Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Os invisíveis querem ser vistos


 



Livro resgata a contribuição dos 
antropólogos franceses Pierre e 
Hélène Clastres sobre os
 Tupi-Guarani, "um desafio para
 o modelo de desenvolvimento 
dominante" (reprodução)
 

Os invisíveis querem ser vistos

09/04/2013
Por José Tadeu Arantes
Fonte: Agência FAPESP – O resgate do pensamento dos antropólogos franceses Pierre e Hélène Clastres é uma das peças de resistência do livro O Profeta e o Principal, de Renato Sztutman, professor do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo (USP).
Ponto de clivagem na reflexão antropológica, com profunda repercussão na filosofia, na sociologia e na prática política, a obra seminal do casal Clastres foi objeto de atenta releitura por parte de Sztutman em sua tese de doutorado, desenvolvida de 2001 a 2005, sob a orientação de Dominique Tilkin Gallois, com Bolsa da FAPESP. O livro, recentemente publicado também com apoio da FAPESP, é uma revisão dessa tese, que tem por objeto o material teórico relativo aos Tupi-Guarani.
"A reflexão acerca dos Guarani foi fundamental para que Pierre Clastres [1934-1977] formulasse sua concepção de sociedade contra o Estado", afirmou Sztutman. "E o que estamos vendo hoje, 35 anos depois da morte prematura de Clastres [que faleceu aos 43 anos em um acidente automobilístico], é justamente um reflexo disso. Por se estruturarem como uma sociedade contra o Estado, os Guarani se tornaram indesejáveis para a sociedade e para o Estado hegemônicos".
Sztutman aponta diversas características que fariam dos Guarani um desafio para o modelo de desenvolvimento dominante: "São povos que vivem em regiões que estão sendo ocupadas pelo agronegócio; que atravessam as fronteiras nacionais, transitando entre o Brasil, o Paraguai, a Argentina e o Uruguai; que têm uma relação com a terra completamente diferente do que se possa imaginar como sendo propriedade; que, apesar de terem líderes e saberem se organizar politicamente para a autodefesa, resistem à centralização política e à figura de um chefe central".
Segundo o pesquisador, durante muito tempo a sociedade brasileira fez vistas grossas aos crimes cometidos contra os Guarani. "Eles estavam sendo dizimados e ninguém se importava. Hoje, uma parcela expressiva da sociedade chegou finalmente à compreensão de que é imprescindível dar direito de existência a populações que são contra o modelo hegemônico. Não podemos mais fazer vistas grossas. Temos que nos posicionar pelo direito de essas sociedades serem o que são: contra o Estado (e seu modelo desenvolvimentista), dentro de um Estado", disse.
No Sudeste e Sul do Brasil, há Guarani em muitos locais. Na própria cidade de São Paulo, a não muitos quilômetros do marco central, na Praça da Sé, existem três aldeias guarani: duas em Parelheiros e outra próxima do Pico do Jaraguá. Mas, por ocuparem pouco espaço, estarem sempre em movimento e serem discretos no contato com a sociedade envolvente, esses Guarani se tornaram praticamente invisíveis.
"Em um texto de meados dos anos 1980, Eduardo Viveiros de Castro (antropólogo e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro) se referiu a eles como povo imperceptível", disse Sztutman. "Quando pensamos em índio, pensamos na Amazônia ou no passado. Mas os Guarani não estão na Amazônia nem no passado. Estão diante dos nossos olhos. E nós não os vemos."
Conforme Sztutman, outro marco divisório, este no domínio teórico da antropologia, com repercussão na filosofia e nas ciências humanas em geral, foi estabelecido, décadas atrás, pelo livro A Sociedade contra o Estado, de Pierre Clastres. Nele, o pesquisador francês interpretou a ausência de Estado nas sociedades indígenas não como uma deficiência (algo a que elas ainda não chegaram), mas como uma rejeição (algo a que elas se opõem, por meio de mecanismos eficazes).
A partir de Clastres, o esquema clássico, calcado na experiência dos povos da Europa, deixou de ser um modelo inelutável para a interpretação da trajetória de todos os povos do mundo. O Profeta e o Principal, de Sztutman, se insere em um grande movimento de recuperação e releitura da obra de Clastres.
"Principalmente nos anos 1980, os antropólogos se afastaram muito da perspectiva clastreana, pois buscavam uma antropologia mais empírica e Clastres era considerado excessivamente filosófico: alguém que trabalhava com os dados de maneira imprecisa e chegava a grandes conclusões com base em poucas evidências. De fato, na época em que ele escreveu, décadas de 1960 e 1970, havia poucos estudos etnográficos sobre os povos amazônicos, dentre eles os de língua tupi. Porém, nas décadas seguintes, estudos importantes foram realizados. E, principalmente com o trabalho de Viveiros de Castro, começou a haver uma reaproximação da etnologia com a filosofia, mas, então, já com a possibilidade de se discutir ideias filosóficas a partir de uma grande riqueza de dados empíricos. Aí, se abriu uma brecha para a releitura dos Clastres, Pierre e Hélène", disse Sztutman.
Sztutman, que também é pesquisador do Centro de Estudos Ameríndios e do Laboratório de Imagem e Som em Antropologia, considera-se um herdeiro dessa nova tendência, reconhecendo, além da contribuição de Viveiros de Castro, as influências de Márcio Goldman e Tânia Stolze Lima, do Rio de Janeiro, e de Dominique Gallois e Beatriz Perrone-Moisés, de São Paulo, com quem tem trabalhado frequentemente e que prefaciou o seu livro.
"Realizei, em 1996, um trabalho de campo entre os Wajãpi, grupo de língua tupi que habita a região do rio Oiapoque, no extremo norte do Brasil, perto da fronteira com a Guiana Francesa. Escrevi sobre essa experiência em minha tese de mestrado. Foi uma permanência curta, mas que originou muitas inquietações que motivaram, depois, meu doutorado", contou Sztutman.
"Embora os Guarani sejam, hoje, o povo indígena mais populoso da América do Sul, existem também muitos povos Tupi na Amazônia. O que suscitou meu interesse pelos Tupi antigos foram os Tupi amazônicos, e não os Guarani", afirmou.
O xamã e o guerreiro
"Meu trabalho de pesquisa se baseia na continuidade das formas indígenas de organização políticas do passado até o presente. Tento identificar, como base dessa continuidade, a relação de duas figuras importantes: a do chefe ou 'principal', ligado à guerra, e a do xamã ou 'profeta', ligado ao mundo não humano. São duas figuras ao mesmo tempo opostas e complementares", disse Sztutman.
" É um pouco na alternância dessas duas formas de liderança que a vida social se constitui. Mas não há um dualismo total, porque você não encontra essas figuras puras. Todo chefe de guerra é um pouco xamã; todo xamã é um pouco guerreiro. São princípios em combinação. O profeta é um grande xamã, alguém que vai além do xamanismo estrito, voltado para a cura e a feitiçaria, e lhe dá um sentido político, liderando as grandes migrações rumo à 'terra sem mal'", explicou.
Sztutman reconhece que seu viés é mais o do pesquisador teórico-bibliográfico do que o do pesquisador de campo. Porém considera a pesquisa de campo uma passagem obrigatória para o antropólogo.
"Uma professora que tive dizia que é muito diferente ler uma etnografia quando se teve experiência de campo. A formação do antropólogo tem que passar pelo campo, mesmo que ele descubra que a sua vocação é mais ligada ao trabalho de comparação, de análise, de sistematização ou mesmo de história intelectual, como é o meu caso", disse.
"Voltei a campo, depois que estive com os Wajãpi. E gostaria de voltar novamente. Mas acho que a melhor contribuição que posso dar é a de cotejar as etnografias, de confrontar as teorias com os dados, e, também, de fazer um pouco da história da etnologia indígena. Acho que a etnologia indígena pode dar uma contribuição muito grande para as ciências humanas em geral", disse Sztutman.

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    Ideais de chumbo ou ideais de democracia e justiça social?




    Ideais de chumbo ou ideais de democracia e justiça social?

    A historiadora Anita Leocadia Prestes critica abordagem de artigos do dossiê "Guerrilheiros", publicado na RHBN de março

    Anita Leocadia Prestes
    Prisão de Gregório Bezerra
    Prisão de Gregório Bezerra


     A Revista de História publicou, em março de 2013, um dossiê sobre os militantes da "esquerda armada" que, de diferentes formas, defenderam o recurso às armas na luta contra a ditadura instaurada no Brasil a partir do golpe civil-militar de abril de 1964. Na realidade, estamos diante da desqualificação dos jovens que lutaram contra a ditadura pela RHBN.
    O caráter tendencioso desse dossiê já se evidencia na apresentação da capa da revista através da citação de uma frase infeliz de Carlos Marighella -"toda revolução tem sua linha burra"- e da afirmação de que tanto os golpistas de 64 quanto os militantes de esquerda, que lutaram contra a ditadura, com "sonhos e planos radicalmente distintos", não teriam ideais democráticos. Dessa maneira, ambos os lados em confronto a partir do golpe são postos no mesmo pé de igualdade, o que contribui para a difusão de uma imagem negativa daqueles brasileiros que, de uma forma ou de outra, resistiram e lutaram contra o regime ditatorial militar que reprimiu com inusitada violência toda e qualquer manifestação contrária aos desígnios dos donos do poder.
    No referido dossiê, com a exceção talvez do artigo assinado por Edson Teles, não há uma análise substantiva do contexto histórico, - econômico, social e político - da época, nem da situação internacional então existente. Não é apresentado um exame da ofensiva então em curso de parte das potências imperialistas – em primeiro lugar dos EUA – contra os movimentos populares e revolucionários no continente latino-americano, a partir da vitória da Revolução Cubana em 1959. Falta uma apreciação das condições sócio-políticas do Brasil naqueles "anos de chumbo", que poderia revelar a inviabilidade do recurso às armas na luta contra a ditadura no referido período, uma vez que inexistiam no país forças sociais e políticas organizadas e conscientes, preparadas não só para apoiar, mas também participar de um processo de rebelião armada com vistas à derrubada da ditadura.
    Na ausência de tais condições, o recurso à luta armada – uma forma de luta possível e justificável quando os donos de poder recorrem à repressão contra as forças progressistas e revolucionárias – se transformou numa aventura perigosa, independentemente das intenções dos seus adeptos, pois contribuiu para o retrocesso e o esfacelamento do movimento popular. Com o golpe de 1964, a derrota dos setores democráticos e progressistas no Brasil foi de tal ordem, que se tornara necessário recuar para reorganizar o movimento popular e conduzi-lo à luta contra a ditadura.
    O PCB (Partido Comunista Brasileiro) foi quem melhor compreendeu a necessidade de adotar uma política de mobilização das amplas massas do povo brasileiro para acumular forças na luta pela derrota da ditadura, aproveitando todas as possibilidades legais existentes, inclusive a participação nas eleições. Luiz Carlos Prestes, o secretário-geral do PCB, liderou o combate contra a aventura "esquerdista", ao mesmo tempo em que empreendia a luta interna contra as tendências reformistas presentes na direção desse partido, conforme mostro, com base em documentos, em meu último livro - Luiz Carlos Prestes: o combate por um partido revolucionário (1958-1990).
    Prestes não teve êxito no esforço empreendido para transformar o PCB em um partido revolucionário, capacitado a conduzir a luta dos trabalhadores brasileiros pelo socialismo, o que o levou a romper com sua direção em 1980. Nessa ocasião, divulgou um documento intitulado Carta aos comunistas, em que fazia séria autocrítica dos erros cometidos pelo partido, reconhecendo que as tendências reformistas presentes no PCB haviam contribuído para que muitos jovens ingressassem na aventura da luta armada, sem levar em conta sua inviabilidade nas condições então existentes no país. Tais tendências reformistas contribuíram também para que o processo de transição do regime ditatorial para a democracia fosse limitado, uma vez que encabeçado por lideranças da burguesia liberal, como Ulisses Guimarães e Tancredo Neves. Circunstâncias estas que marcaram profundamente os resultados alcançados: anistia para os torturadores; eleições indiretas para a presidência em 1985; aprovação, em 1988, de um texto constitucional, em que, segundo o seu artigo 142, as Forças Armadas estão acima dos três poderes da República, constituindo um "poder militar", na precisa definição de Prestes.

    A desqualificação dos revolucionários
    O caráter tendencioso do dossiê é confirmado pelo título que lhe foi atribuído – "Ideais de chumbo", uma aposta na desqualificação daqueles jovens, homens e mulheres, que se levantaram contra a ditadura e, em muitos casos, foram barbaramente torturados e assassinados, morrendo pelos ideais, que não eram "de chumbo", mas de democracia e justiça social em nossa terra.
    Tal desqualificação dos revolucionários é particularmente visível no artigo de Apolo Heringer Lisboa, cujo título – "Cavaleiros sem esperança" – expressa com clareza a intenção do autor de denegrir a imagem de Luiz Carlos Prestes, proclamado Cavaleiro da Esperança por amplos setores da opinião pública brasileira, desde o final dos anos 1920. Ao mesmo tempo, evidencia-se o intuito de denegrir a imagem de todos aqueles que, de uma forma ou de outra, denunciaram a repressão do regime implantado com o golpe de 1964 e se rebelaram contra a ditadura.
    Estamos aqui diante de um texto repleto de tolices e inverdades. Seu autor afirma, por exemplo, que o tenentismo "denunciava os métodos servis nas relações de trabalho, herdados da escravidão", tese que não corresponde nem ao ideário nem à prática desse movimento. Assevera que Prestes pretendera, em 1935, "criar uma República Comunista" no Brasil, alegação absurda, desmentida pela consulta às fontes documentais da época. Declara que o PCB teria conquistado a legalidade no segundo governo Vargas, durando até 1964, o que não corresponde à realidade, pois, cassado seu registro em 1947, o partido não conseguiu ser legalizado sequer no Governo João Goulart. Outras inverdades poderiam ser apontadas no referido artigo, todas revelando o intuito deplorável e retrógrado de desmerecer e atacar as esquerdas no Brasil e na arena mundial.
    Da mesma maneira, temos a repetição de velhas calúnias, segundo as quais "Prestes e o PCB subordinavam-se às decisões teóricas e práticas do comitê central do Partido Comunista da União Soviética", e os ataques à União Soviética, ignorando e negando as importantes conquistas econômicas e sociais alcançadas na primeira experiência de construção do socialismo, não obstante os problemas e os erros que tiveram lugar nesse difícil processo de construção de uma nova sociedade, livre da exploração do homem pelo homem.
    O autor desse artigo, de acordo com o espírito do referido dossiê, transmite aos leitores da RHBN a mensagem derrotista de quem capitulou diante das injustiças presentes na sociedade capitalista. Um discurso de desmobilização é veiculado, ao afirmar que "hoje predomina entre os remanescentes dessa geração guerrilheira a idéia fatalista de que nenhuma alternativa era possível".         Dessa maneira, procura-se convencer os jovens de hoje de que os militantes da "esquerda armada", por terem sido derrotados na luta contra a ditadura, deveriam "enrolar bandeira" definitivamente, desistindo de qualquer questionamento da ordem vigente. É ignorado um grande ensinamento histórico, lembrado, ainda em 1887, pelo destacado pensador e revolucionário inglês William Morris: "(...) sem as derrotas do passado, não teríamos jamais a menor esperança numa vitória final".
    Não podemos considerar casual que, do mesmo n° 90 da RHBN, conste uma longa entrevista com o historiador francês Jean-Freançois Sirinelli, sintomaticamente intitulada "Sem mocinhos nem bandidos". O entrevistado declara que o seu trabalho "é fazer uma restituição de complexidades" e, segundo ele, "a militância é o contrário: há o bom e o mau", ou seja, o militante revolucionário não pode ser um bom historiador. Segundo Sirinelli, "quando você tem convicções fortes (...) você tem uma visão do mundo maniqueísta, moldada de acordo com elas". Tal caricatura da atividade revolucionária, reduzida a um simples maniqueísmo, é difundida com freqüência pelos "intelectuais orgânicos" (segundo Antônio Gramsci) a serviço dos setores dominantes, pois contribui para a desqualificação de todos aqueles que participaram ou participam da luta por transformações profundas na sociedade capitalista.
    Segundo Sirinelli, o marxismo seria inaceitável para o historiador, porque "explica que há um sentido na história: a luta de classes". O entrevistado da RHBN não aceita a explicação histórica baseada nos conflitos de classe presentes na sociedade capitalista, não concorda com a concepção de que os fenômenos sociais possam ser examinados à luz do embate entre dominados e dominantes. Ao rejeitar tais explicações, adota uma postura aparentemente objetiva e imparcial, mas que, na realidade contribui para justificar "teoricamente" as concepções presentes no dossiê "Ideais de chumbo", ou seja, a desqualificação dos militantes que lutaram e morreram por ideais que não eram "de chumbo", mas de democracia e justiça social.
                                                                            
    Anita Leocadia Prestes é doutora em História Social pela UFF, professora do Programa de Pós-Graduação em História Comparada da UFRJ e presidente do Instituto Luiz Carlos Prestes.



    Saiba mais
    - PRESTES, Anita Leocadia. Luiz Carlos Prestes: o combate por um partido revolucionário (1958-1990). São Paulo, Ed. Expressão Popular, 2012.
    - PRESTES, Luiz Carlos. Carta aos comunistas. São Paulo, Ed. Alfa-Omega, 1980.
    - PRESTES, Luiz Carlos, "Um 'poder' acima dos outros", Tribuna de Imprensa, Rio de Janeiro, 28/9/1988, www.ilcp.org.br (Documentos).
    - TOLEDO, Caio Navarro de (org.). 1964: visões críticas do golpe; democracia e reformas no populismo. Campinas, SP, Ed. da UNICAMP, 1997.

    Fabrício Augusto Souza Gomes
    Enviado via iPhone

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      terça-feira, 9 de abril de 2013

      Imperialismo e América Latina



      Imperialismo e América Latina
      Do USP Online
      Entre 11 de abril e 4 de junho, o Centro Ángel Rama, ligado à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), da USP, promove o ciclo de aulas-debate Imperialismo, América Latina e Brasil. O tema será abordado sob diferentes perspectivas, conforme a programação no link.
      Os eventos serão gratuitos e dispensam inscrições, pois os Anfiteatros comportam grande número de pessoas. Serão fornecidos certificados mediante presença em 85% das aulas (presença em 7 aulas, registrada em folha de presença a cada aula). Os Anfiteatros estão localizados na Av. Prof. Lineu Prestes, 338, Cidade Universitária, São Paulo.
      Mais informações: http://fflch.usp.br/angelrama

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        quinta-feira, 4 de abril de 2013

        Lançada ArtCultura: Revista de História, CUltura e Arte, n. 24


         


                    
                     Prezados(as) colegas,
                    Já está disponível a mais nova edição da ArtCultura: Revista de História, Cultura e Arte, vinculada ao Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Uberlândia e editada sob a chancela da Edufu, CNPq, Capes e Fapemig. Neste n. 24, o destaque fica por conta do dossiê História & Música Popular, que reúne um time de colaboradores do Brasil e do exterior.
                    Na seção Tradução, temos a satisfação de acolher uma contribuição, até então inédita em português, do historiador francês François Hartog. Ao longo das 246 páginas dessa edição, agora em cores, apresentamos ainda as seções Documentos, Artigos e Resenhas, e tornamos público nosso agradecimento aos 113 pareceristas que, entre julho de 2004 e junho de 2012, desempenharam um papel de extrema relevância com vistas à manutenção da qualidade dos textos publicados.
                     Quem desejar adquirir a versão impressa da ArtCultura 24 pode entrar em contato conosco via e-mail artcultura@inhis.ufu.br. O exemplar avulso sai a R$ 15,00. Já a assinatura anual, que dá direito ao recebimento de duas edições, custa R$ 20,00. Para maiores informações sobre a revista, basta acessar www.artcultura.inhis.ufu.br. A propósito, a ArtCultura 25, já fechada, incluirá um dossiê (Cultura Histórica & Cultura Historiográfica) e dois minidossiês (História & Censura no Mundo das Artes e História & Rádio).
                      
                      Adalberto Paranhos e Kátia Rodrigues Paranhos, editores.
        V. 14, n. 24
        Dossiê: História & Música Popular
        Organizador: Adalberto Paranhos




        Sergio Pujol



        Adalberto Paranhos



        Leandro Barsalini



        Mariana Barreto


        Silvano Fernandes Baia



        Rubén López Cano
        Tradução


        François Hartog
        Documentos


        Iara Lis Schiavinatto
        Artigos


        Daniela Lucena



        Evelyn Furquim Werneck Lima




        Angélica Ricci Camargo

        Adriano Luiz Duarte

        Fábio Henrique Lopes

        Juliana Pereira Ramalho
        Resenhas


        Jean Luiz Neves Abreu



        Ana Paula Spini



        Miliandre Garcia

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        Chamada de artigos: História Oral: desafios metodológicos e éticos.


        História Oral: desafios metodológicos e éticos.



        A Revista Tempos Históricos, periódico científico semestral do Programa de Pós-Graduação em História e do Curso de Graduação em História da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, publicada nas versões impressa e eletrônica , vem a público comunicar chamada de artigos referente a 2013:

        Tema do dossiê do volume 17, n.2: "História Oral: desafios metodológicos e éticos" - correspondente ao 2º semestre de 2013. Coordenação: Coordenação da Profª Drª Méri Frotscher (UNIOESTE) e Prof. Dr. Robson Laverdi (UNIOESTE/UEPG). Data limite para recebimento de colaborações: 30 de agosto de 2013.


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        terça-feira, 2 de abril de 2013

        Arquivo Público do Estado publica acervo do Deops na internet


        Documentos produzidos pelo Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo e outros órgãos de vigilância, em duas ditaduras brasileiras, são digitalizados e disponibilizados em site (Mauricio Rummens/GESP) 
         

        Arquivo Público do Estado publica acervo do Deops na internet

        02/04/2013
        Por Frances Jones
        Fonte: Agência FAPESP – O Arquivo Público do Estado de São Paulo lançou oficialmente na segunda-feira (01/04) uma parte importante do seu acervo digitalizado na internet, no site "Memória Política e Resistência". O material inclui mais de 274 mil fichas e 12,8 mil prontuários produzidos pelo Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo (Deops), pelo Departamento de Comunicação Social e pelo Dops de Santos ao longo de um período que abrangeu duas ditaduras brasileiras.
        O projeto teve apoio da FAPESP, que auxiliou a compra de equipamentos para a digitalização, do Ministério da Justiça (projetos "Marcas da Memória") e da Casa Civil da Presidência da República (projeto "Memórias Reveladas").
        O Deops-SP, denominado Delegacia de Ordem Política e Social em sua origem e, posteriormente, como última denominação, Departamento Estadual de Ordem Política e Social, foi criado em 30 de dezembro de 1924, por meio da Lei nº 2.034/24, que visava reorganizar a polícia do Estado.
        "O órgão tinha como objetivo prevenir e reprimir delitos considerados de ordem política e social contra a segurança do Estado. Para isso, desenvolveu um grande aparato para monitoramento das atividades de pessoas e grupos considerados potencialmente perigosos à ordem vigente. Um dos principais instrumentos utilizados por essa vigilância foi a documentação: o acervo Deops-SP foi constituído, ao longo dos anos, pela documentação produzida por esse órgão e também de documentos apreendidos pelos órgãos de repressão. Sendo assim, podemos entendê-la como um espelho da forma de funcionamento das estruturas repressivas no Estado de São Paulo", destacam os organizadores do site.
        O acervo do Deops é composto por quatro conjuntos principais: Ordem Social, Ordem Política, Dossiês e Prontuários. Também conta com publicações como os Livros de Portaria do Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo e Livros de Inquéritos.  
        "O esforço de digitalização e publicação dos documentos do Deops, assim como nosso trabalho de gestão documental, garante o acesso da população às informações que lhe dizem respeito", disse o coordenador do Arquivo Público do Estado, Carlos Bacellar.
        Lauro Ávila Pereira, diretor do Departamento de Preservação e Difusão do Acervo, lembrou outro aspecto da publicação online desses documentos. "Esta iniciativa pode ajudar a identificação daqueles agentes públicos que, durante a época da ditadura, cometeram violações dos Direitos Humanos. Temos que lembrar que o Brasil é um dos poucos países da América do Sul onde esse tipo de crime jamais foi punido", disse. Pereira ressaltou também a importância didática do acervo na internet, que pode ser utilizado pelos professores em sala de aula com mais facilidade. 
        O governador Geraldo Alckmin participou da cerimônia de lançamento. "As pessoas podem ter acesso de casa, não tem nenhuma senha, é tudo público. É muito importante no sentido de transparência e de informação para as famílias das vítimas do período da ditadura", disse.
        Projetos Temáticos
        Entre 1924 e 1983, o Deops vigiou pessoas, instituições e movimentos políticos e sociais, funcionando como um dos principais braços da repressão do Estado brasileiro, em especial durante o primeiro governo Vargas (1930-1945) e do regime militar de 1964 a 1985.
        O site é a segunda etapa de um projeto maior iniciado pelo Proin - Projeto Integrado Arquivo do Estado/Universidade de São Paulo (USP) em 1999. O material sobre o órgão foi liberado para consulta pública apenas em 1994, quase dez anos após o fim da ditadura. Os documentos, no entanto, eram de difícil acesso. "Não havia ainda uma base de dados que facilitasse a busca de processos por cidadãos fichados e/ou presos por crime político", disse a pesquisadora Maria Luiza Tucci Carneiro, professora do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, pioneira no estudo do material.
        Depois de desenvolver entre 1995 e 1996 com outros seis pesquisadores um projeto financiado pelo Instituto Goethe sobre a presença de nazistas e refugiados judeus no Brasil depois da 2ª Guerra Mundial, Tucci Carneiro obteve apoio da FAPESP por meio da modalidade Projetos Temáticos para a criação de um arquivo virtual dos documentos do Deops – contribuindo com um inventário para o site que foi lançado agora.
        O trabalho desenvolvido ao longo de cerca de oito anos pode ser conferido no site do Proin, que ainda hoje publica os resultados de suas pesquisas. Sob a orientação de Tucci Carneiro, uma equipe de 30 pesquisadores digitou a partir de 1999 as mais de 185 mil fichas da delegacia. "Na época não tínhamos equipamentos nem uma base de dados capazes de efetuar uma busca avançada junto às fichas policiais", disse a coordenadora do projeto.
        Desde o ano 2000, as fichas nominais dos prontuários podem ser consultadas pela internet, com a identificação do nome do "prontuariado" e o número do processo.
        Além disso, foram digitalizadas e colocadas no site as primeiras páginas dos jornais, panfletos e livros confiscados durante os autos de busca nas residências dos suspeitos ou das associações. Sob a coordenação do professor Boris Kossoy, da Escola de Comunicação e Artes da USP, o Proin desenvolveu ainda um inventário de fotografias confiscadas dos álbuns de família ou produzidas pelo Laboratório de Fotografia do Gabinete de Investigação/Deops, que eram anexadas aos prontuários.
        "Através do projeto de digitalização do Fundo Deops entre 1999-2010, conhecemos não apenas o documento/artefato, mas também conseguimos recuperar a lógica da polícia naquela época", disse.
        Além de Tucci Carneiro e Kossoy, participaram do projeto do Proin as professoras Elizabeth Cancelli (FFLCH-USP), Priscila Perazzo (Universidade Santo André), Regina Pedroso (Universidade Mackenzie), os professores Carlos Alberto Boucault, Pádua Fernandes e Álvaro Andreucci (Uninove).  Outro projeto temático com apoio da FAPESP foi desenvolvido por Maria Aparecida Aquino, hoje da Universidade Presbiteriana Mackenzie, que mapeou a série Dossiês/Deops.
        Nos prontuários, tem-se acesso a ficha policial, relatórios de investigação, ordens de prisão, relação de impressos apreendidos (livros, jornais, panfletos), tudo o que ajudasse a "provar" que a pessoa vigiada era criminosa, incluindo fotos de álbuns de família e as produzidas pela própria polícia. "Os prontuários têm documentação valiosíssima", disse Tucci Carneiro.
        Se na primeira etapa as fichas foram digitadas e apenas parte do material digitalizado, agora o prontuário poderá ser consultado online na íntegra, facilitando o trabalho de pesquisadores.
        O material já rendeu muitas dissertações de mestrado e teses de doutorado, além de livros, como A Imprensa Confiscada pelo Deops, 1924-1983, escrito por Tucci Carneiro em coautoria com Boris Kossoy (Ateliê Editorial; Imprensa Oficial e Arquivo do Estado, 2003), que foi premiado com o Jabuti em 2004, na categoria Ciências Humanas. Dois novos inventários estão prestes a ser lançados, sob a organização de Tucci Carneiro:"Panfletos sediciosos" e "É proibido ler: livros e as bibliotecas proibidas".
        Agora, o material está sendo disponibilizado na íntegra, mas por partes. Calcula-se que o conteúdo que já está no ar forma 10% do que virá a ser disponibilizado.


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