Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Historiografia atual quebra mitos sobre escravidão no Brasil

Historiografia atual quebra mitos sobre escravidão no Brasil
Thiago Minami, especial para a Agência USP

A relação conflituosa e opressiva, marcada pelos castigos físicos, é apenas um dos modelos de interação entre senhores e escravos no período colonial brasileiro. Se esse modo era recorrente na produção de açúcar, na pecuária os negros tinham liberdade para cultivar seus próprios alimentos, vender o excesso de produção e até constituir família. É o que mostra pesquisa da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP desenvolvida pelo historiador Antonio Roberto Alves Vieira e orientada pela professora Vera Lucia Amaral Ferlini.


Agricultura e pecuária possuíam relações distintas entre senhores e escravos
Não se trata, no entanto, de um ato de bondade dos senhores. Como a atividade pecuária lida com terras de grandes extensões, que facilitariam a fuga, a melhor maneira de manter os escravos por perto era permitir que mantivessem vínculos com o local. Ao constituir famílias, criava-se o espírito de solidariedade e cooperação, gerando um senso de responsabilidade para com os que dele necessitavam. Com cônjuges, filhos e outros parentes, os escravos teriam mais dificuldade em escapar.
O mesmo ocorre com as atividades econômicas exercidas pelos escravos em benefício próprio. Era um jeito de juntar dinheiro para algum dia, quem sabe, comprar a própria alforria e a dos próximos. Mas o sonho da liberdade poderia vir abaixo com a divisão das terras do senhor, por morte, casamento dos filhos ou venda a outro dono.
Pesquisas apontam que escravos de senhores diferentes relacionavam-se entre si "por meio de laços familiares, sanguíneos ou espirituais como o compadrio, por exemplo", aponta Vieira. O certo grau de liberdade abria espaço para que cativos de uma mesma fazenda ou senhor se organizassem entre si, com relações de poder comuns a qualquer sociedade. "De maneira que, em um ambiente onde a distribuição de benesses e privilégios eram bens escassos, a competição e o conflito estavam na ordem do dia sempre".
Relações
Na pecuária, atividade que teve grande importância na colonização do interior do Brasil, os negros atuavam também como vaqueiros e guarda-costas dos senhores, servindo às lutas entre famílias de colonos. Segundo o historiador Caetano de Carli, não era preciso comprar novos trabalhadores do tráfico para manter a população de escravos – as novas gerações já davam conta de suprir a demanda. É o que mostra o alto número de crioulos, que são os nascidos no Brasil, e crianças, bem como a presença de homens e mulheres em quantidade igual.
A agricultura cafeeira e a algodoeira favoreciam uma relação mais próxima entre escravos e senhores, sobretudo em plantações menores do Sul e Sudeste. O botânico francês Saint-Hilaire, ao viajar por essas regiões, observou que em muitos casos os negros trabalhavam lado-a-lado com os donos, além de beber, rezar e até dançar junto com eles. Sofriam menos castigos corporais que aqueles das plantations e, em partes do estado de São Paulo, até conseguiam juntar dinheiro para comprar fumo, bebidas e peças de vestuário. No Sul, havia casos em que ficavam responsáveis pela criação de animais sem supervisão.
Casos assim não eram necessariamente a exceção. No ano de 1819, que coincide com a viagem de Saint-Hilaire, 44% dos escravos encontravam-se no Sul e Sudeste. Para Vieira, a pesquisa história em pecuária no Brasil ainda tem muito a crescer. "Avanços significativos são observados na historiografia rio-grandense, embora, reconheçam estrarem ainda bem aquém da produção de seus vizinhos platinos. Porém isso pode impulsionar novas abordagens, subsidiando nossas pesquisas, tanto em termos paradigmáticos quanto metodológicos", diz.
Foto: Marcos Santos / USP Imagens
Mais informações no email tonyusp@yahoo.com.br , com Antonio Roberto Alves Vieira


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Atividade nos últimos dias:
    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

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domingo, 13 de maio de 2012

** A Carne e o Sangue (Resenha de Jerônimo Teixeira publicada na edição impressa de VEJA)

 

A Carne e o Sangue
TRIÂNGULO HISTÓRICO
(Resenha de Jerônimo Teixeira publicada na edição impressa de VEJA)
A relação de dom Pedro I com Leopoldina, a imperatriz, e com a marquesa de Santos, sua amante, é reconstituída com detalhes pela historiadora Mary Del Priore

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"A Carne e o Sangue"



O triângulo amoroso que teve como vértices o primeiro imperador do Brasil, sua consorte e sua amante foi um desses eventos privados que acabaram influindo sobre os destinos coletivos de uma nação.
A ligação de dom Pedro I com Domitila de Castro, a determinada senhora paulista que ele elevaria a marquesa de Santos, causou escândalo na corte brasileira, com repercussões negativas para a imagem internacional do soberano que declarara a independência do Brasil.
E as imposições da política e da moral daquele início de século XIX revelaram-se particularmente devastadoras para a arquiduquesa austríaca Maria Leopoldina, agrilhoada pelo casamento nobiliárquico a um país com o qual nunca se identificou e humilhada pelas aventuras sexuais do marido folgazão.
É esse enredo ao mesmo tempo político e familiar que a historiadora Mary Del Priore desvenda no envolvente A Carne e o Sangue (Rocco; 272 páginas; 34,50 reais).
"A história do país por meio de uma história de amor"
Autora de Histórias Íntimas, abrangente e saborosa revisão da sexualidade ao longo da história brasileira, Mary pesquisou extensa documentação, em grande parte inédita, sobretudo no arquivo do Museu Imperial de Petrópolis, para compor uma narrativa rigorosamente amparada nos documentos, mas também dotada da leveza de um bom romance.
Há várias citações da correspondência dos três protagonistas e um vasto elenco de testemunhas privilegiadas – nobres, diplomatas, políticos, cortesãos, viajantes estrangeiros. "Busquei contar a história do país por meio de uma história de amor. E deixei que os atores históricos falassem", disse a autora a VEJA.
GRAVURA DE LEOPOLDINA ARQUIDUQUESA D'AUSTRIA DE JEAN FRANCOIS BADOUREAU
Gravura de Leopoldina, arquiduquesa D'Áustria, imperatriz do Brasil, por Jean François Badoureau (Imagem: Coleção)
O título faz referência às funções específicas da amante e da esposa no clássico arranjo das cortes reais: a primeira deleita o soberano com os prazeres da carne, enquanto a segunda se dedica ao sexo somente para dar continuidade à linhagem do sangue – ou seja, para fins reprodutivos.
Pertencente à ancestral casa dos Habsburgo e filha do imperador Francisco I da Áustria, um bastião do absolutismo em um continente sacudido por ventos liberais, Leopoldina chegou ao Brasil de dom João VI em 1817. Sua expectativa era conhecer seu jovem e impetuoso príncipe em terras americanas para mais tarde retornar à Europa, onde no devido tempo seria rainha em Portugal.
Os temores da sobrinha-neta de Maria Antonieta
Acabou se vendo envolvida no tumultuado nascimento do Brasil como nação – e no novo país morreria, em 1826, aos 29 anos. Fiel a um ideal religioso de submissão às vontades do marido, ela o apoiou ao longo das delicadas manobras que conduziram à Independência, em 1822.
Mas as cartas que mandava a pessoas queridas na Europa revelam que ela via com reticência o ímpeto liberal que despontava entre alguns partidários da Independência, incluindo-se aí o próprio imperador dom Pedro I. Com algum alarmismo, via em cada conflito entre os nativos brasileiros e os portugueses ainda fiéis à antiga metrópole colonial uma possível reedição dos sangrentos eventos revolucionários da França no século anterior.
Leopoldina, afinal, era sobrinha-neta de Maria Antonieta, a rainha decapitada.

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PODER, SEXO E MELANCOLIA -- Dom Pedro I, a imperatriz Leopoldina (acima) e a marquesa de Santos (abaixo), vulgo "Titília": escândalos de alcova e humilhações na corte da jovem nação brasileira (Imagem: Museu Paulista)
Cartas com detalhes sórdidos
Solitária, isolada, devotada apenas a parir um herdeiro para o trono – o futuro dom Pedro II nasceria em 1825 -, Leopoldina tornou-se cada vez mais depressiva. A ligação escandalosa do marido com Domitila (ou "Titília", como ele a chamava na intimidade) contribuiu para esse quadro.
A sedução da marquesa de Santos parecia ter o efeito de um sortilégio sexual sobre o imperador. As cartas que os dois trocam são cheias de alusões eróticas, desenhos pornográficos e até detalhes sórdidos – dom Pedro relata à amante os sofrimentos que padeceu por causa de uma gonorreia.
Não satisfeito em tê-la como amante em um ninho de amor próximo ao paço real, dom Pedro I quis oficializar a ligação com Titília, impondo sua presença à corte – e à miserável imperatriz. Inspirava-se anacronicamente em monarcas franceses como Luís XIV, que incorporaram suas "favoritas" à corte. "Ele não percebia que as favoritas já estavam fora de moda nas cortes europeias", diz Mary.
A opinião pública brasileira, nascente mas vigorosa na forma de pasquins e panfletos, não perdoou as indiscrições do monarca. Depois da morte de Leopoldina, a muito custo, dom Pedro I acabou determinando o retorno da marquesa do Rio para São Paulo. Foi a condição para o casamento com a princesa Amélia, que seria a nova imperatriz.

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A marquesa de Santos (Imagem: Museu Imperial)
O soberano voluntarioso, sua consorte melancólica e sua amante audaciosa não são exatamente personagens simpáticos. A Carne e o Sangue, porém, reveste-os de irresistível fascínio. É com essa matéria pobre, vulgar mas sempre humana, que a história é feita.


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sexta-feira, 11 de maio de 2012

** A RHBN convida para o Biblioteca Fazendo História - Maio de 2012

Biblioteca Fazendo História discute as várias facetas da Princesa Isabel

DEBATE PROMOVIDO PELA REVISTA DE HISTÓRIA DA BIBLIOTECA NACIONAL SERÁ NO DIA 15 DE MAIO



                                                

Robert Daibert Júnior, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, e a historiadora Maria de Fátima Moraes Argon estarão juntos no evento Biblioteca Fazendo História, cujo tema será "Princesa Isabel: a redentora de carne e osso". O debate, promovido pela Revista de História da Biblioteca Nacional, acontece no próximo dia 15, às 16h. Os estudiosos vão discutir a vida da herdeira do trono de D. Pedro II.
Autor do livro "Isabel, a 'redentora' dos escravos: Uma história da princesa entre olhares negros e brancos", Daibert Júnior convida os participantes a mergulharem nos meandros que envolveram a formação da princesa, desde sua infância, passando pelo casamento e por suas regências. Estudiosa de retratos fotográficos de D. Isabel, Maria de Fátima Moraes Argon é profunda conhecedora do maior acervo de objetos da monarquia brasileira, o Museu Imperial, em Petrópolis, Rio de Janeiro.
O evento integra a programação da série de debates Biblioteca Fazendo História, que acontece todo mês no auditório Machado de Assis da Biblioteca Nacional. A entrada é gratuita, sem necessidade de inscrição prévia. A presença no evento dá direito a certificado de participação, que pode ser utilizado por alunos e professores como horas de atividades complementares. O debate também pode ser acompanhado em tempo real pelo site www.institutoembratel.org.br e pelo twitter da revista (@rhbn).
Os palestrantes
Robert Daibert Júnior é professor da Universidade Federal de Juiz de Fora e autor de "Isabel, a 'redentora' dos escravos: uma história da princesa entre olhares negros e brancos". Robert assina o artigo 'Entre o trono e o altar', que integra o dossiê da edição de maio da Revista de História da Biblioteca Nacional.
Maria de Fátima Moraes Argon é historiadora, arquivista e pesquisadora do Instituto Histórico de Petrópolis.
O evento
Biblioteca Fazendo História é uma série de debates mensal realizada pela Revista de História da Biblioteca Nacional, cujo objetivo é discutir temas relevantes da História do Brasil abordados em cada edição da revista.
A revista
Lançada em 2005, a Revista de História da Biblioteca Nacional é a única em seu segmento editorial especializada em História do Brasil e traz, a cada mês, reportagens e artigos assinados por importantes historiadores e sociólogos. A publicação, que tem patrocínio da Petrobras, é mensal e vendida em bancas de todo o país. Seu conselho editorial é formado por Alberto da Costa e Silva, Caio César Boschi, João José Reis, José Murilo de Carvalho, Laura de Mello e Souza, Lilia Schwarcz, Marieta de Moraes Ferreira, Ricardo Benzaquen e Ronaldo Vainfas.
Serviço
Biblioteca Fazendo História. Auditório Machado de Assis, Fundação Biblioteca Nacional (Rua México s/nº, Centro, Rio de Janeiro). Dia 15 de maio, às 16h. Informações: (21) 2220-4300, ramal 215. Inscrições no próprio local. Entrada franca, com direito a certificado de participação.


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FABRÍCIO AUGUSTO SOUZA GOMES
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** O Berço do Carioca: 1992 / 2012

Seminario Pós-Abolição no Mundo Atlântico

Caros professores e alunos,
Segue abaixo o convite para o Seminário Internacional do Pós-Abolição no Mundo Atlântico.
A programação completa encontra-se no site  http://posabolicaomatlantico.wordpress.com/programacao/
abraço,
martha (e hebe).


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Hebe Mattos
Professora Titular
Laboratório de História Oral e Imagem
Departamento de História
Universidade Federal Fluminense
LABHOI/UFF  www.labhoi.uff.br
Saudações históricas,

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FABRÍCIO AUGUSTO SOUZA GOMES
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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Seminário " "História Contemporânea: Memória, Trauma e Reparação" (UFRJ/IFCS)



Seminário Internacional "História Contemporânea: Memória, Trauma e Reparação". Salão Nobre do IFCS/IH (UFRJ), de 9 a 11 de maio.
No presente momento o Brasil discute a instalação de sua Comissão de Verdade e vários outros países adotam medidas de "justiça de transição", que visam a consolidação de democracias que substituíram regimes ditatórias e autoritários, nos quais ocorreram graves violações aos direitos humanos. Neste contexto, o Programa de Pós-graduação em História Social (PPGHIS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), propõe a realização de um seminário internacional reunindo especialistas acadêmicos de diversos países para discutir questões referentes à memória, trauma e reparação de contextos de violência política. O seminário se realizará no Instituto de História da UFRJ, entre os dias 9 e 11 de maio de 2012.
As inscrições) podem ser feitas na Secretaria do PPGHIS, entre 8 e 17h, no Largo de São Francisco de Paula, n. 1, segundo andar, Centro, Rio de Janeiro.
Valor das inscrições:
- estudantes de graduação: 30 reais
- estudantes de pós graduação: 50 reais
- professores da rede pública: 45 reais
- demais inscritos: 60 reais
O seminário dará certificados aqueles que assistirem pelo menos a 70% das atividades.
PROGRAMAÇÃO
MESAS REDONDAS, CONFERÊNCIA E ATIVIDADES DE ENCERRAMENTO
Quarta-feira, 9 de maio
Quinta-feira, 10 de maio
Sexta-feira, 11 de maio
10h
10h30
Abertura
Repressão e transição política no Brasil
Marieta Ferreira (UFRJ)
Repressão politica e a Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi /UB)
Maria Celina D'Araújo (PUC-RJ)
Limites políticos para a transição à democracia
Carlos Fico (UFRJ)
Brasil: a transição inconclusa
CONFERÊNCIA
Celso Lafer (USP)
Justiça, História, Memória: reflexões sobre a Comissão da Verdade
Repressão e transição política no Cone Sul
Samantha Quadrat (UFF)
Em busca dos arquivos das ditaduras do Cone Sul: desafio e perspectivas
Aldo Marchesi (Uruguai)
Los limites legales de la memoria: la ley de caducidad en la justicia transicional uruguaya
Emilio Crenzel (Argentina)
Verdad, justicia y memoria en la Argentina. La investigación de la Comisión Nacional sobre la Desaparición de Personas
Vicente Palermo (Argentina)
A Guerra das Malvinas: memórias e olvidos na democracia
18h
Memória, trauma e justiça na europa
Antonio Costa Pinto (Portugal)
Transições democráticas e Justiça de Transição na Europa do sul. Perspectivas Comparadas
Avraham Milgran (Israel)
Memória perturbante: poloneses e judeus no Holocausto
Denise Rollemberg (UFF)
Aos grandes homens a Pátria reconhecida. Os Justos no Panthéon
Márcio Seligmann- Silva (UNICAMP)
Memória do trauma e justiça de transição: reflexões sobre o testemunho
COMISSÃO DA VERDADE
Jessie Jane Vieira de Souza (UFRJ)
Comissão da Verdade: expectativas e frustrações
Maria Paula Araújo (UFRJ)
Comissões da Verdade: um debate ético-político na contemporaneidade
Paulo Abrão (Comissão de Anistia)
O direito a verdade como resultado da complementaridade de ações entre a Comissão da Verdade e os tribunais
Lançamento do acervo "Marcas da Memória: História Oral da Anistia no Brasil"
Coquetel de encerramento
APRESENTAÇÕES DE PÓS-GRADUANDOS
Quarta-feira, 9 de maio
Quinta-feira, 10 de maio
Sexta-feira, 11 de maio
14h
Nashla Dahas (UFRJ)
Historiografia e Memória do golpe de 1964 no Brasil
Cecília Rebelo Matos (UFRJ)
Desirree dos Reis Santos (PUC/RJ)
Izabel Pimentel da Silva (UFF)
Marcas da Ausência: o drama dos familiares de mortos e desaparecidos políticos no Brasil
Gislene Edwiges de Lacerda (UFRJ)
Movimento Estudantil, memória e justiça de transição: na busca pelo sentido do passado
Elitza Bachvarova (UFRJ)
Dilemas da responsabilização política na Europa Oriental pós-1989
Isabel Cristina Leite (UFRJ)
A violência política como trauma para a sociedade argentina
Bruno Leal (UFRJ)
O "Caso Herberts Cukurs": historia, memória e o ofício de historiador
Lívia Gonçalves Magalhães ((UFF)
A memória da ditadura através do futebol: Brasil, Argentina e as Copas do Mundo
César Augusto Martins de Souza (UFF)
Memórias da ditadura nas memórias da Transamazônica (1970-1990)
Anderson da Silva Almeida (UFF)
A longa travessia: marinheiros de 1964 e a conquista da Anistia
Silvia Cáceres (UFRJ)
Encontros liminares: teoria crítica e literatura pós-traumática no cone sul da América Latina
Eric Assis dos Santos (UFF)
Memórias e transição democrática: o plebiscito de 1988 no Chile
Talita de Oliveira Costa (UFF)
Missing
Larissa Riberti (UFRJ)
México em 1968: memória e reparação a partir da análise do Comité del 68 e da FEMOSPP
Ana Carolina Reginatto (UFRJ)
Transição política e democratização na Guatemala: os alcances da Justiça Transacional
Diego Knack (UFRJ)
"Sob as sombras do trauma: reflexões sobre historiografia e memória historiográfica a partir do estudo do tema da corrupção no regime militar brasileiro"
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sábado, 5 de maio de 2012

** Livro destaca o papel político da literatura de cordel na Primeira República

Livro destaca o papel político da literatura de cordel na Primeira República



Fonte FAPERJ Débora Motta

                                  Reprodução
     
    Capa do livro: obra resgata a atuação
    política de Leandro Gomes de Barros
A Primeira República ou República Velha (1889-1930), que vai da proclamação do modelo republicano ao início da era Vargas, costuma ser relatada, na historiografia oficial, como um período de inexpressiva mobilização política do povo, que teria sido conduzido passivamente pelas elites da época. Mas para a pesquisadora Ivone da Silva Ramos Maya, a produção literária do poeta paraibano Leandro Gomes de Barros (1865-1918), considerado o fundador da literatura de cordel impressa, coloca-se como um contraponto a essa ideia. No livro O povo de papel – a sátira política na literatura de cordel, a autora defende que o povo era informado, pelos poemas, sobre como funcionava o sistema político da época. A obra foi publicada com apoio da FAPERJ, pelo Programa de Auxílio à Editoração (APQ 3).
Com uma abordagem original, que associa a obra de Leandro Gomes de Barros ao contexto político da Primeira República, o livro se situa na fronteira entre a poesia e a história. "O foco da pesquisa consistiu, essencialmente, em buscar os temas trabalhados pelo autor sobre o contexto político da época e inaugurar uma nova historiografia para o período conhecido como Primeira República", conta Ivone. Para isso, ela se debruçou por cerca de cinco anos sobre um vasto acervo de folhetos de cordel escritos por Leandro Gomes de Barros. "Baseei-me, sobretudo, na seleção de poemas políticos que já havia começado a estudar, quando coordenei o projeto de pesquisa intitulado 'Folhetos de Papel: Memória do Cordel', realizado sob o patrocínio da FAPERJ, para a Fundação Casa de Rui Barbosa, sobre a obra do poeta", acrescenta.
A passagem da monarquia à república é descrita pelo poeta paraibano como um momento de grandes reviravoltas sociais, políticas e econômicas. Ele era uma voz popular que se posicionava claramente contra o novo regime. "Leandro Gomes de Barros representou o panorama político e social da Primeira República ao denunciar os fatos do cotidiano daquela época, sobretudo os de caráter político, com uma linguagem facilmente inteligível por seu público, em que prevalece a ironia, a sátira e, algumas vezes, a paródia", avalia Ivone. "Nesse sentido, o poeta desnuda para o leitor os bastidores do poder fazendo poemas sobre eleições, carestia, impostos, seca, corrupção, etc. que constituem, na opinião dele, os 'pilares' da Primeira República", completa.
Leandro Gomes de Barros descreveu ainda a atuação de coronéis, chefes do cangaço e membros das oligarquias locais, além das relações entre os poderes municipal, estadual e federal. Com acidez e humor, ele despertava entre seus leitores o sentimento de cidadania, ainda que marcado pelo ceticismo. Um exemplo desse espírito crítico resgatado no livro é o trecho do poema "Ave Maria", que destaca o sistema corrupto eleitoral, tanto em nível distrital, estadual, quanto nacional: No dia da eleição/O povo todo corria/ Gritava a oposição/ Ave Maria/ Via-se grupos de gente/ Vendendo votos nas praças/ E a urna do governo/ Cheia de graça.
  Reprodução
     
 Com ironia, o poeta criticava
o regime político da 1ª República
 

Para a doutora em Literatura Geral e Comparada pela Universidade de Paris III, a importância de Leandro Gomes de Barros transcende a poesia e vai para o campo da militância política. "O poeta parece perpetuar uma tendência crítica aberta desde o século XVIII na literatura brasileira, que se baseia na denúncia dos males sociais através da ironia e do humor. Além de representar uma obra em que a originalidade dos temas constitui a chave para o sucesso de sua poética", diz a professora da Universidade Federal Fluminense (UFF).
De acordo com a autora, O povo de papel é uma oportunidade de divulgar pérolas da obra de Leandro Gomes de Barros e de revisitar criticamente a história da Primeira República. "A principal contribuição do livro é iniciar um trabalho de resgate dessa obra poética de tamanha importância histórica, mas relegada praticamente ao campo da literatura popular. Minha intenção foi produzir um texto em que viesse à tona essa lacuna historiográfica, que seria preenchida com as observações aguçadas de um poeta popular à frente do seu tempo", conclui.
© FAPERJ – Todas as matérias poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.



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