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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

GEHB ** UMA PITADA DA HISTÓRIA

 
A RENÚNCIA DE JÃNIO
Laerte Braga


Há quarenta e nove anos atrás Jânio Quadros renunciou a presidência da República. Sete meses após sua posse. Minutos depois da leitura da carta renúncia pelo presidente do Senado, Auro Soares de Moura Andrade (PSD/SP), já ex-presidente e ao volante de um DKW da Vemag, Jânio disse a jornalistas que nunca mais poria os pés em Brasília, "cidade maldita". Afirmou que iria ser pedreiro em Cuba.

"Forças ocultas" foi a expressão usada por Jânio Quadros, um mato-grossense que fez carreira política em São Paulo, para justificar o ato. Em seus sete meses de governo proibiu brigas de galos, desfile de miss com biquíni e instituiu o slack como uniforme do funcionalismo público. 

Deixou Douglas Dillon secretário do Tesouro dos EUA falando sozinho para encenar um show de Brasil independente e mandou que cada chefe de repartição conferisse o ponto de cada funcionário público, aumentando em meia hora o expediente.

Atribuir a renúncia de Jânio a umas doses a mais é simplificar demais o fato. As doses a mais faziam parte do dia a dia do presidente e começavam pela manhã, estendiam-se pela tarde e encerravam-se à noite, já em profunda embriaguez. Aí ia assistir a faroestes de trás para a frente.

Outro hábito de Jânio eram os famosos bilhetinhos. Enviava-os aos seus ministros com determinações curtas, tudo com cópia para a imprensa.

Jânio era marqueteiro de si próprio. Um dos grandes demagogos de nossa história. Construiu a fama de político honesto e deixou um patrimônio objeto de disputa judicial por seus herdeiros em torno de cem milhões de dólares. No exterior, lógico.

O ex-presidente acreditava que sua renúncia criaria um clima de comoção popular e voltaria ao poder nos braços do povo com amplos poderes. Poderes de ditador. Mas esqueceu de combinar o golpe com seus ministros militares e seus principais aliados. Pelo contrário, deixou alguns pelo caminho, caso de Carlos Lacerda.

Na antevéspera da renúncia chamou Lacerda a palácio, a conversa permanece mais ou menos sigilosa até hoje e ao final o ministro da Justiça, Pedroso Horta, mandou que as malas de Lacerda fossem postas à porta de saída do Planalto.

Na noite do dia seguinte Lacerda foi a tevê e em seus costumeiros e virulentos discursos usou de todo o arsenal de acusações que guardava desde os tempos de Getúlio Vargas, para ocasiões em que seus interesses eram contrariados.

No dia 24 de agosto Jânio recebeu em palácio o ministro da Indústria e Comércio de Cuba, nada mais e nada menos que Ernesto Chê Guevara para condecorá-lo com a Ordem do Cruzeiro do Sul. O fato indignou a direita brasileira.

O marechal Lott, adversário de Jânio nas eleições de 1960, passou a campanha inteira advertindo aos brasileiros que a eleição do ex-governador de São Paulo levaria o País ao caos, a uma crise institucional, cujas conseqüências seriam dias sombrios e tenebrosos.

Quase que simultaneamente à renúncia de Jânio, Lott divulgou um manifesto de apoio à legalidade, vale dizer, a posse do vice-presidente da República João Goulart.

O golpe que Jânio não combinou com ninguém, aí sim, a "mardita pinga" deve ter influenciado, começou quando sem maioria no Congresso tentou atrair uma das principais lideranças do PSD (maior bancada), o ex-presidente Tancredo Neves, oferecendo-lhe uma embaixada no exterior. A Bolívia foi a "oferta" de Jânio a Tancredo (o mineiro havia sido derrotado por Magalhães Pinto nas eleições para o governo de Minas e estava sem mandato). A surpresa veio por conta da recusa de Tancredo. Simples, respeitosa e direta. "sou de um dos partidos que fazem oposição ao seu governo, agradeço a lembrança, sinto-me honrado, mas declino do convite". Mais ou menos assim.

O peso de Tancredo em setores do pessedismo não era maior, por exemplo, que o de José Maria de Alckmin, mas sua presença entre os petebistas, partido de Jango, era respeitada e acatada por setores expressivos daquele partido, o antigo PTB. A idéia de Jânio era neutralizar o ex-ministro da Justiça de Vargas, jogá-lo fora da arena política.

Mais à frente incumbiu o vice-presidente João Goulart, com quem vinha tendo atritos, de missão na China Comunista. O objetivo era o mesmo, afastar Jango do cenário político nacional, colocá-lo num país objeto de visceral ódio da maioria dos militares brasileiros, limpar o terreno para o golpe.

Sabia que a primeira conseqüência de sua renúncia seriam as reações de setores das forças armadas à posse de Jango, incluindo os seus três ministros militares (Odílio Dennys, Grum Moss e Sílvio Heck – Guerra, Aeronáutica e Marinha).

O problema Lacerda, na cabeça de Jânio era simples. A vocação golpista do antigo governador do extinto estado da Guanabara aflorava à sua pele em cada pronunciamento que fazia. Só não contava com a reação de Carlos Lacerda ao seu projeto de virar ditador, já que Lacerda alimentava o sonho de suceder a Jânio. Esse desejo era maior que o desvio golpista. E além do mais Lacerda enfrentava problemas nos negócios, particularmente o jornal TRIBUNA DA IMPRENSA, que pretendia transformar em algo semelhante ao que o GLOBO é hoje.

Porta voz da insensatez e da mentira. O que faz de forma bem sensata, aliás.

Jânio puxou a escada, deixou Lacerda seguro só na brocha.

Cumpriu os protocolos, digamos assim, do dia 25 de agosto, dia do Soldado, não deu na pinta que o gesto tresloucado viria uma ou duas horas depois, entregou a renúncia a Pedroso Horta, ministro da Justiça e esse ao presidente do Senado. A despeito dos apelos de Afonso Arinos, ministro das Relações Exteriores e que correu a assumir o mandato de senador para tentar evitar a renúncia, Auro Soares de Moura Andrade leu a carta e aceitou a renúncia.

Afonso Arinos queria colocar em votação e Auro foi direto depois de ouvir Tancredo. "A renúncia é um gesto de vontade unilateral, não cabe ser discutida".

Na ausência do vice-presidente, João Goulart, em missão na China (o Brasil não tinha relações diplomáticas com o governo de Pequim e Jânio mandara Jango para iniciar um diálogo com o governo de Mao Tse Tung e Chou En Lai), o presidente da Câmara, Ranieri Mazili (PSD/SP) foi empossado no cargo.

Os três ministros militares, de pronto, se colocaram contra a posse de Jango tachando-o de comunista. Não encontraram apoio nem entre udenistas históricos caso de Adauto Lúcio Cardoso, nem em boa parte da caserna. Mas assumiram o controle do Brasil.

A reação veio do governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola. Do antigo PTB, cunhado de Jango e que começava a despontar como liderança nacional a partir das ações de seu governo, principalmente na área da educação.

Brizola, com ele e uns poucos secretários e assessores transformou o Palácio do Piratini em centro da resistência democrática. Criou uma rede de emissoras de rádio a que chamou de CADEIA DA LEGALIDADE, usada para denunciar o golpe, defender a posse de Jango, a legalidade democrática.

Ao contrário dos ministros militares encontrou eco em todo o Brasil e em diferentes forças políticas. Teve o apoio da Brigada Militar do Rio Grande (PM), o Piratini foi pequeno para abrigar voluntários, muitos chegando de várias partes do Brasil e em meio a incertezas recebeu o apoio do comandante do III Exército, general Machado Lopes.

Lott que conclamara através de um manifesto a defesa da legalidade fora preso pelos golpistas, isso no Rio de Janeiro onde se encontrava. O marechal Nilo Sucupira foi o encarregado de prender o marechal.

Jango, estava em meio a um périplo para voltar da China ao sabor dos fatos que aconteciam no Brasil. Encarregou Tancredo Neves de negociar em seu nome. Um acordo feito com os golpistas em torno da emenda parlamentarista de Raul Pila (Partido Libertador, RS), pôs fim à crise.

Brizola aceitou a solução negociada, mas declarou-se contrário ao que chamou de "expediente golpista". Tancredo Neves foi o primeiro-ministro indicado por Jango e Ernesto Geisel o porta-voz do vice-presidente, agora presidente, junto aos ministros militares do ex Jânio Quadros.

E se não me falha a memória, Jânio Quadros e suas esquisitices deliberadas, propositais, embarcou para a Europa num navio cargueiro, me parece que o Uruguai Star. Nos momentos seguintes à sua renúncia, na base aérea de Cumbica, em São Paulo, ao saber que o fato estava consumado, teve uma forte crise de choro.

O golpe falhara.

Um ano depois tentaria voltar ao governo de São Paulo. Foi derrotado por Ademar de Barros (a quem havia vencido em 1954). O governador Carvalho Pinto, oriundo do chamado janismo não absorvera a renúncia do seu antigo líder e um terceiro candidato, José Bonifácio, dividiu o eleitorado janista. Àquela época não havia segundo turno, uma eleição para governos estaduais ou presidente da República era decidida por maioria simples.

A renúncia de Jânio escancarou mais ainda as portas para o golpe real.

O outro golpe, o de 1964, começou em 1950, na segunda derrota do brigadeiro Eduardo Gomes (UDN). A primeira para o marechal Dutra e a segunda para Getúlio Vargas. Quase se materializou em 1954 no manifesto dos coronéis contra a presença de Jango no Ministério do Trabalho (Getúlio havia dobrado o valor do salário mínimo e nem as elites e nem militares subordinados a elas aceitaram a medida) e da crise provocada pelo assassinato do major Rubens Florentino Vaz, que na verdade foi um atentado contra Carlos Lacerda, deputado e principal líder da oposição a Getúlio.

Um inquérito que mostrou membros da guarda pessoal de Vargas envolvidos no crime deu ensejo a que militares da Aeronáutica, na chamada REPÚBLICA DO GALEÃO, pregassem abertamente o golpe. O suicídio de Vargas abortou o golpe, comoveu o país e o vice, o potiguar João Café Filho, ligado a Ademar de Barros, assumiu o governo. De cara deixou Ademar e migrou para o udenismo.

A eleição de JK por pouco não foi para o brejo na tentativa golpista abortada pelo marechal Lott, ministro da Guerra (hoje, Secretaria do Exército). Em 11 de novembro de 1955 e no governo de Juscelino, duas revoltas localizadas e levadas à frente por setores da Aeronáutica fracassaram.

Nada do que Lott dissera que aconteceria ao Brasil na hipótese da eleição de Jânio deixou de acontecer. Em 1º de abril de 1964 militares de extrema-direita, subordinados aos Estados Unidos e comandados pelo general norte-americano Vernon Walthers, derrubaram Goulart, assumiram o governo e até 1984 produziram o pior filme de terror de nossa história, real e sofrido.

A última cena ainda não foi protagonizada. A punição dos responsáveis pelo período de barbárie. Se auto anistiaram. É uma espécie de the end necessário para cicatrizar feridas abertas pela barbárie dos DOI/CODI e das OPERAÇÕES CONDOR.

Jânio conseguiu voltar à Prefeitura de São Paulo, em 1965, derrotando Fernando Henrique Cardoso.

No dia da sua posse pendurou um par de chuteiras à porta do seu gabinete anunciando que estava terminando sua carreira.

E ainda assim tentou "inovar" para melhorar o trânsito de veículos automotivos na capital paulista. Queria o patinete a motor.

Sua reputação por pouco não vai abaixo literalmente, quando sua filha quis denunciá-lo por corrupção, abusos, etc. Foi salvo por Ulisses Guimarães que preferiu não deixar a história vir a público e segurou Tutu Quadros, deputada e filha do ex.

Se a ditadura foi uma noite de horror, Jânio foi um drama lamentável com laivos de loucura consciente, se é que posso escrever assim, estudada, pensada.

Sanduíche de mortadela e um copo de pinga, os ingredientes preferidos em suas campanhas políticas, mas de público, de forma ostensiva e visível, para que todos pensassem que com o boné de motorneiro de bonde, de fato dirigia um bonde.

Descarrilou. Pior descarrilou o Brasil.

A versão atual de Jânio é também um ex-prefeito da capital de São Paulo e ex-governador do estado, José Arruda Serra.

A diferença está no fato de Arruda Serra ser abstêmio. O que conta a favor de Jânio. Como costumo sempre lembrar e como dizia o poeta Sílvio Machado, "não conheço nenhuma boa idéia surgida em leiteria".

Um detalhe. O vice de Jânio era Milton Campos, anos luz à frente de Índio da Costa (nem deve saber quem foi Milton Campos). E antes de renunciar à presidência, Jânio renunciou à candidatura. É que a UDN havia indicado Leandro Maciel, um senador sergipano para vice. Jânio sabia que a despeito de ser um político honrado, não acrescentaria nada à sua chapa, pelo contrário, poderia complicar uma eleição fácil.

No período da ditadura militar tentou ensaiar algumas declarações contra o regime militar, acabou inovando, cumpriu a primeira pena de confinamento desde não sei quando em nossa história. Foi para Corumbá, onde ficou 45 dias por determinação do marechal Castelo Branco. Sossegou em seguida, foi cuidar de outro Sossego, esse com letra maiúscula. Uma das marcas mais famosas de pinga àquele tempo e escreveu uma gramática e uma coleção de história do Brasil, uma delas em parceria com Afonso Arinos.

Arinos recuperou-se e curou-se da doença, registre-se nos autos a bem da verdade.

E como dizia Jânio, "fi-lo porque qui-lo".


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GEHB ** ANPUH-ES - VIII Encontro Regional. Inscrições abertas

 
    Para divulgação.




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 PRIMEIRA CIRCULAR

A ANPUH-ES (Associação Nacional de História – Seção Regional do Espírito Santo) promoverá o seu próximo Encontro entre os dias 08 e 11 de novembro de 2010, em Vitória, na Universidade Federal do Espírito Santo. Como tem sido feito desde 1996, os Encontros Regionais da ANPUH-ES buscam aproximar os pesquisadores da área de História e campos afins no estado, divulgando seus trabalhos e estimulando a discussão historiográfica local. Neste ano, a Anpuh-ES já organizou o colóquio “Historiografia e História Intelectual: diálogos e convergências”, realizado na UFES nos dias 17 e 18 de maio. Agora, abrimos as inscrições para o VIII Encontro Regional de História.
O tema escolhido deste ano é “História Política em debate: linguagens, conceitos, ideologias”. Nossa proposta é abrir espaço para a discussão sobre as diversas possibilidades teórico-metodológicas disponíveis para a pesquisa no campo da história política. A discussão sobre conceitos fundamentais como os de “linguagem política”, “representações”, “ideologias” e as próprias noções ampliadas do “político” constitui um aspecto fundamental do debate historiográfico contemporâneo para o qual gostaríamos de contribuir.
O Encontro será composto de conferências, comunicações livres e mini-cursos. As inscrições deverão ser feitas através da ficha de inscrição individual que se encontra em nossa página na internet (www.cchn.ufes.br/anpuhes). Os trabalhos inscritos individualmente serão analisados pela Comissão Organizadora e reunidos em mesas.
Os mini-cursos terão duração de 6 horas (3 manhãs), podendo ser ministrados por até 2 professores. As propostas de mini-curso serão analisadas pela Comissão Organizadora e somente serão efetivadas se houver um número mínimo de inscritos. Gostaríamos de solicitar aos proponentes de mini-cursos que procurem compatibilizar o tema com a temática geral do evento, embora isto não seja obrigatório. Em todas as situações, o preenchimento da ficha e o pagamento da inscrição deverão ser feitos por cada participante separadamente.
Os resumos das comunicações e mini-cursos devem ter, no máximo, 15 linhas em editor padrão (fonte Times New Roman, tamanho 12) e devem ser enviados até o dia 31 de agosto de 2010. Juntamente com a ficha de inscrição, deverá ser encaminhada a cópia digitalizada do comprovante de pagamento da inscrição no VIII Encontro, realizado por depósito bancário. As inscrições serão feitas EXCLUSIVAMENTE pelo e-mail anpuhes1@gmail.com.
As inscrições para ouvinte, incluindo os mini-cursos, começarão imediatamente após o encerramento das inscrições de trabalhos.

Os valores das inscrições são:

Sócios com apresentação de trabalho (quites com as anuidades de 2009 [80,00] e 2010 [90,00], ou com a de 2010 para novos associados): R$ 40,00

Não-sócio com apresentação de trabalho: R$ 130,00

Estudante de pós-graduação não-sócio com apresentação de trabalho: R$ 80,00

Estudante de graduação com apresentação de trabalho: R$ 40,00

Professores e pós-graduandos - Ouvinte (inclui mini-curso): R$ 40,00

Estudante de graduação - Ouvinte (inclui mini-curso): R$ 30,00

O pagamento será efetuado através de depósito na seguinte conta:


Titular: Fabio Muruci dos Santos
Caixa Econômica Federal
Agência UFES: 0662 – Conta Poupança: 30815-5  OPER. 013




As fichas de inscrição e comprovantes de pagamento digitalizados deverão ser remetidos para o e-mail anpuhes1@gmail.com com o assunto “Inscrições no VIII Encontro”, seguido do nome do inscrito para agilização da identificação.

ANAIS


Os textos para os anais do evento devem ser enviados para o e-mail anpuhes1@gmail.com. O prazo para o envio dos textos é 15 de setembro de 2010. As normas seguem abaixo:

Word com máximo de 10 páginas, fonte Times New Roman, tamanho 12 para texto e 11 para citações acima de três linhas (separadas do corpo do texto), espaçamento 1/5, notas de rodapé, com bibliografia no final.


Vitória, 20 de julho de 2010.
Comissão Organizadora


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GEHB ** "Uma agressão à história" (Silvia Hunold Lara - professora de História da UNICAMP) - Folha de S.Paulo, 25/08/2010

 
TENDÊNCIAS/DEBATES


Uma agressão à história
SILVIA HUNOLD LARA


Um artigo do projeto de novo Código de Processo Civil viola regras arquivísticas básicas e reforça a moda de limpar o passado destruindo fontes


Uma nova versão do Código de Processo Civil está em discussão no Senado. Certamente, haverá polêmica. Mas há pelo menos um artigo que precisa ser modificado desde já: o de número 967, que restaura o antigo artigo 1.275 do atual código, de 1973, que autorizava a eliminação completa dos autos findos há mais de cinco anos, "por incineração, destruição mecânica ou por outro meio adequado".
O texto atropela a obrigação do Estado de preservar documentos históricos, viola regras arquivísticas básicas e reforça a moda burocrática de limpar o passado destruindo fontes importantes para a memória do país. Se o artigo proposto se transformar em lei, um número incalculável de processos cíveis pode ser destruído.
A medida tem antecedentes históricos. Em 1890, Rui Barbosa mandou queimar os documentos referentes aos escravos existentes na Tesouraria da Fazenda, para impedir que ex-senhores insatisfeitos com a abolição reclamassem indenizações.
O acesso aos documentos do Judiciário, sobretudo da área cível, permitiu aos historiadores contornar parcialmente esse ato lesivo, possibilitando recuperar cópias dos registros da propriedade escrava, com dados indispensáveis para o estudo da demografia e da economia escravistas.
Além da vida cotidiana das fazendas e engenhos, essa documentação permitiu conhecer melhor as negociações em torno da alforria e reconstituir a atuação de abolicionistas negros radicais, como Luiz Gama, e acabou por redimensionar a história da escravidão e da liberdade no Brasil.
Basta substituir "fazendas e engenhos" por "empresas e fábricas", "escravo" por "operário" e "abolicionistas" por "sindicalistas" nas linhas acima para se ter a dimensão do estrago que a autorização proposta pelo artigo 967 pode causar.
Em 1975, depois da gritaria de historiadores, juristas e arquivistas, o tal artigo 1.215 foi suspenso pela lei nº 6.246. Isso não impediu que, em 1987, a lei nº 7.627 voltasse a usar os mesmos termos para autorizar a eliminação de processos da Justiça do Trabalho.
Nessa área, argumentos facilmente contestáveis, como a necessidade de reduzir custos de armazenamento ou uma interpretação retrógrada e restritiva da cláusula que manda recolher aos arquivos públicos os "documentos de valor histórico", têm sido usados para justificar a destruição de centenas de milhares de processos trabalhistas, apesar da intensa movimentação de pesquisadores, arquivistas e magistrados.
Rui Barbosa pelo menos lidava com questões mais concretas. No caso do atual projeto de lei, nada justifica tal barbaridade. O Senado tem agora o dever de corrigir esse atentado à cidadania -ou será cúmplice desse crime?
Por que não aproveitar a ocasião para mudar, inscrevendo em lei a necessidade de proteger de fato o patrimônio público nacional, do qual fazem parte os processos judiciais (cíveis, criminais e trabalhistas)? Isso, sim, seria um bom modo de entrar para a história! Com a palavra, os senadores.

SILVIA HUNOLD LARA é professora do departamento de História da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

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"A História é o passado ressignificado"
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Fabrício Augusto Souza Gomes



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terça-feira, 24 de agosto de 2010

GEHB ** Saeculum 21 no ar!

Caríssimos,

Já está no ar, em formato PDF e disponível para download, a última edição (n. 21) de Sæculum - Revista de História, periódico semestral do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal da Paraíba, classificado pelo Qualis Capes no estrato B2 da área de História.
A revista recebe propostas de artigos, resenhas e dossiês temáticos em fluxo contínuo.
Os próximos dossiês a serem publicados serão "História e História da Educação" (n. 22 - jan./ jun. 2010), que terá como organizadores Antonio Carlos Ferreira Pinheiro e Cláudia Engler Cury, e "História e Memória" (n. 23 - jul./ dez. 2010), organizado por Telma Cristina Dias Fernandes e Vilma de Lurdes Barbosa.
Visitem o sítio http://www.cchla.ufpb.br/saeculum/ para consultar esta e todas as edições anteriores, bem como as normas de publicação.

Abçs,

Carla.

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Saeculum - Revista de História
                                       n. 21 - jul./ dez. 2009

Neste número:

Dossiê: História e Teoria da História
  • A História do mundo como tribunal do mundo
    Fernando Catroga (Universidade de Coimbra - Portugal)

  • A Filosofia da História Pósmoderna: Elias, Foucault, Bourdieu e Thompson
    José Carlos Reis (UFMG)

  • O Caçador de Bruxas: Carlo Ginzburg e a análise historiográfica como inquisição e suspeição do outro
    Durval Muniz de Albuquerque Júnior (UFRN)

  • A Escola dos Annales e o diálogo interdisciplinar (nos 80 anos de fundação da revista Annales)
    Jurandir Malerba (PUC-RS)

  • Sobre o Olhar, a Arte e a História: questões para o historiador da arte
    Carla Mary S. Oliveira (UFPB)

  • A História das Ideias e os lugares da fala: uma perspectiva crítica das ideias de representação, ideologia e região
    Carlos Henrique Armani (UFCSPA)

  • História do poder político e Teoria Social: apontamentos para um estudo sobre as relações entre o poder político e o crime na América portuguesa
    Paulo Henrique Marques de Queiroz Guedes (Doutorando em História - UFPE)

  • A Cidade como objeto da Historiografia
    Carlos Roberto da Rosa Rangel (UNIFRA-RS)
Artigos
  • Barack Obama e os filhos da Globalização
    Robert Allen (University of California - Berkeley - USA)

  • Terrorismo e violência política
    Giuseppe Tosi (UFPB)

  • O Império da Voz: apontamentos sobre o exercício do poder pontifício durante a "era gregoriana"
    Leandro Duarte Rust (UFMT/ Doutorando em História Medieval - UFF)

  • À margem do Império: autoridades, negociações e conflitos - Modos de governar na América espanhola (séculos XVI e XVII)
    Rodrigo Ceballos (UFCG)

  • Protestantismo e Inquisição no Brasil colonial: o "luteranismo" nas confissões da primeira visitação do Santo Ofício ao Brasil (1591-1595)
    Daniel Soares Simões

  • A construção da identidade afrobrasileira em histórias de vida, lutas e resistências
    Alba Cleide Calado Wanderley (UNAVIDA/ UFPB)
    Mirian de Albuquerque Aquino (UFPB)

  • A arte de conceber/ artes de conceição: escrituras do materno em imagens de infanticídio (Paraíba, 1960-1970)
    Gilmária Salviano Ramos

Resenhas
  • Tinta negra, páginas brancas: a literatura negra nas aulas de história e de historiografia
    Resenha de: Cadernos Negros, três décadas: ensaios, poemas, contos; organizado por Esmeralda Ribeiro e Márcio Barbosa (São Paulo: Quilombhoje; Brasília: SEPPIR, 2008).
    Elio Chaves Flores (UFPB)

  • A Conquista da Paraíba sob foice, espada e cruz
    Resenha de: Guerras e Açúcares: política e economia na Capitania da Parayba (1585-1630); de Regina Célia Gonçalves (Bauru: Edusc, 2007).
    Josemir Camilo de Melo (UFCG/UEPB)

Entrevista
  • História, Teoria da História e Culturas Historiográficas
    Entrevista com Astor Antônio Diehl

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

GEHB ** Escravidão e Império

 
Escravidão e Império
Do USP Online

O Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP promoverá no dia 13 de setembro, às 18 horas, a palestra Escravidão, Nabuco e o fim do Império, ministrada por Lilia K. M. Schwarcz.
A participação é gratuita. As inscrições devem ser feitas entre os dias 30 de agosto e 8 de setembro pelo email cursoieb@usp.br, enviando seu nome completo, instituição, formação e e-mail para contato.
O evento acontece no IEB, que fica na Av. Prof. Mello Moraes, travessa 8, 140, Cidade Universitária, São Paulo.
Mais informações: (11) 3091-1149, email difusieb@usp.br


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GEHB ** Dossiê: História e Testemunhos

 

Vol. 2, No 1 (2010)

Dossiê: História e Testemunhos

Sumário

Editorial

Editorial PDF
Comitê Editorial p. 01 - 02

Dossiê

O LOCAL DO TESTEMUNHOTHE PLACE OF TESTIMONY PDF HTML
Márcio Seligmann-Silva p. 03 - 20
A DITADURA FALA? Reflexões sobre os testemunhos orais através de entrevistas concedidas por Ernesto Geisel e José Oscar de Mello Fl�?resTHE DICTATORSHIP TALKS? PDF
Hernán Ramírez p. 21 - 51
TENSÕES ENTRE MEMÓRIA E HISTÓRIA EM TESTEMUNHOS: Getúlio Vargas e seu legado político nos relatos de Samuel Wainer e Carlos LacerdaTENSIONS BETWEEN MEMORY AND HISTORY IN TESTIMONIES PDF
Jefferson José Queler p. 52 - 70
INTERROGACIONES SOBRE EL VALOR DE LA PALABRA. Violencia y narración.INTERROGAÇÕES SOBRE O VALOR DA PALAVRA. Violência e narraçãoQUESTIONINGS ABOUT THE VALUE OF WORDS. Violence and narratives PDF
Valentina Isolda Salvi p. 71 - 85
TESTEMUNHOS DE FÉ E DE ESPERANÇA: a prática do pedirTESTEMONIES OF FAITH AND HOPE: the practice of begging PDF
Roberto Mendes Ramos Pereira p. 86 - 110
MEMÓRIA, GÊNERO E REPRESSÃO POLÍTICA NO CONE SUL (1984-1991)MEMORY, GENDER AND POLITICAL REPRESSION IN THE SOUTHERN CONE (1984-1991) PDF
Mariana Joffily p. 111 - 135

Artigos

"SAUDADES" AND RETURNING: Brazilian Women Speak of Here and ThereSAUDADES E RETORNO: Brasileiras falam sobre o aqui e o lá PDF
Judith McDonnell, Cileine de Lourenço, Rex Nielson p. 136 - 152
A MÁSCARA CHINESA: Notas sobre uso das fontes produzidas pelo aparato repressivo da ditadura militarTHE CHINESE MASK: Notes on the use of sources produced by the Brazilian military dictatorship's repression apparatus PDF
Reginaldo Benedito Dias p. 153 - 175
HISTÓRIA E FICÇÃO: fronteiras e ensino de históriaHISTORY AND FICTION: boundaries and history teaching PDF
Maria Antonieta Campos Tourinho p. 176 - 199
CONTROLE E ERRADICAÇÃO DE UMA DOENÇA: história da poliomielite e seus atoresTHE CONTROL AND ERADICATION OF A DISEASE: the history of poliomyelitis and its actors PDF
Laurinda Rosa Maciel, Anna Beatriz de Sá Almeida p. 200 - 220

Fontes do Tempo Presente

DOMESTICIDADE, MEDO E CONSUMO: a Espanha franquista e o American Way of Life nas páginas de SeleçõesDOMESTICITY, FEAR AND CONSUMPTION: franquist Spain and the American Way of Life in the pages of Seleções magazine PDF
Sol Glik p. 221 - 246

Resenhas

O que resta de Auschwitz: o arquivo e o testemunho (Homo Sacer III). PDF
Fábio Francisco Feltrin de Souza p. 247 - 250

Sobre os Autores

Sobre os Autores PDF
p. 251 - 252

Pareceristas ad hoc

Parecerista ad hoc PDF
p. 253


Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC
Centro de Ciências Humanas e da Educação - FAED
Direção de Pesquisa e Pós-Graduação - DPPG
Programa de Pós-Graduação em História - PPGH
Rua Visconde de Ouro Preto, 457
Centro - Florianópolis/SC - Brasil
CEP 88020-040


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Atividade nos últimos dias:
    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

                                                                                                    Por Favor divulguem este grupo e grato pelo interesse .
 
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GEHB ** SELEÇÃO DE MESTRADO EM HISTÓRIA DA UDESC EM 2011 [1 Anexo]



Entre 14 de Setembro e 15 de outubro de 2010 estarão abertas as inscrições para o processo seletivo do Programa de Pós-Graduação em História/Mestrado da UDESC, objetivando o preenchimento de até 20 vagas, para ingresso em 2011.


As inscrições serão realizadas em duas etapas sendo:


a) Primeira etapa: preenchimento da ficha de inscrição que será realizada exclusivamente pela internet, no site  http://www.ppgh.udesc.br/, no link "Formulário de inscrição para o processo seletivo – turma 2011". Será de total responsabilidade do candidato, o preenchimento correto das informações solicitadas; o formulário de inscrição estará disponível on line apenas a partir de 14 de setembro de 2010.


b) Segunda etapa: envio dos documentos solicitados para efetivação da inscrição por correio (via SEDEX, com data limite de postagem até 15 de outubro de 2010) ou entregues na Secretaria de Pós-Graduação da FAED na Av. Madre Bevenuta, 2007 – Itacorubi, Florianópolis/SC (CEP: 88.035-001), no horário das 9h às 12h e das 14h às 17h, exceto sábados, domingos e feriados, em envelope lacrado. No envelope deverá conter o nome do candidato e que é destinado ao Programa de Pós-Graduação em História.


OBS: não será feita a conferência da documentação no ato da inscrição. Os envelopes contendo a documentação dos candidatos somente serão abertos após findas as inscrições pela Comissão de Seleção do PPGH. Havendo mais de um envelope por candidato será considerado apenas o mais recente.
Obtenha mais informações no próprio Edital.




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Prof. Dr. Luiz Felipe Falcão
Coordenador do PPGH/UDESC

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    **Este grupo foi criado com o intuito de promover releituras da HISTÓRIA DO BRASIL e tão-somente  HISTÓRIA DO BRASIL.  Discussões sobre a situação atual: política, econômica e social não estão proibidas, mas existem outros fóruns mais apropriados para tais questões.

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domingo, 22 de agosto de 2010

GEHB ** Livro traz história de cangaceiros por meio de estudo dos trajes e chapéus

 
Livro traz história de cangaceiros por meio de estudo dos trajes e chapéus


Fonte: JORNAL CORREIO BRAZILIENSE Publicação: 22/08/2010

É no mínimo curioso que a insurgência popular dos cangaceiros, ocorrida no começo do século 20, nunca tenha sido tema de um estudo particular e profundo, apesar de ser assunto permanente no imaginário do povo brasileiro. Frederico Pernambucano de Mello, historiador especialista em violência rural, investiga a trajetória dos donos do sertão nordestino e preenche uma lacuna histórica no livro Estrelas de couro: a estética do cangaço, prefaciado por Ariano Suassuna e editado com mais de 300 imagens.

Em 1997, Mello decidiu iniciar o estudo devido a um incômodo estético, que costumava o afligir quando se deparava com peças de acervos públicos e privados. "Havia um requinte, um orgulho, uma imantação estética em cada peça daquela, um conjunto de valores", avalia.

Segundo o pesquisador, o cangaceiro não é um criminoso comum. A composição dos trajes, que, além de punhais, rifles e pistolas, eram adornados com chapéu, bornais, cartucheiras e perneiras extravagantes, denuncia: trata-se de um bandido requintado, diferente do fora da lei urbano que protagoniza os noticiários. "O criminoso procura se mimetizar, se ocultar, e facilitar os seus golpes. Como a gente vê nos criminosos da cidade, o próprio pistoleiro do sertão. O cangaceiro, não. Se você considerar a paisagem sertaneja, que não é a mais exuberante, a presença daqueles homens era um verdadeiro porre de cores. E eles eram vistos na caatinga como se fossem extraterrestres", afirma o pernambucano.

Eles andavam de lá pra cá pelo sertão, saqueando propriedades privadas e fugindo da polícia. Distante das definições que enquadram os cangaceiros ora como justiceiros ora como assassinos, Mello procura apenas conferir aos primeiros anos do cangaço o status de evento histórico importante. Para ele, o movimento liderado por Lampião e Maria Bonita se assemelha às revoltas de índios, mestiços e negros, no período colonial. "No tempo que ocorreram, os movimentos foram ilegais. Com o passar do tempo, havia algo relevante, com anseios de formação da nação brasileira. O cangaço é irmão do indígena, do quilombo e da revolta social, mas tem características curiosas. Primeiro, ele não é intermitente. E é metarracial: você podia ser caboclo, negro, sarará, ter olhos verdes; qualquer forma racial habilitava a fazer parte do grupo. É o grande irredentismo metarracial brasileiro. Isso, como tema histórico, reconcilia o cangaço com a história do Brasil", analisa.



Dentro da caatinga: Maria Bonita e Lampião com seus apetrechos - (B. Abrahão, Aba-Film, Família Ferreira Nunes/Reprodução)

Dentro da caatinga: Maria Bonita e Lampião com seus apetrechos
Os uniformes decorados dos cabras da peste também tinham valor simbólico e místico. Os inconfundíveis chapéus, por exemplo, carregados de estrelas e moedas, serviam de amuleto de proteção contra males humanos e porventura espirituais. "Ele se cercava por todos os lados. Se fosse flagrado, estava protegido pelos vários sinais, que são pobres quando considerados singulares, porque são orientais e milenares, mas eram aproveitados pelo cangaceiro na composição, como arte de síntese. Pude ver o cangaceiro como o índio, o samurai ou o cavaleiro medieval europeu. Eles carregam consigo a arte popular. O cangaceiro, na aba do chapéu, na cartucheira, na pistola, até na perneira", comenta o escritor.

A conexão explícita do homem com a divindade, própria do homem primitivo, permanece nas narrativas do cangaço por meio do conjunto estético, que pode ajudar a entender de maneira menos preconceituosa os bandoleiros. "É preciso considerar as atenuantes culturais do fenômeno: o cangaceiro foi alguém que protagonizou uma tradição brasileira aberta no século 16, o irredentismo. Era um período em que não havia poder público muito definido no sertão. A justiça social tinha que ser administrada de algum modo", explica. 


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GEHB ** REVISTA ANTITESES - PPGHS/UEL

 


> Prezados colegas, > Informo que até o dia 28 de fevereiro de 2011 a revista Antíteses do PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA SOCIAL DA UEL  receberá > trabalhos para seu dossiê "Humor gráfico: representações e usos", > coordenado pela Profa. Dra. Laura Vázquez, da Universidad de Buenos Aires > / Argentina. > Também são aceitas colaborações em fluxo contínuo para suas diferentes > seções. > A revista foi avaliada pelo Qualis da CAPES como B1, na área de História; > B1, em Educação; B3, em Sociologia; e B3, em Filosofia; e encontra-se > indexada em 50 bases de dados internacionais. Maiores informações poderão > ser encontradas na nossa home page: > http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/index ou pelo e-mail > antiteses@uel.br > > Hernán Ramírez > Editor > > >


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GEHB ** Fw: V SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA CULTURAL - ABERTAS I NSCRIÇÕES PARA COMUNICAÇÃO

 
ESTIMADOS(AS) COLEGAS,
É COM MUITA SATISFAÇÃO QUE INFORMAMOS:

ESTÃO ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA COMUNICAÇÕES NOS SIMPÓSIOS TEMÁTICOS DO “V SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA CULTURAL”, A SER REALIZADO ENTRE OS DIAS 08 E 12 DE NOVEMBRO DE 2010, NAS DEPENDÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UnB).

AS INSCRIÇÕES PODERÃO SER FEITAS ATÉ 19 DE SETEMBRO DE 2010.

PARA MAIS INFORMAÇÕES, CONSULTE O SITE:


DESDE JÁ, AGRADECEMOS PELA SUA PARTICIPAÇÃO E CONTAMOS COM O SEU APOIO PARA A DIVULGAÇÃO.

PROF. DR. ALCIDES FREIRE RAMOS
MEMBRO DO COMITÊ CIENTÍFICO DO
GT NACIONAL DE HISTÓRIA CULTURAL


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sábado, 21 de agosto de 2010

GEHB ** VILA DE IGUASSU - UM NOVO OLHAR (por Edson Ribeiro).

 

VILA DE IGUASSU - UM NOVO OLHAR


Edson Ribeiro durante visita técnica ao Sítio Histórico da Extinta Vila de Iguassu-julho, 2010-Foto: CLARINDO


CARÍSSIMOS,


O GRUPO "AMIGOS DO PATRIMÔNIO" REALIZOU ALGUMAS EXPEDIÇÕES DE CAMPO E PESQUISAS EM LIVROS E FONTES PRIMÁRIAS E TEM DESCOBERTO MUITAS COISAS INTERESSANTES SOBRE A HISTÓRIA DA VILA. SÃO NOVAS CONCEPÇÕES QUE FAZEM REFLETIR SOBRE O QUE SABEMOS ATÉ HOJE. NOVAS RUÍNAS IDENTIFICADAS E UM NOVO OLHAR SOBRE ASPECTOS QUE ATÉ ENTÃO NÃO TEMOS VISTO.

Ruínas do Cemitério de Iguaçu Velha-Jul.2010-Foto CLARINDO



QUEREMOS PARTILHAR PARA ESTIMULAR O DEBATE. ASSIM, ESTAMOS PROMOVENDO UMA EXCURSÃO À VILA, INDO A LOCAIS ATÉ AGORA NÃO VISITADOS PARA CONHECERMOS OUTRAS RUÍNAS E OUTROS OLHARES. A EXCURSÃO SERÁ CONCENTRADA NA REGIÃO, FOCADA ENTRE VILA DE CAVA E TINGUÁ. CONHECEREMOS ENTRE OUTRAS COISAS, A FAZENDA DA OLARIA, O ENGENHO DO CAMARISTA, DIVERSOS PORTOS, POÇOS, UMA SUPOSTA CASA DA CÂMARA, UMA PRAÇA, O RANCHO DO BENFICA (TÃO FALADO POR S.HILAIRE), ETC. A SEQUENCIA DAS PARADAS SERÁ DETERMINADA POR UMA LINHA CONCEITUAL HISTÓRICA QUE PROPOMOS. É UMA BOA PEDIDA PARA ALUNOS DE CURSOS DE HISTÓRIA E PARA OS DEMAIS INTERESSADOS.

Torre sineira da Igreja de N. S. da Piedade do Iguassu-Acervo CLARINDO



A PROPOSTA É FAZER A EXCURSÃO EM OUTUBRO. OBVIAMENTE A EXCURSÃO TERÁ UM CUSTO, IMAGINAMOS ENTRE 20 E 30 REAIS. INICIALMENTE QUEREMOS VER A RECEPTIVIDADE DO PÚBLICO PARA A PROPOSTA. SE VC ESTÁ INTERESSADO, DEIXE SEU RECADO. VENHA PARTICIPAR E NOS AJUDAR NESSE NOVO PENSAR.


ABRAÇOS,


EDSON
AMIGOS DO PATRIMONIO CULTURAL


Vila de Iguaçu-Mapa (1837)


--
C L A R I N D O
AMIGOS DO PATRIMÔNIO CULTURAL
amigosdopatrimonio@gmail.com
www.amigosdopatrimoniocultural.blogspot.com
(21)  9765-6038








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