Entre 13 e 17 de julho de 2020 acontecerá no Colégio Pedro II, campus de Realengo, o XIX Encontro de História da ANPUH-Rio, o evento bianual no qual diferentes gerações de profissionais e estudantes de História se encontram para trocar ideias, expor e debater suas pesquisas e discutir questões relevantes para a comunidade historiográfica fluminense.
O XIX Encontro de História terá como tema a História do Futuro: ensino, pesquisa e divulgação científica. A historiografia do presente já discute as possibilidades que se abrem aos profissionais com as novas ferramentas teóricas, metodológicas e digitais que ora se desenvolvem para o estudo, a pesquisa e a divulgação da História. Além disso, a própria realidade onipresente da Internet e dos recursos digitais que produzem todo o tipo de conteúdo digital (imagens, vídeos, textos etc.) demandam debates sobre como preservar esses conteúdos, como pesquisar os novos tipos de fontes, como ensinar e divulgar a pesquisa em História, entre outras questões fundamentais para a historiografia do futuro.
Igualmente, a situação atual do ensino e da pesquisa da História numa época de crescimento do discurso anticientífico e conspiracionista estarão presentes em nossos debates, nos quais se tentará captar as tendências para o futuro da pesquisa e do ensino da História no nosso país e no mundo.
Finalmente, a escolha do Colégio Pedro II e do seu campus de Realengo para realizar nosso XIX Encontro de História é uma aposta na escola pública de qualidade, na aproximação da ANPUH-Rio com os professores de História dos ensinos fundamental e médio, e da valorização de novos espaços de atuação da ANPUH em nosso estado, para além daqueles já plenamente estabelecidos.
Esperamos que esse Encontro seja uma oportunidade para a comunidade historiográfica do Estado do Rio de Janeiro renovar suas esperanças no futuro da História e na História do futuro de nosso país.
Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP – Os povos indígenas ocupam o território brasileiro há mais de 10 mil anos. Somam, atualmente, cerca de 900 mil indivíduos, distribuídos em 305 etnias com 274 línguas distintas, de acordo com o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2010. Essa população ocupa 722 áreas de reserva protegidas pela legislação, que correspondem a 13,8% do território e formam uma espécie de enclave de tensão entre duas culturas, dois sistemas de produção, dois Brasis.
“Integração no Brasil é sempre pensada como uma assimilação cultural, o que é absolutamente errado. Os indígenas não querem ser assimilados, poderiam, se quisessem. Mas não é essa a ideia”, disse Manuela Carneiro da Cunha, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), durante o oitavo episódio do programa Ciência Aberta de 2019.
Para a antropóloga, a assimilação cultural, “disfarçada no eufemismo de integrar o Brasil”, tem o objetivo de eliminar diferenças culturais e abrir caminho para a liberalização das terras indígenas para o mercado. O potencial de exploração mineral e agropecuário de algumas dessas áreas chega a suscitar em certos setores da sociedade a alegação de que há “muita terra para poucos índios”.
"A crítica está em dizer que os índios não são produtivos, no sentido entendido pelo capitalismo. Porém, a maneira como os não indígenas querem explorar e tirar as riquezas é apenas uma repetição de toda a história do Brasil – uma exploração constante das riquezas naturais, sem grandes resultados. É só tirar riqueza natural para exportar, sem aproveitar o conhecimento existente e, de fato, transformar isso em riqueza", disse Artionka Capiberibe, professora do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Capiberibe sublinha que o direito do índio à terra foi reiterado na Constituição de 1988, carta que também celebra a diversidade como um valor a ser preservado.
Na avaliação de Geraldo Andrello, professor do Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com ou sem lei já é possível assistir os efeitos da simples vontade de liberar as terras indígenas para exploração.
“Houve um aumento de 85% dos alertas de mineração clandestina e de 38% dos alertas de desmatamento clandestino em terras indígenas. Isso só no primeiro semestre de 2019 e embora o governo federal esteja só discutindo e anunciando que vai enviar uma proposta para adulterar as terras indígenas. É um anúncio que vem sendo reiteradamente afirmado”, disse Andrello.
Contemporâneos
Para os três antropólogos que participaram do programa Ciência Aberta, é preciso destacar que, a despeito do modo de vida próprio e de uma cultura diferente dos não índios, as populações indígenas brasileiras não estão congeladas no tempo.
“Os indígenas são nossos contemporâneos. Há uma ideia que coloca as populações indígenas como tradicionais e nós [não indígenas] como modernos. Na verdade, nem nós somos modernos, nem eles são tradicionais no sentido de culturas congeladas no tempo”, disse Capiberibe.
E qual seria a definição de um povo ou indivíduo indígena? Há alguns anos, o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro propôs a necessidade de uma autodefinição dos povos indígenas. Assim, índio é aquele que é reconhecido por um povo indígena.
“Portanto, não existe um índio, mas uma comunidade que o reconhece como tal. Dessa forma, também não é qualquer comunidade que pode se considerar indígena, pois é necessário um vínculo histórico cultural com as organizações sociais pré-colombianas”, disse Andrello.
De acordo com o pesquisador, quando se fala em povos indígenas está se falando em diversidade. “É arriscado tentar estabelecer parâmetros para indicar o que os povos indígenas, no seu conjunto, têm em comum. Estamos falando em diversidade”, disse.
Talvez, na avaliação dos participantes do programa, a unidade esteja na relação com a natureza. “A relação dos povos indígenas com aquilo que nós chamamos de recursos naturais é completamente oposta às relações que nós ocidentais estabelecemos. Em geral, a nossa relação com os seres da natureza é basicamente de sujeito-objeto. O homem é o sujeito da relação e os seres da natureza são os objetos intencionalmente inertes”, disse.
Um exemplo que explicaria a relação dos povos indígenas com a natureza está nos Guayapi, povo de língua tupi que vive no Amapá e na Guiana Francesa.
“Eles não têm uma visão colonialista da sua terra. O que vem a ser colonialista? É achar que tudo o que você ocupa está a seu serviço, para o seu bem-estar, que é a visão tradicional da natureza para o ocidente”, disse Carneiro da Cunha.
Dessa forma, explica Carneiro da Cunha, os Guayapi “entendem que a mata, os bichos e as árvores, por exemplo, têm direitos. O rio tem direitos e é um lugar compartilhado, que não foi feito só para usufruto da humanidade, mas de todos os seres que estão ali. Esse entendimento transforma completamente a relação com o que nós chamamos de natureza, que, aliás, é um conceito que nem existe em muitos povos”, disse.
Essa visão de mundo talvez explique por que, na região amazônica, as terras indígenas são mais conservadas que as áreas vizinhas.
O episódio “Indígenas” do programa Ciência Aberta teve a participação de alunos das universidades de São Paulo (USP) e Estadual de Campinas (Unicamp), do Instituto Federal de São Paulo e da Escola Estadual Prof. Manuel Ciridião Buarque.
Ciência Aberta é uma parceria da FAPESP com o jornal Folha de S. Paulo. O programa é apresentado por Alexandra Ozorio de Almeida, diretora de redação da revista Pesquisa FAPESP.
O novo episódio pode ser visto na página da Agência FAPESP no Facebookeno YouTubee também no site da TV Folha.
Junto-me, alegremente, ao esforço de divulgação da recém-lançada edição
inaugural de Contrapulso: revista latinoamericana de estudios en música
popular.
Editada no Chile pela Universidad Alberto Hurtado, sob a direção do destacado musicólogo Juan Pablo González, seu
primeiro número é todo ele dedicado à temática música, gênero e sexualidade e conta com colaborações provenientes da
Argentina, Brasil e Equador.
Seu comitê editorial internacional é constituído por pesquisadores da
Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, México, Peru e Venezuela.
Lembro
ainda que está em aberto a chamada de artigos
para o número 2 de Contrapulso.
Abraços.
Adalberto Paranhos
(membro do comitê
editorial internacional de Contrapulso)
Com textos de autores da Argentina, Chile e Espanha, bem como das regiões
Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil e do Distrito Federal, está no
ar a ArtCultura 38.
Ver em anexo maiores detalhes sobre essa edição.
Abraços.
Adalberto Paranhos e Kátia Rodrigues Paranhos, editores.
Lançada
ArtCultura 38
Está no ar a
ArtCultura38. Puxada pelo dossiê História & poesia
épica, ela se desdobra em 16 textos, distribuídos entre as seções
Dossiê, Polêmica, Artigos, Primeira mão, Notas de pesquisa e
Resenhas. As temáticas acolhidas neste número lançam pontes entre
História e Arqueologia, Cinema, Fotografia, Historiografia,
Linguística, Literatura, Música Popular, Poesia, Política e Teoria
da História. Para levá-la adiante, mobilizaram-se autores da
Argentina, Brasil, Chile e Espanha ligados a 17 instituições
universitárias. Do Brasil as contribuições provieram dos estados
do Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio
Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e do Distrito Federal.
Detalhe: na
Apresentação, excepcionalmente, esta edição rende suas homenagens
a quem não é um só; é muitos. Músico, instrumentista,
letrista/poeta, cantor, literato, autor de peças teatrais, com
incursões como ator de cinema, ele conjuga diferentes linguagens com
brilho raro. Referimo-nos, claro, a Chico Buarque, vencedor do
Prêmio Camões 2019.
Com espaço aberto para a musicologia histórica tanto ibero-americana como
brasileira, em particular, será realizado, entre os dias 17 e 21 de junho, em
Goiânia, o IX Simpósio Internacional de Musicologia, numa promoção da Universidade
Federal de Goiás em conjunto com a Universidade Nova de Lisboa.
O evento contará com 21 convidados externos, procedentes da Argentina, Chile,
Espanha e, obviamente, do Brasil. Segue programação em anexo.
Encaminhamos a programação do
"Circuito pela democracia: 55 anos do golpe
de 1964", organizado pelo IH/IFCS da UFRJ e
apoiado pela Anpuh-Rio, Café História, ADUFRJ e
PPGHIS. O evento continua com diversas atividades ao
longo das próximas semanas.
Solicitamos divulgarem
entre seus contatos pessoais.
As inscrições poderão ser
realizadas no local.
Atenciosamente,
Secretaria da
Anpuh-Rio
Circuito pela democracia: 55 anos
do golpe de 1964
Promoção: IH/IFCS
Patrocínio: História da Ditadura
Apoio:
Café História, ANPUH-Rio, ADUFRJ, PPGHIS
Local: IFCS/IH - Largo de São Francisco n. 1,
Centro, Rio de Janeiro
Professores do IFCS e do IH realizarão ao longo
do mês de abril diversas atividades debatendo o
golpe e a ditadura: mesas de discussão, exibição de
documentários e debate com o diretor, lançamento de
livro e roda de conversa.
Primeira
semana
Mesa 1 - O
golpe
de 1964 e a ditadura militar
1o de abril, segunda-feira, às 18h, no
Salão Nobre do IFCS
Integrantes:
professores Carlos Fico (IH) e Paulo Fontes (IH)
Mediação: jornalista Chico Otávio (O Globo)
Lançamento coletivo de livros &
debate: os efeitos psicossociais da violência de
Estado
5 de abril,
sexta-feira, às 18:30h, Salão Nobre
IFCS/UFRJ
Livros:
Corpos que sofrem: como lidar com
os efeitos psicossociais da violência (CERP/SC)
Clínica política lá em Acari: a
experiência do CERP-RJ
Reparação como política: reflexões
sobre as respostas à violência de Estado no RJ
(ISER)
Debatedores: Olívia Françozo
(psicóloga, Equipe Clínico-política/CERP-RJ),
Eduardo Losicer (psicanalista, Equipe
Clínico-política/Clínicas do Testemunho-RJ); Tânia
Kolker (psicanalista, Equipe Clínico-Política do Rio
de Janeiro/Clínicas do testemunho-RJ/CERP-RJ);
Rafaela Albergaria (organizadora de publicação),
Dejany Ferreira dos Santos (psicóloga, autora do
livro ISER/CDH-ALERJ), Jorge Broide (psicanalista e
autor do livro CERP-SC), João Luiz de Oliveira Gão
(líder comunitário, autor do livro CERP-SC), Marcelo
Freixo (Deputado Federal, autor do livro CERP-SC).
Coordenação: Daniela Mayorca (Clínicas do Testemunho
e CERP-SC).
Segunda
Semana
Exibição de
documentário, seguida de conversa com o
diretor
10 de abril, às 18h,
sala 308
O dia que durou
21 anos
Debate com o diretor Camilo
Tavares.
Mediação: Prof. Josué Medeiros
(DCP/IFCS)
Mesa 2 - Memória, verdade e
justiça
12 de abril,
sexta-feira, às 17h, no Salão Nobre do
IFCS
Integrantes: profa. Maria Paula
Araujo (IH) e a fundadora e integrante do Coletivo
Memória, Verdade e Justiça Ana Bursztyn-Miranda
Com
18 textos de autores dos Estados Unidos, França, Venezuela e Brasil,
distribuídos por suas 240 páginas, oferecemos aos leitores a
ArtCultura 37. Eles estão subdidivididos entre o minidossiê
Hayden White: reflexões contemporâneas e as seções Artigos,
Primeira mão e Resenhas, às quais se somam as agora inauguradas
Além-Brasil e Revival. As contribuições deste número
cobrem um total de 14 distintas instituições. As colaborações
brasileiras procedem de 7 estados: Espírito Santo, Goiás, Minas
Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São
Paulo. Dessa forma, nesta edição se conjugam, uma vez mais,
História, Cultura e Arte, tríade que norteia a proposta editorial
da revista.
Gostaríamos de convidar a todos os interessados
em discutir as relações entre História & Teatro para se juntarem a nós no
30º Simpósio Nacional de História, evento que ocorrerá entre 15 a 19 de julho
de 2019, na Universidade Federal de Pernambuco, Recife.
A iniciativa de propor um simpósio que
refletisse sobre História & Teatro começou em Florianópolis/SC, em 2006, no
III Simpósio Nacional de História Cultural. Desde então, com o êxito da
proposta, levamos o simpósio para diferentes encontros acadêmicos nacionais,
reunindo um variado e amplo grupo de pesquisadores e consolidando esse espaço
de discussão sobre a historicidade das práticas teatrais. O simpósio História
& Teatro já foi realizado em seis edições do Simpósio Nacional de História
(em 2007, em São Leopoldo/RS; em 2009, em Fortaleza/CE; em 2011, em São
Paulo/SP; em 2013, em Natal/RN; em 2015, em Florianópolis/SC; e, em 2017, em
Brasília/DF), em cinco edições do Encontro Regional de História da ANPUH-SP (em
2008, em São Paulo; em 2010, em Franca; em 2012, em Campinas; em 2014, em Santos;
em 2016, em Assis; e em 2018, em Guarulhos) e em duas edições do Encontro
Regional de História da ANPUH-RJ (em 2016, em Nova Iguaçu; e em 2018, em
Niterói).
Retomamos, agora, essa proposta, visando
reafirmar seu sentido original e incorporar um maior número de pessoas
interessadas em se integrar a essas discussões. Entendemos o teatro como um
discurso que, como um ato comunicativo, utiliza códigos – verbais, gestuais,
visuais, auditivos, culturais, estéticos etc – que possibilitam múltiplas
percepções do mundo e que se situam em complexas lógicas sociais, sempre
passíveis de análise ao olhar do historiador. Assim, ao recorrermos aos
procedimentos metodológicos da história cultural, torna-se possível perceber o
teatro como um espaço privilegiado para captar, em diferentes momentos
históricos, as articulações e as negociações de ideias e imagens, as tensões
entre distintos modelos estéticos que necessariamente se encontram numa arte
coletiva. O teatro, portanto, caracteriza-se como um espaço plural de signos,
apontando para a multiplicidade das tramas e das narrativas sociais.
As inscrições para o Simpósio História
& Teatro estão abertas desde 14 de janeiro e se encerram no dia 22 de
março. Para maiores detalhes, consultar a página do evento