo políticas.

              A sociedade brasileira se via reduzida à oposição entre senhores e escravos, e entre eles uma massa de homens dependentes dos proprietários, incapazes de se associar livremente e criar o substrato social necessário para a vigência, mais tarde, da democracia.

              Daí por que o modelo liberal -incluindo o voto direto- era estranho ao país e não deveria ser importado, dizia Vianna. Prado Jr. foi diretamente influenciado por esse modelo.

              O capital ficava aqui

              Caldeira compara trechos extensos das obras dos dois autores para mostrar os empréstimos interpretativos do historiador marxista -que, no entanto, centrou esforços na explicação das consequências econômicas do "latifúndio agrário-exportador".

              Por ser montada sobre uma base material de grandes fazendas voltadas para o comércio externo, a América portuguesa -segundo o modelo de Prado Jr. e da explicação hegemônica sobre o país depois dele- era pobre, dependente, desprovida de lógicas política e ideológica próprias tanto quanto de dinamismo econômico interno.

              Versão falhada, mero simulacro, da sociedade europeia e, mais tarde, da americana. Pesquisas recentes, citadas por Caldeira, demonstram que a explicação estava errada. O país não só dispunha de um dinâmico mercado interno já no século 18 como boa parte da riqueza que sua elite acumulava não era transferida para Portugal -ao contrário, era reinvestida na própria colônia.

              Do ponto de vista social, a maior parte da população não era composta por senhores ou escravos, mas por homens livres, mestiços, que estavam longe de ser meros agregados dos poderosos.

              Muitos eram lavradores ou comerciantes, e a forma mais comum de propriedade não era o latifúndio, mas o sítio, o pequeno pedaço de terra trabalhado pela família. Apenas um décimo da população livre era proprietária de escravos.

              Forçando bastante a analogia com os tempos atuais, é como se as pesquisas das últimas décadas tivessem descoberto uma enorme "classe C" no passado colonial do país -além de uma pujante elite financeira.

              São esses os "empreendedores" da obra de Caldeira: não só os traficantes de escravos e "banqueiros" que se encontravam no topo da pirâmide econômica mas também os pequenos comerciantes e lavradores, bandeirantes e proprietários de pequenas manufaturas.

              O comércio era intenso, a colônia enriqueceu e, ao final do século 18, o Brasil já era indubitavelmente mais rico que sua metrópole, Portugal. O caminho para a acumulação não estava na produção em grande escala de mercadorias, como viria a acontecer em todo o mundo depois da Revolução Industrial. Na América portuguesa, exatamente como nos países europeus do Antigo Regime, eram os grandes comerciantes que enriqueciam.

              Acumulavam recursos e emprestavam dinheiro aos proprietários. Mas também havia comércio e investimento em menor escala, espalhados de forma capilar pela colônia. Eram esses canais que permitiam a acumulação de recursos, o reinvestimento na produção e o enriquecimento material -para falar em termos atuais, o "crescimento do PIB".

              Não se trata ainda de capitalismo. Não havia relações contratuais ou de troca monetária em larga escala, como hoje. Para investir, e enriquecer, os "empreendedores" dependiam de relações de confiança, da teia de vínculos sociais que criavam. Ao casar, criar laços de compadrio ou de dependência, a sociedade colonial se reproduzia segundo uma lógica que não era "utilitarista", que não visava simplesmente o lucro, mas que não excluía o ganho material.

              Fiado e dote

              Esse modelo misto já foi flagrado por outros historiadores, e Caldeira tenta uma sistematização para o caso brasileiro. O adiantamento de bens ou recursos, a instituição do "fiado", o empréstimo e o dote criavam canais que levavam ao enriquecimento do credor ao mesmo tempo em que se baseavam em relações pessoais.

              Sem esse "capital", não se poderia explicar de onde o interior da colônia tirava recursos para se reproduzir materialmente, para ampliar seus negócios -da criação de gado ao plantio de alimentos para a venda no mercado interno.

              Como se vê, há analogias óbvias, da "classe C" à expansão do crédito, entre essa interpretação renovada do Brasil Colônia e certa euforia econômica atualmente vivida pelo país. Mas seria um erro fazer de uma o reflexo da outra. As pesquisas que mudaram a compreensão sobre o passado do país tiveram seu grande impulso em um momento completamente diferente, entre o final dos anos 80 e início dos 90, quando o ambiente político e econômico no Brasil era outro.

              Não será surpresa, no entanto, se a atual atenuação do secular complexo de vira-latas dos brasileiros contribuir para uma maior difusão desses trabalhos.


              HISTÓRIA DO BRASIL COM EMPREENDEDORES

              Autor: Jorge Caldeira
              Editora: Mameluco (tel. 0/ xx/11/ 3123-0110)
              Quanto: R$ 49 (336 págs.)


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              Fabrício Augusto Souza Gomes
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              Atividade nos últimos dias:
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                Síntese imperfeita
                Caio Prado Jr. é clássico, mas datou em alguns pontos, diz historiadora da USP

                EUCLIDES SANTOS MENDES
                DA REDAÇÃO
                Autor do clássico "Formação do Brasil Contemporâneo" (ed. Brasiliense), o historiador Caio Prado Jr. foi um dos mais influentes do século 20 no país. Para a professora de história moderna na USP Laura de Mello e Souza, ele "ensinou gerações a pensarem sobre o Brasil", tornando-se "um ponto de referência obrigatório".
                Em entrevista à Folha, a autora de obras importantes sobre o período colonial brasileiro adverte que Prado Jr. "está ultrapassado em certos pontos" e parte do seu pensamento está datado -como em análises que ele fez sobre a administração colonial.



                 

                FOLHA - Como a sra. avalia o legado de Caio Prado Jr. hoje?

                LAURA DE MELLO E SOUZA
                - Posso falar apenas de "Formação do Brasil Contemporâneo", obra que conheço melhor. É um clássico, um marco na historiografia brasileira e na história intelectual do Brasil. Consegue, ao mesmo tempo, ser sintética e interpretativa. Como qualquer obra, tem aspectos que não se mantêm mais, que foram ultrapassados. Mas continua, a meu ver, tendo papel destacado na história intelectual do país. Pode-se contestá-la, nunca ignorá-la.
                FOLHA - De que modo "Formação do Brasil Contemporâneo" (1942) criou uma explicação poderosa sobre o Brasil colonial?

                MELLO E SOUZA
                - Na medida em que chama a atenção para o sentido tomado pela colonização portuguesa na América e mostra que estava primordialmente voltado para enriquecer a metrópole, e não a colônia. Daí a ênfase maior dada à exportação dos produtos coloniais, que rendeu mal-entendidos e polêmicas, sobretudo as críticas sobre seu descaso com o mercado interno. Prado Jr., a meu ver, deu até bastante destaque ao mercado interno, mostrando como se articulava ao externo. Só que mostrou que ninguém vinha para a América plantar milho e mandioca, porque isso não faria dos colonizadores e colonos pessoas prósperas. Eles vinham atrás de ouro, ou para vender escravo, ou para plantar cana etc. Em suma, a colonização voltava-se para os produtos que alcançavam preços altos nos mercados internacionais. Mesmo que se plantasse milho, mandioca, que se criassem porcos, e mesmo que essas atividades fossem lucrativas. Mas não era esse o móvel, o objetivo maior.
                FOLHA - Em que seu pensamento está datado na historiografia?

                MELLO E SOUZA
                - Não gosto do que diz sobre os escravos, pois ainda está muito eivado de formulações próprias à primeira metade do século 20 e que, hoje, soam mal aos nossos ouvidos politicamente corretos. O que diz sobre a administração colonial também é muito datado e até incorreto, como eu mesma tive oportunidade de contestar recentemente [no livro "O Sol e a Sombra", Companhia das Letras]. Mas ele me iluminou quando, no final dos anos 1970, eu estudava os homens livres pobres na mineração, sobretudo porque me permitiu pensar a dialética do ônus e da utilidade dos vadios numa sociedade colonial e escravista. E ele continua iluminando jovens pesquisadores que o leiam direito.
                FOLHA - Há imprecisões históricas e interpretativas em sua obra?

                MELLO E SOUZA
                - Várias, como na de todo historiador, sobretudo os que ousam. Caio Prado Jr. está ultrapassado em certos pontos porque foi um grande historiador no seu tempo.

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                Fabrício Augusto Souza Gomes

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                Atividade nos últimos dias:
                      **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

                                                                                                                      Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
                   
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                  sexta-feira, 9 de abril de 2010

                   

                  sexta-feira, 9 de abril de 2010


                  Revista de História da FFLCH/USP

                  Revista de História lança novo site
                  (fonte: site Fapesp, 18/3/2010)

                  Acaba de ser lançado o novo site da Revista de História, do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP). Além de continuar disponibilizando gratuitamente todos os artigos publicados na revista desde 1995, o novo site agrega algumas inovações relacionadas à facilidade de consulta e pesquisa. Uma das novidades é a possibilidade de fazer buscas por autores e palavras-chave nos índices dos artigos.

                  Os editores da publicação estão, atualmente, digitalizando todo o antigo acervo da revista, desde seu primeiro número, lançado em 1950. Em breve, todo o material estará disponível no site e, também, no Portal de Periódicos da USP, onde é possível realizar buscas e pesquisa mais completas, que abarcam os textos integrais dos artigos e não apenas os índices da revista.

                  Fundada em 1950 pelo professor Eurípedes Simões de Paula, a Revista de História é um dos mais antigos periódicos acadêmicos do Brasil especializado nessa disciplina. Sua missão é divulgar artigos em português e espanhol, originais inéditos ou traduzidos, resenhas e edições críticas de fontes na área de história e afins.

                  O principal objetivo da publicação é contribuir para o debate acadêmico nas áreas de história e nas ciências humanas em geral, além de servir como meio de divulgação da produção acadêmica a um público mais amplo.

                  Sua periodicidade é semestral e sua publicação conta com o apoio financeiro dos programas de pós-graduação de História Social e História Econômica da FFLCH, além Programa de Apoio às Publicações Periódicas Científicas da USP.

                  Mais informações: http://revhistoria.usp.br

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                  Prezados(as):
                  Já está no ar o site do II Encontro Internacional de Ciências Sociais. O link para acesso é http://www.ufpel.edu.br/isp/ppgcs/eics. A partir dele, vocês poderão ter acesso a todas as informações referentes ao evento. Aproveito ainda para informá-los(as) que a data limite para envio dos trabalhos completos foi prorrogada para o dia 30 de abril de 2010. Lembrem de encaminhar seus trabalhos de acordo com as normas do evento que estão disponíveis no site. 
                  Já em relação à conta corrente para efetuar a inscrição no evento, esta estará disponível em breve.
                  Acessem, por gentileza, regularmente o site do II EICS para receberem atualizações.
                  Atenciosamente,
                  Daniel de Mendonça,
                  Coordenação II EICS.  


                  Veja quais são os assuntos do momento no Yahoo! + Buscados: Top 10 - Celebridades - Música - Esportes
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                  quarta-feira, 7 de abril de 2010

                   

                  Curso de Pós-Graduação em Cultura e Arte Barroca abre inscrições neste mês

                  O Instituto de Filosofia, Artes e Cultura (IFAC) da UFOP informa que em 12/04 têm início as inscrições para o curso de Pós-Graduação lato sensu em Cultura e Arte Barroca. O prazo se estende até o dia 17/05 e os interessados devem comparecer ao IFAC (Rua Coronel Alves, n° 55, Centro Ouro Preto, MG) em posse dos seguintes documentos: ficha de inscrição preenchida; cópia do diploma de graduação; uma foto recente 3x4; cópia da cédula de identidade; curriculum vitae; e cópia do comprovante de depósito (veja a tabela de valores de investimento – vencimento dia 5).

                  O curso é destinado a profissionais de nível superior nas áreas de Artes, Educação, Arquitetura, História, Restauração, Música ! ou outras afins e pesquisadores, professores e demais interess! ados em refletir e atualizar seus conhecimentos de história da arte. Os objetivos principais são oferecer qualificação de caráter informativo e reflexivo sobre a arte e a cultura do período colonial, discutir aspectos centrais da Cultura e da Arte Barroca e capacitar os alunos para o desenvolvimento de projetos de pesquisa e para a atuação no ensino e em programas ligados ao patrimônio cultural.

                  Dividido em duas opções, os interessados podem escolher entre cursar dois módulos com carga de 180 horas cada, ou quatro módulos com carga de 90 horas cada. As aulas acontecem de segunda a sexta-feira, das 08h às 12h e 14h às 18h, com alguns sábados letivos.

                  Criado em 1985, o curso é o único no gênero realizado no Brasil e conta com uma grade de matérias que abrange os mais variados aspectos relacionados ao tema. Os professores são especialistas em teorias sobre o Barroco no país. As aulas são teóricas e práticas, realizadas não só em igrejas, museus e monumentos de Ouro Preto, mas também em viagens a cidades como Congonhas, Ouro Branco, Itaverava, Santa Rita Durão, Catas Altas, Mariana, entre outras, com custo de transporte incluído. Além disso, as aulas tratam de questões atuais ligadas ao patrimônio histórico.

                  Mais informações no edital ou pelo telefone (31)3559-1726.

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                  Abaixo algumas informações sobre o curso.
                  CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO "LATO SENSU"
                  ESPECIALIZAÇÃO EM HISTÓRIA DO BRASIL
                  HABILITAÇÃO EM MAGISTÉRIO SUPERIOR
                  APRESENTAÇÃO
                  Diante das transformações que se processam na sociedade brasileira, faz-se fundamental repensar constantemente esta mesma sociedade.
                  Neste sentido, as Faculdades Integradas "Espírita", através do seu Centro de Pós-graduação e Extensão – CPGEX, promovem o Curso de Pós-graduação Lato Sensu em História do Brasil – Ensino e Historiografia.
                  O curso tem como objetivo o debate, consistente e plural, em torno das questões de interesse, seja do ponto de vista teórico, sócio-político ou educacional, deste início de século.
                  PÚBLICO ALVO
                  Graduados em Ciências Humanas e áreas afins.
                  CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
                  - Historiografia Brasileira. 30h/a
                  - Economia Brasileira. 30h/a
                  - História do Trabalho. 30 h/a
                  - Política Brasileira. 30 h/a
                  - Religião e Religiosidade no Brasil. 30h/a
                  - Gênero e História. 30h/a
                  - Metodologia da Pesquisa. 60h/a
                  - Didática do Ensino Superior. 30h/a
                  - Metodologia do Ensino Superior. 30h/a
                  - História do Pensamento Brasileiro. 30h/a
                  - História e Memória: Conceitos e Abordagens. 30h/a
                  - História dos Movimentos Sociais no Brasil. 60h/a
                  - História Cultural:Conceitos e Métodos. 30h/a
                  - História Brasileira Através das Escolas Literárias. 30 h/a
                  CORPO DOCENTE
                  Formado por Doutores, Mestres e Especialistas
                  CARGA HORÁRIA
                  480 horas
                  CRONOGRAMA
                  Aulas aos sábados das 8h às 18h.
                  INICIO (Sujeito à Formação de Turma)
                  2010
                  INVESTIMENTO
                  Inscrição: R$ 60,00
                  22 parcelas de R$160,00
                  CERTIFICADO E AVALIAÇÕES
                  O Certificado de Conclusão será fornecido ao aluno com freqüência mínima de 75 % e nota de aproveitamento igual ou superior a 7,0 (sete) – nota mínima exigida para todos os trabalhos que serão exigidos ao final de cada módulo.
                  Após a conclusão dos módulos, o aluno terá um período de seis meses para a apresentação da monografia, cuja nota mínima para aprovação é 7,0 (sete).
                  Em caso de não apresentação da monografia, o aluno terá direito a um Certificado de Aperfeiçoamento acompanhado do respectivo Histórico Escolar.
                  Regulamentado pela Resolução 01/2007 – CES/CNE de 08/06/2007.
                  Caso haja interesse em fazê-lo, favor encaminha ficha de pré inscrição e assim que feche-se turma, entramos em contato.
                  Att,
                  Rose

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                  terça-feira, 6 de abril de 2010

                   

                  Entrevistado: Senador Paulo Paim (PT-RS)

                  Conversa Cappuccino - A seção de entrevistas do Café História!


                  História para Historiadores
                  Senador conversa com o Café História sobre projeto de lei de sua autoria que pretende regulamentar a profissão de historiador no Brasil

                  Ele não é historiador, mas seu trabalho está prestes a mudar o estatuto de milhares de historiadores brasileiros. Podemos definir desta forma a importância do novo entrevistado do Café História, o Senador Paulo Paim (PT-RS), autor do projeto de lei que prevê a regulamentação do ofício de historiador, no Brasil.

                  Nascido em 15 de março de 1950, em Caxias do Sul, Paulo Paim é metalúrgico formado pelo SENAI. Foi deputado federal de 1987 a 2002. Desde 2003 é senador, eleito no pleito de outubro de 2002 pelo PT com 2.102.904 votos (19,07% dos votos válidos), pelo estado do Rio Grande do Sul. É filiado ao Partido dos Trabalhadores.

                  Para saber mais sobre o projeto do senador que afeta a todos os historiadores do país, confira abaixo uma entrevista exclusiva que o Café História fez com o senador.


                  CAFÉ HISTÓRIA -Senador Paulo Paim, antes de tudo, muito obrigado por aceitar a entrevista do Café História. Recentemente, o seu projeto de lei para a regulamentação da profissão de historiador tem sido tema de grandes debates em nossa rede. Por isso, é uma grande honra poder escutá-lo. E começamos nossa conversa resgatando o surgimento de sua proposta: por que regulamentar a profissão de historiador? Quando e como surgiu a idéia?

                  SENADOR PAULO PAIM - Sou eu quem agradece a oportunidade de conversar com vocês neste espaço. Sobre a pergunta, o projeto nasceu das inúmeras reivindicações da categoria. Consideramos o pedido justo, afinal, os profissionais da área precisam ter seus direitos reconhecidos. Mais que isso, reconhecer e regulamentar a profissão é mostrar aos historiadores que o país valoriza o trabalho e os profissionais.

                  CAFÉ HISTÓRIA -O que falta para que o projeto de lei seja totalmente aprovado e posto em prática? Quanto tempo isso deve demorar? Ainda há possibilidade de alteração do texto?

                  SENADOR PAULO PAIM - Para que a matéria vire lei, é necessário que a Câmara vote e aprove a matéria da forma como saiu aqui do Senado. Se houver alteração na Câmara, a matéria retorna ao Senado. Infelizmente, não podemos prever o tempo de tramitação, pois isso dependerá da tramitação na Câmara. Nesse ponto digo sempre que o rufar dos tambores nas ruas deve se fazer ouvir aqui no Congresso. Pressionar é sempre um bom caminho.

                  CAFÉ HISTÓRIA -Senador, qual a opinião de seus colegas senadores sobre esse projeto de lei? Quais deles estão mais empenhados na defesa dessa "causa"?

                  SENADOR PAULO PAIM - A aprovação da matéria, por unanimidade, demonstra que todos os senadores são favoráveis a nossa proposta. Foi um trabalho coletivo. Eu sou o autor e o relator é o senador Cristovam Buarque.

                  CAFÉ HISTÓRIA - Alguns pesquisadores autônomos e pesquisadores de áreas co-relatas temem que a lei possa vir a ser prejudicial aos não-portadores de diploma em história. Isso é verdade?

                  SENADOR PAULO PAIM - O reconhecimento da profissão vai exigir que as pessoas tenham diploma. Espero que a iniciativa não venha a trazer prejuízo para os pesquisadores que se debruçam sobre a História.

                  CAFÉ HISTÓRIA - Como evitar que a regulamentação da profissão priorize regras, normas e pré-condições, deixando em segundo plano aquilo que é primordial na pesquisa histórica, ou seja, o livre exercício crítico e a ética na pesquisa?

                  SENADOR PAULO PAIM - As normas e regras devem existir para que haja organização e eficiência no trabalho. Com certeza, o equilíbrio é a receita. Acredito que bem equalizados, estes itens só contribuirão para que o exercício crítico e a ética sejam sempre a prioridade na pesquisa histórica.

                  CAFÉ HISTÓRIA - A regulamentação da profissão pode ser um primeiro passo para a constituição de Conselho Regional ou Nacional de História? Qual o impacto da aprovação dessa lei para os cursos de Ensino Superior em História?

                  SENADOR PAULO PAIM - Certamente pode vir a ser a primeira de muitas conquistas para a área. Acredito que a partir da regulamentação haverá mais procura pelos cursos, sem falar na questão da valorização dos cursos e dos profissionais.

                  CAFÉ HISTÓRIA - Senador, conforme vimos nos últimos anos, a regulamentação de profissões, no Brasil, vem provocando grandes celeumas. Enquanto busca-se regulamentar a profissão de historiador, os jornalistas, por exemplo, vêem a sua profissão passar grandes mudanças, como a queda da obrigatoriedade do diploma do Ensino Superior. Qual a sua opinião sobre essa exigência para o exercício do jornalismo?

                  SENADOR PAULO PAIM - Acredito que é necessário aprovarmos a regulamentação da profissão de jornalistas. É preciso que se entenda que há uma diferença entre escrever bem e ser um bom jornalista. Além do mais, a não regulamentação da profissão, a meu ver, faz com que o jornalismo brasileiro perca muito no aspecto de independência e investigação. Os profissionais, por sua vez, precisam ter respeitado o fato de que se prepararam para atuar.

                  CAFÉ HISTÓRIA - O senhor acredita ainda na regulamentação de outras profissões? Quais?

                  SENADOR PAULO PAIM - Sim. Acredito. É preciso termos claro que regulamentar profissões é garantir direitos para os trabalhadores. Por isso, sou a favor de diversas categorias. De minha autoria, por exemplo, apresentei a regulamentação dos profissionais da educação física, dos comerciários, motoristas, ortoptistas.

                  CAFÉ HISTÓRIA - A regulamentação da profissão certamente vai ajudar a criar novos postos de trabalhos e estabilidade para os profissionais da área. Mas será que, no futuro, a história pode ser alvo de delimitações que partam da política e não do meio intelectual/acadêmico?

                  SENADOR PAULO PAIM - Não sabemos exatamente o que poderá acontecer no futuro, mas a responsabilidade do legislador é estar à frente do seu tempo. Cumpri com o meu dever olhando para o presente e apostando num futuro diferente. Se ficarmos paralisados que futuro teremos? A regulamentação da profissão é um marco e é responsabilidade de todos os profissionais da área ocupar este espaço que é naturalmente seu.

                  CAFÉ HISTÓRIA - Senador, centenas de leitores e associados do Café História receberam com entusiasmo a aprovação do seu projeto na Comissão de Assuntos Sociais do Senado. O que o senhor poderia dizer a esses mais de 19 mil estudantes, pesquisadores e professores de história?

                  SENADOR PAULO PAIM - Em primeiro lugar parabenizo a todos por terem conquistado essa vitória, afinal, ela não é minha, mas de cada um vocês. Em segundo, quero que saibam que me alegra ver a luta de vocês que escolheram essa belíssima profissão. Nosso país precisa, cada vez mais, de pessoas que se interessem pela área, pois apenas quem conhece o rumo dos acontecimentos pode olhar para o futuro e nos auxiliar a trilhar um belo caminho. Por isso, mais uma vez, parabéns a todos sejam estudantes, pesquisadores e professores. Sei que o caminho que vocês escolheram nem sempre é o mais fácil, mas certamente é um dos mais importantes e belos para a história de nossa gente. Tenho certeza que a felicidade de vocês é também a minha. Quando coração de vocês bater mais forte com a conquista alcançada, podem ter certeza que o meu explodirá de satisfação. Abraços a todos.
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