AGÊNCIA
USP - Um novo projeto está sendo desenvolvido pelo Arquivo
Virtual sobre Holocausto (Arqshoah). Os pesquisadores buscam
judeus sobreviventes da perseguição nazista durante a Segunda
Guerra Mundial para a gravação de depoimentos que expressem
estas trajetórias de vida. A iniciativa é realizada sob a
coordenação da professora Maria Luiza Tucci Carneiro, do
Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação
(LEER), do Departamento de História da Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, e que desde 2006 é a
coordenadora e idealizadora do Arqshoah.
Segundo a
professora Maria Luiza, após a gravação em vídeo, os testemunhos
serão transcritos na íntegra pela equipe do Arqshoah e,
posteriormente, transcriados para futura publicação no site do
projeto. Os fatos históricos narrados pelos sobreviventes serão
complementados por meio de um trabalho de pesquisa iconográfica
e análise documental.
A equipe
do Arqshoah pretende anexar, junto ao texto que narra a história
de vida do sobrevivente, um conjunto de documentos históricos
que complementam o relato do sobrevivente. Grande parte desse
material pertence aos próprios sobreviventes, como passaportes,
cartas trocadas com parentes e familiares que conseguiram
emigrar para outros países da Europa ou das Américas, além de
objetos que os próprios sobreviventes guardaram ao longo dos
anos e que ilustram suas trajetórias.
Esses
testemunhos somam informações aos documentos que vêm sendo
coletados ao longo dos anos pela professora Maria Luiza, e que
hoje fazem parte do acervo do Arqshoah: cópias de documentos
obtidos no Arquivo Histórico do Itamaraty do Rio de Janeiro,
Arquivo Nacional, Fundo DEOPS/São Paulo, Museu Judaico de
Bruxelas, dentre outros acervos. O resultado desse trabalho está
sendo disponibilizado no site Arqshoah e também publicado na
coletânea Vozes
do Holocausto.
“Atualmente
temos cerca de 150 depoimentos já coletados”, informa a
professora Maria Luiza. Um outra vertente do projeto é
incentivar esses mesmos sobreviventes a escreverem suas memórias
para publicação na Coleção
Testemunhos, série de livros que contam, de uma forma
mais autoral, a trajetória daqueles que sobreviveram ao
Holocausto e ao antissemitismo propagado pela Alemanha nazista e
países colaboracionistas.
Financiamento
O projeto tem duração de seis meses e recursos do Instituto Samuel Klein em parceria com a Claims Conference e a União Brasileiro-Israelita do Bem-Estar Social (UNIBES). Duas equipes de história oral, comandadas pela socióloga Raquel Mizhari e a historiadora Sarita Mucinic Sarue, ambas pesquisadoras do Arqshoah, estão encarrregadas de registrar os depoimentos em vídeos e digitalizar os documentos oferecidos pelos sobreviventes. De acordo com Maria Luiza, uma das formas de encontrar participantes em potencial é por meio de sugestões oferecidas por associações judaicas, amigos e parentes dos sobreviventes, assim como pelas redes sociais.
O projeto tem duração de seis meses e recursos do Instituto Samuel Klein em parceria com a Claims Conference e a União Brasileiro-Israelita do Bem-Estar Social (UNIBES). Duas equipes de história oral, comandadas pela socióloga Raquel Mizhari e a historiadora Sarita Mucinic Sarue, ambas pesquisadoras do Arqshoah, estão encarrregadas de registrar os depoimentos em vídeos e digitalizar os documentos oferecidos pelos sobreviventes. De acordo com Maria Luiza, uma das formas de encontrar participantes em potencial é por meio de sugestões oferecidas por associações judaicas, amigos e parentes dos sobreviventes, assim como pelas redes sociais.
Para a
professora, o projeto é uma maneira de investir contra o
aparecimento de grupos que negam o Holocausto e propagam o ódio
contra as minorias étnicas como os judeus, negros, ciganos e
homossexuais. “Os sobreviventes têm a oportunidade de relatarem
o que viveram, sendo que ainda há fatos desconhecidos, não
apenas sobre suas próprias vidas, mas sobre a própria história
do Holocausto e do nazismo. Além disso, existem outras vozes que
se identificam com estes relatos; histórias de vida que se
cruzam e que, muitas vezes, se complementam”, diz.
A
professora explica que, de comum acordo com o Instituto Samuel
Klein e UNIBES/Claims, parte do material será disponibilizado
gratuitamente para as escolas, museus e arquivos brasileiros no
formato de 10 DVDs acompanhados de livretos contendo as
histórias de vidas dos sobreviventes.
Travessias
A professora coordena um outro projeto denominado Travessias: narrativas e representações dos sobreviventes do Holocausto. A iniciativa visa reunir material de intelectuais e artistas que fugiram do nazismo e se refugiaram no Brasil, como Otto Maria Carpeax (jornalista e crítico literário), Alice Brill (fotógrafa), László Zinner (escultor e desenhista), Árpád Szenes (pintor), Maria Helena da Silva (pintora), Felicja Blumental (pianista) e Paulo Ronai (tradutor), entre outros.
A professora coordena um outro projeto denominado Travessias: narrativas e representações dos sobreviventes do Holocausto. A iniciativa visa reunir material de intelectuais e artistas que fugiram do nazismo e se refugiaram no Brasil, como Otto Maria Carpeax (jornalista e crítico literário), Alice Brill (fotógrafa), László Zinner (escultor e desenhista), Árpád Szenes (pintor), Maria Helena da Silva (pintora), Felicja Blumental (pianista) e Paulo Ronai (tradutor), entre outros.
O projeto
envolve uma equipe de pesquisadores internacionais: Beatriz de
Las Heras e Antonio de Las Heras, ambos da Universidade Carlos
III (Madrid); a historiadora Marlen Eckl, formada na
Universidade de Viena (Áustria); Domingo Lilon, da Universidade
de Pecs, na Hungria e Elda Evangelina Gonzalez Martinez, do
CSIC/Madrid. Do Brasil, participam: Lucius de Mello, Silvia
Lerner, Sarita Sarue, Nanci do Nascimento Souza, Laís Cardillo,
Laura Lemmi di Natali e Rachel Mizrahi. Indicada pelo Arquivo
Nacional está a historiadora Claudia Beatriz Heynemann.
Neste
projeto serão estudados as trajetórias que os judeus perseguidos
durante a Segunda Guerra seguiram, a partir de determinados
pontos de fuga (Alemanha, Áustria, Hungria, Polônia, Romênia,
etc), passando por países de trânsito (Portugal, França,
Espanha, Marrocos e Xangai) até chegar aos países de acolhimento
e/ou de refúgio (Estados Unidos, Brasil, México, Argentina,
Colômbia, Palestina/Israel, Xangai e França).
Foto:
Wikimedia Commons
Mais informações: email malutucci@gmail.com, com a professora Maria Luiza Tucci Carneiro, ou (11) 3091-8598, email leer@usp.br, no LEER
__._,_.___
Enviado por: GRUPO DE ESTUDOS DA HISTORIA DO BRASIL - GEHB
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