Este espaço é reservado para troca de textos e informações sobre a História do Brasil em nível acadêmico.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

** História Oral

 
História Oral
As inscrições para a nona edição do Encontro Regional Sudeste de História Oral estão abertas e vão até o dia 12 ou até o preenchimento total das vagas. O evento acontece na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP entre os dias 16 e 18. O tema desta edição é "Diversidade e Diálogo".
Haverá conferências e debates com diversos profissionais de todo o país e do exterior, três diferentes minicursos sobre o trabalho com história oral e memória, além de comunicações orais, pôsteres, lançamentos de livros e apresentações musicais.
A taxa de inscrição custa R$ 50,00 e garante participação em todas as atividades, material de apoio e certificado. Os minicursos têm taxa extra de R$ 30,00 e vagas limitadas. Inscrições são feitas pelo site do Encontro. O evento acontece no prédio dos Departamentos de Geografia e História da FFLCH, na Av. Lineu Prestes, 338 Cidade Universitária, São Paulo.
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Atividade nos últimos dias:
    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

                                                                                                    Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
 
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terça-feira, 2 de agosto de 2011

** Saeculum 23 no ar! [Dossiê História e Memória]

Sæculum 23
[Qualis B2 na área de História]

Saeculum 23
Dossiê: História e Memória

Organizadoras: Telma Dias Fernandes e Vilma de Lurdes Barbosa


  • A Pedra que Arde: o direito à memória contra a sedução do esquecimento
    Marta Gouveia de Oliveira Rovai (Doutoranda em História Social - USP)  
  • Biografias históricas e práxis historiográficas
    Arrisete C. L. Costa (UFAL)
  • Memórias de velhos no Nordeste brasileiro
    Alarcon Agra do Ó (UFCG)
  • De como lembrar o Semiárido e esquecer o Sertão
    Maria Lucinete Fortunato (UFCG)
    Mariana Moreira Neto (UFCG)

  • O folclórico Bar Palácio e os tempos da memória gustativa
    Mariana Corção (Doutoranda em História - UFPR)
  • Limites e contribuições da história oral: a memória e a história nas interseções entre o individual e o coletivo
    Willian Eduardo Righinni de Souza (Mestrando em Ciência da Informação - USP)
    Giulia Crippa (USP) 

  • Cultura histórica, memória e comemorações: o centenário de nascimento do Presidente João Pessoa na Paraíba em 1978
    Genes Duarte Ribeiro (SEC-PB)
  • Entre a memória histórica e a prática cívica: os calendários culturais do MEC (1969-1974)
    Tatyana de Amaral Maia (USS - RJ)
  • Acervos privados: indivíduo, sociedade e história
    Rejane Silva Penna (IHRGS)
    Cleusa Maria Graebin (UNISINOS - RS) 


  • O uso de memórias como fonte de pesquisa para a História da Educação da população negra em São Paulo
    Surya Aaronovich Pombo de Barros (UFPB)
Resenhas
  • História e memória dos Vikings
    Resenha de: La saga de Fridthjóf el valiente y otras sagas islandesas; texto anônimo da tradição nórdica, traduzido para o espanhol por Santiago Ibáñez Lluch (Madrid: Miraguano, 2009, 365 p.).
    Johnni Langer (UFMA) 
  • Entre a História e a memória dos mitos e lendas celtas
    Resenha de: Contos e lendas da mitologia celta; de Christian Léourier, traduzido por Monica Stahel (São Paulo: Editora WMF/ Martins Fontes, 2008, 224 p.).
    Luciana de Campos (UFMA)
  • "O mosaico falhado da memória": composições da infância e da guerra
    Resenha de: Minha guerra alheia; de Marina Colasanti (Rio de Janeiro: Record, 2010, 286 p.).
    Alômia Abrantes (UEPB)
Entrevista
  • Trajetórias de vida, trajetórias de ofício
    Entrevista com Regina Beatriz Guimarães Neto (UFPE)
    Entrevistadoras: Telma Dias Fernandes e Vilma de Lurdes Barbosa
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Acesse a revista em:
http://www.cchla.ufpb.br/saeculum/

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

** Convite - Lançamento do livro "A batalha eleitoral de 1910" (10/08/11, 18h30 - Museu da República - Catete/RJ)

 
Convite para o lançamento do livro "A batalha eleitoral de 1910", de Vera Lucia Bogéa Borges. Dia 10/08, às 18h30, na Livraria Museu da República. 
Saudações históricas,






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Fabrício Augusto Souza Gomes

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** Proibir tráfico de escravos foi só para inglês ver (Folha de S.Paulo, 31/07/2011)

 
HISTÓRIA

O negreiro e a letra morta


Como a lei que tentou proibir o tráfico, há 180 anos, foi só "para inglês ver"

RESUMO
 
Em 1831, sob pressão inglesa, o Brasil aprovou lei para proibir o tráfico negreiro, que, no entanto, ainda vicejou por décadas no país, sob os auspícios de cafeicultores, traficantes e do Estado. No Brasil, em Cuba, nos EUA e no Haiti, o comércio de escravos prosperou, simbolizado pelo navio negreiro, misto de feitoria e prisão.







ELEONORA DE LUCENA
ilustração BRUNO DUNLEY

O Brasil foi o campeão mundial da escravidão moderna, a dolorosa base de construção do capitalismo. Na véspera da Independência, em 1820, dois terços da população eram de escravos; de 1790 a 1830, eles representaram dois terços de todas as importações brasileiras.
Só nesse período, desembarcaram no Rio 700 mil africanos. Em 1840, mais escravos foram traficados no mercado do Valongo --cujas ruínas foram descobertas no início deste ano, durante as obras no porto carioca-- do que em todos os mercados de Nova Orleans juntos. O Rio de Janeiro foi a maior cidade escravista do mundo desde a Roma antiga.
Neste ano se completam 180 anos da lei que proibiu o tráfico de escravos. Letra morta, ela passou para os livros como a que foi feita para "inglês ver" e virou expressão nacional.
Quatro novos livros, de historiadores brasileiros e norte-americanos, cruzam as histórias de Brasil, EUA e Cuba para dissecar essa história violenta. Mostram um mundo em transformação, no qual os interesses da acumulação capitalista entram em conflito com as insurreições e as contradições da formação do mercado consumidor.
As batalhas ocorreram nos mares, nos rios africanos, nos parlamentos, nas senzalas e nos jornais; entre seus pontos cruciais estão o movimento abolicionista, a revolta que criou o Haiti, os canhões ingleses e a guerra civil nos EUA.

NAVIO Um dos lançamentos mais interessantes é "O Navio Negreiro - Uma História Humana", de Marcus Rediker [trad. Luciano Machado, Companhia das Letras, 464 págs., R$ 64]. Professor de história marítima da Universidade de Pittsburg (EUA), Rediker mescla cifras, análise política e depoimentos de atores do que foi a maior migração forçada da história.
Nos 400 anos de história do tráfico (do fim do século 15 ao fim do século 19), Rediker contabiliza 12,4 milhões de embarcados em navios negreiros. Destes, 1,8 milhão morreu durante a viagem e foi jogado ao mar.
O rigor com as estatísticas não esconde os dramas por trás delas, como o caso do navio Zong, que, em 1781, levava 470 escravos para a Jamaica quando uma doença se espalhou, matando 60 africanos e sete tripulantes.
O capitão Luke Collingwood calculou: se os escravos tivessem morte natural, a perda seria dos traficantes; se fossem jogados ao mar, o prejuízo seria da seguradora. Não hesitou: atirou ao mar 122 cativos; dez se suicidaram. O caso foi parar na Justiça e atiçou o abolicionismo.
Rediker ancora a narrativa no navio: sua construção (por mãos escravas), sua tecnologia (das mais avançadas), sua tripulação (jovens pobres endividados), seu comando (despótico e cruel), sua carga (amontoada), sua rotina (doenças, motins, estupros, suicídios, assassinatos). Não raro, tubarões seguiam as embarcações atrás de cadáveres.
Não é uma leitura leve, admite o próprio autor. Às vezes faz lembrar "Coração das Trevas", de Joseph Conrad (1857-1924), ou evoca a imagem da instalação de Emanoel Araújo sobre um navio negreiro exposta no Museu AfroBrasil, em São Paulo.

DESESPERO Dicky Sam, pseudônimo de um escritor de Liverpool --base britânica do tráfico e palco de revoltas--, descreveu assim o negreiro: "O capitão brutaliza os homens, os homens torturam os escravos, o coração dos escravos se afoga em desespero".
Rediker enfatiza que o navio negreiro foi uma peça fundamental para a ascensão do capitalismo. Ajudou a tomar terras e a expropriar milhares de pessoas, deslocando-as para explorar minas de ouro e prata, cultivar tabaco e cana-de-açúcar. Também foi vital para o desenvolvimento do comércio de longa distância e para a acumulação de riquezas e de capitais de forma inédita.
O barco era uma feitoria e uma prisão. A violência estava no seu cerne. As mortes faziam parte de um negócio que, se tudo corresse bem, podia garantir aos traficantes um lucro de 100%.
Outro estudioso do tráfico, Gerald Horne, cita uma estimativa de Henry Wise (1806-76), que foi governador da Virgínia e atuou como principal diplomata dos EUA no Brasil: o lucro com o tráfico de escravos variava de 600% a 1.200%.
O destino mais lucrativo para os negreiros era o Brasil, diz Horne, que teve seu "O Sul Mais Distante - Os Estados Unidos, o Brasil e o Tráfico de Escravos Africanos" [trad. Berilo Vargas, Companhia das Letras, 488 págs., R$ 59,50] incluído na recente fornada de livros sobre o assunto.
Professor da Universidade de Houston, Texas, Horne lembra que, de 1500 a 1800, chegaram às Américas mais africanos do que europeus. De 1600 a 1850, 4,5 milhões de escravos desembarcam no Brasil, dez vezes a quantidade levada para a América do Norte.
O autor enfatiza que a maior parte da riqueza dos grandes países da Europa e da América do Norte foi acumulada graças à escravidão: a fase mais intensa e lucrativa do tráfico foi financiada por capitais dos EUA, em navios norte-americanos, com tripulação e bandeira ianques.

BRASIL E EUA O grande mérito do livro de Horne é descrever como as relações diplomáticas, comerciais e políticas entre Brasil e EUA se entrelaçavam e aproximavam escravocratas de lá e de cá. Juntos, os dois países chegaram a abrigar 67% dos escravos das Américas.
Os EUA eram o principal mercado para os cafeicultores brasileiros, que, por sua vez, eram os maiores compradores de escravos. Se o norte dos EUA lucrava com a construção de navios e com o tráfico, o sul via no Brasil uma possível válvula de escape para a economia escravocrata.
Mesmo antes da eclosão da Guerra Civil Americana (1861-65), uma parcela mais conservadora dos confederados acalentou planos de transferência de proprietários sulistas (e de sua escravaria) para a Amazônia e outras regiões do Brasil. Enxergavam em d. Pedro 2º um aliado, mas não conseguiram um esperado engajamento brasileiro na guerra contra o norte.
Grupos de derrotados da Guerra de Secessão chegaram a aportar por aqui; a maioria voltou desiludida. No entanto, em Santa Bárbara do Oeste e Americana, ambas no interior paulista, os confederados ficaram.
Horne traz relatos pavorosos da vida no Brasil escravocrata. Durante a corrida do ouro para a Califórnia, os navios contornavam o cabo Horn, no extremo sul da América, e chegavam ao Rio, onde os viajantes viam corpos pelo chão, sangue no porto, escravos sujos, maltrapilhos, doentes.
Numa época em que abolição era palavra maldita, foram os estrangeiros que verbalizaram os temores de revoltas. O reverendo Robert Walsh, impressionado, achava que os africanos "descobrirão a força que têm". Previa que o Brasil viraria um Haiti, palco de radical revolta escrava.
Walsh descrevia a situação dos cativos como "revoltante para a humanidade". Andavam nus, com a pele criando cascas "como as do elefante"; até cavalos e mulas desfrutavam de "situação muito superior à dos negros".

CAFÉ Os lucros do café, porém, ainda justificavam para a elite brasileira da época todo o horror da escravidão. A ação dos cafeicultores na política brasileira que a respaldava é o tema de Tâmis Parron no seu "A Política da Escravidão no Império do Brasil - 1826-1865" [Civilização Brasileira, 374 págs., R$ 49,90].
Mestre em história social pela USP, Parron mostra como a expansão do cativeiro foi simultânea à formação do Estado nacional. O dinheiro do tráfico e dos senhores de escravos nutria o orçamento estatal e formatava a política. Foi com esse suporte que Pedro 2º, por exemplo, conseguiu abafar as revoltas regionais que eclodiram no século 19 (Farroupilha, Sabinada, Balaiada, Cabanagem).
O historiador busca nos documentos a retórica que fundamentou a escravidão. Avalia que, de início, a norma de 1831 ("para inglês ver"), que tentou proibir o tráfico --atividade que chegou a estar concentrada em 29 famílias--, não foi tão inócua como se imagina: muitos a abandonaram para investir em imóveis no Rio.
Montados em negócio tão lucrativo e central para o país, os escravocratas conseguiram bloquear a implantação da lei, que previa a libertação de escravos trazidos ilegalmente e punia fazendeiros e traficantes.
O Estado incorporou a defesa dos interesses dos senhores de escravos, especialmente os do eixo Rio de Janeiro-vale do Paraíba-Minas Gerais, que, entre 1831 e 1850, concentrou 78% do contrabando negreiro.
A percentagem é idêntica ao rol de petições no Congresso a favor do tráfico procedente de Minas e do Rio (87%, se somadas às do vale do Paraíba, que chegou a ser o maior produtor mundial de café). Um "caso bem raro em que a matemática da política coincide com a matemática do crime", escreve Parron, ao apontar como os interesses regionais do contrabando tomaram conta do Estado.
Parron descreve as articulações políticas e as reações às revoltas escravas. Uma das mais importantes foi a dos malês, na Bahia, em 1835, quando cerca de 600 cativos se rebelaram: quase 70 foram fuzilados imediatamente. João José Reis, no seu "A Rebelião Escrava no Brasil" (Companhia das Letras), conta a história em detalhes.
Antes dela, em 1833, em Carrancas (comarca do Rio das Mortes, MG), os cativos mataram nove membros da família do deputado e fazendeiro Gabriel Junqueira. Cinco escravos foram mortos de pronto e 12 foram enforcados na praça de São João Del-Rei.
Houve ainda a rebelião de Vassouras (RJ), onde 70% da população era de africanos. Lá, em 1838, centenas de escravos fugiram para formar um quilombo. Foram caçados, e o líder, Manoel Congo, acabou enforcado. Parron mostra como os silêncios e os discursos no parlamento tentavam manipular os efeitos das revoltas.

GRÃ-BRETANHA No front externo, a Grã-Bretanha fazia mais pressão. Eric Williams, no seu clássico "Capitalismo e Escravidão" (1964), explica as razões da potência escravista que se tornou abolicionista: a dinâmica da revolução industrial capitalista.
Em 1850, o Brasil sucumbiu ao poder bélico britânico, aceitando interromper oficialmente o tráfico. Aprovou a Lei Eusébio de Queirós, parlamentar que manobrou para esconder a pressão externa, como mostra Parron.
Os senhores de escravos tentaram resistir ao vendaval abolicionista criando novas fontes de abastecimento de mão de obra --escrava ou não. O fim do contrabando liberou capitais para investimento e provocou especulação com os preços das commodities.
Reproduzindo debates parlamentares, às vezes de forma caudalosa, Parron relata como o país conviveu com a escravidão num contexto em que o liberalismo avançava no mundo inteiro. Ou como as ideias de liberdade e de soberania nacional foram usadas pelos escravocratas para rechaçar os abolicionistas, apontados como advogados de interesses externos, especialmente britânicos.
O livro de Parron poderia ter a preocupação de proporcionar uma leitura mais fluida e didática. Mas acerta ao apontar a participação direta do Estado brasileiro, com seu arcabouço político e jurídico, no "mais volumoso contrabando ilegal de seres humanos de que se tem notícia na história ocidental".

HAITI Com uma contextualização mais abrangente, o mesmo Tâmis Parron, com Márcia Berbel e Rafael Marquese, escreveu "Escravidão e Política - Brasil e Cuba, 1790-1850" [Hucitec, 396 págs., R$ 47]. Berbel e Marquese são professores da USP: ela, de história ibérica; ele, de história da América colonial.
Os autores descrevem como os senhores de escravos impuseram seu projeto em meio ao colapso do sistema colonial, ao avanço do "internacionalismo abolicionista" e à expansão do mercado mundial decorrente da industrialização.
A revolução escrava na colônia francesa de Santo Domingo, que resultou na criação do Haiti, Estado controlado por ex-escravos --"variável histórica inédita", ressaltam os historiadores--, é um ponto de virada nessa história.
A colônia, que chegou a abastecer mais da metade do açúcar consumido na Europa, foi tomada por uma revolta iniciada em 1791. Os rebelados derrotaram as tropas de Napoleão e criaram um Estado independente, em 1804. O cubano Alejo Carpentier (1904-1980) escreveu um memorável romance inspirado nesses fatos: "O Reino Deste Mundo" (1948). A revolta haitiana foi o modelo para diversas rebeliões nas colônias britânicas, provocando a abolição na década de 1830.

CUBA No Brasil e em Cuba, no entanto, "a ganância superou o medo", notam os historiadores. Ambos passaram a investir mais na escravaria para aumentar a produção, abocanhar o mercado deixado pela ex-colônia francesa e obter vantagens competitivas em relação às colônias britânicas. De 1820 a 1835, Cuba duplicou sua oferta de açúcar ao mercado, enquanto a produção de café brasileiro cresceu mais de 4,5 vezes.
Os autores reconstituem o jogo parlamentar que, no Brasil e na Espanha, sustentava a escravidão. No caso brasileiro, enfatizam como alterações no sistema judiciário asseguraram a traficantes e escravocratas que o Estado jamais atentaria contra aquela propriedade "ilegal, fruto da pirataria, nascida do roubo mesmo".
O núcleo da obra é a construção de paralelos entre Brasil e Cuba, mostrando como a Grã-Bretanha atuou nos dois casos. Se o império britânico jogou duro com o Brasil, levando a questão do tráfico à beira de um confronto militar aberto, em relação a Cuba houve suavidade.
Para os historiadores, a hipótese de Cuba ser anexada aos EUA segurou o ímpeto inglês. Diferente era o caso brasileiro: "Para manter sua soberania política, o Estado imperial precisou repelir de modo terminante e irrevogável o contrabando negreiro".

BASES FILOSÓFICAS Os historiadores também se debruçam sobre as bases filosóficas que tentavam justificar a escravidão, com argumentos como: a escravidão existe desde a Antiguidade e não é condenada pela Bíblia; era preciso converter os cativos ao cristianismo; era imperioso libertá-los de seus senhores africanos; a escravidão na América era melhor do que a vida na África; os negros seriam mais adaptados ao trabalho no clima dos trópicos etc.
As ideias foram se modificando e surgiram até os que defendiam que os tipos humanos eram hierarquizáveis conforme características físicas e socioculturais. Basta assistir ao perturbador e intenso "Vênus Negra", filme de Abdellatif Kechiche, para começar a entender a que ponto chegou o preconceito travestido de ciência.
Como no livro de Parron, "Escravidão e Política" poderia contextualizar melhor os discursos e documentos que reproduz. A leitura de defesas da escravidão, no entanto, não deixa de ter interesse.
A mais curiosa talvez seja a do parlamentar e ministro Bernardo Pereira de Vasconcelos (1795-1850). Ao argumentar, em 1843, que "os africanos têm contribuído para o aumento ou têm feito a riqueza da América" e que "a riqueza é sinônimo de civilização no século em que vivemos", declarou: "A África tem civilizado a América". Para ele, a diminuição do número de escravos levaria os brasileiros à barbárie.
Barbárie foi o termo que os abolicionistas usaram para descrever, já no final do século 18, a realidade do tráfico. Em panfletos, usaram o didático desenho do interior do negreiro Brooks, onde se espremiam 482 escravos. Eles eram amontoados "como colheres", nas palavras do médico Thomas Trotter, que viajou na embarcação.
A imagem, que passou para os livros de história, mostra "o moderno sistema econômico em toda a sua terrível nudez, o capitalismo sem tanga", afirma Rediker.
O historiador alerta para o silêncio sobre o tema. "O navio negreiro é um navio que viaja nas fímbrias da consciência moderna". Para ele, é preciso debater o legado da escravidão: "A reparação está na ordem do dia".
Gerald Horne também se preocupa com o que chama de amnésia em torno de uma espécie de "genocídio insuspeitado e escondido". Pior: a questão continua.
"Mesmo no século 21, existem alegações persistentes que indicam que não apenas o tráfico de escravos ainda existe mas que há mais escravos hoje do que havia no auge do tráfico de escravos africanos", afirma Horne.

"No Brasil e em Cuba, "a ganância superou o medo", notam os historiadores. Ambos passaram a investir mais na escravaria"
"De 1600 a 1850, 4,5 milhões de escravos desembarcam no Brasil, dez vezes a quantidade levada à América do Norte"
"Alterações no sistema judiciário asseguraram a traficantes e escravocratas que o Estado não atentaria contra sua propriedade"
"Numa época em que abolição era palavra maldita, foram os estrangeiros que verbalizaram os temores de revoltas"
"O navio negreiro viaja nas fímbrias da consciência moderna", diz Rediker. Para ele, é preciso debater o legado da escravidão"

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Fabrício Augusto Souza Gomes

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domingo, 31 de julho de 2011

** Presentacion de la Revista Latinoamericana de Metodologia de la Investigacion Social



Revista Latinoamericana de Metodología de la Investigación Social

Revista Latinoamericana de Metodología de la Investigación Social
Nº 1: "Abrir los Posibles"
Invitamos a todos Uds. a visitar en nuestro sitio Web (relmis.com.ar) el número uno de la Revista Latinoamericana de Metodología de las Ciencias Sociales.
Convencidos sobre la necesidad de establecer una mirada regional sobre los desarrollos en metodología de la investigación y el potencial crítico que se devela en el hacer de los procesos de indagación, es que este primer número intenta de alguna manera reflejar dicha intencionalidad.
El título de este primer número, "Abrir los posibles" (en nuestro caso, centrado en la reflexión y práctica metodológica), remite a la expresión con la que Luce Giard define el desafío propuesto por −y en− los escritos de Michel De Certeau. En este sentido, "Abrir los posibles" supone que si la pluralidad y la complejidad son rasgos de las prácticas, todo aquel que pretenda conocerlas debe "abrir(se)" las posibilidades de cognoscibilidad.
La Revista Latinoamericana de Metodología de la Investigación Social (ReLMIS) pretende contribuir en esta dirección, posibilitando espacios de publicación de las experiencias de trabajo de colegas en el continente; favoreciendo formas de conocimiento y de relación entre equipos de investigación y docencia en el área temática; generando espacios para compartir experiencias en este campo. En síntesis, la apuesta de poner en común las producciones tiene una doble finalidad: hacer más comprensible el mundo social desde las múltiples miradas referidas y contribuir en procesos de emancipación construidos colectivamente, mediante prácticas de transferencia de los modos de indagación y de extensión a las comunidades de referencia.
El primer número de ReLMIS invita a volver la vista sobre las reflexiones y prácticas metodológicas existentes en ciencias sociales y "abrir los posibles" al porvenir de la investigación (sus procesos) en y desde América Latina. Invitación que reúne, en este caso, las colaboraciones de colegas de Chile, Argentina, Brasil y Perú, como primer gesto que intenta poner en el tablero la intencionalidad de las políticas académicas que atraviesan las diversas prácticas investigativas en nuestra actualidad. Voces que desde experiencias situadas, preparan el "espacio de movimiento" y sacuden los cimientos de un hacer metodológico en continua tensión y transformación.
En el marco de lo expresado, invitamos a Uds. a participar de la presentación de ReLMIS a efectuarse en el contexto de las Jornadas de Sociología de la Facultad de Ciencias Sociales de la Universidad de Buenos Aires el día jueves 11 de Agosto a las 15 hs. en el Aula 401 de la sede de Marcelo T. de Alvear 2230, Ciudad Autónoma de Buenos Aires.
La presentación contará con la participación de Néstor Cohen (UBA), Agustín Salvia (UBA-UCA-CONICET) y Adrián Scribano (CIES-CONICET), así como de las directoras de la publicación Eugenia Boito (CIES-CIECS-CONICET), Angélica De Sena (UBA-CIES) y Graciela Magallanes (UNMVA-CIES).
Recordamos que se encuentra abierta de forma permanente la convocatoria para la presentación de trabajos originales que formarán parte de futuros números.

Links relacionados:

1) Revista Latinoamericana de Metodología de la Investigación Social – [ Visitar ]
2) Normas de publicación para autores y condiciones para los envíos – [ Visitar ]
3) "Programa de Acción Colectiva y Conflicto Social" (CIECS-CONICET) – [ Visitar ]
4) Centro de Investigaciones y Estudios Sociológicos (CIES) – [ Visitar ]

Contactarse por correo

  
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sexta-feira, 29 de julho de 2011

** A Batalha eleitoral de 1910: imprensa e cultura política na Primeira República

 
A 'primeira' eleição

Professora de História Vera Lúcia Bogéa Borges lança livro sobre disputa eleitoral de 1910, entre Hermes da Fonseca e Rui Barbosa


Ronaldo Pelli


A Primeira República vinha, no início do século XX, num ritmo calmo, sem sobressaltos, previsível até. Foi quando o presidente Afonso Pena resolveu tomar uma liberdade inédita então – e hoje, no início do século XIX, banalizada: influenciar na escolha do seu sucessor. O procedimento comum no período era outro: as eleições, em vez de "promover a alternância de poder" e "revelar a vontade popular", serviam apenas para "solucionar os eventuais conflitos políticos dentro dos estados e controlar a multidão para a manutenção da ordem vigente".
Os nomes indicados por Pena, para complicar o processo, tiveram problemas de percurso. O primeiro, João Pinheiro, morreu em 1908. O segundo, Davi Campista, sofreu críticas de políticos mais experientes. O terceiro, que se manteve, tinha um problema grave: era militar, numa época em que os sinais da Primeira Guerra Mundial já se manifestavam. Para piorar, Pena morreu antes de completar o mandato, mas seu sucessor, o vice-presidente Nilo Peçanha, manteve a aposta. Foi dentro desse contexto que surgiu o nome de um político e, à época, presidente da ABL, como a possibilidade de uma candidatura "civil". E estava afetada a monotonia da Primeira República.
A campanha presidencial de 1910, entre o Marechal Hermes da Fonseca e o "águia de Haia" Rui Barbosa, a participação da população num pleito que, pela primeira vez movimentou paixões, e a influência da imprensa em todo esse processo são os temas do novo livro da professora de História Vera Lúcia Bogéa Borges, "A Batalha eleitoral de 1910: imprensa e cultura política na Primeira República".
"Uma das questões desafiadoras aqui discutidas está no contraste entre a difundida passividade eleitoral e popular das disputas presidenciais anteriores e a grande agitação participativa durante o embate Hermes-Rui que continuou a repercutir anos depois", contou a professora, que já tinha escrito um artigo para a RHBN, sobre essa disputa eleitoral.
As expressões de "velha" e "antiquada", tão frequentes adicionadas para se referir a esse período pré-Getúlio Vargas, são desconsideradas por Vera. Ela argumenta que houve um alargamento das discussões das "noções de cidadania e republicanismo" e, mesmo que o candidato da situação tenha sido o escolhido, os resultados puderam ser vistos em pouco tempo.
"A cisão que levou à concorrência entre os dois candidatos explicitou as contradições do sistema republicano oligárquico e favoreceu a ampliação do ambiente propício à participação da população no debate político", afirmou, citando a conquista do voto feminino e do voto secreto como consequências desse debate político.  "Além disso, as grandes cidades do país passaram por transformações arquitetônicas com reformas – apesar de muitas vezes executadas de forma arbitrária – que modificaram de forma significativa a vida urbana no país."
Autora do livro "Morte na República: os últimos anos de Pinheiro Machado e a política oligárquica", sua tese de mestrado, a professora diz que o período entre a proclamação da República até a chegada de Getúlio ao poder ainda é pouco explorado por estudos e pesquisas acadêmicos, apesar do crescente interesse pelo recorte.
"A intensidade daqueles anos - marcados pela imigração, pela mobilização sindical, pela intensidade política para mencionarmos apenas alguns aspectos - sempre despertou meu interesse", justificou. "Acredito que ainda existam inúmeras lacunas referentes ao período que merecem novos trabalhos e os estudiosos desta fase aguardam-nos com grande expectativa para o enriquecimento do debate." 

Brasões da campanha de Rui Barbosa
Brasões da campanha de Rui Barbosa




Professora de história no Colégio Pedro II e do Programa Nacional de Integração Profissional de Jovens e Adultos no ensino médio, Vera acredita que a pesquisa e o ensino devem "caminhar juntos" e serem percebidos como "indissociáveis"
"Muitas vezes, durante uma aula apresento para os alunos questões presentes na minha pesquisa acadêmica e as desenvolvo junto com eles. É muito importante constituirmos o espaço da sala de aula como produtor de conhecimento", sugere a professora que completa: "Em várias oportunidades surgiram ideias relevantes que foram por mim desenvolvidas. E isso foi muito bom para mim e para eles, pois estávamos juntos refletindo e produzindo."








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Fabrício Augusto Souza Gomes

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    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

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quinta-feira, 28 de julho de 2011

** Os quatro cavaleiros da utopia (artigo de Isabel Lustosa - Estadão, 28/07/2011)

 

Os quatro cavaleiros da utopia

27 de julho de 2011 | 0h 00




Isabel Lustosa - O Estado de S.Paulo*

Ao longo da História do Brasil, quatro ideais foram verdadeiros motores da transformação. Os princípios do constitucionalismo, do federalismo, do abolicionismo e do desenvolvimentismo, manejados pelos que neles apostavam, podem ser considerados os nossos quatro cavaleiros da utopia. Essas ideias motivaram grandes debates, rupturas e até mesmo guerras que alteraram o curso do nosso destino.
O constitucionalismo foi a ideia-força que moveu o País no sentido da independência. A partir da independência dos EUA, em 1776, o mundo entrou na era das Constituições e o Brasil encontraria no constitucionalista o impulso para fazer a sua. Foram os portugueses, aliás, que deram início ao movimento, eles mesmos desejosos de sacudir o jugo absolutista que os condenava à obediência cega a um rei que vivia na América. Reivindicando para si uma ordem regida por leis fixas e elaboradas em função das necessidades da grande nação portuguesa, eles despertaram do lado de cá do Atlântico os mesmo desejos de liberdade e igualdade. Foi em torno dessa igualdade desejada pelos brasileiros e negada pelos portugueses que se travou a grande disputa que resultou na independência.
Se o constitucionalismo foi a bandeira sob a qual se fez a independência, foi em torno do desejo de ver implantado no Brasil o federalismo que se travaram as guerras internas mais sangrentas de nossa História, das quais a Confederação do Equador (1824) e a Guerra Farrapos (1835-1845) foram as mais famosas. Segundo Evaldo Cabral, para Frei Caneca a autonomia provincial tinha prioridade sobre a forma de governo, tanto fazia ser Monarquia ou República, desde que fosse Federação. A reivindicação federativa acompanhou a vida política de todo o Segundo Reinado, dividindo conservadores, quase sempre favoráveis à centralização, e liberais, mais identificados com o federalismo. Desta última tradição fez parte Rui Barbosa, partidário de uma descentralização administrativa e política que desse maior autonomia às províncias. Na República, no entanto, Rui tornar-se-ia crítico do modelo tal como foi adotado. A seu ver, um país que até 1889 praticara a unidade de todo o poder nas mãos do imperador não podia descentralizar-se subitamente, enfraquecendo a própria ideia de Federação.
Outro grande tema que mobilizou o Brasil do século 19 foi a escravidão. O debate mesclava questões econômicas com sociais e morais e foi, mais de uma vez, motivo de tensão nas relações do País com a Inglaterra. Para alguns brasileiros, a escravidão não era só a nódoa que envergonhava o País, mas também fator de atraso econômico. A defesa da mão de obra livre como elemento de progresso - feita pelos que viam na livre concorrência, no livre mercado e na diversificação das matrizes econômicas fatores de progresso - esbarraria sempre na defesa intransigente dos interesses da monocultura baseados no trabalho escravo. A economia cafeeira, que começara a tomar impulso durante o Primeiro Reinado, oporia forte e eficaz resistência a qualquer projeto abolicionista. O movimento abolicionista só tomaria impulso mesmo depois da Guerra do Paraguai. No entanto, a Abolição (1888), seguida de perto pela Proclamação da República (1889), não propiciou nenhuma campanha consistente com vista à integração do antigo elemento servil à sociedade brasileira.
A República manteve o já consolidado constitucionalismo, adotando o sempre desejado federalismo. Seus principais patrocinadores, no entanto, eram os mesmos que, durante o século 19, conservaram a economia brasileira atrelada à monocultura do café e à escravidão. Assim, o Brasil viveu os 30 primeiros anos do século 20 dominado por uma elite econômica indiferente ao destino da maioria do povo. A crise de 1929 revelou a equivocada política de valorização artificial do preço do café, que sacrificava todo o resto do País aos interesses de um grupo. O esforço de industrialização empreendido pelo primeiro governo Vargas, no bojo de uma política nacionalista que envolveu a tentativa de organização e inclusão da classe trabalhadora, demonstrou o rumo da política econômica e social que poderia mudar o destino do Brasil. No entanto, o contexto ditatorial em que foram implementadas parecia sugerir que o preço do desenvolvimento do País era a limitação da liberdade política.
Foi apenas nos anos 1950, no ambiente democrático do segundo governo Vargas, que o ideal desenvolvimentista encontrou sua forma na obra de Celso Furtado. Na visão de Furtado - e para resumi-la me baseio em excelente artigo de Vera Cepeda (2009) -, a predominância da economia agroexportadora baseada na monocultura era a principal responsável pelo nosso atraso econômico e, ao descuidar-se do mercado consumidor interno, também pela escassez e pelo custo dos alimentos.
Cabe ao Estado democrático planejar e orientar a atividade econômica por meio de instrumentos como tributação, políticas cambiais, subsídios e investimentos em determinados setores, como a agricultura de pequena propriedade voltada para o mercado consumidor interno. Para garantir a dinâmica desse mercado - base do crescimento de qualquer economia - é preciso proteger o emprego e os salários do trabalhador. Para Celso Furtado, esse processo tem de ser resultado da participação política, da organização social e da pressão sindical, pois só a sociedade civil pode cobrar um destino público para o crescimento econômico. A atualidade desse pensamento se vê hoje pelo sucesso de sua aplicação às políticas que vêm orientando o Brasil nos últimos anos. Comprovamos agora, na prática, que a ação racional do Estado promotora de um desenvolvimento planejado é capaz de tirar da miséria aqueles que foram, desde o começo da nossa História, largados à própria sorte.
Esta é a era do quarto cavaleiro: a do desenvolvimentismo.


*CIENTISTA POLÍTICA PELO IUPERJ, É HISTORIADORA DA CASA DE RUI BARBOSA NO RIO DE JANEIRO

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Fabrício Augusto Souza Gomes

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quarta-feira, 27 de julho de 2011

** Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos Escravizados no Brasil

 

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Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico
de Escravos e da História dos Africanos Escravizados no Brasil


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Hebe Mattos
Professora Titular
Laboratório de História Oral e Imagem
Departamento de História
Universidade Federal Fluminense



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** Benedict Anderson no Brasil

 
Benedict Anderson faz a conferência de abertura no V Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos de Defesa, cujo tema é: "Democracia, Defesa e Forças Armadas"
este e outros detalhes da programação podem ser conferidos no site da ABED:

programação completa. Anderson abordara a temática: "Os militares e a nacionalidade"

Cordialmente
José Miguel Arias Neto
Secretário Executivo - ABED
Twitter: @ABED_Defesa


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