Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

** Revista Navigator

     A Revista Navigator – do latim, navigator, oris é dirigida a professores, pesquisadores, alunos de história e militares de Marinha, com o propósito de promover e incentivar o debate e a pesquisa sobre temas de História Marítima no meio acadêmico.




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Atividade nos últimos dias:
    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

** Pesquisa mapeia publicidade e cotidiano feminino dos anos 1920

Pesquisa mapeia publicidade e cotidiano feminino dos anos 1920


Exemplo de anúncio analisado por Xenia em seu estudo: a mulher ideal

Se a publicidade paulista dos anos 1920 divulgava um ideal de mulher urbana materna, afetiva, zelosa pelo bem-estar alheio e da família, não era isso que mostravam as trabalhadoras pobres. É o que revela uma tese de doutorado defendida na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, que analisou o cotidiano vivido por essas mulheres e como se dava sua presença no espaço público. O estudo, de autoria da historiadora Xenia Miranda Salvetti, também analisou como essa mulheres se apercebiam da moda e da publicidade.
Ao abordar o cotidiano das mulheres pobres e seus movimentos pelo perímetro central e cercanias na cidade de São Paulo, a pesquisadora realizou uma operação cartográfica do comércio e das moradias das mulheres trabalhadoras pobres no centro. Em um primeiro momento, a historiadora pesquisou anúncios de estabelecimentos com endereços comerciais no centro da cidade, veiculados em periódicos de grande circulação na época, o que resultou em um mapa do comércio e de outros serviços daquela região.
Na pesquisa Imprensa e publicidade na São Paulo dos anos 20: quotidiano das mulheres pobres também foram analisados os atendimentos prestados a essas mulheres pelos postos de saúde pública, que, como descreve a pesquisadora, eram registrados na forma de Boletim de Ocorrência, em parceria com a Secretaria de Segurança Pública. Foram analisados boletins dos anos 1920, 1925, 1929 e 1931. Como os boletins contêm dados de nome, endereço, idade, profissão, local e motivo do atendimento, Xênia pôde montar um banco de dados inédito com registros de 876 mulheres, localizando-as espacialmente. Nesse mapeamento, a historiadora observou que havia um grande número de mulheres nas cercanias da região central da cidade. E por terem que cruzar o centro para ir ao trabalho ou para casa, essas mulheres carregavam muitas informações, onde o que era veiculado na publicidade se inclui. O estudo espacial do comércio, serviços e das moradias das mulheres pobres, evidenciou a tensão gerada pela presença não desejadas destas mulheres pelo grupo dirigente.
Para o estudo, que foi orientado por Maria Odila Leite da Silva Dias, Xenia analisou a publicidade da revista Cigarra (feita para a elite e classe média), do jornal A Capital (mais popular) e Fanfulla (com notícias de moradores de regiões como Brás e Bom Retiro). A pesquisadora entende que "a publicidade propagava um discurso de um grupo dirigente sobre a cidade e sujeitos desejados". A pesquisadora estudou ainda quem era o grupo que fazia a publicidade e as intenções por trás do uso da imagem feminina nos anúncios.
A historiadora destaca que as mulheres pobres da época viviam um cotidiano tenso, pois tinham expressiva presença nos espaços públicos onde não eram desejadas [o centro]. "São Paulo passou por um boom nas duas últimas décadas do século 19. O número de empresas, de investidores e de estabelecimentos comerciais cresceu, e as mulheres que moravam no centro foram para a periferia, pois a cidade passou por mudanças urbanísticas que arrastaram essas pessoas para áreas mais periféricas. Isso não significa, entretanto, que o centro foi esvaziado. Essa mulheres eram muito corajosas, pois mesmo com os esforços do Estado para tirá-las de lá, elas insistiam", explica.



Publicidade relacionava comportamento social da mulher à sua biologia
Mulheres de papel versus mulheres de verdade
 
A propaganda da época amarrava as mulheres à biologia. Isto é, todos seus problemas tinham origem fisiológica, vinham do útero, havendo uma relação entre seu comportamento social e seu aparelho reprodutor. Elas deveriam ainda ser honestas, honradas e era sua responsabilidade a formação da nação (em associação com uma gestação). Segundo o pensamento da época, o resguardo de sua energia para as funções reprodutoras evitaria disfunções biológicas e psicológicas, bem como futuras alterações na evolução da espécie humana.
E se a mulher na sociedade deve se restringir às funções maternais e domésticas, os anúncios ainda ensinavam como: há registros de campanhas para instruí-las a cuidar da casa, da família e da saúde. Xenia acrescenta que há longos textos didáticos e que os trabalhos direcionados à elas se relacionavam às características culturalmente ligadas às mulheres. É o caso da indústria têxtil e de outros trabalhos manuais. "E é importante notar que mesmo que elas fossem maioria em um tipo de indústria, elas ainda ganhavam menos do que um homem exercendo a mesma função", observa.
O estudo também observou que se estimulava um cuidado com anatomia estética, com grande número de anúncios de produtos de beleza, como cremes modeladores para o corpo. "A anatomia era o testemunho da honra, por isso a necessidade do cuidado com ela", diz a historiadora. Mas as mulheres pobres não tinham acesso a esses produtos, e por isso não tinham o corpo padrão para a época. Nas palavras da pesquisadora, era uma "anatomia da exclusão".
Xenia procura atentar para o fato de que a imagem feminina foi construída, ao longo do período estudado, por mãos masculinas, e destaca a dificuldade da historiografia das mulheres pobres. "Muitas não liam ou escreviam, o que sabemos são registros de outros ou memórias, por exemplo".
Intelectuais e artistas na publicidade
Para a pesquisadora, a imagem feminina participava de uma ideologia biopolítica de construção da nação. "Para compreendê-la, é necessário conhecer as preocupações que cercaram a geração de intelectuais que atravessou as duas primeiras décadas do século 20 e os princípios cientificistas que influenciavam os grupos dirigentes", diz ela.
A pesquisa aponta que, no período estudado, aqueles que faziam propaganda eram, em sua maioria, intelectuais escritores, poetas, literatos e artistas envolvidos na construção da imagem nacional. Entre eles, Olavo Bilac, Menotti Del Picchia e Monteiro Lobato. Estes intelectuais viam na alfabetização o meio para o país se desenvolver, mostravam descontentamento com a república e criavam grupos dirigentes autônomos e ligas para discutir política. Eles, influenciados pela corrente positivista, depositavam sobre a mulher a responsabilidade de fazer uma nação crescer.
Pioneirismo
Ao mapear o comércio e seus serviços no centro da cidade e a presença de mulheres pobres trabalhadoras principalmente nas cercanias do centro, o estudo de Xenia Salvetti se constitui ainda em um trabalho cartográfico que permite estudar o cotidiano dessas mulheres frente à imagem da mulher nacional e dos sujeitos desejados no perímetro central. Nas palavras da pesquisadora, "essas mulheres eram valentes ao viver o enfrentamento corpo-a-corpo, travado cotidianamente nas esferas dos trabalhos exaustivos e mal remunerados, nos espaços públicos destinados às mulheres da boa sociedade".
Mais informações: xsalvetti@gmail.com


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** Projeto destaca o papel da opereta na formação do teatro brasileiro

Projeto destaca o papel da opereta na formação do teatro brasileiro


Fonte: Débora Motta
© FAPERJ

                                      Fernando Frazão
     
  Capa da partitura da opereta  Barbe-Bleue,
localizada no acervo da Escola de Música da UFRJ


Gênero de teatro musicado leve e divertido, em que o canto e a fala se alternam, a opereta se tornou uma opção cultural recorrente no País durante o século XIX e os primórdios do século XX. Para entender o lugar que a opereta ocupa na história do teatro brasileiro, um projeto desenvolvido na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) propõe o mapeamento do gênero no contexto do Segundo Reinado (1840-1889) e das  primeiras décadas da República Velha, mais precisamente até 1920. O estudo é coordenado pela professora Maria de Lourdes Rabetti (Beti Rabetti), coordenadora do Laboratório Espaço de Estudos sobre o Cômico (Leec/UniRio) e pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e foi apoiado pelo programa de Apoio ao Pós-Doutorado no Estado do Rio de Janeiro – uma parceria da FAPERJ com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Para reconstituir o mapa da opereta no Brasil, foi necessário um trabalho de pesquisa minucioso. Junto ao bolsista de pós-doutorado da FAPERJ Paulo Ricardo Cardoso Maciel e à pesquisadora Aline Santos Pinto, graduada pela UniRio e bolsista da Fundação Casa de Rui Barbosa, a professora Beti Rabetti garimpou diversos acervos musicais em busca do que figurava no panorama cultural da época. "As pesquisas sobre opereta ainda são insuficientes na historiografia musical brasileira, até pela dificuldade de acesso ao material", justifica a pesquisadora. Entre os acervos visitados no Rio estão os da Biblioteca Nacional, da Casa de Rui Barbosa, da Fundação Nacional de Artes (Funarte), da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto Moreira Salles, além do Clube Teatral Arthur Azevedo, em São João del Rey (MG), e do Centro de Documentação Musical da Universidade Federal de Pelotas ( UFPel).

O cenário musical do Rio de Janeiro, capital do País no período estudado, ganhou destaque no projeto. Só nos acervos da Biblioteca Nacional e da Escola de Música da UFRJ, o levantamento das fontes documentais primárias resultou na identificação de pelo menos 156 registros de libretos – a parte textual da opereta, cantada ou recitada – e de 184 registros de partituras – a estrutura musical. Pela observação dos dados coletados, foi possível identificar os padrões estruturais da opereta, sejam de composição, de temas e de suas matrizes musicais. "Organizar o mapa da opereta no teatro brasileiro significa ir além da tradicional análise do gênero por autores e obras, na medida em que se observa uma intensa circulação autoral e entre obras que escapam aos ditames do gênero. O objetivo é pesquisar um perfil da produção musical do gênero no País e de gêneros musicais correlatos, além de a sua recepção junto à sociedade no período analisado", conta Beti Rabetti.

A trajetória da opereta no Brasil, do século XIX ao início do século XX, remonta a uma curva temporal que tem início com a importação e incorporação da produção musical europeia, especialmente a italiana e a francesa. Ao chegarem ao Brasil, as peças eram, muitas vezes, adaptadas por autores brasileiros, que faziam traduções e paródias da parte textual (libretos), mantendo a estrutura musical original (partitura). Finalmente, surgiram compositores brasileiros do gênero, configurando sua nacionalização. "A pesquisa considerou como fontes documentais, a partir do levantamento de libretos e partituras nos acervos, aquelas compostas por autores brasileiros, as compostas por autores estrangeiros e suas respectivas paródias por autores brasileiros", explica a pesquisadora.

Uma das pérolas que puderam ser recuperadas no mapeamento, e de cuja existência já se tinha conhecimento – no acervo do Clube Teatral Arthur Azevedo, em São João del Rey – foi a partitura com os arranjos originais de A capital federal, escrita pelo brasileiro Arthur Azevedo, em 1897. Considerada uma comédia de costumes, ela traça uma visão panorâmica da sociedade carioca da belle époque, tendo como personagens as cortesãs, as cocotes, as mulatas, os cafés e todas as liberalidades da recém-criada metrópole republicana, ainda marcada pelo tradicionalismo provinciano.  

 Reprodução
       
 O autor Arthur Azevedo: na opereta  A capital
 federal
, ele retrata os costumes de uma época 
 
Outra opereta que consta no repertório mapeado é a francesa Orphée aux enfers, de Jacques Offenbach. Ela ganhou uma versão de sucesso no palco do Teatro Alcazar Lírico, na voz da célebre atriz-cortesã francesa Louise Aimée, que chocou a conservadora sociedade carioca da época com um comportamento considerado liberal para uma mulher. Segundo os autores Mello Barreto Filho e Hermeto Lima, que descreveram aspectos da cidade e vida carioca de então, Aimée adquiriu fama "não só pela sua brilhante atuação no palco, mas principalmente pelas diabruras que praticava fora dos bastidores, pois conseguira transformar em verdadeiro inferno muitos lares que, até então, haviam vivido na mais perfeita paz do Senhor". 

Criado em 1859, apenas cinco anos depois da chegada da iluminação a gás no Rio, o Alcazar Lírico ficava na antiga Rua da Vala (atual Rua Uruguaiana) e logo se tornou o reduto da boemia, em uma cidade pouco acostumada à vida noturna. A peça original de Offenbach ganhou duas paródias também localizadas pela pesquisa, escritas pelo ator Francisco Corrêa Vasques: Orfeu na roça e Orfeu na cidade. Já a peça Barbe-Bleue, com música de Offenbach e libreto de Meilhac e Halévy, foi reinventada na paródia Barba de Milho, na versão de Augusto de Castro, identificada no levantamento de acervos.

Para além do resgate da memória da opereta, o projeto apresenta uma proposta de revisão teórica sobre a formação do teatro brasileiro, ocorrida no século XIX. A ideia é discutir abordagens teóricas predominantes na historiografia, que dividem o estudo do tema em categorias rígidas e opostas, como o teatro de prosa e o teatro musicado. "Os espetáculos apresentados no Brasil ao longo do século XIX apresentavam uma estreita relação entre música e teatro, que insistiram em perdurar nas produções montadas no Rio no início do século XX. Por isso, é fundamental pensar na relação entre teatro e música e na importância da opereta para entender o processo de formação do teatro brasileiro", conclui Beti Rabetti.    

O mapeamento da opereta no teatro brasileiro é o primeiro desdobramento de outro projeto mais amplo, "História cultural das artes cênicas no Brasil: programa interdisciplinar de estudos sobre relações música e teatro", desenvolvido no Leec/UniRio (www.unirio.br/teatrocomico) – laboratório com infraestrutura contemplada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela FAPERJ. O estudo já rendeu a apresentação de diversos artigos em eventos da área, alguns publicados, como no XIV Encontro Regional da Associação Nacional de História (Anpuh-Rio) e nos Anais da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas (Abrace).

© FAPERJ – Todas as matérias poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.


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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

** Escravos na Bahia setecentista vieram da África Central, diz livro


Livro Os Rosários dos Angolas – Irmandades de africanos e crioulos na Bahia Setecentista revela que, na Bahia, presença de escravos oriundos da "nação angola" é mais relevante do que se pensava
 

Escravos na Bahia setecentista vieram da África Central, diz livro

15/12/2011
Por Mônica Pileggi
Fonte: Agência FAPESP – Durante um período da história brasileira, a presença de homens e mulheres de origem centro-africana foi considerada minoria enquanto população escrava na Bahia.
No entanto, o livro Os Rosários dos Angolas – Irmandades de africanos e crioulos na Bahia Setecentista, da historiadora Lucilene Reginaldo, mostra que os únicos escravos que chegaram ininterruptamente ao estado entre os séculos 18 e 19 foram os de "nação angola" – termo utilizado na época para designar os indivíduos provenientes de uma vasta região da África central, escravizados e embarcados para a América a partir do porto de Luanda.
O livro, recentemente lançado pela Editora Alameda e fruto da pesquisa de doutorado realizado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) pela autora – que atualmente é professora do Departamento de Ciências Humanas e Filosofia da Universidade Estadual de Feira de Santana –, contou com o apoio da FAPESP na modalidade Auxílio à Pesquisa – Publicações.
De acordo com a autora, o estudo teve como objetivo inicial a investigação das irmandades negras na Bahia no século 18. No prefácio do livro, a orientadora de Lucilene, Silvia Hunold Lara, professora do Departamento de História da Unicamp, afirma que as irmandades, "em uma sociedade escravista, eram um importante canal de expressão e preservação de valores e anseios religiosos, sociais e políticos".
"A proposta foi estudar a irmandade como um espaço importante tanto de vivências como de reelaborações das entidades étnicas oriundas da África e das que foram construídas na diáspora", disse Lucilene à Agência FAPESP.
"Ao longo da pesquisa, observei que o grupo de africanos conhecido como 'angolas' se destacava na Bahia. Eles aparecem de forma recorrente nos arquivos portugueses, criando e organizando irmandades ao longo do século 18, especialmente as dedicadas a Nossa Senhora do Rosário, que eram as mais populares da época", completou.
No primeiro capítulo do livro, a autora trata da importância das devoções católicas e da participação em irmandades e confrarias na constituição da experiência escrava no império português. Lucilene faz uma breve exposição sobre a conversão do Reino do Congo e o movimento de expansão do catolicismo na África Central, além de explicar a importância e o significado das irmandades e devoções negras no Reino de Angola.
No capítulo seguinte, a autora introduz ao leitor o cenário das irmandades negras na Bahia setecentista, principalmente em Salvador. Já o terceiro capítulo é dedicado a demonstrar a forma e a razão pelas quais os angolas se fizeram visíveis na história das irmandades do Rosário.
No capítulo quatro, a professora procura situar o leitor sobre a presença dos angolas na população escrava e liberta na Bahia do século 18 até meados do século 19. No texto, a pesquisadora discute as representações criadas sobre os angolas, ao longo dos séculos, por viajantes, traficantes e proprietários de escravos.
"Intelectuais da escola baiana de antropologia estabeleceram, no século 19, que foram os africanos ocidentais o grupo majoritário de escravos a chegar à Bahia. Com isso, adotou-se certa hierarquia em relação ao continente africano, sendo os ocidentais os mais evoluídos e os da África-Central, entre os quais das etnias banto e angola, os primitivos, tanto do ponto de vista ideológico como religioso", destacou a pesquisadora.
O histórico sobre a Irmandade do Rosário das Portas do Carmo é apresentado brevemente no quinto, e último, capítulo. Nele, a autora faz uma análise da irmandade – que dá título ao livro – com base no acervo composto de diversos livros de associados e que compreende um período de 107 anos (de 1719 a 1826).
"Sem dúvida, a maior parte dos escravos africanos que chegaram à América portuguesa veio da África Central. Do ponto de vista numérico, a importância desses povos ainda é pouco avaliada, assim como a contribuição e a influência dos angolas no campo religioso e no cultural", conclui a professora.
  • Os Rosários dos Angolas – Irmandades de africanos e crioulos na Bahia Setecentista
    Autora: Lucilene Reginaldo
    Lançamento: 2011
    Preço: R$ 55
    Páginas: 399
    Mais informações: www.alamedaeditorial.com.br



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** Chamada para artigos - Dossiê "A Ilustração nas publicações, História, Ciência e Cultura"

A 14a. edição da Revista "História, imagem e narrativas", a ir ao ar em abril de 2012, contará com o dossiê "A ilustração nas publicações: História, Ciência e Cultura".
www.historiaimagem.com.br

Nossa publicação recebe trabalhos cujas áreas do conhecimento transitam por todos estudos em Humanidades. História, Antropologia, Comunicação, Artes, Sociologia, Educação, Filosofia, Letras e quaisquer olhares que possam relacionar-se com as imagens e com as representações literárias.

Nesse dossiê, serão considerados trabalhos envolvendo todos os tipos de análise em torno de elementos ilustrativos em livros (didáticos, científicos, infantis, adultos etc.), revistas, jornais, quadrinhos, websites e outras mídias que se componham a partir de textos e imagens. São desenhos, pinturas, fotografias, arte digital, gravuras, entre outras formas de produção de imagens para publicações, cada qual em seu contexto histórico e sociocultural.

Convocamos todos os interessados ao envio de artigos acadêmicos versando sobre o assunto para o e-mail: historiaimagem@historiaimagem.com.br
As normas de publicação encontram-se no seguinte endereço: www.historiaimagem.com.br/normaspublicacao.pdf
Eis, igualmente, o link para um artigo cuja formatação serve de referência: www.historiaimagem.com.br/edicao10abril2010/promethea-binah.pdf
Solicitamos divulgação desta chamada para pesquisadores e departamentos empenhados nesses estudos.

Grato,
Carlos Hollanda - editor
Doutorando - PPGAV-UFRJ
Mestre - PPGHC-UFRJ


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Atividade nos últimos dias:

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    quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

    ** CHAMADA DE TRABALHOS - Saeculum n. 26, n. 27 e n. 28 (PPGH-UFPB)



     
    Qualis B2 - Área de História
    ISSN 0104-8929


    CHAMADAS DE TRABALHOS
    • n. 26 - jan./ jun. 2012
      Dossiê: História e Questão Agrária
      Prazo Final para o envio de trabalhos: 20 de abril de 2012
      Organizadores: Ângelo Emílio da Silva Pessoa e Regina Célia Gonçalves
    • n. 27 - jul./ dez. 2012
      Dossiê: História e Práticas Cotidianas
      Prazo Final para o envio de trabalhos: 6 de setembro de 2012
      Organizadores: João Azevedo Fernandes e Telma Dias Fernandes
    • n. 28 - jan./ jun. 2013
      Dossiê: História e História da Arte
      Prazo Final para o envio de trabalhos: 12 de abril de 2013
      Organizadora: Carla Mary S. Oliveira
    Para maiores informações e normas editoriais, acesse:
    http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/srh

    Para contato e dúvidas, envie um mail:
    saeculum@cchla.ufpb.br



      

    domingo, 11 de dezembro de 2011

    ** I Conferência Nacional de Arquivos

     
    Convocada pela Presidente Dilma Roussef, será realizada de 15 a 17 de dezembro em Brasília, a I Conferência Nacional de Arquivos (I CNARQ), tendo como tema "Por uma política nacional de arquivos". Como disposto no Decreto de convocação (11.10.2011), a Conferência visa "propor ao Governo federal um conjunto de diretrizes e ações destinadas a orientar a formulação e implementação da política nacional de arquivos."
    Novas formas de produção, guarda e uso de documentos arquivísticos somam-se a um déficit histórico na atuação do Estado brasileiro na preservação e democratização do acesso aos arquivos.  Vinte anos depois da Lei de Arquivos de 1991, ampliaram-se as demandas sociais pelo direito à informação, agora sob a perspectiva da Lei de Acesso à Informação. Como mostram as experiências internacionais, sem políticas  públicas arquivísticas, o acesso aos arquivos não se torna uma realidade na vida do cidadão e a transparência do Estado limita-se à retórica política. 
    A I Conferência Nacional de Arquivos, proposta pelo Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, resulta da mobilização de vários setores do Estado e da sociedade civil que consideraram inadequada a transferência do Arquivo Nacional da Casa Civil da Presidência da República para o Ministério da Justiça em janeiro deste ano.
    Cinco conferências regionais (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul) aprovaram propostas que serão objeto de deliberação na Conferência Nacional. Essas propostas encontram-se organizadas em seis eixos temáticos: regime jurídico dos arquivos no Brasil;  administração pública e a gestão dos arquivos; políticas públicas arquivísticas; acesso aos arquivos, informação e cidadania; arquivos privados; educação, pesquisa e recursos humanos para o campo arquivístico.
    Participarão da Conferência 120 delegados, representantes do Poder Público, da comunidade acadêmica, das associações profissionais e da sociedade civil organizada. Além destes, 36 observadores de diversos segmentos atuarão na Conferência com direito a voz.
    Documentos de trabalho, legislação, resultados das conferências regionais, lista de participantes e outras informações estão disponíveis no site: http://www.cnarq.gov.br/

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