Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

sábado, 7 de maio de 2016

Academia Brasileira de Ciências comemora 100 anos no Museu do Amanhã

FONTE: FAPERJ - Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro -Débora Motta


   Avila e Lyubich: a contribuição brasileira para a matemática foi
  destacada
 na Reunião da ABC (Fotos: Lécio Augusto Ramos)    
Símbolo da tradição científica brasileira, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) completa 100 anos nesta semana e comemora a ilustre data durante a sua Reunião Anual, que começou na quarta-feira, 4 de maio, e vai até esta sexta-feira, 6 de maio, nas instalações do ainda recém-inaugurado Museu do Amanhã, situado na Praça Mauá, região portuária da capital fluminense. Com o tema “Um século de ciência: construindo um futuro melhor”, a reunião apresenta, no auditório do museu, uma série de conferências sobre temas relevantes, como Zika vírus, saúde global, segurança alimentar sustentável, energia, novas tecnologias e educação, com pesquisadores que estão na fronteira do conhecimento científico e tecnológico (confira a programação completa: http://www.abc.org.br/IMG/jpg/doc-6848.jpg).

Na sessão de abertura, realizada nesta quarta-feira, o físico japonês Takaaki Kajita falou sobre seus experimentos de oscilação de neutrinos. Ele ganhou o Prêmio Nobel de Física em 2015, pelo estudo que demonstrou que essas minúsculas partículas do átomo, sem carga elétrica, possuem massa. Até então, o chamado Modelo Padrão da Física de Partículas não admitia que esta característica para os neutrinos. Em experimentos no Observatório Super Kamiokande (Universidade de Tóquio), ele verificou que um tipo de neutrino pode se transformar em outro - hoje os cientistas sabem que há três tipos de neutrinos: do elétron, do múon e do tau. “Os neutrinos podem ser a chave para que nós possamos entender melhor a física das partículas e a constituição da matéria, que forma tudo o que há no universo”, disse Kajita.

Em seguida, foi a vez do ganhador do Prêmio Turing, John Hopcroft, compartilhar sua experiência na área de ciências da computação, na análise de algoritmos e estruturas de dados. Ele afirmou que, na era da informação, o progresso tecnológico passa fundamentalmente por avanços nesta área e nas ciências biológicas. “Os estudos em biologia, aliados à computação, vão mudar a forma como vemos o mundo”, disse Hopcroft, que citou a área de neurociência como uma das beneficiadas pelas ciências da computação, com os estudos de deep learning, que analisam o processamento de informações pelo cérebro humano. Ele revelou que se tornou professor na área quase por acaso, quando o então chefe de Departamento de Engenharia Elétrica na Universidade de Princeton, na Costa Leste dos Estados Unidos, o chamou para dar uma aula de ciências da computação. “Naquela época, era uma área nova e pouco conhecida”.

Diversidade acadêmica: a partir da esq., o Nobel de Física, Takaaki Kajita; o vencedor do Prêmio Turing, John Hopcroft; e os conferencistas da mesa sobre saúde Paulo Buss, Maria Inês Schmidt, Cesar Victora e Mauricio Barreto 
A saúde esteve em pauta nas palestras dos médicos Cesar Victora (epidemiologista – Universidade Federal de Pelotas), Mauricio Barreto (especializado em Saúde Coletiva –  Universidade Federal da Bahia), Maria Inês Schmidt (endocrinologista – Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e Paulo Buss (diretor do Centro de Relações Internacionais da Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz – Cris/Fiocruz). Victora falou sobre a saúde de mães e crianças no mundo. “A mortalidade de crianças abaixo de cinco anos no Brasil caiu de 12,7 milhões para 5,9 milhões, de 1990 a 2015. Houve avanços, mas ainda temos desafios”, disse. “Hoje, complicações associadas à prematuridade são a principal causa de mortes de crianças no mundo. No Brasil, mais de 60% dos partos são cesáreas, o que está associado ao nascimento de bebês prematuros”, contextualizou.  
Barreto avaliou a capacidade de resposta da comunidade científica brasileira diante da atual epidemia de Zika vírus. “Nós tivemos capacidade de reagir rapidamente no Brasil, mesmo com poucos recursos, muitos grupos científicos se empenharam em identificar a relação entre a epidemia e a microcefalia”, avaliou o pesquisador, lembrando que o agente infeccioso apareceu repentinamente no País depois de atingir a Polinésia Francesa, em 2013. “Possivelmente, o Zika vírus que chegou ao Brasil, trazendo como dois grandes problemas a Guillain-Barré (paralisia) e a microcefalia, teve mutações genéticas”, acrescentou.
Maria Inês Schmidt discutiu a questão da epidemia global de obesidade e diabetes, consideradas doenças crônicas não transmissíveis. “Em 2015, Organização Mundial da Saúde incluiu entre as Metas para 2025 a redução em 25% da mortalidade causada pelas doenças crônicas não transmissíveis. É um reconhecimento da seriedade da situação”, explicou. “Hoje, a obesidade ocorre mais nos países industrializados, mas nos próximos anos vamos ver um aumento muito grande dela também nos países de menor renda. Quanto ao diabetes, entre as pessoas que estão na fase de pré-diabetes, 40% vão desenvolver a doença nos próximos dez anos”, alertou.
O navio de pesquisa oceânica Vital de Oliveira, da Marinha, está
ancorado junto ao Museu do Amanhã para o centenário da ABC
Buss destacou que a relação entre saúde e desenvolvimento é indissociável. “As soluções em saúde não se darão apenas pelo SUS. Sem resolvermos a questão da água, do saneamento, da habitação, da justiça tributária, da justiça social e da corrupção, não conseguiremos resolver os problemas da saúde”, ponderou. Para pensar na governança em saúde, ele afirmou que é preciso fazer um planejamento integrado com outros países, pois todos estão inseridos no contexto da globalização. “A globalização não é uma palavra inventada, é um processo definitivamente instalado no mundo. Hoje, um problema de saúde em um país impacta todos os outros, como o Zika vírus, que saiu da Polinésia Francesa e chegou ao Brasil. Discutir a Agenda do Desenvolvimento no Brasil é discutir a saúde em outros países”, disse.  
Depois dos debates sobre saúde, foi a vez da conferência magna de Marcia McNutt, editora-chefe da Science, uma das mais conceituadas revistas científicas internacionais. Ela ressaltou o papel social dos cientistas diante das crises, com os desastres ambientais, as epidemias, furacões, terremotos e vazamentos de óleo. “Os cientistas têm uma responsabilidade grande na sociedade contemporânea. A ciência pode prever qual será a frequência e os locais em que diversas ameaças da natureza vão ocorrer e ajudar as autoridades a tomar decisões, assim como ajudar a população a amenizar os efeitos de emergências e ter resiliência”, afirmou. Reconhecendo os esforços de pesquisa em rede que vêm sendo realizados para combater a epidemia de Zika vírus no Brasil, ela fez uma alusão à organização não governamental Médicos Sem Fronteiras. “Vamos promover uma cultura de pesquisa em rede e agir coletivamente, como se fôssemos os 'Cientistas sem Fronteiras'”, concluiu.
Por último, a pesquisa em matemática foi destaque na sessão especial com o matemático ucraniano Mikhail Lyubich, que apresentou a evolução histórica dos estudos em sistemas dinâmicos – modelos matemáticos que relacionam o movimento de um ponto, em um espaço geométrico, em determinado tempo, como por exemplo o fluxo de água em um duto ou o balanço do pêndulo do relógio. Contemplado com o Prêmio Jeffery–Williams de 2010, Lyubich falou da contribuição histórica para o estudo dos sistemas dinâmicos de grandes mestres da matemática, como Henri Poincaré, John von Newmann e Alexsandr Khinchin, e destacou a contribuição brasileira para a área, com os estudos de Jacob Palis (que formulou a Conjectura de Palis) e de Artur Avila, único latino-americano laureado com a Medalha Fields, prêmio que é considerado o “Nobel” da matemática, em 2014.
Ao final da palestra, Jacob Palis homenageou Artur Avila. Houve a exibição de um vídeo produzido por João Moreira Salles, que registrou os preparativos de Avila em Paris, pouco antes da entrega da Medalha Fields. No início da noite, foi realizada a cerimônia de posse do novo presidente da ABC, o físico Luiz Davidovich, sucessor de Jacob Palis, além da posse dos novos acadêmicos e da outorga do Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia. Para Palis, que esteve à frente da ABC durante nove anos, o aniversário de 100 anos da ABC é um marco que deve ser comemorado por toda a sociedade. “O centenário da ABC é um momento muito importante para o País em termos da sua ciência, que deve ser vista como o passaporte para o bem-estar da sociedade, em todas as áreas. Uma renovação para a presidência da Academia é bem-vinda, sobretudo porque Davidovich é um excelente cientista e um homem de visão”, disse Palis.
'Túnel do tempo da ciência': totens com vídeos interativos contam
a história da ABC e das principais descobertas científicas mundiais
Em entrevista ao Portal do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luiz Davidovich afirmou que o País deve seguir exemplos de nações que enfrentaram crises econômicas ampliando os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Segundo ele, o MCTI teve papel fundamental no desenvolvimento do Brasil e deve ser fortalecido. Davidovich é professor titular do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
As atividades pelo centenário da ABC também incluem uma exposição interativa que conta a história da ABC. Como um "túnel do tempo da ciência", os visitantes poderão conhecer as principais descobertas da ciência brasileira e mundial e o desenvolvimento das instituições e políticas científicas desde a criação da Academia. Outra novidade é que o público pode visitar, pela primeira vez, no Rio de Janeiro, e por ocasião do centenário da ABC, o navio de pesquisa oceânica Vital de Oliveira, operado pela Marinha e adquirido em 2015 pela Petrobras, Vale e os Ministérios da Defesa (MD) e Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O navio ficará atracado no lado esquerdo do local onde foi erguido o Museu do Amanhã, de 3 a 6 de maio, das 10h às 18h. Além do navio, também será exposta parte do acervo do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast). A Reunião Magna tem como coordenadores os acadêmicos Debora Foguel e Carlos Aragão de Carvalho.

Sobre a Academia Brasileira de Ciências

A ABC foi criada durante a Primeira Guerra Mundial. Em 1916, um grupo de cerca de 44 cientistas, entre eles Henrique Morize, Edgar Roquette-Pinto, Oswaldo Cruz e Juliano Moreira, passou a fazer reuniões informais para discutir o desenvolvimento de pesquisas no País. Nascia ali a Sociedade Brasileira de Ciências, depois rebatizada de Academia Brasileira de Ciências. A visão de uma nação forte, soberana em seu desenvolvimento científico e tecnológico, inspirou os fundadores da Academia, que hoje continua sendo uma referência para articular a pesquisa nacional, tanto internamente como no exterior, e produzir documentos técnicos que servem como base para a formulação de políticas públicas.  

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Convite - Simpósio História & Teatro em Assis

Caro(a)s colegas,

Gostaríamos de convidar a todos os interessados em discutir as relações entre História & Teatro para se juntarem a nós no XXIII Encontro Estadual de História/2016, evento que ocorrerá entre 5 a 8 de setembro de 2016, na Unesp/Assis/SP.  A iniciativa de propor um simpósio que refletisse sobre História & Teatro começou em Florianópolis/SC, em 2006, no III Simpósio Nacional de História Cultural, e se consolidou em São Leopoldo/RS, em 2007, no XXIV Simpósio Nacional de História, em São Paulo/SP, em 2008, no XIX Encontro Regional de História da ANPUH-SP, em Fortaleza/CE, em 2009, no XXV Simpósio Nacional de História, em Franca/SP, em 2010, no XX Encontro Regional de História da ANPUH-SP, em São Paulo/SP, em 2011, no XXVI Simpósio Nacional de História, em Campinas/SP, em 2012, no XXI Encontro Regional de História, em Natal/RN, em 2013, no XXVII Simpósio Nacional de História, em Santos/SP, em 2014, no XXII Encontro Regional de História da ANPUH-SP e, em em Florianópolis/SC, em 2015, no XXVIII Simpósio Nacional de História. 

Ela é retomada agora visando reafirmar o sentido original da nossa proposta e incorporar um maior número de pessoas interessadas em se integrar a essas discussões.

As inscrições para o Simpósio História & Teatro estão abertas desde 29 de março e se encerram em 04 de maio. Para maiores detalhes, consultar a página do evento http://www.encontro2016.sp.anpuh.org/site/capa ou encaminhar mensagem via e-mail akparanhos@uol.com.br. Lembramos ainda que, além do resumo (máximo de 2800 caracteres), o envio do texto completo é importante para que o trabalho possa ser avaliado adequadamente pelos(as) coordenadores(as). Se não for possível, envie o resumo expandido. A data limite de entrega dos textos completos para os Anais Eletrônicos é dia 5 de julho ver http://www.encontro2016.sp.anpuh.org/inscricoes/capa.
Atenciosamente,

Kátia Rodrigues Paranhos (Universidade Federal de Uberlândia/UFU/MG)  e Vera Collaço (Universidade do Estado de Santa Catarina/Udesc/SC) - Coordenadoras do Simpósio Temático, 27 http://www.encontro2016.sp.anpuh.org/simposio/view?ID_SIMPOSIO=2396

__._,_
    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

                                                                                                    Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
 
Visite o Blog do nosso Grupo:http://www.grupohistoriadobrasil.blogspot.com


sexta-feira, 15 de abril de 2016

Fórum discutirá influências da cultura cigana no Brasil


FONTE: por Comunicacao UNIRIO  publicado 12/04/2016 16h55, última modificação 13/04/2016 14h33

Estão abertas as inscrições, gratuitas, para o 1º Fórum Nacional Brazil Multicultural: Influências da Cultura Cigana na formação social brasileira e a necessária inclusão de seus valores na Educação, Bibliotecas e Centros de Cultura. O evento acontecerá de 23 a 25 de maio, no Auditório Vera Janacopulos, na Urca.
O evento integra o projeto do grupo de pesquisa Brazil Multicultural intitulado Inclusão de valores sociais às comunidades Quilombolas, Indígenas, Ciganas e LGBT pelo acesso aos bens culturais e bibliotecas públicas do Brasil, coordenado pelo professor da Escola de Biblioteconomia Eduardo da Silva Alentejo.
O objetivo é discutir de que maneira os valores das comunidades ciganas têm sido inseridos nos planos nacionais de educação e centros de cultura, e abordar o papel das bibliotecas públicas brasileiras como mediadoras das relações de inclusão desses valores. Também será avaliada a noção de “bibliotecas para todos no Brasil”.
A programação inclui palestras, seminários do grupo de pesquisa e oficinas culturais de culinária, música e artesanato. Na solenidade de abertura, marcada para o dia 23, às 14h30, estarão presentes a ministra da Cidadania Nilma Lino Gomes e o representante da Secretaria de Políticas para Comunidades Tradicionais Dênis Rodrigues da Silva.
No mesmo dia, às 16h, o presidente da Embaixada Cigana do Brasil Phralipen Romane, professor Nicolas Ramanush Leite, falará sobre Influências da cultura cigana nas primeiras profissões no Brasil. Em seguida, a escritora Cristina da Costa Pereira discutirá sobre Invisibilidade da etnia cigana: estereótipos e discriminação. Confira a programação completa.

O CCET se localiza na Av. Pasteur, 458, Urca.
Outras informações pelo telefone 2542-1656 ou pelo e-mail brazilmulticultural@gmail.com.


    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

                                                                                                    Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
 
Visite o Blog do nosso Grupo:http://www.grupohistoriadobrasil.blogspot.com


quarta-feira, 13 de abril de 2016

Se publicó Nº 3 de la REVISTA de la RIHALC (en linea)

Estimadas y estimados:

Con enorme placer nos complace informar que el tercer número de la Revista de la RIHALC ya está online.  Agradecemos mucho su ayuda para  difundir el número.
Un cordial saludo,
Comité editorial
Revista RIHALC
Red Intercátedras de Historia de América Latina Contemporánea

Revista de la Red Intercátedras de Historia de América Latina Contemporánea, Nº 3 (2015) 

ISSN 2250-7264

Tabla de contenidos

Presentación

Comité Editorial

Artículos

Agustina Vaccaroni

Efraín Navarro Granados

Manuel Muñiz

María Alejandra Bertolotto

Lorena Soler

Iván Wrobel

Contribuciones

Esteban Chiaradía, Claudio Sacco

Lautaro Barriga, Martin Szulman

Alejandro Frenkel

Resumenes de Tesis sobre América Latina

Claudio Pérez

Roberto García Ferreira

Florencia Larralde Armas

Johnny Alarcón Puentes

Jorge Christian Fernández

Patricia Pagnone Laven

Reseñas Bibliográficas

Germán Morong Reyes

Lucía Pinto

Jonatan Núñez

Julieta Urcullo

Ailin Zoé Basilio Fabris




__._,_.___
    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.


                                                                                                    Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
  
Visite o Blog do nosso Grupo:http://www.grupohistoriadobrasil.blogspot.com



Arquivo do blog

Seguidores do Grupo de Estudos da História do Brasil - GEHB.